Christoph Victor Kaiser (Baixo), Thomas Lui Ludwig (Bateria) e Stefan Ivan Schäfer (Guitarra)
Conheci o Jazz Pistols aqui no blog mesmo, na época o JazzMan postou o álbum “Three on The Moon”. Ouvi e curti demais. Por muito tempo ouvi apenas este álbum, mas meses atrás encontrei mais três álbuns do trio. E aproveitei para reeditar a postagem e trazer o Jazz Pistols de novo ao blog. Segue abaixo o texto escrito pelo JazzMan.
Durante as minhas buscas por novidades musicais, acabo me deparando com muita coisa interessante e inusitada. Uma das últimas descobertas é o Jazz Pistols, grupo alemão de Jazz-Fusion, formado por Christoph Victor Kaiser (baixo), Stefan Ivan Schäfer (guitarra) e Thomas Lui Ludwig (bateria). Em seu site oficial, o trio define o seu estilo como "Energy Jazz", com melodias complexas e arranjos progressivos. Mesmo com uma formação clássica, o trio demonstra versatilidade e ricas texturas, numa constante busca por diversas vertentes, abrindo espaço para o rock, soul, funk e tudo que tiver direito. A expressividade do trio é confirmada nos solos dos músicos, com performances de muita energia e pegada. No repertório, a marca produtiva do grupo é apresentada em novas versões para os clássicos Spain (Chick Corea) e Birdland (Josef Zawinul), grande sucesso do Weather Report. Venha conhecer o Jazz Pistols e surpreenda-se. Boa Audição.
1997 - Three On The Floor Gênero: Jazz Fusion
Track List
01. Three on the Floor 02. Yellow Fellow 03. Tough Stuff 04. Seven Up 05. Second Feeling 06. Picard 07. Take the Brake 08. Boodubudubop 09. Relax Max 10. Bad 15 11. Teen Tow
1999 - 3 On The Moon Gênero: Jazz Fusion
Track List
01.Moby Dick 02.Blues For Gordon 03.Mystic Train 04.Spain 05.Man in the Woods 06.Beast 07.Happy Hour 08.Second Feeling (feat. Rosevelt) 09.Birdland
2001 - Special Treatment Gênero: Jazz Fusion
Track List
01. Special Treatment 02. Odd Blues 03. Bugs 04. Dirty Sanchez 05. Vix 9 06. Mr. Smithers 07. Borderline 08. Angry Dragon 09. Palladium
2006 - Live Gênero: Jazz Fusion
Track List
01. Welcome 02. Yellow Fellow 03. Three on the Floor 04. Moby Dick 05. Special Treatment 06. Palladium 07. Mystic Train 08. Bugs 09. Birdland 10. Take the Brake 11. Teen Town
Uma das coisas que mais me fascina no jazz, é o poder que ele tem em surpreender. As novidades estão por toda a parte, não importa sua ligação com esse universo jazzístico, se você está começando a ouvir ou já se sente um profundo conhecedor, o jazz sempre encontra um jeito de te surpreender e isso é genial. Em quatro anos conheci muita novidade, entre músicos excelentes, encontrei também o jazz tocado de diversas maneiras e nos mais variados instrumentos, alguns bem inusitados.
Quem aqui já parou para pensar que a gaita de foles poderia ser usada como um instrumento de jazz ?. Em uma primeira impressão e audição, parece um absurdo, mais não para o saxofonista Rufus Harley.
Enigmático, inusitado e surpreendente. Palavras que melhor descreve o som do Rufus Harley. Nascido em 1936, em Raleigh, Rufus é saxofonista, flautista e oboísta. Começou a tocar saxofone com 12 anos, em seguida aprendeu trompete. Aos 22 anos, estudou a fundo o saxofone, flauta, oboé e clarinete com o músico Dennis Sandole, um guitarrista de jazz que ensinou vários músicos de jazz da Filadélfia. O primeiro contato de Rufus com a gaita de foles foi através da televisão, na época Rufus assistia o cortejo fúnebre do presidente John Kennedy e viu o The Black Watch (3º Batalhão de Regimento Real da Escócia) tocando o instrumento durante a cerimônia. Após tentar reproduzir – sem sucesso - o som da gaita em seu saxofone, Rufus decidiu procurar o instrumento em sua cidade. Como não encontrou, viajou até Nova York e comprou a gaita por $ 120 dólares. Uma situação engraçada, que encontrei em sua biografia, é sobre os problemas que a tal gaita causou. Rufus ensaiava dentro do apartamento e não demorou muito para incomodar os vizinhos, que logo chamaram a policia. No entanto, Rufus era muito esperto, pois assim que chegava a policia, tratava de fingir que não sabia de nada e ainda questionava os policias dizendo: “Por acaso pareço escocês?”. Um detalhe curioso era que em suas apresentações, Rufus fazia questão de usar o traje escocês.
Por ser o primeiro jazzista a tocar gaita de fole, creio que uma das maiores dificuldades enfrentadas por Rufus, era adaptar a gaita de foles a linguagem do jazz, feito que ele alcançou com muito trabalho. Em minhas pesquisas, encontrei algo relacionado ao saxofonista John Coltrane, segundo os textos, Rufus usou os métodos de Coltrane para se aperfeiçoar, há quem diga que ele trouxe as influências de Coltrane para a sua música. Não é algo que posso afirmar com toda a certeza, inclusive se alguém souber disso, por favor, me corrija.
Depois de comprar sua gaita de fole, Rufus assinou um contrato com a Atlantic Records e foram lançados quatro álbuns, o primeiro “Bagpipe Blues” (1964). Rufus tocou com músicos renomados, o flautista Herbie Mann e os saxofonistas Sonny Rollins e Sonny Stitt. Em sua discografia (não muito extensa), consta alguns álbuns interessantes, como “Scotch And Soul” (1967) , “Re-Creation of the Gods”(1972) e “The Cutting Edge”, gravado ao vivo no Festival de Jazz de Montreaux (1974), onde Rufus se apresentou ao lado de Sonny Rollins.
