sexta-feira, 30 de julho de 2010

J.B Lenoir

1995 - Vietnam Blues: The Complete L&R Recording
Gênero: Blues



Sábado à noite, sem expectativas em relação à programação da TV, até que, mudando de canal de deparo com algo inesperado. Foi assim que conheci o som e a história de J.B Lenoir através de um documentário que foi ao ar pela TV Cultura. “The Blues: A Musical Journey” (Blues: Uma Viagem Musical) é uma série criada em 2003, dividida em sete capítulos que abordam o blues em diversas maneiras. A produção é de Martin Scorsese, que convidou sete diretores apaixonados por blues: Richard Pearce, Wim Wenders, Marc Levin, Clint Eastwood. Mike Figgis e Charles Burnett. Os capítulos são: "Alma de um homem”, “Se aquecendo no fogo do diabo”, “A estrada para Memphis”, “Vermelho, Branco e Blues”, “De volta para casa”, “Padrinhos e afilhados” e “Piano Blues”. A história de J.B Leonir foi contada no capitulo “Alma de um Homem” (Soul of a Man) e que foi produzida por Wim Wenders. Este capítulo analisa o blues a partir da vida de três grandes nomes: J.B Lenoir, Skip James e Blind Willie Johnson, mostrando a influência do blues entre o sagrado e o profano, já que esses três bluseiros viveram isso.

J.B Lenoir nasceu em Monticello, Mississipi. Filho de fazendeiros, aprendeu a tocar guitarra aos oito anos com seu pai e escutando as canções de Blind Lemon Jefferson. Saiu da casa dos pais no inicio da década de 40. Em 1949, mudou-se para Chicago em busca de novas oportunidades, tocou em diversos clubes e gravou o seu primeiro álbum, “J.B and his Bayou Boys” (1950). Nos anos seguintes o bluseiro gravou diversos álbuns e em 1965 excursionou pela Europa com a American Folk Blues Festival. Suas músicas tinham um apelo político muito forte, falava contra o racismo e a guerra do Vietnam. Em 1967, J.B Lenoir sofre um grave acidente de carro, segundo relatos (do documentário), ele foi muito mal atendido no hospital e com isso acabou sofrendo um ataque cardíaco, vindo a óbito com apenas 38 anos.

“Vietnam Blues: The Complete L&R Recording” (1995) reúne dois álbuns do J.B Lenoir, um chamado “Alabama Blues” (1965) e “Down in Mississipi” (1966). Os dois foram gravados pelo selo alemão L&R e produzido por Willie Dixon. Algumas músicas têm a participação do baterista Fred Below. Como disse anteriormente, J.B Lenoir abordava temas políticos nas suas letras, o que era incomum para a época, já que a maioria costumava abordar temas relacionados a sentimentos.

J.B Lenoir deveria ter alcançado um reconhecimento muito maior, por sua maneira de tocar e de compor. No documentário inclusive, tem o relato do casal - Ronnog Seaberg & Steve Seaberg - que tentou ajudar o músico, gravaram pequenos documentários e que tinha o próprio J.B Lenoir contando sua história e tocando. A idéia era enviar o documentário para um canal de TV para que fosse exibido. O resultado não foi o esperado e não obteve a repercussão desejada. Infelizmente. No Youtube tem o trecho do documentário com a entrevista do casal.

A TV Cultura segue reprisando a série “Blues: Uma Viagem Musical”, todo sábado, às 23:30 horas. Vale e muito conferir.

Track List

01. Alabama Blues
02. Mojo Boogie
03. God's Word
04. The Whale Has Swallowed Me
05. Move This Rope
06. I Feel So Good
07. Alabama March
08. Talk To Your Daughter
09. Mississippi Road
10. Good Advice
11. Vietnam Blues
12. I Want To Go
13. Down in Mississippi
14. Slow Down Woman
15. If I Get Lucky
16. Shot On James Meredith
17. Round And Round
18. Voodoo Music
19. Born Dead
20. Leaving Here
21. Vietnam Blues
22. How Much More
23. Tax Payin' Blues
24. Feelin' Good

J.B Lenoir - "Alamaba March" (Vídeo do documentário produzido pelo casal: Ronnog e Steve)


J.B Lenoir - "The Voodoo" & the Kiss" (Vídeo parte do documentário)


Fontes (Pesquisa): God n' Blues, Música & Cerveja e Palavras como Corpos,

quarta-feira, 28 de julho de 2010

"O Guardião de Memórias" (Kim Edwards)

Ficha Técnica

Escritor: Kim Edwards
Gênero: Ficção
Lançamento: 2007
Páginas: 368
Acabamento: Brochura
Editora: Sextante


Por Gislaine dos Santos

Foram mais de três milhões de exemplares vendidos somente nos Estados Unidos, “O Guardião de Memórias”, conta a história intrigante de vidas separadas por uma escolha, e que refletirá até o final da história.

O livro conta a história do Dr. David Henry um médico ortopedista, casado com Norah. Norah esta grávida, ambos muito felizes com a chegada de seu primeiro filho. Por conta de uma nevasca repentina, o obstetra de Norah não consegue chegar ao consultório, David se vê obrigado a realizar o parto de sua esposa, com a ajuda de sua enfermeira assistente Caroline Gill.

