quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Miles Davis

1970 - Bitches Brew
Gênero: Jazz / Fusion



Miles Davis foi um dos mais completos músicos de todos os tempos, sua colaboração na história da música pode-se dizer que é incalculável. O trompetista conseguiu criar um capitulo à parte dentro do jazz, reinventou o jazz, aperfeiçoando, adicionando novos elementos, resumindo, Miles Davis era um músico a frente do seu tempo, um camaleão musical.

Miles Davis iniciou sua carreira dentro do bebop e ao longo dos anos, usando toda sua genialidade e habilidade, o trompetista revolucionou ao criar o cool jazz, jazz modal, jazz-rock e o fusion. Pode-se dizer que a carreira do trompetista foi dividida por fases. Porém vamos nos limitar aos anos 60 e começo dos anos 70, na época, no final da década de 60 as influências do Miles Davis incluíam músicos da cena acid rock - rock psicodélico que se caracteriza por longos solos instrumentais – como, por exemplo, Jimi Hendrix e também músicos do funk, como James Brown e Sly and the Family Stone. Em 1969 o trompetista gravou o excelente álbum “In a Silent Way” e que já mostrava certa revolução, uma delas foi à questão dos músicos, Miles que já dispunha de um quinteto, resolveu aumentar o numero de músicos e para isso trouxe os pianistas/tecladistas Herbie Hancock, Chick Corea e Joe Zawinul, o guitarrista John McLughlin e o saxofonista Wayne Shorter. Ainda 1969, logo depois da gravação do álbum, o baterista Tony Willians deixa o grupo e entra em seu lugar o baterista Jack Dejohnette, porém essa não foi apenas a única mudança, na verdade Miles continuou chamando outros músicos.

Em 1970 Miles Davis lança o revolucionário “Bitches Brew” e que marca uma nova fase na sua carreira e na história da música. Esse álbum é uma especie de produto final, já que nos álbuns anteriores o trompetista já estava realizando algumas experiências. Em se tratando de Miles Davis, o resultado não poderia ser melhor, o jazz-rock criado pelo trompetista era algo inovador para a época, Miles teve a chance de tocar ao lado do Jimi Hendrix, infelizmente esse encontro nunca aconteceu, devido à morte do guitarrista. Com esse álbum Miles foi o unico jazzista a tocar em um festival de rock. Porém Miles Davis não apenas reforçou ainda mais o seu nome no cenário, como abriu as portas para novos músicos, como por exemplo, Jaco Pastorius (baixista), Pat Metheny (guitarrista), Chick Corea (tecladista/pianista) e tantos outros. Com a mistura do jazz com o rock, o gênero logo ganhou novos adpetos, principalmente entre os jovens. Mas nem tudo foi fácil para Miles Davis, muitos músicos da época, que não tinham uma visão do futuro, passaram a criticar o trompetista.

O álbum foi lançado na versão dupla e teve a capa desenhada pelo artista alemão Abdul Mati Kalrwein, que depois disso passou a ser requisitado por vários artistas, entre eles, Santana e Hermeto Pascoal. São 93 minutos de um jazz-rock frenético e inspirador, Miles Davis mais uma vez mostra sua habilidade em moldar a música conforme a sua vontade e claro tudo isso com o apoio dos músicos excelentes que o trompetista chamou. No repertório “Pharaoh’s Dance”, “Bitches Brew”, “Miles Runs The Voodoo Down”, entre outras.

Nos anos seguintes, Miles gravou alguns álbuns, porém essa fase foi encerrada em 1972,mas em se tratando do Miles Davis, logo deu inicio a outra fase, ainda mais controversa e revolucionária. Gostaria de falar muito mais, mais nas postagens do Miles, tento encaixar o álbum em um contexto (época), mais você pode ler a Biografia do trompetista e conhecer os álbuns da próxima fase, inclusive aqui mesmo no Jazz e Rock, você irá encontrar alguns. Boa Audição !

Disco 1

1.Pharaoh’s Dance
2.Bitches Brew

Disco 2

1.Spanish Key
2.John McLaughlin
3.Miles Runs The Voodoo Down
4.Sanctuary
5.Feio

Site Oficial: Miles Davis

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Daniel Santiago

2006 - On The Way
Gênero: Jazz / MPB / Música Instrumental Brasileira


Conheci o trabalho do Daniel Santiago através de um comentário do também violonista Márcio Faraco. Daniel iniciou sua vida musical aos 7 anos, passando por vários estilos como: choro, MPB, Rock e Jazz. Fundou com Hamilton de Holanda e Rogério Caetano o elogiado “Brasília Brasil Trio”, com o qual lançou o disco “Abre Alas” pela gravadora Velas no ano de 2001. Com Hamilton de Holanda quinteto participou de festivais nos Estados Unidos, França, Itália, Espanha, Holanda, Portugal e Córsega além das principais capitais do Brasil. Daniel acompanhou em 2001, 2002, 2003 nos shows de encerramento do “Clube do Choro de Brasília", o grande músico Hermeto Pascoal e já se apresentou ou gravou com os seguintes artistas : João Bosco, Ivan Lins, Djavan, Toninho Horta, Maria Betania, Ney Matogrosso, Flávio Venturini, Guinga, Ed Motta, Leila Pinheiro, Dominguinhos, Zélia Duncan, Dudu Nobre, Dona Ivone Lara, Bily Blanco, Adriana Calcanhoto, Miúcha, Elza Soares, Carlos malta, Rita Ribeiro, Leo Gandelman, Pagode Jazz Sardinha´s Club, Garrafieira, Choro na Feira, Lula Galvão, Yamandú Costa, Arismar do Espírito Santo e outros, internacionais: Jonh Paul Jones (Led Zeppelin), Didier Lockwood, Richard Galiano, Linley Marthe, Felipe Cabrera. Também produziu o disco de Gabriel Grossi (Arapuca - Delira Music) e Juntos, excursionaram pela França e Itália, Irlanda. Com o instrumentista Carlos Malta se apresentou para o “Projeto Pixinguinha” em 2004 no Brasil e 2005 em Paris. Daniel participou de documentários como: “Quebrando Tudo” sobre Hermeto Pascoal, “O Prazer de Tocar Juntos” sobre a nova geração de músicos de Brasília, “Mandolins Attack” e “Vinicius de Moraes" (documentário francês sobre o poeta).

“On The Way” (2006) é o primeiro álbum solo gravado pelo violonista e contém nove composições escritas e arranjadas por ele. No repertório as excelentes “On The Way”, “Homesick”, “Old Times” e duas músicas que prestam uma homenagem aos grandes violonistas brasileiros como Toninho Horta e Guinga em “Horta e Guinga” e Baden Powell em “Tribute to Baden”. Daniel Santiago (violão) é acompanhado pelos músicos André Vasconcellos (baixista) e Márcio Bahia (bateria). Boa Audição.

