2008 - Dois Mundos
Gênero: Jazz / Bossa Nova
O jazzista é sem dúvida um dos músicos mais criativos que existe, ele consegue criar coisas inovadoras e que até certo ponto soam como inimagináveis. Isso é um fato comprovado, quem é leitor assíduo do Jazz & Rock, certamente se lembra do saxofonista Rufus Harley, que criou um método para tocar jazz com a gaita de foles. Pois bem, agora apresento outro petardo do cenário jazzístico, uma dica que me foi enviada pelo leitor e músico Ésley Guima. Quem aqui já imaginou que o pandeiro, um instrumento típico brasileiro e conhecido por estar nas rodas de samba, poderia ser incluído no jazz? Parece algo impossível, mais não para o músico Scott Feiner, que pode sim, ser considero um pandeirista de jazz. Um americano que literalmente se encantou por esse instrumento brasileiro e hoje é considerado um dos embaixadores do pandeiro e viaja mundo a fora fazendo workshops e palestras, e atualmente é diretor e produtor de um documentário sobre o pandeiro.
Scott Feiner nasceu em Nova York e se formou em música e como guitarrista de jazz na Hartt School of Music de Hartford. Durante o curso estudou história do jazz com o saxofonista Jackie McLean. Ao voltar para Nova York, começou a tocar e ficou conhecido na cena jazzística por sua maneira de tocar, época em que se apresentou ao lado de outros músicos nova-iorquinos. Como guitarrista, gravou dois álbuns: Under The Influence com o organista Larry Goldings e Feiner’s Keepers. Depois de ficar afastado da cena musical por quatro anos e longe da guitarra, Scott estava prestes a passar por uma mudança radical em sua carreira. Bastou uma única visita ao Brasil, para que Scott descobrisse o pandeiro, até então um instrumento pouco conhecido entre os americanos, mais que para o musico nova-iorquino serviu como um incentivo, para a sua volta à cena musical. Com o pandeiro, Scott tocou algumas vezes em Nova York, mais por querer estar próximo da música brasileira acabou escolhendo o Rio de Janeiro para morar, isso em 2001, dois anos após a sua primeira visita ao país. Não demorou muito para Scott entrar literalmente na roda, começou a participar de encontros de músicos de samba e choro, com o tempo passou a ser até convidado para participar de alguns shows.
Em 2006, Scott vivenciou outra mudança em sua carreira, e como pandeirista de jazz gravou o seu primeiro álbum, Pandeiro Jazz, que foi gravado em Nova York em 2005 e lançado no Brasil no ano seguinte pelo selo Delira Música.
O álbum Dois Mundos é o segundo do pandeirista Scott Feiner e a continuação do seu projeto Pandeiro Jazz. Scott é sem dúvida um músico inovador e ousado, e coloca o pandeiro como um instrumento de destaque, em meio a uma formação clássica do jazz. Scott deu ao pandeiro o “papel” que antes era da bateria, assim ele dita uma condução rítmica e é acompanhado por trompetes, saxofone, piano e baixo acústico. Não é preciso dizer que o álbum tem uma sonoridade bem particular e única. Outra particularidade do álbum Dois Mundos, é que ele foi gravado ao vivo no estúdio, o que o deixa ainda mais especial e principalmente o entrosamento entre os músicos.
Em um repertório formado por nove canções, Scott apresenta uma mescla musical muito interessante e reúne standarts do jazz como as canções "Monk’s Dream” (Thelonious Monk) e “All of You” (Cole Porter), passando por clássicos da música brasileira, “Retrato em Branco e Preto” (Tom Jobim) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga) e por fim ainda mostra o seu lado compositor, com cinco composições próprias, “Conde”, “7 na Ciranda”, “Dois Mundos”, “Contraste” e “Under The Influence”.
Assim como soube escolher a dedo o repertório, Scott reuniu músicos experientes e respeitados na cena musical brasileira para a gravação do álbum, como Marcelo Martins (saxofone), David Feldman (pianista), Jessé Sadoc (trompete) e Alberto Continentino (baixo).