No decorrer do parto, David então descobre que não era apenas um filho, e sim uma gestação de gemelares, o primeiro a nascer é Paul um bebê lindo e saudável. O segundo bebê é uma menininha, David logo percebe características de Síndrome de Down. David se lembra de sua infância dura ao lado da irmã que tanto amava portadora da mesma síndrome, lembra-se do sofrimento que foi perdê-la. Em um momento de total desespero decide dar a própria filha para adoção, sem o consentimento da esposa Norah, pensando em poupar sua esposa. David contou a Norah que o segundo bebê era uma menina e que havia morrido na hora do parto.

Caroline Gill fica encarregada de levar a linda bebezinha para adoção, porém tocada por um sentimento materno a mesma não consegue deixar a menina para adoção e decide se mudar de cidade e criar Phoebe mesmo com algumas dificuldades pela frente.

Norah não consegue se perdoar, e sente-se vazia depois do que houve com sua bebezinha.

A partir daí acontecem diversas mentiras, traições, magoas que o tempo nunca será capaz de apagar. Dr. David Henry convive com esse segredo, que o assombra pelo resto de sua vida. O preço pago foi alto demais, ele vê sua família corroída, vê cada um se acabando com suas angústias. Arrependido e talvez tentando compensar o erro cometido. Doutor David tem uma obsessão por fotografar imagens de crianças. Norah se desequilibra entregando-se ao álcool e infidelidades.

E Paul - a criança saudável e perfeita - sente na pele a ‘rejeição’ dos pais, que mesmo depois de anos ainda se vêem tão envolvidos na morte de sua irmã gêmea.

O livro nos mostra o Poder que uma escolha pode ter em nossas vidas. Em 2008 o livro foi adaptado para filme, lembro que assisti o filme logo após ler o livro, e esse é como todos os outros, o livro sempre muito melhor que o filme, mas vale a pena assistir também.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

The Brian Setzer Orchestra

2010 - Don't Mess With A Big Band (Live)
Gênero: Rockabilly



Brian Setzer possui a fórmula de como produzir um show e gravar um excelente álbum. Não é de hoje que o guitarrista ao lado da sua orquestra vem arrastando multidões por onde passa com seu Rockabilly que tira qualquer um do seu estado normal. Brian é o maior expoente desse estilo na atualidade e a cada ano que passa surge com trabalhos muito bem produzidos, prova disso é o seu último álbum de estúdio, “Songs From Lonely Avenue” (2009).

“Don't Mess With A Big Band” (2010) é o mais novo lançamento ao vivo do BSO, é um registro da turnê realizada no Japão em 2009. O álbum em si dispensa comentários, afinal a qualidade do BSO é inquestionável. O que me chamou a atenção desde o inicio, foi o titulo muito criativo: “Não se metam uma big band”. O repertório contém clássicos desde os tempos do Stray Cats e também do Brian Setzer Orchestra, como “The Dirty Boogie”, “Stray Cat Strut”, “Jump Jive An' Wail”, “Rumble In Brighton”, “Rock This Town”, “Sleepwalk”, entre outros. Há espaço também para a abertura perfeita, com o tema do “Batman” (Original da ABC-TV) e o remeke do clássico “Summertime Blues”, do Eddie Cochran. No disco dois Brian cria um set-list com vários clássicos do rckabilly, incluindo “Gene & Eddie”, uma homenagem aos pioneiros do rockabilly Gene Vicent e Eddie Cochran, e claro uma sequencia de canções que ficaram eternizadas no Stray Cats, grupo formado pelo Brian Setzer. O guitarrista também incluiu algumas canções raras que não tinham sido tocadas ao vivo. Musicalmente o álbum é empolgante, que inclui o rock and roll e swing na medida exata e sem exageros, a guitarra de Brian surge com um som cru, sem efeitos, repleto de solos estonteantes e muitíssimo bem executados por Brian Setzer. Isso sem esquecer dos metais, que mais uma vez apresenta um trabalho de arranjos impecáveis.

A iniciativa de lançar o álbum partiu do Surfdog Records, que já havia gravado uma série de shows ao vivo do Brian, porém não havia o interesse de publicá-las. Mas como sempre acontece, algumas gravações foram colocadas no mercado sem a permissão do Brian e em forma de bootlegs, com uma qualidade muito ruim. Então o pessoal da Surfdog sugeriu a possibilidade de lançar alguns shows e o Brian Setzer comprou a idéia. Os álbuns apesar da excelente qualidade de áudio, não sofreu nenhuma alteração (Overdubbing), mantendo assim característica do áudio original. Algumas gravações desse tipo foram lançadas nos álbuns “The Ultimate Collection” e “Red Hot & Live”, porém o primeiro álbum de gravações inéditas é o “Don’t Mess With A Big Band”.

Tudo isso faz do álbum “Don’t Mess With A Big Band” um registro mais do que especial para os fãs e amantes do Rockabilly.

