domingo, 31 de outubro de 2010

The Answer

2006 - Rise
Gênero: Hard Rock



Desde que comecei a ouvir rock, sempre tive as bandas clássicas como minha referência. Ouvia um pouco de tudo, Iron Maiden, Pink Floyd, Aerosmith, Kiss, Queen, Led Zeppelin, Deep Purple, The Beatles, e com o passar do tempo fui descobrindo outras. Digamos que isso é quase uma regra em qualquer estilo, sempre buscamos nos clássicos as nossas referências. Se fosse possível fazer uma comparação, acho que o cenário jazzístico é mais propicio a novas descobertas, mas no sentindo de você conhecer, ouvir e já curtir. No rock isso é um pouco mais difícil, muitas vezes ficamos focados apenas nas bandas clássicas e nos esquecemos das demais. E hoje está cada vez mais difícil encontrar uma banda diferenciada no cenário musical. E sem um sinal de mudança, passamos não nos preocupar em ir atrás de novidades, como acontece no jazz por exemplo.

Bom vamos ao que de fato interessa. Semana passada estava lendo um fórum sobre música e vi um tópico de sugestões e que me chamou a atenção, pois o assunto era: Hard Rock. Resumindo, foi nessa lista que descobri a banda: The Answer.

The Answer
é uma banda da Irlanda do Norte formada em 2000. O reconhecimento dos caras foi algo meteórico, antes mesmo de lançar o primeiro álbum. Eles abriram o show do Deep Purple no Witness Festival e através da revista Classic Rock foram escolhidos como a maior revelação de 2005, claro que isso trouxe ainda mais visibilidade aos caras. Nesse tempo, os caras lançaram alguns EP’s, mais foi em 2006 que a banda lançou o seu primeiro álbum: “Rise”. No mesmo ano, o álbum ganhou o prêmio de melhor do ano, pela revista Classic Rock. Isso sem falar da aceitação, o álbum vendeu cerca de 100 mil cópias no mundo e rendeu vários elogios da mídia especializada, a banda ainda abriu shows do AC/DC durante a Black Ice World Tour.

“Rise” (2006) faz jus a tudo isso. A influência do hard rock e do blues no som da banda é um dos pontos fortes, o álbum certamente vai agradar muita gente, principalmente os fãs e apreciadores do rock setentista. Para um primeiro álbum “Rise” soa praticamente perfeito, um som com muita energia, melodias marcantes, tudo na medida certa. Cormac Neeson surge como uma das grandes revelações, sua qualidade no vocal impressiona, nas músicas em nenhum momento ele procurou enfeitar, seu vocal foi preciso, agressivo, rasgado, agudo e melódico, tudo feito com muita competência, o mesmo posso dizer do guitarrista Paul Mahon que esbanjou talento, com riffs e solos bem executados, o baixista Micky Water não é o tipo que procura aparecer, pelo contrário, é muito discreto, mais conduz com uma precisão impressionante e até arrisca alguns grooves e James Heatley um excelente batera, que faz o necessário e muito bem feito, algo que toda boa banda de hard rock precisa.

Em relação às músicas, são todas de altíssimo nível, mais poderia citar algumas que merecem um destaque a mais, “Under The Sky” que abre o álbum em grande estilo, a explosiva “Come Folow Me”, o blues clássico e fantástico de “Memphis Water”, “Into The Gutter”, “Sometimes Your Love” e a balada “Always On My Mind”.

The Answer
surge como uma grande revelação, uma banda que possuiu qualidade em todos os quesitos, suas influências musicais são clássicas, tem um pouco de Led Zeppelin, AC/DC, Aerosmith (antigo) e The Black Crowes. Então se você está à procura de uma banda nova, com um som clássico, The Answer é a melhor sugestão. Impossível não curtir !! Boa Audição !!

