segunda-feira, 30 de abril de 2012

30 de Abril: Dia Internacional do Jazz


A Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), comemorou a partir da última sexta-feira, 27, o primeiro Dia Internacional do Jazz. A data, passa a ser incorporada no calendário da Unesco todo dia 30 de Abril. A iniciativa é do pianista americano Herbie Hancock, que é destaque no evento de inauguração em Paris, com encontros de músicos e admiradores do gênero de todo o mundo.

Segundo os organizadores da celebração, o objetivo da data é destacar "as virtudes do jazz como instrumento educativo e como força de paz, de diálogo e cooperação entre os povos".

Para comemorar essa data tão especial, as comemorações tiveram inicio na última sexta feira (27) na sede da Unesco em Paris, com shows, mesas redondas, oficinas e conferências. Os eventos terão a participação de nomes como o próprio Hancock, Barbara Hendricks e Ellis Wynton Marsalis. Já em Nova York, a festa terá continuidade na sede da ONU também com Hancock, Dee Dee Bridgewater, Diane Reeves, Romero Lubamo, Esperanza Spalding, Angelique Kidjo e Zakir.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Warren Haynes Band - Tear Me Down



O multifacetado e incansável guitarrista Warren Haynes acabou de lançar um novo álbum ao vivo: Live at the Moody Theater (2012). O álbum é duplo e foi lançado em cd e dvd. Depois do lançamento do Man in Motion (2011), seu último trabalho de estúdio, Warren saiu em uma espécie de tour.

Live At The Moody Theater, foi gravado em Austin, Texas. No set list antigos sucessos da sua carreira e claro, as músicas do seu novo álbum. O incansável Warren, é acompanhado por Ron Johnson no baixo, Terence Higgins na bateria, Nigel Hall nos teclados, Ron Holloway no saxofone e Chakour Alecia nos vocais.

Ainda não ouvi o álbum na integra, mais assim que ouvir, volto com uma resenha. Por enquanto, fica o vídeo da música Tear Me Down. Mais uma vez Warren Haynes, mostra por que é um dos melhores guitarristas do mundo. Esse cara é literalmente incansável e faz tudo com excelente, seja no Allman Brothers, no Gov't Mule ou na sua carreira solo.

No site Paste Magazine , você pode ouvir o álbum via stream.

Boa Audição.

Site Oficial Warren Haynes

terça-feira, 24 de abril de 2012

Fanny Adams - Fanny Adams (1971)

Artista: Fanny Adams
Título: Fanny Adams
Gênero: Hard Rock / Blues-Rock
Ano de lançamento: 1971

Quero agradecer ao Thiago Lucena pela contribuição com o Blog Jazz & Rock. E aproveitar para dizer que ele é o mais novo colaborador do blog. Então podem esperar ótimas resenhas e dicas excelentes de rock anos 60,70,80, entre outros gêneros. Bem vindo a equipe Thiago. Sinta-se em casa.

Por Thiago Lucena

Quando se tem fileiras de aquisições esperando sua vez para serem ouvidas acaba-se adiando a descobertas de pérolas que causam aquela sensação de "por que não conhecia isso antes?". Aconteceu com esse CD, que comprei em Julho do ano passado, em uma viagem ao exterior, e estava calmamente esperando sua vez de mostrar sua importância, não no Rock, mas na minha coleção. Mas chegou sua hora e ele não me decepcionou. Formado no final dos anos 60 por músicos experientes da Nova Zelândia e Austrália, lançaram esse disco no inicio dos anos 70 e foi muito bem recebido pelos críticos australianos, que, segundo o encarte, chegaram a anunciar que essa seria a melhor banda do mundo durante três semanas.

A faixa Ain´t no loving left, que abre o disco com louvor, é um bluesão pesado e arrastado, perfeito cartão de visitas do disco, e provavelmente a música perfeita para abrir os shows da banda na época. A segunda faixa, Sitting on top of the room, apresenta um clima sombrio até cair em uma levada funk, com o baixista Teddy Toi dando o ar da graça até voltar ao mesmo ritmo introspectivo que lembra bastante Atomic Rooster. O grupo pode ser definido como uma banda de blues-rock, com riffs criativos e introduções cativantes, como nas músicas Yesterday was today e Got to get a message to you. A música You don´t bother me, o riff que conduz a música intercalando com uma base de guitarra limpa, tem tudo pra ser a preferida de muitos que ouvirem o álbum e também evidencia a competência do vocalista Doug Parkinson. A simplicidade técnica no instrumental de Mid morning madness do guitarrista Vince Maloney, que já fez parte da banda de apoio dos Bee Gees nos anos 60, encanta os ouvidos nesse som com refrão bem encaixado e levada contagiante, porém devidamente cadenciada. Devia ser a música que era cantada em uníssono pelos fãs nos shows da banda.