O álbum “The Pied Piper of Jazz” é uma compilação do trabalho de Rufus Harley gravado durante os anos de 1966 e 1970, enquanto ele estava na Atlantic Records. Descobri este álbum por acaso e ao ouvir me surpreendi, não imaginava que o jazz poderia ser tocado em uma gaita de fole. O jazz em questão é o hard bop, mas Rufus vai além, com sua gaita ele explora caminhos até então desconhecidos, sua música é uma teia de influências e sons, é simplesmente genial. As músicas “Bagpipe Blues” e "Sufur" são um exemplo disso, em ambas a introdução começa com aquele toque característico da gaita de fole (é difícil explicar em palavras, só ouvindo mesmo), na primeira a intro é seguida pelo toque inconfundível do jazz tradicional, já na outra a gaita ganha o acompanhamento da percusão, um som envolvente e hipnótico. Uma obra prima. Espero que apreciem essa dica. Boa Audição.
Track List
01. Feeling Good 02. Kerry Dancers 03. Scotch and Soul 04. Pipin' the Blues 05. Bagpipe Blues 06. More Newell 07. Sufur 08. Taurus the 20th 09. Flute Bag [Live]
Rufus Harley: Gaita de fole, Flauta, Sax (Soprano), Sax (Tenor) Billy Abner: Bateria Roy Ayers: Vibrafone Oliver Collins: Piano James Glenn: Baixo Bob Gossett: Conga Billy James: Bateria Herbie Mann: Flauta Don Patterson: Orgão Sonny Stitt Sax (Alto)
Escritor: Júlio Ribeiro Gênero: Literatura Brasileira / Romance / Naturalismo Edição: 1999 Páginas: 94 Acabamento: Versão eletrônica Editora: Martin Claret
Helena, ou Lenita como era mais conhecida, perdeu a mãe durante seu parto. Filha única, inteligentíssima, teve a sorte de ter um pai amoroso que se preocupou em proporcionar-lhe a melhor educação. Aos 18 anos, perde Lenita também seu pai. Herdou um belo dinheiro, pretendendes não lhe faltavam, mas nunca se interessou por nenhum deles. Decidiu mudar-se para o interior e morar na fazenda de um velho amigo de seu pai, o coronel Barbosa, que vivia com a esposa muito doente e mal saia do quarto.
Lenita, só, sonhava:
Sonhou ou antes viu que o gladiador avolumava-se na sua peanha, tomava estatura de homem, abaixava os braços, endireitava-se, descia, caminhava para o seu leito, parava à beira, contemplando-a detidamente, amorosamente.
E Lenita rolava com delícias no eflúvio magnético do seu olhar, como na água deliciosa de um banho tépido.
Tremores súbitos percorriam os membros da moça; seus pêlos todos hispidavam-se em uma irritação mordente e lasciva, dolorosa e cheia de gozo.
O gladiador estendeu o braço esquerdo, apoiou-se na cama, sentou-se a meio, ergueu as cobertas, e sempre a fitá-la, risonho, fascinador, foi-se recostando suave até que se deitou de todo, tocando-lhe o corpo com a nudez provocadora de suas formas viris.
O contato não era o contato frio e duro de uma estátua de bronze; era o contato quente e macio de um homem vivo.
E a esse contato apoderou-se de Lenita um sentimento indefinível; era receio e desejo, temor e volúpia a um tempo. Queria, mas tinha medo.
Colaram-se-lhe nos lábios os lábios do gladiador, seus braços fortes enlaçaram-na, seu amplo peito cobriu-lhe o seio delicado.
Lenita ofegava em estremeções de prazer, mas de prazer incompleto, falho, torturante. Abraçando o fantasma de sua alucinação, ela revolvia-se como uma besta-fera no ardor do cio. A tonicidade nervosa o erotismo, o orgasmo, manifestava-se em tudo, no palpitar dos lábios túmidos, nos bicos dos seios cupidamente retesados. Em uma convulsão desmaiou.
Alguns meses depois, chegou à fazenda o filho do coronel, Manduca, 40 anos, separado da esposa francesa a quem deixou na Europa. Muito inteligente também, interessado em ciências como Lenita, depois de muitas idas e vindas, o inevitável romance se concretizou.
E um beijo vitorioso recalcou para a garganta o grito dorido da virgem que deixara de o ser...
Depois foi um tempestuar infrene, temulento, de carícias ferozes, em que os corpos se conchegavam, se fundiam, se unificavam; em que a carne entrava pela carne; em que frêmito respondia a frêmito, beijo a beijo, dentada a dentada.
Desse marulhar orgânico escapavam-se pequenos gritos sufocados, ganidos de gozo, por entre os estos curtos das respirações cansadas, ofegantes. Depois um longo suspiro seguido de um longo silêncio.
Depois a renovação, a recrudescência da luta, ardente, fogosa, bestial, insaciável.
Pela frincha da janela esboçou-se um rastilho de luz tênue.
Era o dia que vinha chegando.
Continuaram se encontrando furtivamente, ora no quarto de um ora no do outro. Um dia ele viaja a negócios e fica várias semanas fora. Na volta, sem querer, ela descobre uma traição por parte dele. Abandona-o e volta para a capital. Descobre-se grávida. Graças à fortuna que herdara, não lhe é difícil arranjar rapidamente um casamento e um pai para seu filho. O verdadeiro pai, informado por carta, se mata com uma dose de veneno, após tentar sem sucesso o consolo na morfina. Fim.
Acredite se quiser, o livro cujos trechos foram reproduzidos acima, foi escrito por Júlio Ribeiro, em 1888. A Carne é uma das obras mais importantes do naturalismo brasileiro.
A descoberta da sexualidade. O gozo. Sexo. Divórcio. Drogas.
Em 1888, repito e ressalto.
Fosse o gramático abolicionista e anticlerical Júlio Ribeiro inglês ou francês e a obra O Amante de Lady Chatterley, escrito por D. H. Lawrence em 1926, provavelmente nem seria muito conhecida hoje. Talvez ele nem mesmo a houvesse escrito. Afinal, seria só mais um orgasmo feminino.
P.S. Esse livro pode ser baixado de graça no site Domínio Público, basta clicar aqui.
Ao contrário dos anos anteriores, este ano achei que não ia conseguir postar nenhum álbum com músicas de natal, afinal de todos que eu ouvi – e não foram poucos - nenhum me agradou. E hoje para minha surpresa encontrei o novo álbum do Brian Setzer Orchestra, gravado durante a turnê em Knoxille, Tennesse.
