terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ari Borger Quartet

2007 - AB4
Gênero: Jazz / Blues / Funk



Ari Borger certamente está entre os melhores e mais talentosos pianistas e organistas brasileiros. Conheci o som do Ari Borger no Programa do Jô, quando o quarteto tocou na abertura, senão me engano mês passado. O som logo me chamou a atenção pela qualidade técnica e também pelas influências trazidas do jazz e blues. Ao longo da sua carreira, Ari já tocou com lendas do blues como Johnnie Johnson, além de abrir shows de bluseiros como BB King. Já no cenário nacional, Ari tocou com Flávio Guimarães, Nuno Mindelis e André Christovam, que por sinal são músicos sensacionais. O pianista e organista lançou o seu primeiro álbum solo em 2001, “Blues Garantia”, foi gravado em New Orleans, cidade onde morava na época. O álbum traz participações de músicos de blues local, não é preciso dizer que é um álbum de extrema qualidade.

O segundo álbum solo foi “AB4” (2007) e possui um toque a mais em relação ao primeiro, se antes Ari apostou no blues, agora ele vai além e traz influências do jazz, aliando alguns elementos de funk e soul, claro tudo isso sem deixar o blues de fora. A sonoridade do álbum impressiona e Ari aposta em composições próprias e em clássicos, que em tempos passados foram tocados por grandes nomes do jazz, mais com um diferencial, Ari cria uma roupagem mais moderna.

No repertório destaque para as composições próprias, “Na Pressão”, que começa com um contrabaixo avassalador que abre as portas para um som funkeado com muito groove, a sensação que passa é de puro improviso, o quarteto cria um ambiente harmonioso, até que entra em ação o guitarrista Celso Salim, com um solo que dispensa qualquer tipo de comentário e “Trip Song”. O álbum ainda conta com as releituras, como a música “Blind Mand” do pianista Herbie Hancock, que teve a participação do gaitista bluseiro Flávio Guimarães, dando um toque especial a música. “No Caminho do Bem” é uma canção do Tim Maia, presente no álbum “Racional Vol.1” e surge com uma versão instrumental e com um toque bem swingado. “Nem Vem, Miles” foi uma jogada muito interessante criada pelo Ari Borger Quartet, essa música na verdade é a união da clássica “So What”, de Miles Davis, com a “Nem Vem Que Não Tem” de Wilson Simonal. Na sequencia Ari apresenta “Señor Blues” de Horace Silver, “Blue Monk” do excepcional pianista Thelonious Monk, “Soul 61” com participação de Nuno Mindelis e há espaço para tributos, as faixas “Acid Groove” e “B3”, as duas são tributos ao órgão Hammond e por fim “Tributo a Oscar Peterson”. Ari Borger Quartet é formado por Ari Borger (piano e Hammond), Celso Salim (guitarra), Humberto Zigler (bateria) e Marcos Klis (baixo acústico).

Dizem que a primeira impressão é a que fica e posso dizer que isso se encaixa perfeitamente no meu caso, pois desde que vi o Ari Borger Quartet tocando no Programa do Jô, já fiquei entusiasmado e alucinado pelo som, e consequentemente depois fui conhecer os álbuns e o primeiro que ouvi foi “AB4”. Ari Borger sabe fazer como poucos essa fusão do jazz, blues e o funk e não só sabe fazer, como colocar tudo na medida exata. Talvez explicar com palavras tudo isso, seja em vão, o bom mesmo é ouvir o CD e se deixar levar. Boa Audição !

Track List

01. Trip Song
02. Na Pressão
03. Blind Man
04. No Caminho do Bem
05. Nem Vem, Miles
06. Senor Blues
07. Acid Grouve
08. B3 Solo
09. Blue Monk
10. Tributo a Oscar Peterson
11. Soul G1

Ari Borger Quartet - "Na Pressão" (Instrumental SESC Brasil)


Ari Borger Quartet "Blue Monk" (Instrumental SESC Brasil)


Site Oficial: Ari Borger

2 comentários :

  1. Ótimo disco! Ótimo artista... no Hammond lembra o trio Medeski Martin and Wood, além das influências de Jimmy Smith

    Jayme Ayres

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  2. Muito groove, muito bom! Som de primeira.

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