Disco 1

01. Batman
02. Drive Like Lightning
03. (Crash Like Thunder)
04. '49 Mercury Blues
05. Good Rockin' Daddy
06. Your True Love
07. The Dirty Boogie
08. Sleepwalk
09. Honey Man
10. This Cat's On A Hot Tin Roof
11. Summertime Blues

Disco 2

01. Runaway Boys
02. Gina
03. Gene & Eddie
04. Fishnet Stockings
05. Stray Cat Strut
06. Jump Jive An' Wail
07. Rumble In Brighton
08. Rock This Town
09. The House Is Rockin'

Brian Setzer (vocais/guitarra).
Julie Reiten (vocal).
Eric J. Morones, Tim Messina, Mattew Zebley, Jim Yougstrom (saxafone).
Kevin Norton, Sean Billings, Steve Reid, Jamie Hovorka (trompete).
Kerry Loeschen , Jeremy Levy, Robbie Hioki, Jason Thor (trombone).
John Hatton (baixo)
Tony Pia (bateria)

Site Oficial: Brian Setzer

domingo, 25 de julho de 2010

"Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" (Jô Soares)

Escritor: Jô Soares
Gênero: Romance Policial
Lançamento: 2005
Páginas: 252
Acabamento: Brochura
Editora: Companhia das Letras

Como leitor assíduo dos livros do Jô, não poderia deixar de falar do terceiro e até então o último romance escrito por ele, “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”. Tive a honra de ler este livro alguns dias depois do seu lançamento, em 2005 e como já tinha lido o “O Xangô de Baker Street” e “O Homem Que Matou Getúlio Vargas”, a expectativa em torno deste livro era enorme.

O livro segue a mesma linha dos anteriores, Jô Soares continua dando uma aula de história e bom humor, misturando ficção e realidade, sempre na dose certa. Se em “O Xangô de Baker Street” o surgimento do primeiro serial killer no Brasil causava espanto, em “Assassinatos na ABL”, Jô volta a abordar o assunto, porém de outra maneira.

O cenário escolhido por Jô Soares é novamente o Rio de Janeiro, desta vez no ano de 1924. Na ocasião o jornal “O Paiz” estampa na primeira página que a cidade do Rio de Janeiro iria ganhar um Cristo Redentor, que seria colocado no alto do Corcovado. E na Urca, um cassino recém-construido promete se tornar um grande centro de agitação social. O Copacabana Palace, também recém-inaugurado, já recebia em seus salões as mais altas (e patéticas) figuras da república. Com todas essas atrações, o momento não poderia ser melhor, menos para os imortais da Academia Brasileira de Letras. A trama começa em clima de mistério, durante o seu discurso de posse, o senador Belizário Bezerra, o mais novo imortal da Academia, no salão do Petit Trianon – uma réplica que o governo francês por meio do embaixador Alexandre Conty, doou à Academia – é acometido por um mau súbito e conseqüentemente uma morte fulminante. A morte de outro confrade, em circunstâncias semelhantes – súbita, sem sangue e sem violência aparente – traz um clima de tensão e uma situação até certo ponto inusitada para a tradicional Casa de Machado de Assis: um serial killer literário parecia solto e com uma missão: Queria ver mortos todos os imortais.

O senador Bezerra, que também era um escritor, conseguiu seu ingresso na Academia depois de alcançar um sucesso extraordinário com seu último livro “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”, o livro conta a história de um poeta que foi negado duas vezes pelos imortais e por isso jurou vingança. Por coincidência ou não, a história escrita por Bezerra, aos poucos ganhava vida. O crime logo ganhou as páginas do jornal “O Paiz”, a imprensa apelidou o caso de “Crimes do Penacho” e logo despertou a curiosidade do comissário Machado Machado, um devorador de livros, que desde pequeno teve seu pai como um incentivador, ele que era um admirador de Machado de Assis, deu o mesmo nome ao filho, como uma forma de homenagem . Machado estava na polícia há dez anos e a noticia no jornal da morte dos dois acadêmicos por ataque cardíaco, fez seu instinto de investigador entrar em alerta. Machado era um tipo comum na paisagem carioca, não fosse seu chapéu-palheta, a pinta de sedutor irresistível a obstinação em provar que aquelas mortes jamais poderiam ser meras coincidências. Em sua investigação, o comissário Machado procura indícios em vários pontos da cidade e encontra uma lista de suspeitos, que vão desde políticos, jornalistas, religiosos, nobres falidos, embaixadores, crupiês, poetas maiores e menores, homens de letras, magnatas da imprensa, alfaiates e atrizes francesas.

Como disse anteriormente, Jô Soares cria um ambiente que mistura de realidade e ficção, baseada em uma pesquisa histórica muito interessante, que revela ao leitor um Rio de Janeiro até certo ponto desconhecido. Uma característica bem explorada pelo escritor, são as notícias do jornal “O Paiz”, que foram escritas com a regra de gramática da época. Em meio a tudo isso, uma dose de romance, investigação policial e bom humor.

Livro: "Assassinatos na ABL" (Jô Soares): PDF - Clique Aqui

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Jazz 6

Conheci o som da banda Jazz 6 recentemente, o mais incrivel foi descobrir que o escritor Luis Fernando Verissimo – autor de livros consgrados na literatura brasileira – é um dos integrantes da banda, ele que atua desde 1995 e toca sax alto. Verissimo brinca ao dizer que “O Jazz 6 é o menor sexteto do mundo”, - por que na verdade o grupo atualmente tem cinco membros– o grupo chega ao quarto álbum na carreira, “Four”.

“Four” foi lançado em 2006, o nome do CD é uma homenagem a “Four”, de Miles Davis e Jon Hendricks. O interessante do grupo Jazz 6, é justamente o repertório, uma mistura de bossa nova e standards do jazz. No repertório músicas de João Donato e Caetano Veloso “Rã”, “Se Eu Quiser Falar com Deus”, de Gilberto Gil, “Fantasy For Drums” de Ramsey Lewis – destaque para Gilberto Lima na bateria -, o pianista Duke Ellington também é homenageado, com as canções “Don’t Ge Around Much Anymore” e “Caravan”, “Samba de Verão” de Marcos Valle e Paulo Sergio Valle – é um espetáculo a parte – e a minha música favorita até então, “Four”, que conta com um arranjo de primeirissima qualidade. A formação do grupo é a seguinte: Verissimo (sax alto), Luiz Fernando Rocha (trompete e flugelhorn), Adão Pinheiro (piano), Jorge Gerhardt (baixo) e Gilberto Lima (bateria). Fica a dica.

