Semana passada recebi por email a dica de uma jovem cantora de jazz brasileira, chamada Gabriela Pepino. Eu não conhecia o trabalho dela, mas em uma rápida busca no youtube e o site oficial da cantora, bastou para constatar que se trata de uma jovem muito talentosa. E em se tratando de Brasil, temos que valorizar esses talentos, ainda mais quando envolve jazz/blues. O release abaixo, foi escrito por Mauro Ferreira, e me enviado por email pela pessoa que deu a dica. Enfim, não tem muito o que dizer, leiam o release, assistam o video e claro, acessem o site oficial dela para conhecer um pouco mais da carreira e ouvir as outras músicas do primeiro álbum da Gabriela.
Por Mauro Ferreira
"I wanted to sing a jazzy song / But they wouldn't let me do it / Let me do it, hum, let me do it", suplica, com sua voz quente, Gabriela Pepino no refrão de Let me Do It, música de autoria da artista mineira que batiza e abre seu primeiro disco, lançado pelo selo Ultra Music. Basta ouvir a primorosa gravação desta composição para não restar dúvidas de que Gabriela Pepino pede no refrão para fazer o que sabe. Let me Do It, o álbum, apresenta uma cantora e compositora no domínio pleno e precoce de sua Arte. Uma intérprete hábil no canto de temas de jazz (já defendidos por ela em festivais dedicados ao gênero), blues, soul e pop. Ritmos que sintetizam as influências musicais desta cantora diplomada na Escola de Canto Babaya - em Belo Horizonte (MG) - e pós-graduada na Berklee College of Music, a escola de música mais conceituada dos Estados Unidos, para onde Gabriela Pepino rumou em 2004, quando ainda contabilizava 17 anos.
Impressiona em Let me Do It - disco idealizado e produzido pela própria Gabriela Pepino sob a direção musical do guitarrista Gilvan de Oliveira, autor dos arranjos - a técnica da cantora. A maestria com que suinga e atinge as notas com leveza é típica de veteranos. Contudo, a essa técnica lapidada na última década, o CD alia o requinte instrumental da gravação. Músicos como o baterista Lincoln Cheib, o baixista Adriano Campagnani e o citado Gilvan de Oliveira fazem a cama para que Gabriela Pepino deite e role no canto deste repertório soa absolutamente natural em sua voz. "Fiz neste disco o que eu sempre quis fazer. Eu me preparei muito para gravá-lo e cheguei pronta, sabendo o que queria. A influência do jazz, do blues e do soul é natural. Desde pequena, eu canto em inglês e escuto esses gêneros no meu cotidiano", frisa Gabriela Pepino.
Sim, a veia norte-americana da artista pulsa em Let me Do It de forma natural. O uso recorrente de backing-vocals - todos em fina sintonia com o canto da artista em If I Lived in France, outro tema da lavra de Gabriela Pepino, que cita na letra símbolos do país que abriga a Torre Eiffell - evoca a alma da música norteamericana de outros tempos. Com sua textura orgânica, Let me Do It tem um clima vintage, reverenciando com frescor o som de outras eras em seu repertório essencialmente autoral. My Dream Is You, uma das baladas do disco, exemplifica o apuro dos arranjos - em especial na disposição das cordas da Orquestra de Cordas Sesi-Minas - e a pegada pop de algumas faixas. "O pop também é forte em mim. Mas é pop dos anos 70. Eu deveria ter nascido em outra época", brinca Gabriela Pepino.
De outra época - e do repertório de um ícone feminino do universo pop - vem I Don't Wanna Fight, sucesso de Tina Turner. O tema de Lulu Lawrie (a cantora britânica Lulu, do hit To Sir, With Love), Billy Lawrie e Steve DuBarry foi gravado pela cantora em 1993 no álbum What's Love Got to Do with It, trilha sonora do homônimo filme. Trata-se do último grande sucesso de Tina, rebobinado com habilidade por Gabriela Pepino, sem cair na imitação do registro original da música. Ainda fora da seara autoral que domina Let me Do It, o disco fecha com Someone to Light Up my Life, versão em inglês de Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), marco inaugural que abriu em 1956 a monumental parceria de Tom com Vinicius.