Track List

01. Viewpoint Listen
02. On the Way Listen
03. Memory Listen
04. Horta & Guinga Listen
05. Tribute to Baden Listen
06. Homesick Listen
07. Plateau Listen
08. Old Times Listen
09. New Generation Listen

Hamilton de Holanda & Daniel Santiago


Site Oficial: Daniel Santiago

A Biografia do Daniel Santiago foi retirada do site Clube do Choro

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Review: Iron Maiden - "The Final Frontier" (2010)


Artista: Iron Maiden
Título: The Final Frontier
Gênero: Heavy Metal
Ano de Lançamento: 2010
Selo/Gravadora: EMI
Site Oficial: Iron Maiden
Avaliação do Blog: (5 Estrelas)

Desde que foi anunciado o lançamento do 15º álbum de estúdio do Iron Maiden, os fãs e a mídia especializada aguardaram ansiosamente por alguma novidade. O lançamento estava previsto para o segundo semestre de 2010 e no decorrer dos meses a expectativa aumentou ainda mais quando o Iron Maiden decidiu disponibilizar em seu site oficial o primeiro single do álbum: “El Dorado”. Na ocasião houve até contagem regressiva no site e não precisa dizer que o congestionamento foi inevitável. O mundo inteiro queria ouvir a nova música da Donzela de Ferro. Pouco tempo depois outra novidade, a banda disponibilizou o primeiro vídeo clipe com a música “Satellite 15...The Final Frontier”. O clipe muito bem produzido por sinal.

Eu tive a oportunidade de ouvir e não me arrependo nem um pouco por isso. E desde o momento que ouvi, senti a necessidade de expor minha opinião sobre o álbum. Resolvi postar a resenha hoje, dia 16 de Agosto, por ser a data do lançamento oficial do álbum.

Li em alguns sites que a gravadora EMI promoveu um evento para audição do álbum, onde muitos jornalistas estiveram presentes. Depois disso choveu análises de todos os lugares do mundo, falando sobre “The Final Frontier”, aos poucos o mistério ia sendo revelado. E uma semana antes do lançamento oficial, aconteceu o inevitável: o vazamento do álbum na internet.

O álbum “A Matter of Life and Death” (2006) foi o último lançado pela banda e me agradou muito pela sonoridade e as letras, claro que eu não esperava nada igual aos clássicos dos anos 80, mas de certa forma fiquei satisfeito com o que eu ouvi. Desde o “Brave New World” (2000), que contou com a volta do Bruce e do Adrian, o Iron vem numa mudança constante, talvez por que não precisam provar mais nada a ninguém e também por que as pessoas mudam e consequentemente suas ideias, é o curso natural da vida. O fato é que “The Final Frontier” soa tão desafiador e inovador, quanto os álbuns “Brave New World”, “Dance Of Death” e “A Matter of Life and Death”.

Porém o primeiro impacto foi sentido logo no lançamento da capa, que foi divulgada na internet um tempo antes dos outros materiais. Esqueça o Eddie dos álbuns anteriores, o mascote criado por Derek Riggs e que ficou conhecido de várias formas, entre elas o ciborgue e o morto vivo, agora no desenho elaborado por Melvin Grant, o mascote mais conhecido do heavy metal, ganha traços alienígenas, no melhor estilo predador.

Em relação às músicas a Donzela novamente surpreendeu, tanto no instrumental quanto nas composições bem elaboradas. Segue abaixo uma breve resenha faixa-a-faixa.

01.Satellite 15...The Final Frontier: (Harris/Smith) Foi a segunda música divulgada pela banda, junto com o vídeo clipe. Assim como “Aces High”, “Be Quick Or Be Dead” e “The Wicker Man”, não é dificil imaginar que talvez essa seja a escolhida para abrir os shows do Iron na proxima turnê. Os 4 primeiros minutos soam estranhos demais, uma mistura instrumental com guitarras distorcidas, baixo e batera em um som alucinante, isso sem falar do Bruce que entra cantando em meio ao turbilhão sonoro. Em seguida a música começa com uma levada bem hard rock, o peso é inevitável, as guitarras surgem com riffs bem estruturados e um solo marcante, e claro Bruce Dickinson com um vocal cada vez mais preciso, oscilando em uma linha melodica e agressiva.

02.El Dorado: (Harris/Smith/Dickinson) Os fãs já estavam familiarizados com essa música, afinal foi o primeiro single do álbum. Começa com o peso das guitarras e a batera de Nicko McBrain, em seguida entra uma das marcas registradas do Iron Maiden, aquele som cavalgado, eis que surge o baixo preciso de Steve Harris acompanhado pelas guitarras. A música passa por momentos diferentes, o começo forte e pesado, até entrar em um refrão melódico, onde Bruce mostra mais uma vez toda sua técnica, o solo apesar de muito bem executado, não apresenta nenhuma novidade. O interessante é o final, digamos ao melhor estilo clássico.

03.Morther Of Mercy: (Harris/Smith) Lembra e muito as músicas do álbum “A Matter of Life and Death”, por dois motivos, o instrumental e a temática da letra: guerra. Sem falar que por mais diferente que ela possa ser, é uma música que tem a “cara” do Iron Maiden. O inicio é marcado pela guitarra melódica, uma intro muito bem feita, a voz do Bruce aparece de maneira suave, com um ar sombrio, porém bem melódico, a música até parece uma balada, mas não se enganem. Novamente o Iron usa e abusa do peso, a música ganha outra direção, com muita pegada, riffs bem colocados, viradas precisas de Nicko McBrain, o baixo marcante de Steve Harris e a letra com um refrão grudento, uma marca registrada do Iron.

04.Coming Home: (Harris/Smith/Dickinson) Pode ser considerada como a primeira balada do álbum, uma melodia bem sutil, que oscila durante toda a música, o inicio bem cadenciado e depois de um refrão impecável, a música ganha um toque mais pesado, mas nada exagerado. Essa música é outra que podemos chamar de “marca registrada”, o solo é emocionante, melodia pura. Certamente irá agradar a todos, sem dúvida uma das melhores do álbum.

05.The Alchemist: (Harris/Gers/Dickinson) Uma surpresa até certo ponto esperada, se é que posso dizer assim. Essa música nos remete aos velhos tempos, lá nos anos 80. Um heavy metal tradicional clássico, com um andamento bem mais rápido, guitarras, baixo e bateria a mil por hora, Bruce cantando com muita propriedade e relembrando os bons tempos. Uma música que se encaixaria muito bem no álbum “Powerslave”.