2006 - Four
Gênero: Jazz/Bossa Nova



Track List

01. Blues for Ig (Gary Campbell)
02. Four (Miles Davis)
03. Samba de Verão (Marcos Valle/Paulo Sergio Valle)
04. Fantasy for Drums (Ramsey Lewis)
05. A Rã (João Donato)
06. Just Friends ( John Klenner)
07. Se Eu Quiser Falar com Deus (Gilberto Gil)
08. Don´t Get Around Much Anymore (Duke Ellington/Bert Berns)
09. Tune Up (Miles Davis)
10. Who´s Sorry Now (Ted Snyder)
11. Vivo Sonhando (Tom Jobim)
12. Caravan (Duke Ellington)

Jazz 6 "Samba de Verão" (Ao Vivo no SESC São Carlos)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Iron Maiden "Satellite 15....The Final Frontier"

Foi lançado no último dia 13 no Site Oficial do Iron Maiden, o clipe da música "Satellite 15....The Final Frontier" . A faixa é a primeira do disco The Final Frontier, que deve ser lançado em agosto.

"Satellite 15... The Final Frontier" tem ares cinematográficos e mistura cenas de animação em 3D e live action, mostrando Eddie, o mascote do Iron Maiden, em versão alienígena. Gravado, em parte, na Floresta Rendlesham, na Inglaterra, o clipe dirigido pelo cineasta inglês Nick Scott, da Nick Scott Studios. A produção ficou por conta da Darkside Animation Films, que trabalhou em filmes como "O Gladiador" e "Falcão Negro em Perigo".(Fonte: Rolling Stone Brasil)

O lançamento foi cercado de expectativas, já que o site mostrava uma contagem regressiva que anunciava a publicação do vídeo. O número de acessos foi tão grande, que o site congestionou. Há quem diga que o vídeo é uma versão mais curta, já que a música possui mais de oito minutos. O fato é que "The Final Frontier", o 15º álbum de estúdio da Donzela promete, prova disso são as duas músicas liberadas pela banda.

Enquanto o álbum não é lançado, confira abaixo o vídeo da música "Satellite 15...The Final Frontier". UP THE IRONS !



Site Oficial: Iron Maiden

quinta-feira, 15 de julho de 2010

A Geração do Fone de Ouvido

Por Daniel Faria

Já faz algum tempo que estou querendo falar sobre esse assunto. Porém com uma visão diferente, sem termos técnicos. Mais o que tem demais em falar sobre fone de ouvido? Por acaso vocês já pararam para pensar quem foi o inventor dele? Eu procurei em tudo quanto é canto e por incrivel que pareça não encontrei o nome desse cara. Seja quem for o inventor, aposto que ele não iria imaginar que seu invento seria tão usado um dia.

Muitas vezes esse pequeno objeto passa desapercebido, mais o que seria de um musicólatra sem o seu fone de ouvido? É ele quem nos proporciona momentos únicos e tem o poder de nos desligar do mundo ou do momento em que estamos. Você pode usar o fone em uma viagem, no caminho do trabalho ou da escola, no ônibus, no carro, na rua, enfim, onde for permitido e conveniente. Ele nos trouxe uma sensação de liberdade, onde você ouve o que quer, como quer e sem incomodar ninguém.

E quem aqui já não passou por situações digamos desagradáveis. A mais clássica é quando você está no ônibus e senta uma pessoa do seu lado e tenta puxar conversa, se você não está afim de papo, existe uma solução. Nesses momentos o ideal é estar com o seu fone de ouvido, mesmo que o som esteja desligado, isso funciona e faz com que a pessoa nem perturbe você. É infalível, testado e aprovado hein! (risos).

A verdade é que o fone mudou os hábitos das pessoas, hoje em dia é fácil você sair pelas ruas e perceber isso. Seja no celular, mp4, iPOD e etc. Tem sempre alguém com um fone. A tecnologia proporcionou isso e a pessoal comprou a idéia.

Pensando nisso cheguei a uma conclusão um tanto obvia: Somos a Geração do Fone de Ouvido.

Mais daí caímos em outro problema. Quem seria o nosso mentor? Se os maníacos por fone de ouvido pudessem escolher um, quem seria? Eu sugiro o Otto (The Simpsons). Ele é o motorista de ônibus da Escola de Springfield. Para quem não o conhece, ele é fissurado por heavy metal e vive literalmente com seu walkman e o fone de ouvido. Dirige de fone de ouvido e está em todas as ocasiões com ele. Uma vez aconteceu algo inesperado, por algum motivo (que não me lembro), o fone saiu do seu ouvido e com isso ele passou a ouvir o som da natureza e na mesma hora ele estranhou e disse que era chato demais. Foi um momento traumático para ele.

Creio que todo mundo que usa o fone tem alguma história divertida para contar. No meu caso já aconteceu de ficar com o fone mesmo sem ouvir nada, sabe de tanto usar até esqueço que estou com ele. Isso acontece sempre comigo. Outra mania é que eu não consigo mais sair de casa sem meu ipod e o fone. Mesmo que eu não use, preciso estar sempre com ele. Alias isso vem de muito tempo, desde que eu ganhei meu walkman, quando tinha meus 10 anos. Será que preciso ir a um médico?