A música soberana de Jobim tem seu sotaque universal realçado por Pepino num disco que dialoga com as tradições do soul e do rhythm and blues em temas cantados em inglês como Change e Headache, outras duas inéditas autorais da artista. Tradições abordadas com um feeling orgânico, sem os timbres artificiais e mecânicos das gravações atuais. Mérito potencializado pela mixagem (capitaneada por Henrique Soares Martins no Ultra Estúdio, em Belo Horizonte, onde o disco foi gravado de agosto a outubro de 2011) e pela masterização feita pelo conceituado engenheiro de som Tom Coyne no Sterling Sound, o não menos conceituado estúdio de Nova York (EUA). O apuro técnico na finalização do disco faz com que os sons e instrumentos estejam bem delineados - são perceptíveis as linhas do baixo, por exemplo - sem que a voz de Gabriela Pepino saia jamais do primeiro plano.
É espantosa a naturalidade com que a artista encara um blues como Dose of Scotch (Gabriela Pepino), como se estivesse ambientada em um cabaré dos anos 20 ou 30. O senso rítmico da intérprete também salta aos ouvidos nas interpretações de músicas como Baby (Gabriela Pepino) mais uma prova da inspiração e do talento natural da artista como compositora. A extensão da voz lapidada em aulas de canto é perceptível nas passagens mais altas da balada Unexpected (Gabriela Pepino).
Outra balada do repertório autoral, Deepest Shadow (Gabriela Pepino), chama atenção e se diferencia no disco por trazer a participação de Marina Machado, cantora cultuada no universo pop mineiro. O dueto de Marina com Gabriela resulta harmonioso e valoriza uma canção cheia de vida, pronta para ganhar as paradas.
Como a iniciação de Gabriela Pepino na música, a opção por cantar e compor em inglês acabou sendo natural. "Foi maior do que eu! Essas músicas, que já venho compondo há quatro anos, foram saindo em inglês e já chegaram praticamente com melodia e harmonia prontas", relata Gabriela Pepino.
Em tempos de músicas e cantoras estéreis, programadas para seguir o ritmo do momento, Let me Do It aplica injeção de vitalidade e honestidade no mercado viciado. Gabriela Pepino é uma cantora de verdade que faz música de verdade. Como nos velhos tempos. A História - e o sucesso da saudosa Amy Winehouse (1983 ?? 2011) corrobora a tese - tem sido favorável a quem segue essa trilha retrô com alma. Let Gabriela Pepino Do It!
Site Oficial: Gabriela Pepino
Por Mauro Ferreira
"I wanted to sing a jazzy song / But they wouldn't let me do it / Let me do it, hum, let me do it", suplica, com sua voz quente, Gabriela Pepino no refrão de Let me Do It, música de autoria da artista mineira que batiza e abre seu primeiro disco, lançado pelo selo Ultra Music. Basta ouvir a primorosa gravação desta composição para não restar dúvidas de que Gabriela Pepino pede no refrão para fazer o que sabe. Let me Do It, o álbum, apresenta uma cantora e compositora no domínio pleno e precoce de sua Arte. Uma intérprete hábil no canto de temas de jazz (já defendidos por ela em festivais dedicados ao gênero), blues, soul e pop. Ritmos que sintetizam as influências musicais desta cantora diplomada na Escola de Canto Babaya - em Belo Horizonte (MG) - e pós-graduada na Berklee College of Music, a escola de música mais conceituada dos Estados Unidos, para onde Gabriela Pepino rumou em 2004, quando ainda contabilizava 17 anos.
Impressiona em Let me Do It - disco idealizado e produzido pela própria Gabriela Pepino sob a direção musical do guitarrista Gilvan de Oliveira, autor dos arranjos - a técnica da cantora. A maestria com que suinga e atinge as notas com leveza é típica de veteranos. Contudo, a essa técnica lapidada na última década, o CD alia o requinte instrumental da gravação. Músicos como o baterista Lincoln Cheib, o baixista Adriano Campagnani e o citado Gilvan de Oliveira fazem a cama para que Gabriela Pepino deite e role no canto deste repertório soa absolutamente natural em sua voz. "Fiz neste disco o que eu sempre quis fazer. Eu me preparei muito para gravá-lo e cheguei pronta, sabendo o que queria. A influência do jazz, do blues e do soul é natural. Desde pequena, eu canto em inglês e escuto esses gêneros no meu cotidiano", frisa Gabriela Pepino.