Dois Mundos é um álbum diferente de tudo que eu já ouvi, principalmente por se tratar de um álbum de jazz, onde um dos instrumentos é um pandeiro. Convenhamos que não é nem um pouco comum. Ao ouvir o álbum acabei me surpreendendo pela qualidade e competência do Scott Feiner, que fez um trabalho sensacional e de ótimo bom gosto. Ele soube encaixar o pandeiro de forma quase cirúrgica e conseguiu extrair ao máximo do instrumento, criando arranjos belíssimos e uma sonoridade até então única, isso sem falar da interação que Scott consegue fazer entre o pandeiro e os outros instrumentos, simplesmente genial. Boa Audição.
Track List
01. Conde
02. Dois Mundos
03. Asa Branca
04. Contraste
05. 7 Na Ciranda
06. Monk's Dream
07. Retrato em branco e preto
08. All of You
09. Under the Influence
Scott Feiner & Pandeiro Jazz "Aceents" (SESC Instrumental)
Entrevista com Scott Feiner (Globo News)
Site Oficial: Scott Feiner
Gênero: Jazz / Bossa Nova
O jazzista é sem dúvida um dos músicos mais criativos que existe, ele consegue criar coisas inovadoras e que até certo ponto soam como inimagináveis. Isso é um fato comprovado, quem é leitor assíduo do Jazz & Rock, certamente se lembra do saxofonista Rufus Harley, que criou um método para tocar jazz com a gaita de foles. Pois bem, agora apresento outro petardo do cenário jazzístico, uma dica que me foi enviada pelo leitor e músico Ésley Guima. Quem aqui já imaginou que o pandeiro, um instrumento típico brasileiro e conhecido por estar nas rodas de samba, poderia ser incluído no jazz? Parece algo impossível, mais não para o músico Scott Feiner, que pode sim, ser considero um pandeirista de jazz. Um americano que literalmente se encantou por esse instrumento brasileiro e hoje é considerado um dos embaixadores do pandeiro e viaja mundo a fora fazendo workshops e palestras, e atualmente é diretor e produtor de um documentário sobre o pandeiro.
Scott Feiner nasceu em Nova York e se formou em música e como guitarrista de jazz na Hartt School of Music de Hartford. Durante o curso estudou história do jazz com o saxofonista Jackie McLean. Ao voltar para Nova York, começou a tocar e ficou conhecido na cena jazzística por sua maneira de tocar, época em que se apresentou ao lado de outros músicos nova-iorquinos. Como guitarrista, gravou dois álbuns: Under The Influence com o organista Larry Goldings e Feiner’s Keepers. Depois de ficar afastado da cena musical por quatro anos e longe da guitarra, Scott estava prestes a passar por uma mudança radical em sua carreira. Bastou uma única visita ao Brasil, para que Scott descobrisse o pandeiro, até então um instrumento pouco conhecido entre os americanos, mais que para o musico nova-iorquino serviu como um incentivo, para a sua volta à cena musical. Com o pandeiro, Scott tocou algumas vezes em Nova York, mais por querer estar próximo da música brasileira acabou escolhendo o Rio de Janeiro para morar, isso em 2001, dois anos após a sua primeira visita ao país. Não demorou muito para Scott entrar literalmente na roda, começou a participar de encontros de músicos de samba e choro, com o tempo passou a ser até convidado para participar de alguns shows.
Em 2006, Scott vivenciou outra mudança em sua carreira, e como pandeirista de jazz gravou o seu primeiro álbum, Pandeiro Jazz, que foi gravado em Nova York em 2005 e lançado no Brasil no ano seguinte pelo selo Delira Música.
O álbum Dois Mundos é o segundo do pandeirista Scott Feiner e a continuação do seu projeto Pandeiro Jazz. Scott é sem dúvida um músico inovador e ousado, e coloca o pandeiro como um instrumento de destaque, em meio a uma formação clássica do jazz. Scott deu ao pandeiro o “papel” que antes era da bateria, assim ele dita uma condução rítmica e é acompanhado por trompetes, saxofone, piano e baixo acústico. Não é preciso dizer que o álbum tem uma sonoridade bem particular e única. Outra particularidade do álbum Dois Mundos, é que ele foi gravado ao vivo no estúdio, o que o deixa ainda mais especial e principalmente o entrosamento entre os músicos.