O fone de ouvido virou um objeto indispensável, principalmente nos momentos de hobby. Existem diversos modelos e marcas (que em uma próxima postagem vou especificar melhor), tem para todos os gostos e bolsos. Claro que quanto mais caro é melhor, principalmente em qualidade. Mas apesar de levar o assunto em tom de brincadeira, temos que ter cuidado, pois o fone usado de maneira errada por causar problemas de audição (acho até estranho eu falando isso). Aparentemente pode até não incomodar agora, mais no futuro você pode ter alguns problemas. Claro que, falar é muito fácil, eu uso fone há muitos anos e digo por experiência própria, é difícil ouvir música no volume baixo, e hoje com os aparelhos e fones cada vez mais potentes, isso acaba sendo um problema. Porém não é só isso, o fone também pode ser um aliado na transmissão de doenças (bactérias e fungos). Por isso vai uma dica simples: Evite compartilhar o seu fone com outras pessoas.

Cuide bem do seu fone, em toda minha vida eu perdi as contas de quantos fones eu comprei, por não cuidar direito. É um objeto muito sensível, principalmente a fiação dele, que se quebrar você corre o risco de ter apenas um lado do seu fone funcionando. Isso é traumático (risos). Ele também costuma dar defeito próximo ao plug-in. Por isso na hora de guardar evite dobrar ou enrolar o fio. Isso com certeza irá prolongar a vida útil dele.

Enfim apesar do texto não ter ficado excelente, acho que consegui passar um pouco da idéia, falar de um objeto muitas vezes esquecido e que na verdade é um grande aliado do amante da boa música.

Em uma próxima oportunidade vou falar especificamente sobre alguns modelos de fone e também dos tocadores de música.

Enquanto isso, aproveite para contar alguma experiência que você passou com seu fone de ouvido.

***Este artigo foi postado originalmente no blog : Musicólatras Anônimos *****


segunda-feira, 12 de julho de 2010

Torsten Goods

2008 - 1980
Gênero: Jazz/Pop/Rhythm and Blues


Torsten Goods é um guitarrista, filho de mãe irlandesa e pai alemão, começou sua carreira aos 14 anos, e tem como principais influências, George Benson, Bireli Lagrene, Wes Montgomery, Django Reinhardt, Stevie Wonder, Kenny Loggins e Freddie Mercury. De 2001 à 2003, Torsten ganhou uma bolsa para estudar guitarra na renomada New School University em Nova Iorque. Em 2005, ficou entre os dez finalistas do famoso "Thelonious Monk Jazz Guitar Competition", isso o ajudou para que ganhasse mais notoriedade no cenário musical.

Torsten nasceu em 1980, e por isso escolheu este álbum para fazer uma homenagem, colocando o nome de “1980”. No repertório escolhido a dedo, uma versão muito bem executada da música “Crazy Little Thing Called Love”, que ficou imortalizada na voz de Freddie Mercury, do Queen. O guitarrista também homenageou outros músicos, como Billy Joel’s, com a excelente “It's Still Rock n' Roll To Me”, David Paich’s com a funkeada “99" e “Love Dance” uma musica de Ivan Lins que foi gravada por George Benson, todas com um arranjo voltado para o jazz. Torsten também mostrou seu talento de compositor, nas músicas “Don't Let it Get to You” e “Shout It Out”, feita em homenagem ao guitarrista Robeben Ford, uma das influências de Torsten na guitarra. Destaque para as instrumentais, “1980”, “Too Much Guitar” e “I Can Hardly See You”, a balada romântica “So Are You”. Já em “(I Need You) So Bad”, o guitarrista faz um dueto com a cantora de jazz Rigmor Gustafsson.

O álbum “1980” marca a estréia de Torsten Goods pelo selo ACT e reforça a expectativa positiva em torno desse jovem guitarrista. Este álbum está um pouco diferente do anterior, “Irish Heart” (2006), no outro tinha uma pegada de jazz tradicional, já neste o jazz pop está mais evidente, claro que não são todas as músicas. Torsten Goods vem acompanhado de uma banda excelente formada por, Christian Von Kaphengst (baixo), Jan Miserre (piano / Fender Rhodes) e os veteranos Peter Lübke, Luz Hafner (saxofonista), Jeff Cascaro (cantor na música “99”) e Berthold Matschat (gaita) e Bruno Müller (guitarra). Torsten Goods surpreende a cada trabalho, é sem dúvida uma boa pedida para quem está em busca de novidades no meio musical. Boa Audição.

Track List

01. Crazy Little Thing Called Love
02. Don't Let it Get to You
03. 99
04. So Are You
05. It's Still Rock'n Roll to Me
06. (I Need You) So Bad
07. 1980
08. Winters Night
09. I Can Hardly See You
10. Love Dance
11. Too Much Guitar
12. Shout it Out

Torsten Goods - "Crazy Little Thing Called Love"



Torsten Goods - "Don't Let It Get To You" (Live in Munich)


Site Oficial: Torsten Goods

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eduardo Machado

2009 - Eduardo Machado
Gênero: Jazz / Samba Jazz / Música Instrumental Brasileira


Eduardo Machado é um dos grandes contrabaixistas brasileiros na atualidade. Segue um pequeno histórico sobre ele: Iniciou os estudos do contrabaixo com apenas 12 anos, ao longo do seu aprendizado teve como professor nada mais nada menos que Celso Pixinga, estudou em Londres no Bass Institute Tecnology, é formado no Conservatório Daramático de Musical Dr.Carlos de Campos, na área de MPB e Jazz. É professor há mais de 17 anos no IGB (Instituto de Guitarra e Baixo), situado em Franca/SP. Eduardo trás no currículo inúmeras apresentações musicais, em diversas bandas e estilos, tocou ao lado de Roberto Menescal, Arthur Maia, Chico Oliveira (Chiquinho), Diego Figueiredo, Bob Wyaatt, Orquestra Laércio de Franca, Daniel Santiago, entre outros. Em 2007 participou do 1º Bass Festival Souza Lima & Cover de Baixo, com participações de baixistas de todo o Brasil, e foi premiado com a segunda colocação.