06.Isle Of Avalon: (Harris/Smith) A introdução dessa música lembra e muito as do álbum “Seventh Son Of A Seventh Son”, primeiro por causa do ritmo acelerado, é possível ouvir com clareza o baixo do Steve Harris e a bateria de Nicko McBrain em uma batida sincronizada, enquanto Bruce surge com uma voz em um tom baixo e cadenciado, a música segue o mesmo ritmo por alguns minutos, porém o tom de voz de Bruce sobe ainda mais, até que a música muda completamente e ganha um tom bem mais pesado e acelerado, destaque para o desempenho do Bruce, inquestionável. O solo começa em meio a um som bem progressivo, Nicko McBrain simplesmente mandando muito bem, enquanto o solo de guitarra é executado. Depois do solo a música oscila, são 9 minutos de um heavy metal frenético e muito bem tocado. Não comparando, mais essa música lembra alguns pontos da “Paschendale” (álbum Dance of Death). “Isle Of Avalon” merece um destaque a mais no álbum.

07.Starblind: (Harris/Smith/Dickinson) Abre com uma introdução curta, melódica, com Bruce cantando em um tom mais baixo, até que o peso das guitarras muda completamente o sentido da música, transformando em um heavy metal bem pesado e com a mesma pegada melódica do inicio. O destaque vai para Adrian, Dave e Janick, os três estão perfeitos, executando os solos com muita maestria e sem atropelamentos, cada um contribui da melhor forma possível e o resultado não poderia ser melhor. “Starblind” lembra as musicas do “Brave New World”, não possui uma sequencia lógica, a música parece que vai ganhando forma conforme é executada, essa é a sensação.

08.The Talisman: (Harris/Gers) Começa com toque folky, sombrio e misterioso, Bruce com toda sua experiência, canta cada palavra em um tom sinistro, como se estivesse contando uma história de magia e terror. Quando menos se espera a banda surge com todo peso, Bruce que cantava calmamente, muda completamente para um vocal agressivo e melódico, em um tom muito mais alto, acompanhado pelos riffs de Adrian, Dave e Janick, e o baixo marcante de Steve Harris. “The Talisman” caberia tanto no “A Matter of Live and Death” como no “Dance of Death”. São 9 minutos de um heavy metal contagioso, destaque para Bruce Dickinson, que impressiona pela sua forma de cantar. Aos 52 anos, Bruce continua mandando bem demais e com fôlego de um jovem em inicio de carreira.

09.The Man Who Would Be King: (Harris/Murray) Tem um começo sombrio e harmonioso, os solos curtos anunciam mais uma daquelas músicas épicas do Iron Maiden. E não demora muito para descobrir isso, depois de uma introdução lenta, onde Bruce canta de maneira bem melódica, a banda surge com peso, Nicko McBrain parece anunciar em sua batera um inicio avassalador, tudo parece meticulosamente preparado, até que, Bruce surge cantando com toda força, cercado por palhetadas precisas e com Steve Harris novamente inspirado em seu fender. O tom progressivo é evidente, a banda muda o sentido da música de uma hora para outra, destaque para Nicko McBrain que se mostra muito bem nas viradas e nos ritmos quebrados, afinal sua batera gigante dita o ritmo para a banda. Assim como as outras que eu citei, “The Man Who Would Be King” poderia muito bem ter saído do álbum “A Matter of Live And Death”.

10.When The Wild Wind Blows: (Harris) Épica. Não há outra palavra para descrever essa música. Baseada na história em quadrinhos – que tem o mesmo título – de Raymond Brigg, que fala sobre um ataque nuclear na Inglaterra. A música começa com o sopro do vento, enquanto uma introdução surge melódica, em seguida Bruce começa a cantar com o mesmo tom baixo das outras músicas, até que a música rompe em um tom bem mais alto, as guitarras ditam um ritmo melódico e Bruce segue cantando de um jeito fascinante e emocionante. Essa música é épica em todos os sentidos, a letra escrita por Steve Harris, é um misto de desolação e terror, anunciando um ataque nuclear e mostrando a sensação das pessoas, talvez de encontrar um abrigo ou então de não poder fazer mais nada a não ser, sentar e esperar pelo pior. “When The Wild Wind Blows” é um clássico anunciado, uma das melhores músicas gravadas pela Donzela, são 11 minutos que passam num piscar de olhos, a música prende o ouvinte de uma maneira que há como descrever em palavras. A atmosfera criada pela música é muito variada, cheio de melodias, solos e que termina da mesma forma que começou, um instrumental melódico, Bruce em um tom quase sussurrado e o sopro do vento.

Esse álbum é a prova de que o Iron Maiden continua mais vivo do que nunca. “The Final Frontier” surpreendeu em todos os sentidos, as letras bem elaboradas – que sempre foram uma marca registrada da Donzela – o instrumental foi criativo e inspirado, a sensação que passa é de uma banda renovada e livre para fazer o som que quiser. O Iron Maiden encerra mais uma década no auge, que começou com “Brave New World”, depois “Dance of Death”, “A Matter of Live And Death” e por fim “The Final Frontier”. O resultado é uma banda equilibrada, Dave, Adrian e Janick literalmente “voando baixo” nas guitarras, com muita inspiração e determinação, Nicko McBrain sempre preciso e comandando sua batera gigante como ninguém, Steve Harris continua soberano no baixo, tocando como sempre e Bruce Dickinson mantendo a sua boa performance nos vocais, talvez ainda melhor, devido a sua experiência.

Se “The Final Frontier” será um clássico, só o tempo irá dizer, mas uma coisa o álbum já é capaz de mostrar, que o Iron Maiden continua soberano no assunto heavy metal. Up The Irons!

Iron Maiden - "When the Wild Wind Blows"

Diana Krall

2009 - Live in Rio (áudio DVD)
Gênero: Jazz / Bossa Nova



Em 2009 a pianista e cantora Diana Krall lançou o álbum “Quiet Nights”, onde regravou canções da bossa nova e alguns Standards do jazz norte americano. Não é preciso ser um especialista, para saber que Diana Krall assim como outros músicos de jazz sempre tiveram uma admiração pela bossa nova e que lá no exterior é as notas de João Gilberto e as composições de Tom e Vinicius, nunca saíram de moda, muito pelo contrário, são reverenciadas.

E toda essa paixão da pianista Diana Krall pela bossa nova, deu origem não só ao álbum “Quiet Nights”, mas também ao DVD “Live in Rio”. O DVD foi gravado na casa de show Viva Rio, e traz músicas do seu último álbum e de toda sua carreira. Diana Krall está acompanhada por um quarteto formado por Anhony Wilson (guitarra), Jeff Hamilton (bateria), John Clayton (baixo) e pelo brasileiro Paulinho da Costa (percussão), em algumas músicas a pianista é acompanhada por uma orquestra, regida por Ruria Duprat. Os arranjos ficaram a cargo de Claus Ogerman, que fez um trabalho excelente, diga-se de passagem.

