quinta-feira, 10 de maio de 2012

Todo mundo já esqueceu o que aconteceu no Metal Open Air?


Muito se falou sobre o Metal Open Air, desde o anuncio do casting, que contava com bandas de peso no cenário internacional e nacional. Tudo apontava para o que seria o maior festival de metal da américa latina, os dias 20,21 e 22 de Abril, tinha tudo para ficar marcado na história e na memória dos fãs. Bom não é preciso dizer o que todos já sabem, o festival foi um verdadeiro fracasso. Apesar de não ter postado nada relacionado ao MOA aqui no Jazz & Rock, por falta de tempo, fiquei por dentro de tudo que aconteceu, mesmo que a distância, já que eu não pretendia ir ao festival. Pois bem, muito se falou nos dias pós festival, inclusive com explicações totalmente sem nexo. Bandas e fãs relataram tudo que aconteceu, no festival e nos bastidores com a produção. Exatas 3 semanas depois, quase não se fala das consequências desse fiasco. E hoje o Ricardo Seelig, do excelente Collectorsroom, escreveu um texto justamente sobre isso, sobre o esquecimento dos fatos, ou simplesmente a opção de não querer mais tocar nesse assunto. Bom segue o texto, autorizado gentilmente pelo Ricardo, para que eu pudesse publica-lo aqui no Jazz & Rock.

Por Ricardo Seelig (#collectorsroom)

Amanhã, dia 11 de maio, completaremos três semanas do maior fiasco da história do heavy metal aqui no Brasil. Amanhã, dia 11 de maio, fará três semanas que o festival Metal Open Air teve início. Amanhã, dia 11 de maio, fará três semanas que as dezenas de shows prometidos se transformaram em um festival de cancelamentos, desrespeito e falcatruas com as bandas, os profissionais contratados e, principalmente, com o público.

Hoje, porém, apenas três semanas depois do maior 171 da história do metal brasileiro, ninguém fala mais nada sobre o ocorrido. Hoje, apenas TRÊS SEMANAS depois! Meros 21 dias! Nessas horas, é de se pensar que os irresponsáveis por trás do festival de atrocidades que foi o MOA e o público que, aparentemente, gostou de ser enganado por eles, realmente se merecem.

Se não, vejamos. Cansei de ler comentários em sites e redes sociais de pessoas que foram ao festival dizendo que, pelo preço que pagaram pelo ingresso, estava de bom tamanho ver as bandas que conseguiram assistir. Sim, você leu corretamente: pagaram por quarenta bandas, mas estão felizes por terem visto apenas treze. Sei lá, mas, pessoalmente, acho que isso é caso de interdição por incapacidade mental.

Além disso, qualquer matéria publicada sobre o assunto está repleta de comentários do tipo “ah, já deu”, “como vocês são chatos”, “parem de falar nisso”. Não, não paramos! Não dá pra alguém parar de falar no que aconteceu! Esqueceram que os campings estavam localizados em estábulos? Esqueceram da falta de estrutura? Esqueceram da falta de segurança? Esqueceram da falta de higiene? Esqueceram do que foi prometido e não foi cumprido?

Enquanto isso, resenhas claramente direcionadas para isentar uma das partes surgiram em sites de projeção nacional - leia aqui . Uma das (ir)responsáveis pelo MOA, a Negri Concerts, continua promovendo shows com, aparentemente, casas cheias, como se nada tivesse acontecido e não estivesse envolvida nas falcatruas do festival. Além disso, posta em seu site notas onde tira o seu da reta e joga tudo nas costas da outra (ir)responsável, a Lamparina Produções - leia aqui . Uma das porta-vozes da Negri, ciente da imensa bola fora que deu, mudou o seu sobrenome nas redes sociais e agora assina, estranhamente, com um até então inédito “Mello”. Já o dono da empresa, que antes discursava aos quatro ventos, sumiu de circulação e não é mais visto online. Dá até para criarmos um jogo intitulado Por Onde Andará o Produtor do Evento, que tal?

Aqui, é preciso fazer um elogio público para a matéria publicada na última edição da Roadie Crew sobre o Metal Open Air. Escrita por Maicon Leite, que esteve e acompanhou pessoalmente tudo o que aconteceu no Maranhão, mostra um posicionamento claro da revista em relação a tudo o que aconteceu, fato raro na nossa mídia especializada, que geralmente não diz o que precisa ser dito porque fulano de tal é amigo do ciclano e por aí. Mas isso não aconteceu na matéria da Roadie Crew, que critica veementemente os absurdos do MOA e faz revelações até então inéditas da relação da revista com o Wacken Open Air. Parabéns, mais uma vez, pela forma como publicaram o texto.

Amanhã fará três semanas que o sonho do Metal Open Air virou um pesadelo. Não se esqueça disso. Nunca. Se você foi ao MOA, vá atrás dos seus direitos. Se não foi, o mínimo que você tem que fazer é não dar as caras em shows promovidos tanto pela Negri Concerts quanto pela Lamparina Produções. Ou, se achar melhor, não faça nada e assine embaixo da fama de acomodado que o brasileiro possui. O que você prefere?

Créditos: Collectorsroom

4 comentários :

  1. É problema de memória curta, é banalização do errado ou é falta de vergonha na cara mesmo? Depois não reclamem quando acontecer novamente...

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  2. Exatamente. O problema do brasileiro é a memória curta demais. E pode apostar, que se os produtores anunciar outro MOA, muita gente vai dar o famoso "voto de confiança".

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  3. Acredito. Quevemos apostar mais nos projetos com participação nacional, temos que valorizar os bons eventos, galera do rock roll não admite "muleques" no meio psicodálico, heard, punk, ou outrasvertentes do UNIVERSO chamado ROCK ROLL, por isto, se você for fazer um evento para 10.000, mas não tendo capacidade, faça para apenas 10, este te acompanharão para sempre. Um aviso ao moderador. Vamos desativar a "moderação de comentário" todos devemos ter nossas opiniões claras para o mundo como também temo que responder pelo que falamos. Valeu

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  4. Amigo Monstro

    A moderação de comentários só existe para barras os spams. Todos os comentários são publicados, independente da opinião de cada um.

    Abraço

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