Em 2009 Eduardo lança o seu primeiro álbum solo, diga-se de passagem, um trabalho primoroso. O álbum trás toda a bagagem musical adquirida por Eduardo ao longo do tempo, influências que ultrapassam a fronteira do jazz e chega até os ritmos brasileiros. As músicas são todas de autoria de Eduardo, que durante as gravações é acompanhado pelo quarteto formado por, Alexandre Magno (piano), Beto Sápio (saxofone), Marinho (bateria) e Chicoléo (guitarra).

O álbum se destaca por dois pontos essenciais, boas composições e arranjos bem elaborados. Impossível não se empolgar com o samba jazz de “Samba do Enguiço”, que em meios a solos de sax e trompete, Eduardo mostra por que é um dos grandes contrabaixistas brasileiros, sua forma de tocar, a suavidade nas notas e os grooves precisos que dão um ritmo contagiante a música. Em “Partindo Pro Alto”, destaque para a participação especial do contrabaixista Arthur Maia e do trompetista Chiquinho Oliveira (Sexteto do Jô). A música começa com a técnica do slap, muito bem explorada, em seguida a entrada dos metais ao fundo, tudo muito bem encaixado, Arthur Maia ainda da uma pequena canjinha no vocal encima do seu solo. As músicas “Hardbopcaatingaxote”, com participação de Ferraguti, “Só Xote”, com Marcos Sabio e “Escorrega Lá Vai Um”, trás o ritmo do baião, muito bem explorado por sinal. Já “Pareinoar” ganha um ritmo latino, destaque para o arranjo do saxofonista Beto Sápio. Nas demais músicas, o contrabaixo continua em evidência, com linhas suaves e grooves precisos, não deixando de citar os belos arranjos de metais que dão um toque mais do que especial. Destaque para sensacional “Sete Voltas”, que começa com o contrabaixo solo e depois ganha um toque de samba jazz, com solos de trompete, piano e do próprio contrabaixo.

Há tempos não ouvia um álbum de um contrabaixista brasileiro com tanto entusiasmo, Eduardo Machado usou toda sua experiência para explorar com propriedade os ritmos brasileiros, aliando técnica, bons músicos e composições de peso. Boa Audição!

Track List

01. Samba do Enguiço
02. Partindo pro Alto
03. Meia Lua
04. Chuva
05. Hardbopcaatingaxote
06. Pareinoar
07. Sete Voltas
08. Peixoto
09. Só Xote
10. Escorrega Lá Vai Um

Eduardo Machado & Quinteto - "Samba do Enguiço" (Teatro Municipal de Franca/SP)


Eduardo Machado Quinteto & Arthur Maia - "Partindo Pro Alto" (Teatro Mun. de Franca/SP)


Eduardo Machado Quinteto - "Sete Voltas" (Teatro Municipal de Franca/SP)


Site Oficial: Eduardo Machado

terça-feira, 6 de julho de 2010

Teatro Mágico lança novo DVD e mantém o corajoso discurso de seis anos atrás: “Pirateiem o nosso trabalho”!

A trupe O Teatro Mágico, lança no mercado seu novo DVD, intitulado “Segundo Ato”, produzido em parceria com o Itaú Cultural. Diferentemente do que muitos pensavam, o criador do projeto, Fernando Anitelli, mantém o audacioso discurso que o tornou pioneiro na defesa da música livre e da arte independente: “Podem piratear, jogar no youtube, fazer download! O que a gente quer é estar cada vez mais ao alcance de todos, ter voz, debater, dialogar, trocar figurinha com o público!”.

Dessa forma, o novo DVD da trupe reforça a aposta no uso das ferramentas da internet como agentes de proliferação de música e cultura. De acordo com a produção do grupo, o contrato feito com o Itaú Cultural precisou ser reformulado, pois Anitelli fez questão de que o produto levasse o selo “creative commons”, que permite a livre circulação, exibição, veiculação e cópia das imagens e do áudio, na íntegra. Mesmo disponibilizando todo seu conteúdo audiovisual, livre e gratuito, na web, a trupe osasquense já vendeu mais de 200.000 cópias do primeiro cd, 80.0000 do segundo e 50.000 do dvd Entrada Para Raros – primeiro da banda.

No palco, Anitelli brinca com os conceitos de música, teatro, circo e fábula lúdica em meio a um ativismo ora ferrenho, ora poético, que articula, envolve e mobiliza debates políticos, ambientais e sociais junto a um público fiel e participativo.