Track List

01. Under The Sky
02. Never Too Late
03. Come Folow Me
04. Be What You Want
05. Memphis Water
06. No Questions Asked
07. Into The Gutter
08. Sometimes Your Love
09. Leavin' Today
10. Preachin'
11. Always On My Mind

The Answer - "Under The Sky"


The Answer - "Into The Gutter"


Site Oficial: Nome do Artista

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Entrevista Exclusiva: Eduardo Machado

Por Daniel Faria

Conheci o som do contrabaixista Eduardo Machado através da internet. Na época ouvi algumas músicas do seu primeiro e recém-lançado álbum solo, e não demorou muito para ficar impressionado pela qualidade da produção, das composições, dos arranjos e do Eduardo como contrabaixista. Um trabalho primoroso, com participações de peso e que resultou em um dos melhores álbuns de música instrumental lançados em 2009.

E no mês passado entrei em contato com o Eduardo e falei da ideia de fazer uma entrevista com ele. E aqui está o resultado final, uma entrevista que traz muita informação sobre a carreira, projetos e muito mais. Aproveito para deixar mais uma vez o meu agradecimento ao Eduardo, por conceder essa entrevista. Segue abaixo a entrevista na integra. Boa Leitura !


Eduardo, conte-nos como foi o seu inicio na música? Como teve o seu primeiro contato com o contrabaixo?

Eduardo Machado: Bom, na verdade desde criança sempre gostei de música, e tive o incentivo do meu pai pra tocar contrabaixo, eu não conhecia o instrumento, ele me deu um baixo e me matriculou em uma escola de música daí que comecei a estudar, isso eu tinha 12 anos.

Quais são as suas influências musicais?

Eduardo Machado: Sempre escutei muita música, MPB, Rock, Reggae, Jazz, etc.... tenho muita influência dos principais mestres desses estilos como Tom Jobim, Gilberto Gil, Djavan, Hermeto Pascoal, Deep Purple, Rush, Led, Jimi Hendrix, Bob Marley, Charlie Parker, Herbie Hancock, Miles Davis e claro dos baixista como Jaco Pastorius, Marcus Miller, Gary Willis, Arthur Maia, Luizão Maia, Sizão Machado, Adriano Giffoni.

Você é professor no IGB (Instituto de Guitarra e Baixo), como surgiu essa oportunidade?

Eduardo Machado: Comecei a lecionar aulas de música com 17 anos na minha casa, depois de um tempo senti a necessidade de fazer algo mais profissional, e junto com um amigo meu (Fabiano “Coelho”) decidimos criar uma escola de música com um diferencial “Qualidade no Ensino Musical” com professores capacitados especializados em cada instrumento, que até então não existia na cidade (Franca SP) www.escolaigb.com .

O que você costuma ouvir no seu dia-a-dia?

Eduardo Machado: Além do que já citei, escuto muito Hamilton de Holanda, Curupira, Gabriel Grossi, Elis Regina, Ed Motta, Steve Wonder, Head Hunters, Weather Report, RATM, Glenn Hughes, Primus, Raul Seixas, dentre outros.

Como foi o processo de gravação do seu álbum? Como surgiu a ideia de grava-lo?

Eduardo Machado: Achei que já estava na hora, com 23 anos de carreira sempre tive esse sonho de gravar um CD solo onde todas as composições e arranjos fossem de minha autoria, e isso consegui realizar nesse primeiro trabalho. Foram 10 meses o processo de gravação, produção e mixagem. Demorou um pouco porque algumas vezes eu dependia da agenda de alguns músicos como o Arthur Maia, Chico Oliveira e o Gabriel Grossi, eles viajam muito e não é fácil encontrar uma brecha em suas agendas.


Você teve algum tipo de apoio para a gravação e distribuição do seu trabalho?

Eduardo Machado: Na gravação tive um apoio importantíssimo que foi do estúdio Inside Áudio & Mídia e claro de todos os músicos que participaram do CD. Sobre a distribuição esse CD foi lançado independente e como hoje em dia estão acabando as lojas de CD, vendo mais pela internet e shows.

Você é endorser de alguma marca?

Eduardo Machado: Uso cordas Groove.

Qual foi o seu primeiro contrabaixo ?