Brian Setzer tem como marca registrada gravar álbuns com temas natalinos. “Christmas Comes Alive!” apresenta 15 canções que vão embalar a sua noite de natal. No repertório canções clássicas como“Jingle Bells”, “Jingle Bells Rock”, as tradicionais “Santa Claus is Black in Town”, “Angels We Have Heard On High”, as excelentes e divertidas “Dig That Crazy Santa Claus”, “(Everybody's Waitin' For) The Man With The Bag”, a canção de Chuck Berry “Run Rudolph Run”, “Blue Christmas” do Elvis Presley, "'Zat You Santa Claus?" de Louis Armstrong e por fim as músicas “You’re A Mean One” e “Mr.Grinch” que tocadas com a formação do Stray Cats.
Se você estava indeciso sobre a trilha sonora do seu natal, eis a resposta certa: “Christmas Comes Alive!”. Sem dúvida o melhor álbum de natal do ano. Aproveite para conhecer os outros álbuns de natal do Brian. Boa Audição.
Aproveito para desejar a todos vocês um FELIZ NATAL !!
Track List
01. Dig That Crazy Santa Claus 02. Sleigh Ride 03. Boogie Woogie Santa Claus 04. Winter Wonderland 05. Santa Claus Is Back In Town 06. (Everybody’s Waiting For) The Man With The Bag 07. Stray Cat Strut with You’re A Mean One Mr. Grinch 08. ‘Zat You Santa Claus? 09. Angels We Have Heard On High 10. Run Rudolph Run 11. Jingle Bell Rock 12. Blue Christmas 13. Fishnet Stockings 14. The Nutcracker Suite 15. Jingle Bells
The Brian Setzer Orchestra - "Jingle Bell Rock"
The Brian Setzer Orchestra - "Dig That Crazy Santa Claus"
Depois de postar o som das bandas The Answer e Airbourne, agora apresento a vocês a banda australiana Wolfmother. Formada em 2000, em Sydney, a banda está entre as grandes novidades dos últimos anos no cenário do rock. Um dos grandes trunfos do Wolfmother está na sua sonoridade, conseguem fazer um som diferenciado e sem cair na mesmice e no modismo.
Wolfmother tem como base o hard rock clássico, aliado com elementos de rock psicodélico e um toque de folk. A fonte de inspiração é o som da década de 70, mais precisamente das bandas Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath. O detalhe é que não consiste em cópia, os caras do Wolfmother usam essas influências para tornar o som da banda diferenciado. Com três álbuns no currículo, lançou o primeiro EP em 2004 e de lá pra cá vem conquistando cada vez mais a crítica especializada e o público. Um dos feitos mais extraordinários da banda foi à conquista do Grammy em 2007 com a canção “Woman”, na categoria de Melhor Desempenho de Hard Rock.
“Wolfmother” (2006) é o primeiro álbum da banda australiana. A sensação ao ouvir esse álbum é que você voltou no tempo e está em 1970. O vocalista e guitarrista Andrew Stockdale - comparado muitas vezes com o Ozzy Osbourne - manda muito bem, lembrando e muito os vocalistas antigos, principalmente pelo timbre mais agudo. Chris Ross traz de volta o baixista-tecladista, que ficou tão marcado nos anos 60 com John Paul Jones (Led Zeppelin) e o baterista Myles Heskett, que apesar de não fazer coisas mirabolantes, merece destaque por sua técnica, pegada e condução.
Em relação às músicas, não tem como se decepcionar com o Wolfmother, a banda usa e abusa dos riffs, mescla muito bem o peso do hard rock, com uma sonoridade mais melódica e toques psicódelicos. “Woman” é uma das músicas mais conhecidas da banda, inclusive foi tema de vários games. É uma música pesada, hard rock setentista, riffs e solos estonteantes. “White Unicorn” apesar de ter uma pegada, soa melancólica, uma excelente composição da banda. “Pyramid” tem uma intro genial, destaque para as guitarras distorcidas e vocais rasgados. “Mind´s Eyes” é linda e sentimental, com um som bem leve, pode ser considerada a balada do álbum. “Joker & The Thief” é paulera do inicio ao fim, riffs hipnóticos, vocal agudo e rasgado, uma das melhores músicas do álbum. “Colossal” tem como referência o som do Black Sabbath, a música é marcada pela base pesada e cadenciada, incrível. “Dimension” merece destaque também, outra música que lembra o som do Black Sabbath, além dos riffs, o vocal, acho interessante o som da bateria, aquele som digamos “abafado” e que faz lembrar as gravações dos anos 60 e 70.
Sobre o álbum “Wolfmother”, uma curiosidade em relação à capa. A arte foi tirada do quadro de Frank Frazetta “The Sea Witch” (A Bruxa do Oceâno).
Impossível ouvir e não curtir o som do Wolfmother. Uma das melhores bandas de hard rock dos últimos 10 anos e que faz um trabalho digno de aplauso. Wolfmother é uma prova que para fazer rock de verdade é necessário ir contra o modismo. Apesar das comparações, não há como negar a originalidade dos caras. E para aqueles que estão em duvida em relação ao presente de natal, Wolfmother é uma opção. Boa Audição !!
Track List
01. Colossal 02. Woman 03. White Unicorn 04. Pyramid 05. Mind's Eye 06. Joker And The Thief 07. Dimension 08. Where Eagles Have Been 09. Apple Tree 10. Tales From The Forest Of Gnomes 11. Witchcraft 12. Vagabond
1997 – The Oscar Peterson Big 6 at Montreux Gênero: Jazz
O Festival de Jazz de Montreux é realizado desde 1967. Anualmente, a simpática cidadezinha suíça de Montreux recebe por duas semanas as maiores feras do jazz mundial que atraem um público de 200.000 pessoas. Desde a década de 70, passou a apresentar outros estilos também. Por ali já passaram, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Bill Evans, Miles Davis, Elis Regina, Milton Nascimento, Hermeto Pascoal e muito outros.
16 de julho de 1975 tinha tudo para ser mais uma grande noite e entrar para a história do festival. Quem subiu ao palco foi o grupo Oscar Peterson Big 6, composto por Milt Jackson (vibrafone), Joe Pass (guitarra), Toots Thielmans (harmônica), Niels-Henning Orsted Pedersen (baixo), Louis Bellson (bateria) e, claro, Oscar Peterson (piano). Definitivamente, não foi uma noite qualquer, nem mesmo para os padrões de Montreux.