They´re all losers honey fecha o álbum com chave de ouro, blues tradicional, descontraída e conduzida de uma forma que nos faz acreditar que foi, propositalmente, feita para ser alongada nos encerramentos dos shows, com jams hipnóticas e acalouradas, lembra muito as peripércias dos irmãos Allman. Um disco que nunca teve pretensão de entrar na lista dos clássicos, mas deve ser ouvido com atenção, pois com certeza vai causar empolgação e felicidade nos fãs dos bons sons setentistas.

Track List

01. Ain't No Loving Left
02. Sitting On Top Of The Room
03. Yesterday Was Today
04. Got To Get A Message To You
05. You Don't Bother Me
06. Mid Morning Madness
07. They're All Losers, Honey

Fanny Adams - "Ain't No Loving Left"

domingo, 22 de abril de 2012

When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll


Artista: Varios Artistas
Título: When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll
Gênero: Blues
Ano de lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Primeiro de uma ótima série de 04 discos, essencial para quem quiser conhecer um pouco mais os primórdios do blues e seus vários sub-gêneros. Ao longo dos 04 álbuns, cerca de 100 artistas nos apresentam o blues a partir de seu surgimento,oriundo dos cânticos primitivos dos escravos nas plantações de algodão no sul dos Estados Unidos até sua chegada a Chicago e sua transformação para o rockabilly e o rock'n'roll.

A série foi muito elogiada pela crítica e imprensa musical, quando lançada em 2002.As gravações são da Bluebird Records, na época um braço da gravadora RCA Victor,que na década de 30 era responsável por lançar artistas "menos rentáveis", nos casos os músicos do blues. A RCA Victor foi recentemente adquirida pela Sony/Bmg.

A coletânea apresenta uma excelente qualidade sonora (quem pesquisa o blues de raiz da década de 20 e 30 sabe como o som é precário) e faz observações detalhadas sobre cada música, como data de gravação, seus músicos e instrumentos,além do cenário sócio-econômico e cultural e fotos da época.

Nas músicas deste primeiro álbum, que vão de 1926 a 1941, o que chama a atenção para nós, blueseiros do século 21,acostumados com o blues elétrico, é a rusticidade e ingenuidade dos instrumentos e elementos usados pelos músicos da época. Além é claro do violão, banjo, acordeon, harmônica, violino e eventualmente piano, outros instrumentos praticamente extintos como o jug, kazoo e washboard e uma certa aproximação com a música gospel nos apresentam uma pequena amostra da importância que o blues viria a ter para a música mundial.

Destaques desta primeira coletânea: (Videos no final do post)

Robert Petway, com "Catfish Blues", de 1941: Assim como Robert Johnson, Robert Petway teria carreira curta porém importantíssima para o blues. Apesar de ter gravado apenas 16 músicas, seu vigoroso dedilhado ao violão e seu vocal potente influenciaria muitos músicos, como John Lee Hooker e Muddy Waters.

The Carter Family, com "Wooried man blues", de 1930: As irmãs Maybelle Addington, Sara Dougherty e seu marido Alvin Pleasant Delaney Carter tiveram uma grande contribuição para o blues, com seu ótimo trabalho vocal influenciado pelo gospel e a boa técnica ao violão de Maybelle.

Amede Ardoin e Denus Mcgee, com "Les Blues de Voyage", de 1934: O violino, tocado por Denus Mcgee, já era comum no blues, mas o acordeon executado por Amede Ardoin com influências do Cajun (estilo musical difundido por imigrantes vindos da França) viria a enriquecer ainda mais o blues.