Eduardo Machado: (Risos)..foi um baixo bem tosco.... Insbruck (já ouviu falar nessa marca?).

E como tem sido a aceitação do publico e da mídia especializada?

Eduardo Machado: Graças Deus tem sido muito boa, veja essa resenha que sintetiza o feedback que recebi sobre o CD. Clique Aqui

Você também gravou um DVD recentemente, no Teatro Municipal de Franca e teve a participação do baixista Arthur Maia, conte um pouco dessa sua amizade? Como você o conheceu?

Eduardo Machado: Conheço o Arthur desde 94, sempre tive ele como um referência pra mim, além de ser um dos maiores baixistas do mundo, ele é muito gente boa, ele fez uma participação especial no CD na faixa “Partindo pro Alto” tocando e cantando onde fez um solo maravilhoso, então o convidei para fazermos esse show e claro que eu não poderia deixar de registrar isso em um DVD, apesar de ter sido meio “caseiro” ficou com uma qualidade boa de video e som. Clique Aqui p/ ler a resenha do DVD.

Todas as músicas do seu álbum são composições próprias. Na hora de compor a inspiração surge naturalmente ou existe algum ritual, como por exemplo, compor só de madrugada?

Eduardo Machado: Quando comecei a gravar o CD eu só tinha 4 músicas prontas, e fui compondo o resto durante as gravações, as vezes uso o violão pra compor mais na maioria foi no baixo mesmo, e muita coisa vai saindo naturalmente durante os estudos, o que acho legal já escrevo pra não esquecer, fiz uma pré produção de algumas músicas antes de gravar definitivamente e outras músicas eu já estava tocando com minha banda e tive a chance de fazer algumas experiências com elas ao vivo.

Qual seu equipamento de estúdio e de palco?

Eduardo Machado: Como gravei com calma tive tempo de fazer alguns testes durante as gravações, usei um amplificador e uma caixa Ampeg de 8X10 mais um pré Avalon, em shows uso um amplificador e uma caixa Ampeg de 4X10, sem efeitos. Os baixos que uso são um Fender Jazz Bass 71, um Sadowski (4 cordas), um fretless Ibanez (modelo Gary Willis 5 cordas) e um Alembic (Epic de 5 cordas).


Como você vê o cenário da música instrumental e do jazz no Brasil atualmente?

Eduardo Machado: Fervendo!!! Embora seja um tipo de música que tem pouco espaço na grande mídia, tem vários festivais de jazz acontecendo por todo Brasil, existem rádios com programas de música instrumental brasileira e tem muita gente boa fazendo música de ótima qualidade. O que não dá é ficar de braços cruzados esperando e reclamando, tem que correr atrás, se não tem espaço , faça acontecer porque público tem.

Qual a importância da internet e principalmente da blogosfera para o seu trabalho?

Eduardo Machado: Isso é grande ferramenta para ser usada. Devo muito da divulgação do meu trabalho a alguns blogs. Logo que lancei o CD já disponibilizei pra download em alguns blogs e isso ajudou e muito esparramar minha música pelo mundo. Ano passado no final de um show em São Paulo veio uma pessoa comprar o CD e ela me disse que morava em Garanhuns já conhecia e tinha baixado, mais como assistiu o show quis comprar o original.

E quais são os seus projetos para o futuro? Já pensa em gravar outro álbum?

Eduardo Machado: Já estava pensando no próximo antes de acabar o primeiro (risos).Estou selecionando o repertório e quero fazer algo diferente inclusive colocar músicas de outros compositores. Falei com o Arthur esses dias e ele prometeu me ajudar na produção do próximo, e devo gravar algumas coisas no seu estúdio em Niterói.

Nas últimas entrevistas, inauguramos uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada de uma coluna da Cover Guitarra. Indo direto ao ponto:

Pra você qual é o melhor álbum da história?

Eduardo Machado: Primeiro álbum do Jaco Pastorius, aquilo é a maior aula de contrabaixo que existe!

Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?

Eduardo Machado: O último CD do grande baixista Brian Bromberg - Plays Jimi Hendrix (2010). É muito legal!

Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?

Eduardo Machado: (Risos)... putz... agora você pegou pesado....(Risos).
Na verdade não tenho vergonha, mais às vezes dependendo da situação gosto de escutar Milionário e José Rico... tenho todos..rsrsrs... eles tiveram uma fase do “sertão progressivo” que é bem legal.... vc já assistiu o filme deles? Lembra Hermes e Renato.... é demais.

Eduardo quero agradecer a oportunidade da entrevista , sem dúvida uma chance de conhecer o seu trabalho e um pouco da sua história e trajetória musical. Desejo muito sucesso para você ! Grande Abraço !

Site Oficial: Eduardo Machado

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Flávio Guimarães

2009 - The Blues Follows Me
Gênero: Blues



O gaitista Flávio Guimarães é um dos grandes nomes do blues nacional, considerado como um dos pioneiros do estilo no Brasil e se tornou a principal referência do instrumento no país. Em 20 anos de carreira, Flávio lançou quatro álbuns solo, nove com a banda Blues Etílicos e também fez inúmeras participações em álbuns de outros artistas, entre eles, Titãs, Luiz Melodia, Rita Lee, Zeca Baleiro, entre outros. Por duas vezes abriu o show do rei do blues BB King no Brasil e também participou de vários festivais nacionais e internacionais. Sua música está presente em trilhas sonoras do cinema, TV e comerciais. Flávio influenciou praticamente toda uma geração de gaitistas e segue divulgando seu trabalho e a música através de vídeo-aulas, workshops e festivais produzidos por ele.

O seu mais recente trabalho é o álbum “The Blues Follows Me” (2009) e que presta um tributo ao bluseiro e gaitista norte americano Little Walter. No site do Flávio tem uma citação muito interessante a respeito do Little e que serve de parâmetro para que tenhamos uma noção da importância dele no cenário musical.

“Little Walter está para harmônica de blues como Charlie Parker está para o saxofone no jazz e Jimmy Hendrix para a guitarra de rock”.

O repertório do álbum “The Blues Follows Me” é todo baseado na música de Little Walter e reúne grandes clássicos da sua obra. Flávio Guimarães canta e toca músicas como, “I Got To Go”, “Juke”, “St Louis Blues”, entre outras. E o mais interessante desse trabalho é a questão da sonoridade, Flávio fez questão de recriar uma sonoridade semelhante a da gravadora Chess Records, essa gravadora era sediada em Chicago e foi inaugurada em 1950. Era especializada em blues, R&B, gospel, rock and roll e às vezes jazz. E em 25 de existência passaram por lá grandes nomes da música como J.B Lenoir, Muddy Waters, Howlin' Wolf, Buddy Guy , Chuck Berry , Koko Taylor, entre outros. Para a gravação do álbum, Flávio Guimarães foi acompanhado por Igor Prado (guitarra), Yuri Prado (bateria) e Rodrigo Mantovani (contrabaixo acústico).

Com todos esses ingredientes, seria impossivel não dizer que o álbum “The Blues Follows Me” é irressistivel, logo na primeira audição não tem como não se contagiar pela sonoridade e arranjos muito bem trabalhados, esse álbum mostra que o blues no Brasil está mais vivo do que nunca e o principal, com muita qualidade. Recomendo o álbum para todos aqueles que são viciados em blues e para quem curte o blues tocado com gaita é um prato cheio, se você ainda não conhece, não perca tempo. Boa Audição.