No set list Standards que já ficaram famosos na voz de Diana, como “I Love Being Here With You”, “Let's Fall In Love”, “S’Wonderful”, “Frim Fram Sauce”, em “Cheek To Cheek” um duo com o músico Carlos Lyra, “Too Marvellous For Words”, entre outras. E claro o que não poderia deixar de faltar, o prato principal da noite, as canções da bossa nova, no repertório “So Nice” (versão e “Samba de Verão”, de Marcos Vale e Paulo Sérgio Valle), “Este Seu Olhar”, música em que Diana arrisca cantando em português, assim como foi no álbum, claro que o público retribuiu sua ousadia com aplausos, “Quiet Nights” (versão da música “Corcovado”) e por fim “The Boy From Ipanema”.

“Live in Rio” reforça ainda mais a qualidade e o talento da pianista Diana Krall, sua voz sensual, afinada e inconfundível continua cativando ouvintes por onde passa, assim como o seu jeito de tocar que permanece impecável e contagiante e ainda mais por sua ousadia, em gravar um álbum com extrema qualidade e voltar ao Brasil para a gravação do DVD. O DVD ainda traz o documentário “Conversations”, onde Diana aparece em alguns pontos turísticos do Rio e tocando ao lado de alguns músicos brasileiro. Diana Krall foi uma das primeiras cantoras/pianista de jazz que eu tive a oportunidade de ouvir, e mesmo depois de ter adquirido mais conhecimento no cenário do jazz e ouvido vários artistas, continua sendo uma das minhas preferidas. Boa Audição!

Track List

01. I Love Being Here With You
02. Let's Fall In Love
03. Where Or When
04. Too Marvellous For Words
05. I've Grown Accustomed To His Face
06. Walk On By
07. Frim Fram Sauce
08. Cheek To Cheek
09. You're My Thrill
10. Let's Face The Music And Dance
11. Every Time We Say Goodbye
12. So Nice
13. Quiet Nights
14. Este Seu olhar
15. The Boy From Ipanema
16. I Don't Know Enough About You
17. S'Wonderful
18. Exactly Like You

Diana Krall - "Walk On By" (DVD "Live In Rio")


Diana Krall "So Nice" (DVD Live in Rio)

domingo, 15 de agosto de 2010

Tok Tok Tok

2008 - She And He
Gênero: Jazz / Soul Music



Tok Tok Tok é um duo formado pela cantora e letrista Tokunbo Akinro e pelo saxofonista e violonista Morten Klen. Conheci o som do duo através de uma postagem do Marcello Lopes no blog Musicólatras.

Morten Klen é alemão e Tokundo Akinro é filha de pai nigeriano e mãe alemã, ela passou a infância na África e morou por alguns meses nos EUA, antes de mudar-se para Alemanha. Os dois se conheceram em uma escola de música na cidade de Friburg, onde vivem atualmente.

“She and He” (2008) é o nono álbum de estúdio da dupla e assim como os demais tem como principal característica a fusão do jazz e o soul music. A voz delicada e sensual de Tokundo, aliado aos arranjos bem estruturados e sofisticados de Morten dão um toque especial às músicas, assim como a banda que os acompanha, formada por Christian Flohr (baixo), Jens Gebel (teclado) e Mathias Meusel (bateria). Em relação ao repertório, é difícil apontar qual a melhor música, a primeira que eu ouvi foi “Although He Hurts Me”, uma música bem contagiante, soul music com um toque de pop. Há também “The Love We Share", “Lewis & Ruth”, “The Game is Over”, “Crash Crush”, “She And He”, “Coração” – um instrumental com o toque da música brasileira - e muito mais. O álbum em nenhum momento fica repetitivo, o duo soube dosar na medida exata.

Tok Tok Tok me surpreendeu positivamente, em todos os sentidos, desde as letras que tem como principal tema o amor, porém são bem elaboradas, o instrumental, que em cada música apresenta algo diferente, fazendo com que o álbum não se torne cansativo e maçante, e claro a voz da Tokunbo Akinro. Quem quiser conhecer mais do Tok Tok Tok, recomendo o álbum “From Soul to Soul” (2006), considerado o melhor já gravado pelo duo. O mais novo álbum do duo foi lançado esse ano e se chama “Revolution 69”. Boa Audição.

Track List

01. Although He Hurts Me
02. The Daydream
03. The Love We Share
04. Longing for Brad
05. Lewis & Ruth
06. As We Are
07. The Game is Over
08. Coração
09. Crash Crush
10. Living Hell
11. Our Little Song
12. She and He
13. Vertigo
14. Harmless in the Beginning

Tok Tok Tok - "Living Hell"


Tok Tok Tok - "Although He Hurts Me" - (Bridgestone Music Festival '09)


Site Oficial: Tok Tok Tok

sábado, 14 de agosto de 2010

Black Sabbath

1980 - Heaven and Hell
Gênero: Heavy Metal


Não é preciso ser fã do Black Sabbath para saber que o álbum “Heaven And Hell” (1980) é um clássico do rock mundial. O álbum marcou uma nova fase na banda, que na época acabou dispensando o então vocalista Ozzy Osbourne - que estava desde a primeira formação – e chamou para o seu lugar o lendário Ronnie James Dio, ex-vocalista das bandas Elf e Rainbown.

“Heaven And Hell” foi o primeiro álbum gravado com Dio nos vocais e que ficou marcado pela mudança da sonoridade, trocando aquele som sombrio e ora psicodélico, pelo heavy metal clássico, com músicas mais rápidas, solos bem executados e um vocal com um timbre mais agudo e técnicas bem apuradas. A composição das letras também sofreu uma mudança, principalmente na temática, e há quem diga que Dio era um mestre em escrever boas letras e isso de alguma forma causou um incomodo em alguns fãs, que preferiam as letras com conteúdo ocultista, que eram escritas por Ozzy e Geezel.

Bom vamos ao que interessa. O álbum abre com “Neon Nights”, uma música que já demostra a nova proposta da banda e mostra para o público a qualidade vocal de Ronnie Dio. Tony Iommi muito inspirado, diga-se de passagem, executando solos e riffs excelentes. “Children Of The Sea” abre com uma introdução feita por Tony e acompanhado por Dio, a música pode ser considerada como uma balada, o que acabou sendo comum no heavy metal. “Lady Evil” tem uma pegada mais hard rock (se é que posso dizer assim), destaque para Geezer Butler no baixo, que executa uma linha muito interessante, e claro, os solos de Tony na guitarra. “Heaven And Hell” é outro clássico do heavy metal, porém ao contrário das demais, essa música tem um andamento mais lento, com uma pegada mais pesada, são 7 minutos de excelência. “Wishing Well” é outra música voltada para o hard rock, porém dessa vez com uma pegada setentista. “Die Young” começa com Tony executando um solo psicodélico, e do nada a banda cria um ambiente totalmente diferente, com uma pegada bem mais rápida, um heavy metal clássico dos anos 80. “Walk Away” é uma música que a meu ver, também traz uma pegada hard rock. “Loney Is The Word” encerra essa obra prima do heavy metal, a música é surpreendente, com um andamento mais lento, solos bem executados, sem exageros, na medida e na hora certa, assim como o baixo, que salta aos nossos ouvidos, o teclado tocado por Geoff também merece destaque, ele cria uma “cama” onde abre espaço para Tony executar seus solos com maestria, sem falar da letra que é sensacional.