Sim, a veia norte-americana da artista pulsa em Let me Do It de forma natural. O uso recorrente de backing-vocals - todos em fina sintonia com o canto da artista em If I Lived in France, outro tema da lavra de Gabriela Pepino, que cita na letra símbolos do país que abriga a Torre Eiffell - evoca a alma da música norteamericana de outros tempos. Com sua textura orgânica, Let me Do It tem um clima vintage, reverenciando com frescor o som de outras eras em seu repertório essencialmente autoral. My Dream Is You, uma das baladas do disco, exemplifica o apuro dos arranjos - em especial na disposição das cordas da Orquestra de Cordas Sesi-Minas - e a pegada pop de algumas faixas. "O pop também é forte em mim. Mas é pop dos anos 70. Eu deveria ter nascido em outra época", brinca Gabriela Pepino.
De outra época - e do repertório de um ícone feminino do universo pop - vem I Don't Wanna Fight, sucesso de Tina Turner. O tema de Lulu Lawrie (a cantora britânica Lulu, do hit To Sir, With Love), Billy Lawrie e Steve DuBarry foi gravado pela cantora em 1993 no álbum What's Love Got to Do with It, trilha sonora do homônimo filme. Trata-se do último grande sucesso de Tina, rebobinado com habilidade por Gabriela Pepino, sem cair na imitação do registro original da música. Ainda fora da seara autoral que domina Let me Do It, o disco fecha com Someone to Light Up my Life, versão em inglês de Se Todos Fossem Iguais a Você (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), marco inaugural que abriu em 1956 a monumental parceria de Tom com Vinicius.
A música soberana de Jobim tem seu sotaque universal realçado por Pepino num disco que dialoga com as tradições do soul e do rhythm and blues em temas cantados em inglês como Change e Headache, outras duas inéditas autorais da artista. Tradições abordadas com um feeling orgânico, sem os timbres artificiais e mecânicos das gravações atuais. Mérito potencializado pela mixagem (capitaneada por Henrique Soares Martins no Ultra Estúdio, em Belo Horizonte, onde o disco foi gravado de agosto a outubro de 2011) e pela masterização feita pelo conceituado engenheiro de som Tom Coyne no Sterling Sound, o não menos conceituado estúdio de Nova York (EUA). O apuro técnico na finalização do disco faz com que os sons e instrumentos estejam bem delineados - são perceptíveis as linhas do baixo, por exemplo - sem que a voz de Gabriela Pepino saia jamais do primeiro plano.
É espantosa a naturalidade com que a artista encara um blues como Dose of Scotch (Gabriela Pepino), como se estivesse ambientada em um cabaré dos anos 20 ou 30. O senso rítmico da intérprete também salta aos ouvidos nas interpretações de músicas como Baby (Gabriela Pepino) mais uma prova da inspiração e do talento natural da artista como compositora. A extensão da voz lapidada em aulas de canto é perceptível nas passagens mais altas da balada Unexpected (Gabriela Pepino).
Outra balada do repertório autoral, Deepest Shadow (Gabriela Pepino), chama atenção e se diferencia no disco por trazer a participação de Marina Machado, cantora cultuada no universo pop mineiro. O dueto de Marina com Gabriela resulta harmonioso e valoriza uma canção cheia de vida, pronta para ganhar as paradas.
Como a iniciação de Gabriela Pepino na música, a opção por cantar e compor em inglês acabou sendo natural. "Foi maior do que eu! Essas músicas, que já venho compondo há quatro anos, foram saindo em inglês e já chegaram praticamente com melodia e harmonia prontas", relata Gabriela Pepino.
Em tempos de músicas e cantoras estéreis, programadas para seguir o ritmo do momento, Let me Do It aplica injeção de vitalidade e honestidade no mercado viciado. Gabriela Pepino é uma cantora de verdade que faz música de verdade. Como nos velhos tempos. A História - e o sucesso da saudosa Amy Winehouse (1983 ?? 2011) corrobora a tese - tem sido favorável a quem segue essa trilha retrô com alma. Let Gabriela Pepino Do It!
Site Oficial: Gabriela Pepino
wow having a great posts
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