Track List

01. Off The Wall
02. It's Too Late Brother
03. Crazy Mixed Up World
04. Juke
05. Blues All Day Long
06. Shake Dancer
07. I Got To Go
08. St Louis Blues
09. If Ain't Me
10. Bill And Jeannette
11. Nine Bellow Zero

Flávio Guimarães - "Juke"


Site Oficial: Flávio Guimarães

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ari Borger Quartet

2007 - AB4
Gênero: Jazz / Blues / Funk



Ari Borger certamente está entre os melhores e mais talentosos pianistas e organistas brasileiros. Conheci o som do Ari Borger no Programa do Jô, quando o quarteto tocou na abertura, senão me engano mês passado. O som logo me chamou a atenção pela qualidade técnica e também pelas influências trazidas do jazz e blues. Ao longo da sua carreira, Ari já tocou com lendas do blues como Johnnie Johnson, além de abrir shows de bluseiros como BB King. Já no cenário nacional, Ari tocou com Flávio Guimarães, Nuno Mindelis e André Christovam, que por sinal são músicos sensacionais. O pianista e organista lançou o seu primeiro álbum solo em 2001, “Blues Garantia”, foi gravado em New Orleans, cidade onde morava na época. O álbum traz participações de músicos de blues local, não é preciso dizer que é um álbum de extrema qualidade.

O segundo álbum solo foi “AB4” (2007) e possui um toque a mais em relação ao primeiro, se antes Ari apostou no blues, agora ele vai além e traz influências do jazz, aliando alguns elementos de funk e soul, claro tudo isso sem deixar o blues de fora. A sonoridade do álbum impressiona e Ari aposta em composições próprias e em clássicos, que em tempos passados foram tocados por grandes nomes do jazz, mais com um diferencial, Ari cria uma roupagem mais moderna.

No repertório destaque para as composições próprias, “Na Pressão”, que começa com um contrabaixo avassalador que abre as portas para um som funkeado com muito groove, a sensação que passa é de puro improviso, o quarteto cria um ambiente harmonioso, até que entra em ação o guitarrista Celso Salim, com um solo que dispensa qualquer tipo de comentário e “Trip Song”. O álbum ainda conta com as releituras, como a música “Blind Mand” do pianista Herbie Hancock, que teve a participação do gaitista bluseiro Flávio Guimarães, dando um toque especial a música. “No Caminho do Bem” é uma canção do Tim Maia, presente no álbum “Racional Vol.1” e surge com uma versão instrumental e com um toque bem swingado. “Nem Vem, Miles” foi uma jogada muito interessante criada pelo Ari Borger Quartet, essa música na verdade é a união da clássica “So What”, de Miles Davis, com a “Nem Vem Que Não Tem” de Wilson Simonal. Na sequencia Ari apresenta “Señor Blues” de Horace Silver, “Blue Monk” do excepcional pianista Thelonious Monk, “Soul 61” com participação de Nuno Mindelis e há espaço para tributos, as faixas “Acid Groove” e “B3”, as duas são tributos ao órgão Hammond e por fim “Tributo a Oscar Peterson”. Ari Borger Quartet é formado por Ari Borger (piano e Hammond), Celso Salim (guitarra), Humberto Zigler (bateria) e Marcos Klis (baixo acústico).

Dizem que a primeira impressão é a que fica e posso dizer que isso se encaixa perfeitamente no meu caso, pois desde que vi o Ari Borger Quartet tocando no Programa do Jô, já fiquei entusiasmado e alucinado pelo som, e consequentemente depois fui conhecer os álbuns e o primeiro que ouvi foi “AB4”. Ari Borger sabe fazer como poucos essa fusão do jazz, blues e o funk e não só sabe fazer, como colocar tudo na medida exata. Talvez explicar com palavras tudo isso, seja em vão, o bom mesmo é ouvir o CD e se deixar levar. Boa Audição !

Track List

01. Trip Song
02. Na Pressão
03. Blind Man
04. No Caminho do Bem
05. Nem Vem, Miles
06. Senor Blues
07. Acid Grouve
08. B3 Solo
09. Blue Monk
10. Tributo a Oscar Peterson
11. Soul G1

Ari Borger Quartet - "Na Pressão" (Instrumental SESC Brasil)


Ari Borger Quartet "Blue Monk" (Instrumental SESC Brasil)


Site Oficial: Ari Borger

sábado, 16 de outubro de 2010

Entrevista: Ed Motta no Programa do Jô

O cantor e multi-instrumentista Ed Motta esteve ontem (15/10) no Programa do Jô. Como não poderia ser diferente, o papo foi muito agradável, dois blocos incriveis, com assuntos variados e engraçados. Ed ainda apresentou o seu mais novo álbum "Piquenique".