No repertório do Segundo Ato (cd e dvd), as canções desenham a realidade do país sem disfarces mas com pitadas de poesia em meio a arranjos bem elaborados. Em “Cidadão de Papelão”, o poeta traz à tona: “O cara que catava papelão, sem terno, nem tampouco ternura, à margem de toda rua, sem identificação”, sobre a falta de cidadania dos sem-teto. Já em “Pena”, a dificuldade do artista em sobreviver ao mercado é entoada: “Música rara em liquidação”. Em “Xanel n°5”, o questionamento vai mais a fundo: “O sistema é nervoso, mas te acalma com a programação do dia: na tua tela, querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela”.

O novo dvd foi gravado ao vivo, em maio de 2009, no auditório do Itaú Cultural, em São Paulo, em 18 sessões, durante uma semana, sendo três shows por dia, de forma a tentar atender à procura do público pelos ingressos. “Pessoas chegaram a dormir em frente à entrada do Itaú, numa fila nunca vista antes, aguardando, pela manhã, a abertura da bilheteria”, conta um dos organizadores do evento. Passada a maratona de apresentações, o resultado final é um registro fiel dos quase dois anos de turnê do espetáculo “O Segundo Ato”, que conta com a participação dos músicos e compositores Silvério Pessoa (PE) e GOG (DF).

Além do show, o dvd comporta ainda uma faixa extra onde integrantes do grupo contam um pouco da história de sucesso do projeto além de abordar questões pertinentes ao mercado fonográfico e ao modelo de auto-produção escolhido por Anitelli ao dizer “não” às principais gravadoras do país. Opção corajosa que conta com um público que, como ele gosta de dizer, é uma extensão da trupe. “As pessoas que gostam da gente, entendem o que estamos fazendo e acabam ajudando como co-produtores das apresentações saindo em busca de recursos e espaços em suas cidades, levando material nosso nas prefeituras, instituições, colaborando como podem para que a gente consiga viajar pelo país. Hoje, a trupe atrai a atenção de grandes produtores e festivais tradicionais na maioria dos Estados, graças a esses milhares de braços que temos espalhados por aí”, revela.

No atual cenário de convergência das mídias, o Tetro Mágico é símbolo de vanguarda ao levantar, na rede, questões como a reforma da lei de direito autoral, o movimento MPB (Música Pra Baixar) e articulações com grupos como o dos ambientalistas, as feministas, dentre outros. Sua principal ferramenta hoje é o twitter, onde possui mais de 30.000 seguidores ativos e prontos a repassar as mensagens enviadas a cada vez mais pessoas, alcançando inclusive o ranking de tópicos mais citados no microblog (TTs BR) - o que comprova sua capacidade de mobilização através de um diálogo saudável, transparente e preservando sempre uma relação muito próxima com seu público.

Site Oficial: O Teatro Mágico

Pré-Venda do DVD "Segundo Ato" --->> Lojinha O Teatro Mágico

Show de lançamento do dvd “Segundo Ato” no Rio de Janeiro

Data do Show: 16/07/2010
Horário do Show: à partir das 21h
Local do Show: Fundição Progresso
Endereço: Rua dos Arcos, 24 - Lapa – Rio de Janeiro
Pontos de Venda: Lojas South, Barra Shopping – 2431-8909, Botafogo Praia Shopping – 2237-9275, Plaza Shopping Niterói – 2620-6769, Ilha Plaza Shopping – 2463-7521, Iguaçu Top Shopping – 2666-7701, Shopping Tijuca – 2234-3801, Lojas Banco de Areia, Shopping Leblon – 2239-3444 e Rio Sul – 3873-0969.

Show de Lançamento do dvd “Segundo Ato” em São Paulo

Data do Show: 18/07/2010
Horário do Show: 19h
Local do Show: Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899, Pinheiros – São Paulo
Pontos de Venda: No próprio Carioca Club e através do site: www.ingressorapido.com.br
Valores dos Ingressos: 1° Lote: R$ 25,00 (Meia e Promocional)/2° Lote: R$ 30,00 (Meia e Promocional)

domingo, 4 de julho de 2010

Deep Purple

(Segunda formação do Depp Purple. Da esquerda para direita: Jon Lord, Ian Paice, Ian Gillan, Ritchie Blackmore e Roger Glover)

Hoje vou trazer dois álbuns clássicos do Deep Purple. “Machine Head” (1972) e “Burn” (1974). O Deep Purple é uma banda da Inglaterra, que surgiu em 1968 e foi uma das pioneiras do heavy metal, ao lado do Led Zeppelin e Black Sabbath. Ao longo dos anos, a banda passou por várias formações diferentes. Há quem diga que a formação mais bem-sucedida esteve no período de 1969 a 1973 e depois de 1984 a 1989, fazia parte dela Ian Gillan (vocal), Ritchie Blackmore (guitarra), Jon Lord (teclado), Roger Glover (baixo) e Ian Paice (bateria).

