quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Victor Biglione

O virtuose da guitarra Victor Biglione é um argentino radicado no Brasil, seu talento nas seis cordas vão além de estilos, um vez que Biglione mostra fluência no blues, jazz, Mpb, etc... Ou seja, o cara além de bom é muito versátil. No ultimo Rock In Rio Victor Biglione fez um show impecável no RockStreet, o show foi dividido em 3 partes, infelizmente não sei ao certo se esta completo, mas ja é o suficente para apreciar esse grande guitarrista. Sem mais delongas, Victor Biglione no Rock In Rio 2011







Victor Biglione - Guitarra
Victor Bertrami - Bateria
Alex Rocha - Baixo
AC - Saxofone

domingo, 23 de outubro de 2011

Ari Borger Quartet

2010 - Backyard Jam
Gênero: Jazz / Blues / Funk / Soul / Música Instrumental Brasileira



O álbum “Backyard Jam” (2010) é o mais novo trabalho do Ari Borger Quartet. Ari é considerado um dos mais talentosos organistas e pianistas brasileiros, e isso não é nenhum exagero. O quarteto é formado por músicos experientes e competentes, com o seu órgão Hammond B3 e o piano Fender Rhodes, Ari Borger explora a música com propriedade e mostra por que é considerado um dos melhores músicos do Brasil, na guitarra Celso Salim, um exímio instrumentista, muito versátil, suas principais influencias são o blues, rock, country e jazz, no contrabaixo acústico/elétrico Marcos Klis e Humberto Zigler na bateria e percussão.

“Backyard Jam” (2010) foi gravado ao vivo em estúdio e traz 11 composições próprias e uma releitura dos Beatles. Em uma breve comparação, é interessante ressaltar a mudança da sonoridade entre este álbum e o anterior. No “AB4” (2008) o quarteto trouxe influências do jazz, do blues, funk e soul, que em vista do álbum do Ari Borger “Blues da Garantia” (2002), foi uma mudança significativa. Agora o quarteto sobe outro degrau e traz para o “Backyard Jam” uma sonoridade bem brasileira, as influências do jazz, do blues, funk e soul foram mantidas, mas ganharam o reforço da música brasileira.

O álbum começa com “Partido Alto” e é possível notar a influência da música brasileira, o samba e o groove do funk juntos, destaque para o solo de Celso Salim. Em seguida “Backyard Jam” começa com o som marcante do órgão Hammond e a levada cadenciada do funk. Em “Jimmy no Morro”, Ari Borger imagina como seria a chegada do tecladista Jimmy Smith – uma das suas principais referências - em uma favela do Rio, a música é mais uma prova da junção de ritmos que deu certo, o samba e o funk juntos, simplesmente demais. A belíssima e envolvente “Rainy Day”, uma balada soul de tirar o fôlego. “Norwegian Wood”, um clássico dos Beatles e que ganhou um toque especial e brasileiro, o quarteto apresenta uma harmonia totalmente modificada e com arranjos belíssimos. A faixa “Organ Groove” é outra que merece destaque, um tema bem swingado, com Ari Borger detonando tudo no órgão. “Baião Psicodélico” faz jus ao nome, Ari Borger cria um ambiente surpreendente e até certo ponto inimaginável. O ambiente é de uma Jam Session, não por acaso a última música foi gravada na base do improviso, mesmo que você não soubesse disso, teria essa sensação, pois ao ouvir parece que a música está mesmo sendo composta naquele momento, é algo genial. A última faixa tem o total de treze minutos, mas que são divididos em duas partes, eis que oculto na segunda parte existe uma surpresa muito especial. O quarteto apresenta um tema avassalador e frenético, mesclando o jazz, blues, funk, ritmos brasileiros e o boogie-woogie, estilo de blues que tem como característica o uso sincopado da mão esquerda no piano, foi muito popular entre os negros nas décadas de 30 e 40.

Ari Borger mostra mais uma vez por que é considerado um dos grandes nomes da música instrumental brasileira e junto com seu quarteto gravam um álbum que está entre os melhores lançamentos de 2010. O quarteto explora com maestria e competência essa união de ritmos, tudo parece ter sido milimetricamente encaixado, não há exageros, há sim, um trabalho finíssimo e requintado, sem dúvida foi uma grande jogada pegar o jazz, o blues, o funk e o soul, e uni-los a música brasileira. Isso tudo, faz com do Backyard Jam um dos álbuns mais “abrasileirados” do quarteto. Boa Audição !