Enfim, “Heaven And Hell” trouxe de volta o que o Black Sabbathh havia perdido nos anos anteriores e recolocou a banda no seu lugar de destaque. Também conquistou discos de ouro nos EUA, Reino Unido e Canadá, sem se esquecer de que é um dos álbuns favoritos dos fãs e claro um patrimônio do heavy metal. Boa Audição!

Track List

01. Neon Knights
02. Children Of The Sea
03. Lady Evil
04. Heaven And Hell
05. Wishing Well
06. Die Young
07. Walk Away
08. Lonely Is the Word

Ronnie James Dio - vocal
Tony Iommi - guitarra
Geezer Butler - baixo
Bill Ward - bateria
Geoff Nicholls - teclados

Black Sabbath "Neon Knights"


Site Oficial: Black Sabbath

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dica de Filme: "À Procura da Felicidade" (2006)

Comovente. Essa é a palavra que resume o filme “À Procura da Felicidade”. Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Chris Garner (Will Smith), um pai de família que luta para sobreviver em meio às dificuldades. Chris é vendedor/representante de um aparelho médico, que é muito caro e que nenhum médico se interessa em comprar. Em meio a tudo isso, Chris enfrenta um obstáculo dentro da sua própria casa, o de manter a sua família unida e seu casamento de pé. Linda (Thandie Newton) esposa e mãe do filho Chirstopher (Jaden Smith), acaba não suportando toda a pressão e decide sair de casa e Chris mesmo sem nenhuma condição decide lutar pela a guarda do filho e assim sustenta-lo.

Pai solteiro e sem conseguir vender seus equipamentos, Chris passa por situações humilhantes ao lado do seu filho, por falta de pagamento do aluguel, os dois são despejados do apartamento. Logo a única alternativa encontrada é dormir em abrigos para sem-teto, isso quando há vagas, do contrário a estação do metrô é a solução. Em um determinado momento, Chris se inscreve para concorrer a uma vaga como corretor da Bolsa de Valores, apesar de continuar morando em abrigo, é obrigado a manter uma imagem dentro da empresa. Mesmo com todas as adversidades, Chris encontra tempo e ânimo para estudar e ser pai presente e afetuoso.

Apesar de todo esforço de Chris Garner para manter-se vivo e com esperanças, o filme mostra os limites que um ser humano pode enfrentar, a sucessão de fracassos do personagem é impressionante, causando uma angústia em quem assiste.

“À Procura da Felicidade” pode parecer um filme clichê, porém passa uma mensagem muito valiosa, a de que se você decidir ir atrás do seu sonho, com todo empenho e força, ele irá se realizar, por mais dificuldades que você passe. Chris prova isso, sem dinheiro, fracassado, sem apoio da esposa, pai solteiro e mesmo com tudo isso ainda encontra forças para correr atrás dos seus sonhos e dar uma vida digna a seu filho.

Talvez o único erro do filme seja o fato de castigar demais o protagonista, ainda mais em situações que são improváveis na vida real. Por outro lado, um bom filme precisa desses ingredientes, ainda mais quando se trata de um drama.

Ficha Técnica:

Título Original: The Pursuit of Happyness
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 01 hs 57 min
Ano de Lançamento: 2006
Estúdio/Distrib.: Columbia Pictures
Direção: Gabriele Muccino

Elenco:

Chris Gardner (Will Smith)
Christopher (Jaden Smith)
Linda (Thandie Newton)
Jay Twistle (Brian Howe)
Martin Frohm (James Karen)
Alan Frakesh (Dan Castellaneta)
Walter Ribbon (Kurt Fuller)
Sra. Chu (Takayo Fischer)
Tim Ribbons (Domenic Bove)
Tim Brophy (Scott Klace)
Wayne (Mark Christopher Lawrence)
Chris Gardner

"À Procura da Felicidade" (Trailer)


Site Oficial (Em Inglês): The Pursuit of Happyness

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"O Jardim do Diabo" (Luis Fernando Verissimo)

Ficha Técnica

Escritor: Luis Fernando Veríssimo
Gênero: Literatura Nacional / Romance
Lançamento: 2005
Páginas: 184
Acabamento: Brochura
Editora: Objetiva


O primeiro livro do Luis Fernando Verissimo que eu tive a oportunidade de ler foi o “O Jardim do Diabo”. Um livro agradável, com uma narrativa cativante, uma história surpreendente e muito bem contada. O livro é o primeiro romance do escritor, foi lançando em 1988 e relançado pela editora Objetiva em 2005.

Mesmo escrevendo e lançando seus livros de história policial com certa frequência, Estevão está longe de ser um escritor renomado. Em seus romances o escritor segue uma fórmula que considera infalível: Por volta da página 40 tem a grande trepada e o encontro final com o vilão e o desfecho, a partir da 90. Numa referência ao escritor Joseph Conrad, seus personagens de uma forma ou outra, sempre se chamam Conrad. Outra caracterista do escritor é de assinar cada um dos livros com um pseudônimo americano e diferente.

Estevão é o personagem principal e narrador da história. O seu mundo se resume a seu apartamento, onde passa a maior parte do tempo sentado na sua cadeira de rodas, ao lado da sua velha maquina de escrever e na companhia da Dona Maria, sua empregada doméstica, que tem o costume de ouvir as trágicas notícias do rádio no último volume todo dia. Há ainda Lília, uma moça que vem duas vezes por semana para a faxina, mas sempre acaba em sua cama.

A vida monótona de Estevão começa a mudar a partir do momento em que ele recebe a visita inesperada do inspetor Macieira. O motivo é devido a um assassinato que ocorreu antes do livro “Ritual Macabro” - escrito por Estevão – ser lançado. Porém o que intriga o inspetor é o fato de que a cena do crime é idêntica à cena descrita no livro.

A partir desse momento a ficção e a realidade se misturam de tal maneira, que fica difícil identificar onde começa uma e termina a outra. Com isso Estevão se vê como um personagem dentro da sua própria história, a partir daí o escritor tenta dar continuidade ao “Ritual Macabro” e as aventuras de Conrad, mas agora atento aos acontecimentos publicados nos jornais, no rádio da dona Maria e tentando de alguma forma ligar os pontos citados pelo inspetor Macieira durante suas conversas.

Verissimo cria um ambiente surpreendente, usando sua habilidade com as palavras para lidar com três situações distintas na mesma história. O resultado é uma narrativa alucinante, que prende a atenção do leitor do inicio ao fim. Com um vocabulário fácil e sem complicações, Verissimo põe o leitor na posição de testemunha, onde ele, juntamente com Estevão e o inspetor Macieira, tentam desvendar esse caso macabro.