E foi com essa formação que o álbum clássico “Machine Head” foi gravado. Posso estar errado, mais este foi o trabalho que mostrou definitivamente o Deep Purple para o mundo. O álbum foi gravado no período de apenas 15 dias (dezembro 1971) em Montreux, Suiça. O disco contém verdadeiros clássicos, como “Highway Star”, “Maybe I’ a Leo”, “Never Before”, “Lazy” e “Smoke on the Water”. Esta que por sinal deve ser a música mais conhecida da banda, na introdução um riff criado por Blackmore que ficou eternizado, o baixo preciso de Roger Glover, a batera de Paice e o vocal inconfundível de Ian Gillan, tudo isso fizeram com que esta música se tornasse um clássico. Por outro lado, “Smoke on The Water” tem uma história muito interessante e verídica que aconteceu dia 04 de dezembro de 1971, na ocasião do Deep Purpler havia chegado em Montreux, para gravar um o álbum no estúdio móvel do Rolling Stnes. Porém na véspera teve um show do Frank Zappa e sua banda, idealizado em um cassino, e durante o show um cara da platéia disparou um sinalizados no teto do cassino, dando inicio a um incêndio que devastou boa parte do cassino, juntamente com todo equipamento da banda do Zappa. Devido a esse incidente que a música “Smoke on The Water” foi composta e creditada ao baixista Roger Glover. E vale dizer que o álbum não foi gravado no estúdio móvel, por causa do valor altíssimo, depois de algumas confusões e de muita procura a banda se instalou no Grand Hotel de Montreux, que estava praticamente vazio e improvisou um estúdio de gravação, onde gravaram a maior parte das músicas do álbum “Machine Head”, um dos melhores da história do rock.

“Burn” é outro álbum clássico do Deep Purple, mais que mesmo sendo lançado dois anos depois, sofreu uma mudança significativa. Ian Gillan (vocal) e Roger Glover (baixo) deixam a banda. Para buscar novos músicos e que estivessem à altura, a banda trouxe o baixista Glenn Hughes, do Trapeze. Era um baixista competente e que trazia na sua bagagem algumas influências do soul, além disso, Hughes também era um bom vocalista. Mesmo assim a banda não estava satisfeita e continuou em busca do seu frontman. O escolhido foi o novato Davi Coverdale. Com a banda formada novamente, o Deep Purple viaja até Montreux para gravar o álbum “Burn”, em novembro de 1973. Como toda mudança de formação acaba gerando algumas alterações na sonoridade, com o Depp Purple não foi diferente. Isso não significa que a qualidade tenha caído, pelo contrário, o nível continua praticamente a mesmo, prova disso é a clássica “Burn”, uma música reverenciada até hoje pelos fãs, e que traz um riff marcante, solos bem executados, Coverdale e Hughes impecáveis, Jon Lord sobrando no teclado e Ian Paice que simplesmente detona na batera. “Might Just Take Your Life” foi o nome do primeiro single, nela Jon Lord ganha mais espaço, o dueto vocal de Hughes e Coverdale, enfim uma boa música. Em “Lay Down, Stay Down” o baterista Ian Paice mostra toda sua habilidade, com viradas precisas e pequenos solos bem executados, destaque também para o guitarrista Blackmore, que surge em grande estilo. A música “You Fool No One” não é das melhores, mais vale citar a importância dela nos shows, são mais de 10 minutos de solos de bateria, teclado e guitarra. “What’s Goin’On Here” é um blues ala Deep Purple, bem interessante. “Mistreated” é outra música que ficou famosa nos shows, um blues-rock bem tocado, com solos breves e simples, porém bem executados por Blackmore. O álbum fecha com a instrumental “A 200”, destaque para o tecladista Jon Lord.

Em 1974 o Deep Purple realizaria uma apresentação memorável para o programa TV ABC, e ficou registrado no álbum “California Jam 1974”. Em 1977 os membros anunciam que a banda havia chegado ao fim, com isso novos grupos foram formados, entre eles o “Rainbow”, do guitarrista Blackmore e o “Whitesnake” do vocalista David Coverdade. O fato é que o Deep Purple acabou por que não havia mais clima para continuar. A banda ficou oito anos sem gravar e sem realizar shows. A banda recomeça em 1984, com a mesma formação clássica, mais isso é história para um próximo post. Boa Audição!

1972 - Machine Head
Gênero: Heavy Metal / Hard Rock / Rock Progressivo



Track List

01. Highway Star
02. Maybe I'm a Leo
03. Pictures of Home
04. Never Before
05. Smoke on the Water
06. Lazy
07. Space Truckin'

Deep Purple - Smoke On The Water (From "Live At Montreux 2006" DVD)


1974 - Burn
Gênero: Heavy Metal / Hard Rock / Rock Progressivo



Track List

01. Burn
02. Might Just Take Your Life
03. Lay Down, Stay Down
04. Sail Away
05. You Fool No One
06. What's Goin' On Here
07. Mistreated
08. A 200

Deep Purple - Burn (Live at the California Jam, 1974)


Site Oficial: Deep Purple

sábado, 3 de julho de 2010

Perfil - Podcast: o trompetista Miles Davis, o músico de jazz mais pop da história...


Bom, pessoal, este mais um programa do nosso Podcast Farofa Moderna no Portal MTV. Neste programa me deparei com a árdua tarefa de mostrar, em uma única vez, todas as fases de um músico que iniciou sua carreira no bebop dos anos 40, foi um grande melodista em sua fase "cool", passou pelo hard bop, lançou discos com big band no estilo "third stream", iniciou o jazz modal, criou o "jazz fusion" e flertou com o rock, com o pop e até com o hip hop em sua fase final nos anos 80. Esse músico, gostemos ou não, foi e é um mito. E o nome dele é Miles Davis. Ouçam!

Charlie Parker & Miles Davis (1945-1946)
Birth of the Cool (1949)
Workin’ (1956)
Milestones (1958)
Kind of Blue (1959)
Miles Ahead (1957)
E.S.P (1965)
Nefertiti (1967)
Bitches Brew (1969)
Live-Evil (1971)
On The Corner (1972)
You're Under Arrest (1985)
Doo-Bop (1991)

Ouça aqui no Podcast MTV