A primeira música do programa foi Au Privave, de Charlie Parker. O blues foi tocado em ritmo rápido, mas não muito, só para aquecimento. Os solos vão se alternando e aos poucos os músicos vão se soltando. Terminado o aquecimento, eles atacaram de Here’s That Rainy Day, de Burke e Van Heusen. Maravilha o solo de Jackson. Segue-se Poor Buttelfly, uma música mais lenta, quase meditativa, terminando a noite com a agitadíssima Reunion Blues, de Milt Jackson, com um solo espetacular de Bellson no final – gosto especialmente de como ele termina seu solo e chama o grupo de volta ao tema.
Track List
01. Au Privave 02. Here's that rainy day 03. Poor butterfly 04. Reunion blues
Quando tive a ideia de dedicar um espaço no Blog Jazz e Rock para passar algumas dicas de filmes, e o primeiro que citei foi “Um Sinal de Esperança”. Assisti a este filme primeira vez no Corujão, foi surpreendente, motivo que me levou a coloca-lo entre os meus filmes favoritos. Na época que postei, infelizmente não consegui disponibiliza-lo para download. Agora, passado vários meses, achei o DVD aqui em casa e decidi que era o momento de posta-lo outra vez. No começo me empolguei, por que acho que todo mundo deveria assistir esse filme, mas por pouco não desisti, por que deu um trabalho gigantesco, mas creio que valeu a pena.
A história se passa na época em que a Polônia era ocupada pelos nazistas, durante a II Guerra Mundial. Jakob Heym(Robin Williams) é um comerciante empobrecido e morador de um gueto judeu. Em uma noite, enquanto tentava voltar para a casa – antes que tocasse a sirene que indicava o toque de recolher - Jakob é surpreendido pelo exercito nazista e obrigado a se apresentar ao oficial de plantão. Enquanto esperava na sala a chegada do oficial, ouve no rádio um boletim de noticias que comunicava o avanço das tropas militares Soviéticas contra as forças Alemãs. Após ser liberado pelo oficial, Jakob tem apenas dez minutos para voltar o gueto, mas eis que no meio do caminho encontra a garotinha Lina Kronstein (Hannah Taylor-Gordon),que foi deixada pelos pais entre os vagões de trem. Sem alternativa, Jakob decide leva-la para a casa. O gueto vivia sobre uma pressão esmagadora dos nazistas, o filme deixa muito claro isso, e para trazer de volta a esperança aos moradores, Jakob que havia escutado apenas uma noticia – e praticamente pela metade – passa a inventar notícias fictícias sobre a guerra. Os homens se enchem de esperança e otimismo, e passam a perguntar diariamente as novidades para Jakob. A notícia do suposto rádio de Jakob chega ao exercito alemão, que imediatamente parte em busca do suposto e resistente herói que insiste em informar o gueto sobre os assuntos da guerra.
Uma curiosidade é que o filme “Um Sinal de Esperança” (Jakob The Liar), é uma refilmagem de “Jakob, De Lüngner”, um filme alemão de 1974, dirigido por Frank Beyer.
Eu já perdi as contas de quantas vezes assisti esse filme. Robin Williams foi o ator certo para interpretar o personagem Jakob, que mesmo passando por situações humilhantes, encontra em uma simples notícia o motivo para passar a mensagem que existe uma esperança, mesmo que ela seja de mentira. O filme retrata o drama e a realidade vivida pelos judeus e em meio às cenas fortes e emocionantes, Jakob consegue arrancar risadas do telespectador ao passar por algumas situações engraçadas. Agora é estourar a pipoca, pegar uma Coca-Cola e assistir o filme. Não se esqueça de deixar um comentário falando sobre o que acharam do filme.
Ficha Técnica:
Título Original: Jakob The Liar Gênero: Drama Tempo de Duração: 120 minutos Ano de Lançamento (EUA): 1999 Direção: Peter Kassovitz Roteiro: Peter Kassovitz e Didier Decoin, baseado em livro de Jurek Becker Música: Ed Shearmour Edição: Claire Simpson Efeitos Especiais: Sony Pictures Imageworks
Elenco:
Robin Williams (Jakob Heym) Hannah Taylor-Gordon (Lina Kronstein) Éva Igó (Mãe de Lina) István Bálint (Pai de Lina) Justus von Dohnanyi (Preuss) Bob Balaban (Kowalsky) Alan Arkin (Max Frankfurter) Michael Jeter (Avron) Mark Margolis (Fajngold) János Gosztonyi (Samuel) Liev Schreiber (Mischa) Armin Mueller-Stahl (Krischbaum) Mathieu Kassovitz
Trailer: Jakob the liar (Um Sinal de Esperança) 1999
Se no Brasil a bossa nova muitas vezes parece esquecida, no exterior o cenário muda completamente, e as músicas que ficaram conhecidas nas vozes de João Gilberto, Tom Jobim e Vinicius de Moraes, continuam encantando várias gerações. Não posso falar por todos os estilos, mais vários músicos de jazz se renderam a bossa nova e isso vem de longa data e continua até os dias atuais.
Charlie Byrd não inventou a bossa nova, mais dedicou mais de 30 anos de sua carreira a ela. Byrd nasceu em Chuckatuck, Virginia, no dia 16 de Setembro de 1925. Byrd nasceu em meio à música, seu pai tocava bandolim e violão e ensinou os primeiros acordes a Byrd quando ele tinha 10 anos. Mais tarde tocou na orquestra da escola, depois serviu o exército durante a II Guerra Mundial e tocou na banda do exército. Durante a guerra, em Paris, teve a oportunidade de tocar ao lado do seu ídolo, Django Reinhardt. Já no pós-guerra Byrd deixou o jazz temporariamente de lado, para estudar guitarra clássica com Sopchocles Papas em 1950 e Andrés Segovia em 1954. No final dos anos 50, vai para região de Washington, onde tocou em alguns grupos que mesclavam o jazz com clássico. Em 1961, em viagem à América do Sul, sob os cuidados do Departamento de Estado americano, chegou ao conhecimento de Byrd o movimento da bossa nova. Quando voltou a Washington, o guitarrista mostrou algumas gravações para Stan Getz, que logo convenceu o diretor Creed Taylor a gravar um álbum de música brasileira com ele e Byrd. O álbum “Jazz Samba” (1962) se tornou um sucesso entre os americanos.