Ouça a música: Partindo Alto (Ari Borger Quartet)


Track List

01. Partido Alto
02. Backyard Jam
03. Organ Groove
04. Norwegian Wood
05. Jimmy no Morro
06. Rainy Day
07. Na Estrada
08. Jazz no Renaissance
09. Nasty
10. New and Dusty
11. Piano Attack
12. Baiao Psicodelico

Site Oficial: Ari Borger

sábado, 22 de outubro de 2011

Iron Maiden: Live After Death, Live At Donnington, Raising Hell Live e Rock in Rio.



Boa Tarde !

O Blog Jazz & Rock segue em um ritmo bem lento em relação as postagens, por diversos motivos, mas independente disso hoje resolvi fazer um post diferente, para você que está sem planos para o fim de semana e curte heavy metal.

Estou disponibilizando na integra quatro shows do Iron Maiden, ou seja, é para manter você ocupado durante todo o fim de semana.

Bom show a todos !

Live After Death (1985)


Live At Donington (1992)


Raising Hell (1993)


Rock In Rio (2001)

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Entrevista Exclusiva: Celso Salim

É com grande prazer que o blog Jazz e Rock trás mais uma entrevista exclusiva. Nessa entrevista o guitarrista Celso Salim fala sobre sua carreira, técnica e o quanto gosta do blues! Celso Salim, grande guitarrista e grande sujeito!


Por Thiago Teberga e Daniel Faria

Celso conte-nos como foi o seu inicio na musica?

CS
: Comecei a ter aulas de violão aos 6, com 12 comecei a tocar guitarra.

E o blues quando entrou na sua vida?

CS
: Com 12 anos quando comecei a ter aulas com o guitarrista brasiliense Eduardo Brito. Ele gravava muita coisa em cassete para mim: Muddy Waters, BB King, Robert Johnson, Arbert King, Johnny Winter entre outros. Fiquei viciado e as aulas passaram a ser voltadas para o estilo. Mas o principal foi o desenvolvimento do ouvido, em casa passava horas tirando solos nota por nota.

Quais foram as suas primeiras influencias?

CS
: Antes de conhecer o blues não tinha nada que eu realmente gostasse, os primeiros que ouvi foram Muddy Waters, Freedy King, BB King, Albert Collins, Robert Johnson, Albert King, Johnny Winter e muitas coletâneas de Blues. Depois Hendrix, Clapton, SRV, Lynyrd Skynyrd, Allman Brothers, ZZ Top.

Os seus discos solo “Lucky Boy” e “Going Out Tonight” tem uma sonoridade com influencias da musica country. Quem são seus “heróis” da guitarra country?

CS
: Albert Lee, Danny Gatton, Jerry Reed, Chet Atkins, Merle Travis, Tony Rice, Brent Mason, Jerry Douglas, e também bandas como Asleep at the Wheel, The hellecasters,Quando fui para o GIT, em Los Angeles, comecei a ouvir muito country, bluegrass e southern rock. Ví o show do Albert Lee 11 vezes num bar próximo a minha casa.

Já o seu álbum “Big City Blues” apresenta uma sonoridade mais blueseira, esse caminho para o blues mais tradicional foi natural ou você quis fazer um registro de um álbum de blues mesmo?

CS
: Foi bem natural e esse é o caminho que tenho seguido, estou preparando um novo cd elétrico de blues para 2012. Mas as influências do rock, country e de outros estilos sempre aparecem.

Já que estamos falando em álbuns fale um pouco sobre o seu novo trabalho “Salim & Mantovani – Diggin’the Blues” (o qual eu já tive a oportunidade de escutar e posso dizer sem medo de errar que é um dos melhores álbuns do estilo já lançado no Brasil)

CS
: Eu e o Rodrigo tocamos semanalmente com essa formação há 3 anos. Ai tivemos a idéia de gravar um cd só nós dois, com um repertório de Blues dos anos 30 – 60. Fiquei bem satisfeito com o resultado.

Fale um pouco sobre o seu trabalho com o pianista e organista Ari Borger, como surgiu essa parceria tão produtiva?

CS
: Quando estava produzindo o cd Big City Blues convidei o Ari para gravar, foi assim que nos conhecemos. Algum tempo depois ele me chamou para integrar seu quarteto. É um grande prazer tocar com um músico do nível dele.