Track List

01. Robert Petway - Catfish blues
02. Big Joe Williams - Baby, please don't go
03. Leadbelly - Ham an' eggs
04. Big Bill Broonzy - Mississipi River Blues
05. Trixie Butler - Just a good woman through with the blues
06. Milton Brown & his Musical Brownies - Garbage man blues
07. Bukka White - The Panama limited
08. Tommy Johnson - Cool drink of water blues
09. Leadbelly - The midnight special
10. Carter Family - Wooried man blues
11. Amede Ardoin & Denus Mcgee - Les blues de voyage
12. Andrew & Jim Baxter - K. C. railroad blues
13- Rev. J. M Gates - Somebody's been stealin'
14. Alberta Hunter - Beale street blues
15. Noah Lewis - Devil in the wood pile
16. Gus Cannon's Jug Stompers - Walk right in
17. Julius Daniels - Ninety-nine year blues
18. Bessie Tucker - Got cut all to pieces
19. Gus Cannon's Jug Stompers - Feather bed
20. Julius Daniels - Can't put a bridle on that mule this morning
21. Deford Bailey - Davidson county blues
22. Frank Crumit - Frankie and Johnny
23. Taskiana Four - Dixie Bo-bo
24. Paul Robeson - Sometimes I feel like a motherless child
25. The Hall Johnson Choir - St. Louis Blues

Robert Petway, com "Catfish Blues", de 1941.


The Carter Family, com "Wooried man blues", de 1930


Amede Ardoin e Denus Mcgee, com "Les Blues de Voyage", de 1934

domingo, 15 de abril de 2012

Edwa Space Zone - Coffee is Ready (2012)

Semana passada recebi um e-mail do guitarrista Eduardo Araneda, pedindo para divulgar o seu álbum. Edwa Space Zone, é o nome do seu projeto. As composições e criações musicais do Eduardo, são baseados inteiramente em jamming e improvisação. A sonoridade traz uma mescla de elementos do psicodélico, jazz, rock, space. O álbum Coffee is Ready (2012), foi produzido pelo próprio Eduardo, que além de compor todos os arranjos, também toca todos os instrumentos, com exceção da bateria. Segundo o próprio Eduardo, me disse no email, tudo isso é feito de maneira experimental e improvisada, já que ele é músico amador e a música é na verdade um hobbie para ele.

Agradeço ao Eduardo por enviar o material e também por permitir que eu divulgasse e postasse o álbum dele gratuitamente para download. Espero que gostem do álbum Coffe is Ready. Boa Audição a todos.

Track List

01. Coffee is ready
02. Times Square
03. The inner road
04. Condor's Fly

DOWNLOAD CLIQUE AQUI

Site Oficial: Eduardo Araneda

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Accept - Stalingrad (2012)

Artista: Accept
Título: Stalingrad
Gênero: Heavy Metal
Ano de lançamento: 2012
Selo: Nuclear Blast

O Accept figura entre as bandas expoentes de heavy metal na Alemanha. Formado em 1968, a banda se manteve na ativa até meados de 1997, quando encerrou as atividades. Naquela ocasião a banda já havia lançado onze álbuns de estúdio e cinco ao vivo, sob os comandos do frontman Udo Dirkschneider e do guitarrista Wolf Hoffmann. Em 2005 a banda ensaiou um retorno, apesar de realizar alguns shows pelo mundo, o Accept anunciou que era hora de tirar férias dos palcos. Em 2009 e reformulado, o Accept ressurge, dessa vez com uma novidade, a chegada de um novo vocalista: Mark Tornillo. Junto com ele, a banda manteve praticamente a mesma base, com Wolf Hoffmann (guitarra solo), Herman Frank (guitarra ritimica), Peter Baltes (baixo) e Stefan Schwrzmann (bateria).

Em 2010 a banda entrou em estúdio para gravar o álbum Blood of the Nations (2010), que confirmou que dessa vez o retorno era triunfal. O vocalista Mark Tornillo surpreendeu e provou ter sido a escolha certa, seu vocal agressivo e poderoso, acabou dando um toque diferenciado ao som do Accept, isso sem falar dos demais músicos, que entraram de cabeça no novo projeto e mostraram que não estavam ali de brincadeira. Eu inclusive fui conhecer o Accept através desse álbum, e mesmo curtindo muito, acabei esquecendo de resenha-lo.