O álbum “Byrd Plays Jobim”(2002) é prova da admiração de Charlie Byrd pela bossa nova, um álbum que reúne grandes clássicos, entre eles, “Desafinado”, “The Girl From Ipanema”, “Só Danço Samba”, “Água de Beber”, “How Insensitive”, “Corcovado”, entre outras. A importância e a contribuição do guitarrista para a bossa nova é incalculável, foi através dele que a música brasileira chegou até o público americano, isso começou lá na década de 60 e continuou pelo resto da sua vida. Boa Audição.
Track List
01. Favela 02. Corcovado 03. Desafinado 04. How Insensitive 05. Agua De Beber 06. If You Never Come To Me 07. The Girl From Ipanema 08. Once I Love 09. So Danco Samba 10. Zingaro 11. Someone To Light Up My Life 12. Meditation
1999 - Conversations in Swing Guitar Gênero: Jazz Swing / Blues
Um encontro memorável entre duas lendas da música: O guitarrista de blues Duke Robillard e o lendário guitarrista de jazz Herb Ellis. Conversations In Swing Guitar é um álbum excelente, com uma sonoridade incrível e com um repertório formado basicamente por canções de jazz swing e blues. Este álbum serve para mostrar que a guitarra no jazz é algo fora do comum, ainda mais quando é tocada por duas feras, o entrosamento entre Herb e Duke impressiona, a música flui com naturalidade, a sensação é que os dois estão em um processo de composição naquele exato momento. A grande atração são os solos, todos executados com uma precisão que só os grandes mestres conseguem atingir. Os dois guitarristas estão acompanhados pelos músicos Terry Holmes (violão/guitarra), Marty Ballou (baixo) e Marty Richards (bateria).
Em um álbum tão perfeito é obvio que o destaque vai para todas as músicas, para quem gosta de jazz swingado e com muitos solos de guitarra vai se amarrar no repertório. O interessante é que apesar do Duke ser guitarrista de blues e o Herb ser de jazz, os dois se entendem perfeitamente, é por incrível que pareça o Duke consegue dar aquele toque sutil do blues mesmo em uma música swingada. Este álbum deve ser apreciado com todo cuidado, é uma obra prima. Boa Audição.
Track List
01. Flying Home 02. Easin' In 03. Jivin' In Rhythm 04. Just Squeeze Me 05. Avalon 06. Blue Brew 07. Stuffy
1991 - Louis Prima Collectors Series Gênero: Jazz - Swing
Louis Leo Prima nasceu em 7 de dezembro de 1910, na Rua St. Peter, no famoso bairro de Storyville, New Orleans, berço do jazz. Descendentes de uma segunda geração de imigrantes sicilianos, Louis e seu irmão desde cedo foram incentivados pelos pais a se dedicarem à música. Após tentativas com o piano e violino, Louis finalmente se decidiu pelo trompete, fã que era de Joe “King” Oliver e Louis Armstrong. Figura histriônica, destacou-se em apresentações em clubes de jazz, teatros e cinemas, sempre acompanhado por sua banda. Faleceu em 1978. Fica a dica.
Track List
01. Just a Gigolo – I ain't got nobody 02. Oh Marie 03. Buona sera 04. Jump, jive, an’ wail 05. Basin Street blues – When it’s sleepy time down south 06. The Lip 07. Whistle stop 08. 5 months, 2 weeks, 2 days 09. Banana split for my baby 10. There'll be no next time 11. When you’re smiling – The sheik of Araby 12. Baby won’t you please come home 13. I’ve got the world on a string 14. Pennies from Heaven 15. Angelina - Zooma Zooma 16. Beep! Beep! 17. Embraceable you – I got it bad and it ain’t good 18. Sing, sing, sing 19. That old black magic 20. The music goes 'round and around 21. Hey, boy! Hey, girl! 22. Lazy River 23. I’ve got you under my skin 24. You’re just in love 25. Twinst all night 26. St. Louis Blues
Louis Prima é autor de um dos maiores clássicos da Era do Swing, Sing, Sing, Sing, consagrado por Benny Goodman, que podemos ouvir no vídeo abaixo interpretado pelo autor.
Prima tinha um jeito peculiar de cantar. Ouça sua interpretação de Just a Gigolo - I ain't got nobody. Sim, você já ouviu em algum lugar.
Em tempo, meu nome é Edison, ou Junior, ou Edison Junior, como queiram. Conheci o Daniel acompanhando este blog. Conversa vai, conversa vem, ele me convenceu a colaborar no Musicólatras e agora, para minha alegria, também no Jazz & Rock. Apesar de curtir o rock, minha contribuição será mais na área do jazz. Como diz no campo "Conduta do Blog" lá em cima , o objetivo não é espalhar música de graça por aí, mas divulgar os álbuns que gostamos e compartilhá-los com os amigos, ainda que virtuais. Baixou. Ouviu. Gostou? Compre o CD! É o mínimo de consideração que se pode esperar para com o artista que você curte. Espero que gostem. Se mais posso esperar, espero também que deixem comentários, pois é a única forma de saber se estamos no caminho certo.
“Live At The Apollo” (1991) é um dos melhores álbuns ao vivo do B.B. King que já ouvi. A performance do bluseiro no palco é contagiante, B.B.King como sempre está muito bem acompanhado por sua guitarra “Lucille” e também pelo pianista Gene Harris e The Philip Morris Super Band. Segundo li na revista Guitar Player, dos anos 90 pra cá, o rei do blues não focou seu trabalho para lançar álbuns com músicas inéditas, porém o seu principal foco foram às turnês e os shows.
Gravado no Apollo Theater no Harlem em Nova York, no dia 16 de Novembro de 1990, muitos consideram este show como antológico. Afinal não tem como discordar, BB King sobe ao palco para uma das suas melhores apresentações ao vivo, no repertório dez músicas escolhidas a dedo e que vão do blues moderno ao clássico. O rei canta e toca com muita energia, seus solos soam com a mesma magia de sempre e a cada música a plateia entra em êxtase. Destaque para o pianista Gene Harris e a The Philip Morris Super Band, que completa o show com maestria ao lado do rei. O show começa com “When Love Comes to Town”, música que a banda U2 gravou junto com BB King. Uma música para levantar o público, o vocal do rei impressiona, seus solos –apesar de breves – dão um toque especial e os metais da super band completam o espetáculo, o show no Apollo havia começado pra valer. Na sequencia “Sweet Sixteen”, um blues ao melhor estilo BB King. A clássica “Thrill is Gone” surge em seguida para levar a plateia ao êxtase outra vez. O blues “Ain't Nobody's Business” também merece destaque, principalmente pelo solo maravilhoso e envolvente. O blues contagiante da música “Paying the Cost to Be the Boss”. Em “All Over Again” o rei arranca aplausos da plateia, com um solo primoroso na introdução e assim o blues lento e suave ganha forma na sua voz, o acompanhamento feito pelos metais da super band são surpreendentes, bom não há muito que dizer, a não ser curtir e render mais uma vez ao rei do blues. Na sequência o rei emenda com “Nightlife” e “Since I Met You Baby”, duas excelentes canções, blues da melhor qualidade. “Guess Who” é um dos meus blues favoritos, já ouvi essa música diversas vezes, mais nenhuma tão emocionante e envolvente quanto a que o rei cantou no Apollo. O rei encerra o show pedindo paz para o mundo, com a canção “Peace to the World”. O interessante é o locutor ao fundo falando: “B......B.....KING.......KING OF BLUES”.