Você é um musico muito versátil, uma vez que além do seu trabalho com o blues você tem fluência em outros estilos tais como o country, o jazz e o soul. Você é um estudioso da guitarra ou um musico mais intuitivo?

CS
: Um pouco dos dois, sempre aprendi muito de ouvido mas estudei também. Tive aulas particulares dos 6 aos 16, depois estudei 3 anos no GIT. Até hoje estudo, mas geralmente tirando novos sons de ouvido mesmo.

O seu trabalho de slide guitar é um dos melhores do Brasil, quais afinações você costuma utilizar para tocar slide?

-D aberto(variando tons com o capo)
-G aberto(variando tons com o capo)
-G menor aberto(variando tons com o capo)
-Afinação normal
- Drop D (só muda a 6ª corda para D)

Qual seu equipamento de estúdio e de palco?

CS
: No momento estou trocando de amplificador , devo comprar um vibrolux. Mas usei por algum tempo Fender deville ao vivo, em gravações geralmente alugo uns melhores como Princeton reverb, Vibrolux. Instrumentos: Dobro 1974, Fenders Telecaster e Stratocaster, Ibanez GB(com Ari Borger Quartet). Pedais: Tube screamer, Cry Baby 535Q, Rotovibe, phase90, fuzz hendrix, Afinador BOSS. O preço dos equipamentos no Brasil não ajudam vc ter um equipamento top. Assim nós ficamos sem acesso as coisas boas.

Como você vê o atual cenário da musica no Brasil?

CS
: Acredito que assim como todo o pais, cresceu muito os espaços e têm mais grana rolando para todos, no caso do cenário de Blues acho que cresceu Tb. Muitos festivais rolando, SESCs Tb dão muita oportunidade. Mas como é um estilo importado sempre teremos limitações.

Música vs Internet: Com base na sua experiencia musical, como você vê o impacto da internet no cenário musical ? De que forma - positivamente/negativamente - isso afetou a sua carreira no decorrer dos anos?

CS
: Minha carreira fonográfica já começou com a internet na ativa. Através da internet vc consegue divulgar o trabalho em lugares eram difíceis de alcançar, faz contatos importantes com facilidade, principalmente para artistas independentes, como eu, que fazem a própria produção. Temos que nos adaptar né. A venda de CDs caiu para todos, mas vender muitos CDs em lojas nunca foi minha realidade, vendo cd mesmo em shows!!!


Nas ultimas entrevistas, inauguramos uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada (risos) de uma coluna da Cover Guitarra. Indo direto ao ponto:

Pra você qual é o melhor álbum da história?

CS
: Difícil heim? Juro que não sei responder....

Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?

CS
: Têm tempo que não ouço discos inteiros mas tenho ouvido muito Country Blues como: Blind Willie Mc Tell, Josh White, Big Bill Broonzy, e muitos outros desta época.

Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?

CS
: Vergonha.....acho que nenhum...rsrs

Celso quero agradecer a oportunidade da entrevista , sem dúvida uma oportunidade de conhecer o seu trabalho e um pouco da sua história e trajetória musical. Desejo muito sucesso para você ! Grande Abraço !

sábado, 8 de outubro de 2011

Review: Maria Rita - "Elo" (2011)

Artista: Maria Rita
Título: Elo
Gênero: MPB
Ano de Lançamento: 2011
Gravadora: Warner Music Brasil.
Site Oficial: Maria Rita
Avaliação do Blog: (5 Estrelas)

A espera foi longa e ano após ano a esperança de um novo álbum acabava deixando os fãs ansiosos e ao mesmo tempo desapontados. O álbum Samba Meu (2007) foi sem dúvida um grande sucesso e rendeu uma turnê duradoura, mas era preciso que chegasse ao fim, para que a diva da MPB voltasse aos estúdios e assim pudesse focar em seu novo trabalho. Demorou, mas como fã, digo que valeu esperar.

Elo (2011) é o mais novo trabalho da cantora Maria Rita. O álbum acabou de sair de forno e pelo o que acompanhei, está causando opiniões diversas entre os ouvintes, afinal é um trabalho cercado de expectativas e incertezas. Maria Rita começou sua carreira lançando dois grandes álbuns de MPB, com grandes composições e um som que flertava com o jazz. No próximo acontece uma reviravolta e a cantora surge com um álbum de samba. Independente do gênero, ela novamente acertou e fez um grande trabalho no estúdio. Inclusive eu conheci a Maria Rita justamente por causa do álbum Samba Meu e depois tive o prazer e a honra de ir a um show da turnê. Desde então os rumores que se ouvia era em relação ao novo álbum da cantora, será que ela iria continuar com um pé no samba ou voltaria para a mpb?. O fato é que a Maria Rita guardou esse segredo a sete chaves.