E agora, passado dois anos, o Accept volta à tona com mais um álbum bombástico e que tem tudo para estar entre os melhores lançamentos do ano: Stanlingrad (2012). Produzido por Andy Sneap, mesmo produtor do álbum anterior. Bom musicalmente a pegada é a mesma, um heavy metal vigoroso e moderno, com o vocalista Mark Tornillo confirmando a boa fase, cantando muito, o mesmo posso dizer dos guitarrista Wolf e Herman, juntos eles dão uma aula de como se faz heavy metal, com riffs e solos inspiradíssimos e consistente, em partes mesclando até mesmo elementos do hard rock. A cozinha fica por conta do baixista Peter Bates e do batera Stefan Schwarzman, que apesar de não esbanjar uma técnica refinada, não há como negar a contribuição marcante dos dois, o destaque vai para o Peter, que em meio as músicas consegue aparecer mandando bem entre uma linha ou outra de baixo. Um fato interessante e que eu não poderia deixar de falar, é sobre a temática do álbum, que como o próprio nome sugere, é praticamente todo baseado na batalha mais sangrenta da II Guerra Mundial, a batalha de Stalingrado. Enfim, é um assunto que me fascina, ainda mais quando é acompanhado pelo heavy metal.

Stanligrad (2012) traz um repertório com dez músicas, todas fodasticas. O álbum começa com “Hung Draw and Quartered”, um heavy metal visceral e na velocidade certa, com Mark mandando ver no vocal agressivo e hora com gritos rasgados, e claro a presença marcante das guitarras. Na sequencia a faixa-titulo “Stalingrad”, que foi uma das divulgadas antes do lançamento e traz a marca do Accept, guitarras com linhas melódicas e riffs precisos, backings vocals ao fundo, um refrão grudento e um detalhe para o hino russo no meio da música. “Hellfire” também merece destaque, com um ótimo trabalho dos guitarristas Wolf e Herman , a música em si tem uma pegada muito consistente. Sem dar tempo para respirar a banda manda a excepcional “Flash to Bang Time”, uma injeção de adrenalina, com riffs e solos avassaladores, o com Mark Tornillo mostrando mais uma vez que está na sua melhor forma. Uma das melhores músicas do álbum. “Shadow Soldiers” começa bem cadenciada, com uma introdução feita no violão e guitarra limpa, apesar de logo ganhar peso, sua cadência é mantida, embalada por uma pegada mais melódica, o ponto alto fica por conta dos coros. Outra música cadenciada é “Twist Of Fate”, dessa vez com destaque para o vocalista Mark Tornillo, que manda muito bem na variação dos timbres do seu vocal. Na sequencia a bombástica “The Quick And The Dead”, heavy metal com uma pegada rápida, com direito a guitarras melódicas e solos matadores, até o baixista Peter Bates arrisca um solinho. “The Galley”, encerra o álbum em grande estilo, uma música com uma pegada que nos remete ao bom e velho hardão, deixando a sensação de que o álbum acabou rápido demais e tentando o ouvindo a apertar o play novamente.

Apesar de conhecer apenas os dois trabalhos recentes do Accept, não há como negar que eles estão em uma ótima fase e mostrando que voltaram com um apetite avassalador, com uma pegada de banda iniciante e creio que isso seja um dos fatores pelo excelente trabalho dos caras. Recomendo álbum para quem curte heavy metal, independente de conhecer o Accept ou não, é um álbum que vale e muito a pena ser ouvido. Um trabalho primoroso e que certamente irá figurar entre os melhores desse ano. Fica a dica. Boa Audição.

Track List

01. Hung, Drawn And Quartered
02. Stalingrad
03. Hellfire
04. Flash To Bang Time
05. Shadow Soldiers
06. Revolution
07. Against The World
08. Twist Of Fate
09. The Quick And The Dead
10. The Galley

Accept - Stalingrad


Site Oficial: Accept

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Status Quo - Retrospective (2000)


Por Ricardo Seiti

Ótima coletânea da banda britânica Status Quo, com 20 faixas, escolhidas de seus álbuns de 1972 a 1986. Um detalhe impede a banda de ser reconhecida como uma das mais longevas da história do rock, como os Stones: também começaram em 1962, mas com o nome de The Spectres. Em 1966, mudaram para Traffic Jam, tocando um som meio psicodélico, meio confuso, até que, com pouca repercussão na mídia, caiu a ficha de Francis Rossi, seu guitarrista e fundador: sua vocação era definitivamente o rock'n'roll.