Desde que meu amigo Teberga comentou comigo sobre o “Live At The Apollo”, comecei uma busca incessante atrás do registro desse show e depois de dias procurando, encontrei. É um álbum que todo fanático por blues deveria ter e se possível original, é um show histórico, B.B.King parecia estar mais inspirado do que nunca, isso é tão nítido que até o áudio conseguiu captar e deixar registrado. Boa Audição !!
Track List
01. When Love Comes to Town 02. Sweet Sixteen 03. The Thrill Is Gone 04. Ain't Nobody's Business 05. Paying the Cost to Be the Boss 06. All Over Again 07. Night Life 08. Since I Met You Baby 09. Guess Who? 10. Peace to the World
BB King - (Guitarra/Voz) Gene Harris – (Piano/Condutor) e The Philip Morris Super Band:
Kenny Burrell – (Guitarra) Harold Jones – (Bateria) Ray Brown – (Baixo) James Morrison – (Trompete) Joe Mossello – (Trompete) Glen Drews – (Trompete) Harry “Sweets” Edison – (Trompete) George Bohanon – (Trombone) Robin Eubanks – (Trombone) Paul Faulies – (Trompete) Jeff Clayton – (Alto Sax) Jerry Dodgion – (Alto Sax) Plas Johnson – (Tenor Sax) Ralph Moore – (Tenor Sax) Gary Smulyan – (Tenor Sax)
B.B.King - "The Trill is Gone" (Live at Montreux 1993)
1988 - Seventh Son of a Seventh Son Gênero: Heavy Metal
Depois de lançar três excelentes álbuns – “The Number of The Beast” (1982), “Piece of Mind” (1983) e “Powerslave” (1984) – chegava ao fim uma fase da banda que ficou conhecida como anos dourados. O álbum “Somewhere in Time” (1986) surge dentro de uma época de experiências e foi nesse trabalho que a banda decidiu fazer uso dos sintetizadores pela primeira vez. Um álbum que agradou boa parte dos fãs e que contava com um repertório de qualidade, algumas músicas se tornaram grandes clássicos. Bom pode parecer estranho ficar falando do “Somewhere in Time”, sendo que a postagem não é sobre ele, mais achei importante cita-lo no contexto.
Considero o álbum “Seventh Son of a Seventh Son” (1988) um dos melhores da carreira do Iron Maiden, por que é um álbum que parece ter sido feito sob medida. O interessante é que esse álbum é conceitual, porém totalmente por acaso. Para quem não sabe, consideramos um álbum conceitual quanto todas as músicas contribuem para o mesmo fim, ou seja, quando as letras são interligadas, por exemplo, no caso de uma história. E “por acaso” é por que Steve Harris e Bruce em entrevista, contaram que escreveram todas as músicas separadamente e sequer conversaram sobre o tema do álbum, a coincidência foi percebida quando eles se encontraram e viram que tudo se encaixava perfeitamente.
A temática do álbum “Seventh Son of a Seventh Son” é sobre a lenda do sétimo filho do sétimo filho, que seria o profeta, o futuro Messias ou o Anticristo. A história conta a vida de uma criança, desde o seu nascimento e relata todos os momentos vividos por ela, desde a descoberta dos seus poderes, assim como o aperfeiçoamento ao longo do tempo. No decorrer da história, as letras das músicas abordam questões filosóficas como, bem contra o mau, visões proféticas, misticismo e vida após a morte. Ainda sobre a lenda existe a versão do livro escrito por Orson Scott Card.
Infelizmente o espaço aqui é muito curto para contar toda a história do álbum, mais gostaria de citar o começo da história e tentar resumir as demais. A história começa a ser contada na música “Moonchild”, e aqui vale ressaltar que a palavra Seventh Son se repete por várias vezes, na verdade Sétimo Filho é o nome da criança, que nasceu com os poderes semelhantes ao de Jesus. Quando Lúcifer soube que a criança foi enviada à Terra, tentou de todas as formas mata-la. No decorrer da música, Lúcifer faz inúmeras ameaças ao sétimo filho. Nas músicas seguintes, as letras falam sobre o momento em que o sétimo filho descobre os seus poderes, mais ainda não consegue dominá-los, em “Can I Play With Madnnes” (Posso Brincar com a Loucura?) o sétimo filho decide procurar um profeta para que ele responda suas dúvidas,“The Evil That Men Do” é baseada na obra de Shakespeare e mostra como o sétimo filho se sente divido entre o bem e o mau, entre outras coisas, a excelente “Seventh Son of a Seventh Son” relata o momento em que o sétimo filho controla os seus poderes, já em “The Prophecy” é ele mesmo quem começa profetizar e apesar da sua boa intenção em usar os seus poderes para o bem, ele prevê e decide alertar a população sobre a queda do Império, mais ninguém acredita nele, com isso ele se torna um pecador, tal como Lúcifer havia previsto, “The Clairvoyant” relata o desespero do sétimo filho, é quando ele aumenta os seus poderes e assim como temia, ele começa a ficar louco e não consegue mais controla-los, por fim “Only The Good Die Young”, mostra o sétimo filho no ápice da sua loucura e o começo da sua morte, a letra relata a sua queda, sua escolha pela luxúria e o mal, isso tudo é contado no começo do álbum, no verso citado por Bruce Dickinson “Sete pecados mortais / Sete maneiras de vencer / Sete atalhos para o inferno / Sete são os seus desejos". Ou seja a primeira música já era uma profecia completa sobre a vida do sétimo filho. Em relação ao sétimo selo, é que segundo a bíblia, aquele que abrir o sétimo selo provocará a paralisação da Terra e era isso que Lúcifer queria para a total destruição, por isso ele pediu que o sétimo filho abrisse o selo. Porém, antes desse selo, vieram o seis anteriores. Assim como relata a bíblia, os primeiros cinco selos fala sobre os cavaleiros do apocalipse, o sexto selo é o purgatório, e o que aconteceu na Terra foi exatamente isso: “A lua é vermelha e sangrenta/ O sol é preto e queimado/ O livro da vida está silencioso/ Sem volta". Para finalizar a segunda parte da música mostra a visão de Lúcifer, que acha que o sétimo filho foi um brinquedo que ele cansou de brincar, em seguida Lúcifer aparece cantando vitória e dizendo que “Todo o mal parece viver para sempre”. Por fim Bruce Dinckinson termina o álbum com o mesmo verso cantado na música “Moonchild”, mais com uma pequena e importante diferença: "Sete pecados mortais/ Sete maneiras de vencer/ Sete atalhos sagrados para o inferno...". Notem que ele não fala "E sua jornada começa", mas substitui essa fala por uma risada satírica, obviamente porque a jornada do Sétimo filho terminou, e da forma mais cruel possível. Bom para poder explicar tão bem sobre o álbum, eu pesquisei e usei parte da análise feita pela Carol Assunção (da comunidade Iron Maiden Brasil). Então ficam aqui os meus sinceros agradecimentos.