Durante o programa, Ed mandou algumas palhinhas de trabalhos anteriores e do atual, e na abertura tocou "Fora da Lei" e no encerramento "Minha Vida Toda Com Você". Imperdível.

Eu fiz questão de ficar acordado para assistir, mais para quem perdeu, segue os vídeos abaixo.

Créditos (vídeos): evaldopalestra2

Abertura do Programa do Jô - Ed Motta "Fora da Lei"


Entrevista Ed Motta (Parte 1)


Entrevista Ed Motta (Parte 2)


Entrevista Ed Motta (Parte 3)


Entrevista Ed Motta (Parte 4)


Encerramento do Programa do Jô - Ed Motta "Minha Vida Toda Com Você"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Iron Maiden

2005 - Death On The Road
Gênero: Heavy Metal



Já dizia o ditado que toda promessa é divida. Tempos atrás o vocalista Bruce Dickinson havia declaro que todos os novos álbuns do Iron Maiden seriam acompanhados de um CD ao vivo e um DVD. E como era de se esperar, a promessa foi devidamente cumprida.

Em 2003 a Donzela havia lançado o álbum “Dance Of Death” (2003) e dois anos depois a banda lançou o CD/DVD ao vivo “Death On The Road”. Gravado na Westfalenhalle Arena, em Dortumund, na Alemanha, o CD/DVD foi produzido por Kevin Shirley e co-produzido pelo baixista Steve Harris.

E como não poderia ser diferente, o álbum é de extrema qualidade, alias gravar CD ao vivo é uma das marcas registras da Donzela, que desde o clássico “Live After Death” (1985) vem simplesmente arrebentando a cada lançamento.

“Death On The Road” reúne em set list com muitos clássicos da banda, como por exemplo, “Fear Of The Dark”, “Can I Play With Madness”, “The Trooper”, “Hallowed Be Thy Name”, “The Number Of The Beast”, “Run To The Hills”, “Iron Maiden” e “Wrathchild”. Outras músicas chamam atenção, como a “Lord Of The Files”, que foi gravada originalmente na fase do vocalist Blaze Bailey e que ao vivo na voz do Bruce Dickinson ficou muuuuuito melhor, não há como discordar disso. A Donzela também trouxe para o palco as músicas “Brave New World” e algumas do álbum “Dance of Death”, como, a explosiva “Wildest Dreams” que tem um refrão grudento e inspirador, “Rainmaker”, “No More Lies”, “Dance of Death”, “Journeyman” e “Paschendale”, que inclusive rendeu uma postagem exclusiva aqui no Jazz e Rock. (Clique aqui p/ ler a matéria)

No mais o show reserva tudo o aquilo que um fã do Iron Maiden espera e adora, a voz inconfundível e a presença de palco de Bruce Dickinson, o baixo preciso e veloz de Steve Harris, o trio de guitarristas Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers solando e soltando o peso das guitarras destorcidas e a batera gigante e metralhadora de Nicko McBrain. E além disso “Death On The Road” serve para mostrar e confirmar outra vez, por que o Iron Maiden é a melhor banda de heavy metal do mundo.

Track List

CD 1

01. Wildest Dreams
02. Wrathchild
03. Can I Play With Madness
04. Trooper
05. Dance Of Death
06. Rainmaker
07. Brave New World
08. Paschendale
09. Lord Of The Flies

CD 2

01. No More Lies
02. Hallowed Be Thy Name
03. Fear Of The Dark
04. Iron Maiden
05. Journeyman
06. The Number Of The Beast
07. Run To The Hills

Iron Maiden "Wildest Dreams" (DVD Death On The Road)


Iron Maiden "The Number Of The Beast" (DVD Death On The Road)


Iron Maiden "Paschendale" (DVD Death On The Road)


Site Oficial: Iron Maiden

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Aerosmith

1993 - Get A Grip
Gênero: Hard Rock



Uma das mais importantes bandas de hard rock dos EUA e em 30 anos de estrada venderam milhões de álbuns e foram responsáveis por embalar vários hists, que ficaram marcados na história. Aerosmith é o tipo de banda que você pode até não conhecer profundamente ou ser um fã, mais tenho certeza que qualquer pessoa conhece uma ou outra música.