Antes do tão esperado lançamento, foi divulgado um single, da música “Pra Matar Meu Coração”, foi através dessa música que o publico e a critica começaram a ter uma dimensão do que estava por vir.

Definir o repertório do álbum Elo (2011) é um pouco complicado, pois ao mesmo tempo em que ele é inédito, ele não é. Entenderam?. A cantora escolheu onze canções, sendo que dez são gravações inéditas de músicas que fizeram parte da história da diva em algum momento. Mesmo com o fim da turnê do álbum anterior, Maria Rita continuou fazendo shows e montou um novo repertório e boa parte dessas músicas estão no novo álbum. A novidade fica por conta da sonoridade, que irá agradar boa parte dos fãs, já que a cantora optou por deixar o samba um pouco de lado e focou em um trabalho voltado para a mpb. Mas há exceções, que contarei logo mais. A outra novidade é em relação aos músicos – uma formação que nos remete aos primeiros trabalhos da diva – um trio formado por Tiago Costa (piano), Sylvinho Mazzuca (contrabaixo) e Cuca Teixeira (bateria), ou seja uma formação jazzística. Outra curiosidade foi o tempo que ele levou para ser gravado, apenas 10 dias. O estúdio escolhido foi o Toca do Bandido, do Tom Capone e foi produzido por ela mesma, Maria Rita.

No vocal a cantora provou mais uma vez por que é uma das grandes interpretes do cenário nacional. Bom mais vamos ao que de fato interessa: as músicas. O álbum abre com duas canções inéditas, “Conceição dos Coqueiros” de Lula Queiroga, que nos remete aos primeiros álbuns da Maria Rita. “Santana” de Junio Barreto, surge na sequencia, com uma cadência bem jazzística. “Perfeitamente” dos compositores Fred Martins e Francisco Bosco, é outra canção para matar a saudade de qualquer fã. Em “Coração a Batucar” de Davi Moraes, Maria Rita encanta o ouvinte com um samba/jazz agradável e grudento, sim, essa letra ficará na sua memória durante dias. Na sequencia “Menino do Rio” de Caetano Veloso e que ficou famosa na voz da Baby Consuelo. A inédita “Pra Matar o Meu Coração” dos compositores Pedro Baby e Daniel Jobim, uma das canções mais bonitas do álbum, começando pela letra belíssima e o arranjo refinado, um samba cool com toques de jazz, maravilhoso. De Chico Buarque e Edu Lobo, a cantora interpreta “A História de Lily Braun”, uma música com uma cadência deliciosa e que novamente nos remete aos tempos da música “Conta Outra”, a voz da Maria Rita impecável como sempre, afinadíssima. “Nem um Dia” de Djavan e que tem uma interpretação marcante da cantora. “A Outra” é uma canção do seu parceiro de outros álbuns, Marcelo Camelo e que foi lançada em 2003 pelos Los Hermanos. E claro que a diva não iria deixar de interpretar uma canção da Rita Lee, a escolhida “Só de Você”, simplesmente sensacional. O álbum fecha com o samba “Coração em Desalinho”, composição de Mauro Diniz e Ratinho, a interpretação ficou conhecida por ter sido tema de abertura da novela da globo.

Se eu curto MPB, devo isso principalmente a Maria Rita, foi através dos álbuns dela que passei a procurar e conhecer um pouco sobre esse gênero. E o que dizer sobre o álbum Elo (2011)? Na minha opinião de fã e blogueiro, a cantora surpreendeu mais uma vez, talvez muitos esperavam um álbum mais voltado para o samba e com mais canções inéditas, mas o fato é que o seu novo álbum fez com que ela focasse na sonoridade do inicio da sua carreira, independente de ter canção inédita ou interpreção, o resultado é um álbum primoroso, Maria Rita provou mais uma vez ser uma grande interprete, ela consegue colocar a sua marca em canções conhecidas, são poucas as cantoras que conseguem isso e que demostram essa personalidade. Elo (2011) tem tudo para ser uma das grandes surpresas do ano. Boa Audição.

Maria Rita - "Pra Matar Meu Coração"


Maria Rita - "Coração a Batucar"


Maria Rita - "Perfeitamente"