Quando disse que o álbum “Seventh Son of a Seventh Son” era um dos melhores da banda, em nenhum momento estava exagerando, a forma como a história é contada, música após música, é sem dúvida uma obra de arte. Como não poderia deixar de falar, é claro que a sonoridade do álbum é de extrema qualidade, há solos de altíssimo nível, Steve Harris continua impecável no baixo, Nicko McBrain soberano atrás da batera e Bruce Dickinson além de vocal que dispensa comentários, da uma aula de interpretação. Esse álbum também marca a saída do guitarrista Adrian Smith, cedendo o lugar para Janick Gers. Boa Audição.
Track List
01. Moonchild 02. Infinite Dreams 03. Can I Play with Madness 04. The Evil That Men Do 05. Seventh Son of a Seventh Son 06. The Prophecy 07. The Clairvoyant 08. Only the Good Die Young
Iron Maiden - "Can I Play with Madness" (Oficial Video)
Iron Maiden "The Clairvoyant" (Live in Donington '88)
Há 2 anos divulguei aqui no Blog Jazz e Rock uma matéria sobre o Rock’n’Roça, clássicos do rock’n’roll tocados na viola caipira. Nessa época descobri o trabalho do violeiro e roqueiro, Ricardo Vignini, que toca desde 2000 na banda Matuto Moderno, conhecido por misturar a música caipira de raiz com o rock.
“Moda de Rock – Viola Extrema” é um projeto dos violeiros Ricardo Vignini e Zé Helder, um trabalho primoroso e que foi lançado recentemente. Mas antes de falar desse álbum, segue abaixo um pequeno histórico sobre os dois.
Ricardo Vignini é violeiro, compositor, professor de música, produtos fonográfico e cultural e pesquisador de música tradicional. Seu gosto pela musica caipira veio através de parte de sua família, de Águas da Prata e São João da Boa Vista, e o lado italiano veio de Rio Claro. Nascido na capital, durante sua adolescência tocou muita guitarra, muito Rock e Blues, fez parte da banda de rock Cheap Tequila. O violeiro também já tocou ao lado dos músicos americanos Bob Brozman e Wody Mann em suas turnês brasileiras, também tocou em duo com Christian Oynes e em participações com a banda Serio Duarte & Entidade Joe. Ricardo também é proprietário de um Home Studio, onde grava artistas, trilhas e campanhas publicitárias. Está no Matuto Moderno desde 200 e lançou nesse ano o seu primeiro CD solo: “Na Zoada do Arame”, álbum totalmente instrumental.
Zé Helder também é violeiro e compositor, nasceu em Cachoeira de Minas/MG. Neto de violeiro, tem dois Cds solos lançados “A Montanha” (2004)e “No Oco do Bambu” (2009) , e “Orelha de Pau” (2002), trabalho inspirado na música regional e caracterizado pela instrumentação acústica e coro de três vozes. Formado em Licenciatura em Música, é professor de música há 11 anos e músico profissional há 19 anos. Criou o curso de viola caipira no Conservatório de Pouso Alegre (CEMPA) e atualmente leciona o instrumento no Conservatório Municipal de Arte de Guarulhos.
Os dois violeiros sempre seguiram suas carreiras paralelamente, porém foram se encontrar no Matuto Moderno, banda em que o Zé Helder passou a integrar em 2010. Desde então o projeto “Moda de Rock – Viola Extrema” começou a tomar forma. Segundo eles, o álbum é um resgate de suas origens roqueiras. As músicas que foram escolhidas fizeram parte da trajetória musical dos dois músicos. Uma forma de prestar homenagem aos artistas que os incentivaram a pegar o primeiro violão e dar os primeiros acordes e também para fazer um trabalho novo e inovador. Além disso é uma maneira de apresentar a viola, um dos instrumentos mais importantes da cultura á roqueiros, através de músicas já conhecidas por todos.
No repertório os violeiros fazem releituras de 11 grandes clássicos do rock em versão acústica e instrumental, entre as bandas estão Pink Floyd, Iron Maiden, Metallica, Beatles, Sepultura, Megadeth, Ozzy, Led Zeppelin, Jimi Hendrix, entre outras. “Moda de Rock – Viola Extrema” é um álbum que dá gosto de ouvir, possui uma qualidade finíssima, sem falar que é bom demais ouvir essas músicas de uma forma que até certo ponto soava inimaginável, mais que se tornou possível através do excelente trabalho dos violeiros Ricardo e Zé Helder.
O álbum “Moda de Rock – Viola Extrema” foi remasterizado no estúdio Abbey Road, em Londres, um dos – senão o mais famoso – estúdio do mundo, conhecido por gravar grande parte da obra dos Beatles e do Pink Floyd, entre outras bandas. Produzido por Ricardo, o álbum foi lançado pelo selo Folguedo, que é exclusivamente dedicado a música de viola “Moda Rock”.