Livro: "O Jardim do Diabo" (Luis Fernando Verissimo): Arquivo Word - Clique Aqui

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sara Gazarek

2006 - Live at The Jazz Bakery
Gênero: Jazz



“Live At The Jazz Bakery” (2006) é o primeiro e por enquanto o único álbum ao vivo da cantora de jazz Sara Gazarek. O álbum foi gravado durante a turnê de lançamento do álbum “Yours” (2005). O álbum ao vivo foi vendido exclusivamente pela internet e disponível em CD apenas nos shows da cantora.

Sara incluiu no set list músicas do álbum “Yours” e algumas do “Retourn To You”, que seria lançado no ano seguinte. Seu desempenho ao vivo é notável e fascinante, apesar de jovem, ela passeia por seu repertório com muita propriedade e experiência. Durante a apresentação Sara é acompanhada pelo pianista Josh Nelson, e há que tudo indica por Erik Kerter (baixo) e Matt Slocum (bateria). Se você ainda não conhece o trabalho da Sara, não deixe de ouvir os outros álbuns dela. Boa Audição.

Track List

1. Cheek to Cheek
2. Too Darn Hot
3. More
4. Yours
5. You Are My Sunshine
6. So This is Love
7. Give Me That Smile
8. I Got It Bad (and That Aint' Good)
9. You've Changed
10. Let's Try This Again
11. Don't Know How to Stay
12. Makes Me Feel This Way

Sara Gazarek "Makes Me Feel This Way"


Site Oficial: Sara Gazarek

Impellitteri

2009 - Wicked Maiden
Gênero: Heavy Metal



Depois de quatro anos sem nenhuma novidade, o Impellitteri volta à cena com o álbum “Wicked Maiden” (2009) e que reserva os fãs, além do já conhecido trabalho de Chris Impellitteri na guitarra, a volta do vocalista Rob Rock.

Essa parceria do guitarrista com o vocalista teve início em meados dos anos 80, onde gravaram um demo e o EP “The Black Album”, depois disso acabaram se separando. Chris se manteve no Impellitteri e gravou o primeiro álbum “Stand In Line” com o vocalista Graham Bonnet, por outro lado Rob Rock participou de projetos com as bandas Driver, Joshua e Angelica. Porém foi nos anos 90 que o vocalista se firmou ativamente na banda e a parceria rendeu álbuns excelentes e que até hoje são muito conceituados no cenário do metal. “Grind and Bear It” (1992), “Victim Of The System” EP (1993), “Answer To The Master” (1994), “Screaming Symphony”(1996), “Fuel For The Fire” EP (1997) e “Eye Of The Hurricane” (1997). E no ano 2000 gravaram o álbum “Crunch”.

Depois disso, os dois voltaram a se separar. Chris deu continuidade ao Impellitteri e lançou os álbuns, “System X” (2002) com Grahm Bonnet no vocal e “Pedal To The Metal” (2004) com Curtis Skelton. Rob Rock investiu na carreira solo e lançou álbuns excepcionais, “Rage Of Creation” (2000), “Eyes of Eternity” (2003), “Holy Hell” (2005) e “Garden Of Chaos” (2007).

Em 2008 Rob Rock regressa ao Impellitteri, desta vez para começar a trabalhar no próximo álbum. “Wicked Maiden” representa definitivamente o sucesso dessa parceria e resgata os bons momentos vividos por Chris e Rob Rock na banda. De um lado, um guitarrista preciso, virtuoso, conhecido por sua agilidade e velocidade na guitarra, de outro um dos mais conceituados vocalistas de heavy metal. Uma parceria assim, jamais poderia dar errado. Além dos dois, a banda é formada por James Pulli (baixo) e Brandon Wild (bateria).

O álbum traz dez canções baseada no heavy metal neoclassico e ao contrário dos últimos trabalhos da banda, em “Wicked Maiden” não há espaço para baladas, é pauleira do início ao fim. As músicas são bem estruturadas, a guitarra sempre precisa, com palhetadas rápidas e solos bem executados, o pedal duplo da bateria por diversas vezes dita um ritmo frenético e no vocal Rob Rock como sempre mostrando muita competência em um performance impecável, com muito agudo e usando a técnica do falsete muito bem. O álbum não tem uma música ruim, seja na letra ou melodia. Rob e Chris trouxeram para o álbum alguns elementos de trabalhos anteriores. Destaques para as músicas, “Wicked Maiden” que abre álbum em um ritmo alucinante, com riffs poderosos de Chris e o vocal impecável do Rob Rock, a letra tem como tema o apocalipse. “Last Of A Dying Breed” lembra e muito as músicas do álbum “Screaming Sumphony” e traz uma linha mais melódica. “Garden of Eden”merece destaque pelo excelente trabalho do backing vocals e pelo solo épico executado por Chris. “Eyes Of An Angel” é uma das faixas mais melódicas do álbum. “Hi- School Revolution” é diferente das outras, pois traz um toque de blues. “Holy Man” beira a perfeição, uma das melhores músicas do álbum, começa com um instrumental bem diferenciado, com o toque sutil do piano, o peso da guitarra e uns trechos narrados, tudo isso dá um ar misterioso a música. A música fala sobre a vida de Jesus e cita algumas passagens vividas por Ele. Por fim “The Batlle Rages On” fecha o álbum em grande estilo.

É difícil expressar em palavras o que significa o álbum “Wicked Maiden”, seja pelo fato da importância da parceria entre Chris e Rob Rock ou em relatar cada música que compõe esse excelente trabalho. O fato é que o Impellitteri se mostrou fiel as suas origens que tanto rendeu fãs e reconhecimento à banda. E assim como nos anos 90, Chris e Rob Rock continuam formando uma parceria vitoriosa. Boa Audição !

Track List

01. Wicked Maiden
02. Last Of A Dying Breed
03. Weapons Of Mass Distortion
04. Garden Of Eden
05. The Vision
06. Eyes Of An Angel
07. High School Revolution
08. Wonderful Life
09. Holyman
10. The Battle Rages On

Impellitteri - "Last of a Dying Breed"


Site Oficial: Impellitteri

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Skip James

The Complete Early Recordings Of Skip James (1930)
Gênero: Blues



Na semana passada postei sobre J.B Lenoir e disse um pouco sobre a série “The Blues: A Musical Journey” (Blues: Uma Viagem Musical), produzida em 2003 por Martin Scorsese e mais sete produtores apaixonados por blues. A postagem de hoje é uma espécie de continuação, já que descobri a história de Skip James no mesmo capítulo da série.

Nehemiah Curtis "Skip" James nasceu perto de Bentonia, no Mississipi, em 1902. O seu pai era um ex-contrabandista de álcool convertido em pregador. Skip também seguiu por esse caminho, e contrabandeou bebida durante a época da Lei Seca nos Estados Unidos. Trabalhou na construção de estradas na sua terra natal, o Mississippi, no início da década de 1920 e na época escreveu aquela que é provavelmente a sua canção mais antiga, "Illinois Blues", acerca das suas experiências como trabalhador. Também foi agricultor e chegou até a produzir whiskey.