O Aerosmith foi formado em 1970 e ganhou notoriedade logo na primeira década, porém estourou pra valer no final dos anos 80 e inicio dos 90. E foi justamente nessa época que o Aeromisth lançou uma sequência de álbuns sensacionais. O ano de 1989 foi muito especial para a banda, com o lançamento do excelente “Pump” (1989) a banda regressava as paradas de sucesso e ao topo de vendas, foi um álbum da muita qualidade, tanto no instrumental, como nas letras, prova disso são as clássicas “Love in an Elevator” e “Janie's Got A Gun”.

O começo dos anos 90 não poderia ter sido melhor, a banda estava novamente no auge, com vários sucessos nas paradas mundo a fora e estava prestes a lançar um novo álbum. “Get a Grip” (1993) foi um sucesso de vendas, chegou à casa dos doze milhões de cópias e serviu para firmar ainda mais a banda como uma das mais importantes do cenário musical. A banda trouxe para o álbum um hard rock mais modernizado, com peso, porém com muitas baladas românticas, isso ajudou para que a banda conquistasse novos fãs ao redor do mundo, muitos deles sequer tinham conhecimento da importancia da banda nas décadas passadas, mais mesmo assim o Aerosmith se consagrava cada vez mais, através das músicas e dos videoclips bem produzidos, isso foi como um grande diferencial.

Muitas das músicas do álbum “Get a Grip” viraram clásicos, como é o caso da “Eat The Rich”, um hard rock pesado e com riffs marcantes, “Livin' On The Edge” uma das melhores músicas da banda, com uma melódia incrivel, o guitarrista Joe Perry mandando muito bem nos solos, as baladas “Cryin”, “Amazing” e “Crazy”, que no videoclipe tem a participação das atrizes Alicia Silverstone e Liv Tyler (filha do vocalista Steven Tyler).

Os anos 90 foram especiais para o Aerosmith, apostaram em uma mudança na sonoridade, trocando o hard rock mais pesado, com um toque de blues dos anos 70/80, por um hard rock ainda com peso, porém usando e abusando das baladas românticas, com um toque de modernidade. O fato é que Steven Tyler e os demais souberam lidar com esse processo, prova é que a maioria das baladas da banda e das demais músicas, acabaram de uma forma ou outra virando clássicos. E o álbum “Get a Grip” foi um dos grandes responsáveis por isso. Boa Audição!

Track List

01. Intro
02. Eat The Rich
03. Get A Grip
04. Fever
05. Living’ On The Edge
06. Flesh
07. Walk On Down
08. Shut Up And Dance
09. Cryin’
10. Gotta Love It
11. Crazy
12. Line Up
13. Can’t Stop Messin’
14. Amazing
15. Boogie Man

Aerosmith - "Eat The Rich"


Aerosmith - "Living’ On The Edge"


Site Oficial: Aerosmtih

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

"A Sombra do Vento" (Carlos Ruiz Zafón)

Ficha Técnica

Escritor: Carlos Ruiz Zafón
Gênero: Literatura Estrangeira / Romance
Lançamento: 2007
Páginas: 464
Acabamento: Brochura
Editora: Objetiva

Dias atrás terminei de ler o livro “A Sombra do Vento” e não via a hora de poder falar um pouco sobre ele aqui no blog.

Assim como meu xará Daniel Sempere, descobri o livro “A Sombra do Vento” por acaso, a diferença é que eu não precisei ir ao Cemitério dos Livros Esquecidos. Na ocasião eu havia acabado de ler o “Símbolo Perdido” (Dan Brown) e estava à procura de outro livro para ler.