Nunca fui muito chegado no som do AC/DC e apesar de conhecer algumas músicas, não me interessava em ouvir um álbum na integra. O tempo passou, continuei ouvindo as bandas de heavy metal, hard rock e rock’n’roll que eu curtia, mais não pensava incluir o AC/DC na lista. Foi então que conversando com um amigo, pedi para que me indicasse alguns álbuns da banda para que eu pudesse finalmente conhecer. “Back in Black” (1980) foi o primeiro álbum do AC/DC que eu ouvi e enquanto sentia aqueles riffs poderosos entrando no meu ouvido, o único pensamento que vinha a minha mente era: “Porque demorei tanto tempo para conhecer essa banda?”.
Lamentos a parte, não demorou muito para curtir o som do AC/DC e consequentemente a ouvir outros álbuns. “Highway To Hell” (1979) foi o segundo que ouvi. Um clássico, que apesar de já conhecer a faixa-título, até aquele momento não havia escutado o álbum completo. Confesso que a cada riff dos irmãos Angus e Malcolm minha admiração pela banda só aumentava e meu lamento por não ter dado a devida atenção a esse som durante anos, também.
“Highway to Hell” (1979) é um clássico e foi o sexto álbum de estúdio do AC/DC. Todas as músicas foram escritas por Angus Young, Malcolm Young e Bon Scott . Foi o primeiro álbum da banda que não foi produzido por Harry e George Young, o produtor foi Robert John “Mutt” Lange, que por sinal produziu alguns dos álbuns mais vendidos da banda. Não é preciso dizer que o álbum foi um sucesso de vendas, através dele a banda atingiu a marca de um milhão de cópias e claro sem falar dos outros benefícios.
O álbum começa com a clássica “Highway to Hell”, possui riffs e refrão mundialmente conhecidos, o vocalista Bon Scott simplesmente arrebenta com um vocal marcante, Angus e Malcolm destroem tudo nas guitarras, é o tipo de música que você não se cansa de ouvir. Uma curiosidade é que os nomes da música e do álbum surgiram em uma resposta, depois que o repórter perguntou a banda como era a viver constantemente na estrada. Angus respondeu que era praticamente uma estrada para o inferno, com isso o nome acabou pegando. Não é preciso nem dizer, que essa declaração fez com que a banda ficasse ligada ao satanismo e para esquentar ainda mais o clima os caras fizeram questão de aparecer na capa com chifres e cauda, isso só aumentou ainda mais esse rumor, que depois foi desmentindo pela banda. O álbum em si é perfeito, não é exagero algum dizer que todas as músicas são excelentes, seria um sacrilégio citar uma e deixar a outra de fora, por isso recomento todas. Angus e Malcolm são dois exímios guitarristas, sabem criar riffs com uma facilidade invejável e o mesmo acontece com os solos, com isso fica impossível não se empolgar e consequentemente render-se ao som do AC/DC, assim como o vocalista Bon Scott, um dos melhores que eu já ouvi.
Recomendar o AC/DC é até estranho, por se tratar de uma banda que dispensa comentários a respeito da qualidade e principalmente da sua importância, mais caso algum leitor não conhece ainda o som do AC/DC, não dê bobeira e muito menos perca tempo, “Highway to Hell” pode mudar sua visão a respeito da banda. Em breve outros álbuns do AC/DC. Boa Audição e muito rock’n’roll na veia.
Track List
01. Highway to Hell 02. Girls Got Rhythm 03. Walk All Over You 04. Touch Too Much 05. Beating Around the Bush 06. Shot Down in Flames 07. Get It Hot 08. If You Want Blood 09. Love Hungry Man 10. Night Prowler
Descobri o som do guitarrista Johannes Haage por acaso, enquanto garimpava um site de downloads. Bom o nome e o som desse guitarrista era totalmente desconhecido para mim, nunca ouvi falar nada sobre ele, por isso tive que pesquisar algumas coisas básicas.
Johannes nasceu em Hamburgo, Alemanha, o seu primeiro contato com um instrumento musical foi através de um violino, aos 5 anos. Oito anos depois, ele decidiu trocar o violino pela guitarra. Johannes era estudante de intercâmbio em Portland, Oregon, e foi lá que ele teve digamos a sua iniciação no jazz e com o tempo passou a tocar com regularidade. Estudou na Universidade Folkwang Hochschule, em Essen, logo depois transferiu o seu curso para Berlim. Ao longo dos anos, Johannes viajou muito e aproveitou para tocar e estudar música frequentou vários lugares como o Centro das Artes em Banff, no Canadá e Nova York, onde teve a oportunidade de tocar e aprofundar os seus estudos com Bill Frisell, Brad Shepik, Ben Monder, Mark Tuner e muitos outros. Em Berlim desde 2002, Johannes vem sendo reconhecido como um dos músicos mais ativos da cena jazzística e com isso vem se apresentando ao lado de outros músicos como Ben Kraef, Gropper Philipp Koch Ritsche, Steidle Oli, Bauer Simon, Brendan Dougherty, entre outros. O guitarrista também tem colaborado de outras formas e atualmente lidera dois trios, o primeiro formado por ele, Mark Reinke (teclado/órgão) e Diego Piñera (bateria). E o outro é o Johannes Haage Trio, onde o guitarrista é acompanhado por Andreas Lang (contrabaixo) e Sebastian Merk (bateria).
O trio acaba de lançar o seu álbum de estreia “Plays Marlene Dietrich” (2010), nesse primeiro trabalho o trio presta um tributo à atriz e cantora alemã Marlene Dietrich. O som instrumental do trio é muito agradável, um jazz suave e ao mesmo tempo intrigante. O interessante é a mescla (se é que posso chamar assim) entre o som acústico e o elétrico, e também o uso de efeitos sonoros. Johannes Haage Trio é um nome que merece nossa atenção. Esse álbum acabou de sair do forno, espero que gostem. Boa Audição !
Track List
01. Ich weiss nicht zu wem ich gehoere 02. Sag mir wo die Blumen sind 03. Dass ich Dich wiederseh Taking a chance on love 04. Ich hab noch einen Koffer in Berlin 05. Sei lieb zu mir Mean to me 06. Paff der Zauberdrachen 07. In den Kasernen 08. Ich bin von Kopf bis Fu auf Liebe eingestellt 09. Auf der Mundharmonika 10. Wenn ich mir was wuenschen duerfte