James escutou músicos locais como Henry Stuckey e os irmãos Charlie e Jesse Sims, tendo começado a tocar órgão no início da sua adolescência. Também aprendeu a tocar violão, onde desenvolveu uma técnica, que consistia em dedilhar com três dedos.

A vida do bluesman nunca foi fácil, no documentário conta a história da sua primeira gravação. Skip foi encorajado por amigos para que participasse de um concurso de talentos. Como tocava violão e piano muito bem, Skip venceu o concurso e recebeu do caçador de talentos H.C Speir, a oportunidade de gravar pela Paramount Records. Para isso, Skip precisaria viajar muitos kilometros de trem, e assim o fez. Saiu da sua cidade natal, em busca do seu sonho. Lá, o bluesman gravou um material bem variado, do blues, passando pelo gospel e versões de composições que já existiam. Entre as canções mais conhecidas gravadas na época estão “Devil Got My Woman”, “Jesus Is A Mighty Good Leader” e “22-20 Blues”. Apesar do sucesso aparente, o resultado não foi o esperado. Skip sequer chegou a ouvir o resultado das gravações e nunca recebeu um tostão por seu trabalho. Como se isso não bastasse, a vendagem dos seus discos foi muito baixa, devido à crise de 1929 que assolava os EUA. Vendo essa situação, Skip desistiu de tocar blues e foi trabalhar na igreja do seu pai, onde era responsável pelo coral.

Nos anos seguintes, o bluesman simplesmente desapareceu, não gravou nada, ensaiou regressar, porém sem sucesso, voltando a abandonar a música. Apesar da sua qualidade, ele ficou praticamente no anonimato até 1960. Já em 1964 os entusiastas do blues John Fahey, Henry Vestine e Bill Barte, encontraram Skip em um hospital na cidade de Tunica, no Mississipi. Naquele mesmo ano, Skip tocou no Newport Folk Festival, ao lado de outros artistas que foram redescobertos. Ao longo dessa década, Skip gravou para os selos Melodeon, Takoma Records e Vanguard Records, também tocou publicamente inúmeras vezes até seu falecimento em 1969.

Skip James não viveu para “ver” o seu reconhecimento, visto que hoje a sua música foi redescoberta e assim ganhou várias edições em CD. Isso sem falar na infinidade de músicos que regravaram suas composições. A música do bluseiro continua viva, influenciando cada vez mais novos músicos. Um fato interessante era em relação ao jeito de tocar do bluseiro, a afinação muitas vezes era em Ré Menor, o que dava ao instrumento esse timbre bem diferenciado e único. Com certeza vale a pena conferir. Boa Audição!

A TV Cultura segue reprisando a série “Blues: Uma Viagem Musical”, todo sábado, às 23:30 horas.

Track List

01. Devil Got My Woman
02. Cypress Grove Blues
03. Little Cow and Calf Is Gonna Die Blues
04. Hard Time Killin' Floor Blues
05. Drunken Spree
06. Cherry Ball Blues
07. Jesus Is a Mighty Good Leader
08. Illinois Blues
09. How Long "Buck"
10. 4 O'Clock Blues
11. 22-20 Blues
12. Hard Luck Child
13. If You Haven't Any Hay Get on Down the Road
14. Be Ready When He Comes
15. Yola My Blues Away
16. I'm So Glad
17. What Am I to Do Blues
18. Special Rider Blues

Skip James - "Devil Got My Woman"


Skip James - "Skip´s Worried Blues"


Fonte (Pesquisa): Wikipédia e Blog Música & Cerveja

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Quarteto Pindorama

Quarteto Pindorama
Gênero: Jazz / Bossa Nova



Durante a semana recebi através do Ésley Guima, uma dica de som muito interessante, trata-se do Quarteto Pindorama. Conferi o som e agora vou apresentar para os leitores do blog. O repertório chama a atenção, com muitas canções clássicas, que foram bem escolhidas e que seguem a linha do jazz e da bossa nova. O instrumental também merece destaque, bem tocado e de muita qualidade. Segue abaixo um texto contando a história do Quarteto Pindorama.

A idealização do Pindorama surgiu na mente do Chico e do Rodrigão no ano de 2005, como uma dupla, sendo violão e contrabaixo. Mas, como as condições não eram muito favoráveis na época, não aconteceu. Rodrigão como amante da música há muito tempo, sempre comentava sobre esta ideia com o Ésley, que gostava e o motivava, mas não tinha como ajuda-los, pois ainda não tocava nenhum instrumento, apesar de já arriscar a cantarolar alguma coisa. No final de 2008, Ésley iniciou um projeto de voz e percussão com Samuel no piano, outra dupla. Neste mesmo período, Ésley e Chico se conheceram, foi onde tudo se encaixou, dupla + dupla = quarteto.

Daí então, Quarteto Pindorama. Violão, Percussão, Baixolão, Piano e um ingrediente muito importante, a paixão pela boa música. O Ésley, Rodrigo e o Samuel são de Tremembé, interior de São Paulo e o Chico é de Campos do Jordão.

O álbum demo foi gravado ao vivo em um pequeno estúdio em Tremembé, mas com um técnico excelente (Rodrigo do A.R.C. Stúdio) e com a ajuda do incrível produtor com ouvido divino (Ezequias). No álbum há duas versões da música “Garota de Ipanema”, a primeira apenas instrumental e na outra tem a participação da Eriz Guimarães, no vocal.

Atualmente o Quarteto Pindorama está em um período de mudanças, pois o Chico, por motivos pessoais não pode mais estar no quarteto, porém em breve os músicos Hudson (sax) e Alexandre (clarinete) farão parte do Pindorama. O quarteto ainda não tem um material próprio, mas estão em fase de composição e estruturação. Em relação à sonoridade, pretendem seguir uma linha baseada nos ritmos brasileiros, do clássico choro até a MPB de qualidade, colocando o pé no jazz e no blues. O Blog Jazz e Rock deseja toda sorte e sucesso ao Pindorama. Boa Audição!

Track List

01. I'm Confessing
02. Garota de Ipanema
03. Walking my Baby Back Home
04. Wave
05. Amor em Paz
06. Autumn Leaves
07. All The Things You Are
08. Nuages
09. Garota de Ipanema (Participação Especial: Ezir Guimarães) - (Faixa Bônus)

Chico Jorge: (violão e bandolim)
Ésley Guima: (percussão e vocal)
Rodrigo Alves: (baixo)
Samuel Souza: (piano)

Quarteto Pindorama (Campos do Jordão)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Chiara Civello

2005 - Last Quarter Moon
Gênero: Jazz / Pop / Bossa Nova


Chiara Civello é uma cantora e pianista de jazz italiana, mas está radicada há alguns anos nos Estados Unidos. Ela começou sua carreira aos 18 anos, quando conseguiu uma bolsa de estudos na renomada Berklee College of Music. Passou algum tempo no Rio de Janeiro, onde aprendeu alguns conceitos sobre música brasileira e jazz, depois aliou isso com um lado mais pop.