Rebatizada com o atual nome Status Quo e com a chegada de um grande amigo de Francis, Rick Parfittt, também guitarrista e vocalista, em 1967 a banda começava sua grande escalada. Com o álbum "Piledriver", em 1972, competindo com o rock progressivo, punk, heavy metal, hard rock, new wave e várias outras vertentes, o grupo apostou na simplicidade e autenticidade do rock, contando também com Alan Lancaster no contrabaixo e John Coglan na bateria.

Nas músicas, nada de longas introduções, solos entediantes, paradinhas chatas, teclados mirabolantes, experimentalismos. O que valia era a diversão. Na ativa até hoje, o Status Quo nos presenteia sempre com algum grande álbum. Com suas melodias açucaradas e enérgicas, se colocar um solo um pouco mais longo no meio da música, estraga. Sua pouca exposição na mídia com certeza se deve ao fato de não seguirem modismos e tendências, sempre correndo por fora.

Quando se apresentam lotam ginásios e arenas com seu público cativo e fiel, ávidos pelo puro e verdadeiro rock. É emocionante ver roqueiros de 15 a 50 anos cantando e vibrando com suas músicas

Em tempo: neste ano o Status Quo completa 50 anos na ativa!

Track List

01. What You're Proposin'
02. Rockin' All Over The World
03. Whatever You Want
04. Caroline
05. Break The Rules
06. The Wanderer
07. Dear John
08. Ol' Rag Blues
09. Rollin' Home
10. Red Sky
11. Dreamin'
12. Speechless
13. Too Far Gone
14. Rockers Rollin'
15. Can't Give You More
16. Down Down
17. Roll Over Lay Down
18. Rolling Home
19. Paper Plane
20. Claudie

Status Quo - Rockin' all over the world (ao vivo em 1977)


Status Quo - Whatever you want (ao vivo em Knebworth, 1986)


Status Quo - Down down (ao vivo em Glastonbury, 2009)


Site Oficial: Status Quo

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Gabriela Pepino - "Let me Do It"

Semana passada recebi por email a dica de uma jovem cantora de jazz brasileira, chamada Gabriela Pepino. Eu não conhecia o trabalho dela, mas em uma rápida busca no youtube e o site oficial da cantora, bastou para constatar que se trata de uma jovem muito talentosa. E em se tratando de Brasil, temos que valorizar esses talentos, ainda mais quando envolve jazz/blues. O release abaixo, foi escrito por Mauro Ferreira, e me enviado por email pela pessoa que deu a dica. Enfim, não tem muito o que dizer, leiam o release, assistam o video e claro, acessem o site oficial dela para conhecer um pouco mais da carreira e ouvir as outras músicas do primeiro álbum da Gabriela.

Por Mauro Ferreira

"I wanted to sing a jazzy song / But they wouldn't let me do it / Let me do it, hum, let me do it", suplica, com sua voz quente, Gabriela Pepino no refrão de Let me Do It, música de autoria da artista mineira que batiza e abre seu primeiro disco, lançado pelo selo Ultra Music. Basta ouvir a primorosa gravação desta composição para não restar dúvidas de que Gabriela Pepino pede no refrão para fazer o que sabe. Let me Do It, o álbum, apresenta uma cantora e compositora no domínio pleno e precoce de sua Arte. Uma intérprete hábil no canto de temas de jazz (já defendidos por ela em festivais dedicados ao gênero), blues, soul e pop. Ritmos que sintetizam as influências musicais desta cantora diplomada na Escola de Canto Babaya - em Belo Horizonte (MG) - e pós-graduada na Berklee College of Music, a escola de música mais conceituada dos Estados Unidos, para onde Gabriela Pepino rumou em 2004, quando ainda contabilizava 17 anos.

Impressiona em Let me Do It - disco idealizado e produzido pela própria Gabriela Pepino sob a direção musical do guitarrista Gilvan de Oliveira, autor dos arranjos - a técnica da cantora. A maestria com que suinga e atinge as notas com leveza é típica de veteranos. Contudo, a essa técnica lapidada na última década, o CD alia o requinte instrumental da gravação. Músicos como o baterista Lincoln Cheib, o baixista Adriano Campagnani e o citado Gilvan de Oliveira fazem a cama para que Gabriela Pepino deite e role no canto deste repertório soa absolutamente natural em sua voz. "Fiz neste disco o que eu sempre quis fazer. Eu me preparei muito para gravá-lo e cheguei pronta, sabendo o que queria. A influência do jazz, do blues e do soul é natural. Desde pequena, eu canto em inglês e escuto esses gêneros no meu cotidiano", frisa Gabriela Pepino.