Como todo livro, o começo é sempre complicado, a história vai surgindo meio sem pé nem cabeça, os personagens são desconhecidos e às vezes o tema parece cansativo. Mais conforme ia me aventurando pagina após página “A Sombra do Vento” foi se tornando um livro fantástico, a maneira como o escritor Carlos Ruiz Zafón conta a histórica contagia o leitor quase que de imediato, ele sabe como mesclar um bom romance, com toques de humor e sem falar no aspecto misterioso que toma conta da história ao longo do livro, tudo isso faz com que o leitor fique preso e não pare de ler até encontrar um desfecho.

A história é ambientada na cidade de Barcelona, na primeira metade do século XX, entre os últimos raios do modernismo e as trevas do pós-guerra. Um menino chamado Daniel acorda no meio da noite de seu aniversário de 11 anos e descobre que não consegue mais se lembrar do rosto da sua mãe já morta. E ao vê-lo assim, seu pai decide dar-lhe um presente inesquecível. Durante uma madrugada leva o filho a uma biblioteca secreta que funciona como um depósito para obras abandonadas pelo mundo à espera de alguém que as descubra: O Cemitério dos Livros Esquecidos. É uma biblioteca gigantesca, com labirintos intermináveis. Em meio a vários livros e prateleiras, o jovem Daniel encontra um único exemplar do livro “A Sombra do Vento” do escritor barcelonês Julían Carax.

No livro o pai do Daniel explica de maneira sublime a magia do lugar, diz que cada livro que está lá possui uma alma. A alma de quem o escreveu e a alma dos que o leram e viveram e sonharam com ele. Cada vez que um livro muda de mãos, cada vez que alguém desliza o olhar pelas suas páginas, o seu espirito cresce e se fortalece. E ninguém sabe exatamente desde quando e quem criou o Cemitério dos Livros.

A descoberta do exemplar despertou no jovem Daniel um fascínio enorme pelo escritor desconhecido e por sua vasta obra. A partir daí, Daniel começa uma busca pelos outros livros de Julian Carax e para sua surpresa descobre que alguém vem queimando um por um dos exemplares existentes. Em uma busca aparentemente inocente, Daniel acaba descobrindo os mistérios e segredos mais obscuros de Barcelona e conhece várias pessoas que vão ajuda-lo a resolver o mistério de Carax. Alguns personagens merecem destaque, como por exemplo o livreiro Dom Gustavo Barceló, o primeiro a se interessar pelo exemplar do livro e por várias vezes faz ofertas para comprar o livro, sua sobrinha Clara Baceló é a primeira a revelar alguns mistérios sobre Carax e sua obra, Fermín Romero de Torres sem dúvida é uma das figuras mais sensacionais da história, um mendigo de passado glorioso e misterioso, com um senso de humor extraordinário e que com o tempo passa a ser um dos melhores amigos e aliados do jovem Daniel em busca da verdade, Nuria Monfort é uma mulher triste que guarda um grande e doloroso segredo e Javier Fumero, um cruel policial que dedica-se a perseguir o fantasma de Carax. Daniel Sempere se mostra determinado em todos os sentidos para descobrir a vida do escritor e para isso passa a maior parte do tempo da sua vida atrás de pistas, muitas vezes desencontradas e que não leva a lugar algum. A cada capitulo, o que parecia ser um quebra-cabeça gigante, começa a tomar forma. É com esse universo de mistério e aventura, que nós, juntamente com Daniel, passamos a percorrer as ruas e as casas de Barcelona atrás de indícios da vida e obra de Carax.

O livro “A Sombra do Vento” é uma obra prima da literatura, com uma narrativa eletrizante, que mistura vários gêneros, como o romance de aventuras de Alexandre Dumas, a novela gótica de Edgar Allan Poe e os folhetins amorosos de Victor Hugo, com esses ingredientes, o escritor Carlos Ruiz Zafón mantém o leitor em estado continuo de suspense. A lição que fica para o leitor, é a importância da leitura nas nossas vidas, de como o poder do livro pode exercer tanto sobre uma pessoa e com isso muitas vezes torna-se um amigo inseparável. Boa Leitura!