O álbum “Last Quarter Moon” (2005) marca a sua estréia e ressalta ainda mais as suas qualidades como cantora e pianista. Sua música é versátil, rica em harmonia, suave, sem exageros, assim como sua voz, que é afinadíssima e agradável de ouvir. O instrumental também deve ser ressaltado, de uma qualidade impecável, aliando sofisticação e bom gosto. Para a gravação do álbum, Chiara foi acompanhada pelos músicos, Steve Gadd e Dan Reiser (baterista), Jamey Haddad (órgão), Larry Goldings (piano), Mark Stewart (violoncelo), Adam Rogers (guitarra), Miguel Zenon (saxofone), Mike Mainieri (vibrafone) e Alex Alvear (baixista).

No repertório Chiara explora vários estilos, mostrando o seu lado eclético. Destaque para o jazz pop da música “Here is Everything” e o solo de saxofone de Miguel Zenon, já em “The Wrong Goodbaye” o ambiente é outro, piano e voz se sobressaem, enquanto a bateria acompanha de maneira suave e discreta. “Parole Incerte” é uma das três músicas cantadas em italiano, excelentes por sinal. “Sambaroma” e “Outono” é a prova da influência da música brasileira no trabalho de Chiara, ambas no ritmo contagiante e inigualável da bossa nova. Porém o mais interessante, é ver Chiara se arriscando no português na música “Outono”, prática que muitas cantoras estrangeiras tem usado nos seus trabalhos. “Trouble” é uma canção escrita por Chiara em parceria com o lendário pianista/compositor Burt Bacharach, sem dúvida uma das melhores canções do álbum, a voz de Chiara soa perfeitamente bem. “I Won't Run Away” fecha o álbum em grande estilo, uma música suave, apenas piano e voz.

Para um álbum de estréia, “Last Quarter Moon”, supera todas as expectativas e Chiara demonstra que tem muito bom gosto e acima de tudo qualidade. Esse álbum foi lançado há 5 anos, atualmente ela está no seu terceiro álbum, o último lançado este ano. Se você procurar e gosta de novidades, Chiara é uma ótima pedida.

Chiara vai estar hoje (02/08) no Programa do Jô ! Não Percam !!

Track List

01. Here Is Everything
02. The Wrong Goodbye
03. Ora
04. Caramel
05. Parole Incerte
06. Last Quarter Moon
07. Nature Song
08. In Questi Giorni
09. Sambaroma
10. Trouble
11. Outono
12. I Won't Run Away

Chiara Civello - Caramel (Live at San Javier).


Site Oficial: Chiara Civello

domingo, 1 de agosto de 2010

Iron Maiden

2001 - Rock In Rio
Gênero: Heavy Metal



Resenhar sobre um álbum ao vivo do Iron Maiden é uma tarefa muito prazerosa, simplesmente por que não há como negar o fato de que a banda dispensa comentários quando sobe no palco. É assim desde o clássico “Live After Death” (1985) e que vem se repetindo ano após ano, show após show.

Estava em dúvida sobre qual álbum ao vivo deveria postar primeiro, já que tenho todos upados. O álbum (DVD) foi gravado durante o Rock in Rio, na final da turnê do Brave New World. O Iron subiu ao palco exatamente no dia 19 de Janeiro de 2001 e tocou para um público de 200 mil pessoas. Este álbum é especial por dois bons motivos. Antes é preciso lembrar que a Donzela estava desde 1993 sem o seu principal vocalista, Bruce Dickinson e desde 1990 sem o guitarrista Adrian Smith, que saiu para seguir projeto solo e com isso a banda recrutou o guitarrista Janick Gers. Em 1999 Bruce e Adrian retornam ao Iron Maiden e logo em seguida a banda lança o álbum “Brave New World” (2000), com composições inéditas, com uma sonoridade diferente dos álbuns anteriores e a formação com três guitarristas. O Cd/DVD “Rock In Rio” foi o primeiro registro gravado ao vivo com a nova formação da banda.

O fato é que a Donzela novamente surpreendeu, o entrosamento dos três guitarristas impressionou a todos, a banda se mostrava renovada e com uma vitalidade que estava perdida nos álbuns “Virtual XI” e “The X Factor”.

No set list do show, músicas do novo álbum como “The Wicker Man”, “Ghost of the Navigator”, “Brave New World”, “Blood Brothers”, “The Mercenary” e “Dream of Mirrors”, também teve espaço para duas músicas que foram gravadas na fase do vocalista Blaze Bayley e que não precisa dizer que na nova formação da banda e com a voz do Dickinson ficou ainda melhor, são elas: “Sing Of The Cross” e “The Clansman”. E claro que não poderia faltar os clássicos, “The Number Of The Beast”, “Fear Of The Dark”, “Iron Maiden”, “2 Minutes to Midnight”, “Hallowed Be Thy Name”, “Sactuary” e “Run The Hills”.

Ao longo dos 35 anos de carreira, a Donzela passou por momentos excelentes e memoráveis, afinal não alcançaram o status de ser uma das maiores bandas de heavy de todos os tempos a toa, só que também passaram por alguns momentos complicados, e creio que a saída do Bruce teve muita influência nisso. Por isso essa turnê “Brave New World” marcou uma nova fase na carreira da banda, com a volta do Bruce e Adrian Smith. Com a nova formação a banda só ganhou em qualidade, não só na hora de executar as músicas, mais também na parte de composição, já que em outros tempos Steve Harris, Adrian e Bruce eram responsáveis por boa parte dos clássicos. Além disso com as três guitarras, as músicas ganharam um peso adicional, principalmente ao vivo e o interessante disso tudo é que o som inconfundível do baixo de Steve Harris em nenhum momento ficou encoberto. A Donzela estava de volta a velha forma, porém com uma nova formação. Up The Irons !

CD 1

01. Intro
02. The Wicker Man
03. Ghost of the Navigator
04. Brave New World
05. Wrathchild
06. Two Minutes to Midnight
07. Blood Brothers
08. Sign of the Cross
09. The Mercenary
10. The Trooper

CD 2

01. Dream of Mirrors
02. The Clansman
03. The Evil That Men Do
04. Fear of the Dark
05. Iron Maiden
06. The Number of the Beast
07. Hallowed Be Thy Name
08. Sanctuary
09. Run to the Hills

Iron Maiden - Intro + The Wicker Man (DVD Rock In Rio)


Iron Maiden - "Brave New World" (DVD Rock In Rio)


Site Oficial: Iron Maiden