Sim, a veia norte-americana da artista pulsa em Let me Do It de forma natural. O uso recorrente de backing-vocals - todos em fina sintonia com o canto da artista em If I Lived in France, outro tema da lavra de Gabriela Pepino, que cita na letra símbolos do país que abriga a Torre Eiffell - evoca a alma da música norteamericana de outros tempos. Com sua textura orgânica, Let me Do It tem um clima vintage, reverenciando com frescor o som de outras eras em seu repertório essencialmente autoral. My Dream Is You, uma das baladas do disco, exemplifica o apuro dos arranjos - em especial na disposição das cordas da Orquestra de Cordas Sesi-Minas - e a pegada pop de algumas faixas. "O pop também é forte em mim. Mas é pop dos anos 70. Eu deveria ter nascido em outra época", brinca Gabriela Pepino.

De outra época - e do repertório de um ícone feminino do universo pop - vem I Don't Wanna Fight, sucesso de Tina Turner. O tema de Lulu Lawrie (a cantora britânica Lulu, do hit To Sir, With Love), Billy Lawrie e Steve DuBarry foi gravado pela cantora em 1993 no álbum What's Love Got to Do with It, trilha sonora do homônimo filme. Trata-se do último grande sucesso de Tina, rebobinado com habilidade por Gabriela Pepino, sem cair na imitação do registro original da música. Ainda fora da seara autoral que domina Let me Do It, o disco fecha com Someone to Light Up my Life, versão em inglês de Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), marco inaugural que abriu em 1956 a monumental parceria de Tom com Vinicius.

A música soberana de Jobim tem seu sotaque universal realçado por Pepino num disco que dialoga com as tradições do soul e do rhythm and blues em temas cantados em inglês como Change e Headache, outras duas inéditas autorais da artista. Tradições abordadas com um feeling orgânico, sem os timbres artificiais e mecânicos das gravações atuais. Mérito potencializado pela mixagem (capitaneada por Henrique Soares Martins no Ultra Estúdio, em Belo Horizonte, onde o disco foi gravado de agosto a outubro de 2011) e pela masterização feita pelo conceituado engenheiro de som Tom Coyne no Sterling Sound, o não menos conceituado estúdio de Nova York (EUA). O apuro técnico na finalização do disco faz com que os sons e instrumentos estejam bem delineados - são perceptíveis as linhas do baixo, por exemplo - sem que a voz de Gabriela Pepino saia jamais do primeiro plano.

É espantosa a naturalidade com que a artista encara um blues como Dose of Scotch (Gabriela Pepino), como se estivesse ambientada em um cabaré dos anos 20 ou 30. O senso rítmico da intérprete também salta aos ouvidos nas interpretações de músicas como Baby (Gabriela Pepino) mais uma prova da inspiração e do talento natural da artista como compositora. A extensão da voz lapidada em aulas de canto é perceptível nas passagens mais altas da balada Unexpected (Gabriela Pepino).

Outra balada do repertório autoral, Deepest Shadow (Gabriela Pepino), chama atenção e se diferencia no disco por trazer a participação de Marina Machado, cantora cultuada no universo pop mineiro. O dueto de Marina com Gabriela resulta harmonioso e valoriza uma canção cheia de vida, pronta para ganhar as paradas.

Como a iniciação de Gabriela Pepino na música, a opção por cantar e compor em inglês acabou sendo natural. "Foi maior do que eu! Essas músicas, que já venho compondo há quatro anos, foram saindo em inglês e já chegaram praticamente com melodia e harmonia prontas", relata Gabriela Pepino.

Em tempos de músicas e cantoras estéreis, programadas para seguir o ritmo do momento, Let me Do It aplica injeção de vitalidade e honestidade no mercado viciado. Gabriela Pepino é uma cantora de verdade que faz música de verdade. Como nos velhos tempos. A História - e o sucesso da saudosa Amy Winehouse (1983 ?? 2011) corrobora a tese - tem sido favorável a quem segue essa trilha retrô com alma. Let Gabriela Pepino Do It!



Site Oficial: Gabriela Pepino