Em um repertório formado por nove canções, Scott apresenta uma mescla musical muito interessante e reúne standarts do jazz como as canções "Monk’s Dream” (Thelonious Monk) e “All of You” (Cole Porter), passando por clássicos da música brasileira, “Retrato em Branco e Preto” (Tom Jobim) e “Asa Branca” (Luiz Gonzaga) e por fim ainda mostra o seu lado compositor, com cinco composições próprias, “Conde”, “7 na Ciranda”, “Dois Mundos”, “Contraste” e “Under The Influence”.
Assim como soube escolher a dedo o repertório, Scott reuniu músicos experientes e respeitados na cena musical brasileira para a gravação do álbum, como Marcelo Martins (saxofone), David Feldman (pianista), Jessé Sadoc (trompete) e Alberto Continentino (baixo).
Dois Mundos é um álbum diferente de tudo que eu já ouvi, principalmente por se tratar de um álbum de jazz, onde um dos instrumentos é um pandeiro. Convenhamos que não é nem um pouco comum. Ao ouvir o álbum acabei me surpreendendo pela qualidade e competência do Scott Feiner, que fez um trabalho sensacional e de ótimo bom gosto. Ele soube encaixar o pandeiro de forma quase cirúrgica e conseguiu extrair ao máximo do instrumento, criando arranjos belíssimos e uma sonoridade até então única, isso sem falar da interação que Scott consegue fazer entre o pandeiro e os outros instrumentos, simplesmente genial. Boa Audição.
Track List
01. Conde
02. Dois Mundos
03. Asa Branca
04. Contraste
05. 7 Na Ciranda
06. Monk's Dream
07. Retrato em branco e preto
08. All of You
09. Under the Influence
Scott Feiner & Pandeiro Jazz "Aceents" (SESC Instrumental)
Entrevista com Scott Feiner (Globo News)
Site Oficial: Scott Feiner
Muito legal, não conhecia. valeu!
ResponderExcluirMuito bom o texto Daniel!
ResponderExcluirCara você arrancou em pouquíssimo tempo algumas coisas que eu não sabia sobre o cara.
Parabéns!! Um abraço.
Guima, eu é que agradeço a sua dica. Muito obrigado.
ResponderExcluirAbraço
Daniel
Excelente! Não conhecia o trabalho. Fantástico e com uma sonoridade única.
ResponderExcluirAbraço.
baixei o disco no escuro, sem ler o texto e sem assistir ao vídeo... só o nome e a capa me convenceram a experimentar. resultado? disco apaixonante!
ResponderExcluirjamais imaginava ouvir jazz no pandeiro.
obrigado pela dica!!
Putz... nunca tinha pensado nessa mistura, e depois de ouvir me apaixonei pelo som, sempre essas misturas de jazz com instrumentos que são parcialmente ou completamente ao universo tradicional do jazz trazem boas surpresas
ResponderExcluirParabéns pelo Post Daniel!
Confesso que ao saber que nosso protagonista largou a guitarra de jazz para tocar pandeiro, eu ri. Mas tive que calar a boca depois de ouvir o álbum. Além da inovação com o instrumento, as releituras foram muito bem trabalhadas.
ResponderExcluirMuito bom o post. E mais uma vez obrigado.
Que bom que o pessoal gostou.
ResponderExcluirE Tarcísio, isso é normal, eu também achei estranho o cara ser formado em jazz, até ter gravado dois álbuns como guitarrista e abandonar por causa de um pandeiro..rs. Mais depois que eu ouvi o álbum, nem tive o que questionar, simplesmente perfeito.
O Scott tem outro álbum, que em breve vou postar aqui.
Abraço
Daniel
lindo
ResponderExcluirCara, muito bom disco! Baixei tb o Escalandrum e tb estou curtindo muito. Obrigado pelos posts!
ResponderExcluirParabéns pelo site.
Zezo Maltez