É com grande prazer que o blog Jazz e Rock trás mais uma entrevista exclusiva. Nessa entrevista o guitarrista Celso Salim fala sobre sua carreira, técnica e o quanto gosta do blues! Celso Salim, grande guitarrista e grande sujeito!
Por Thiago Teberga e Daniel Faria
Celso conte-nos como foi o seu inicio na musica?
CS: Comecei a ter aulas de violão aos 6, com 12 comecei a tocar guitarra.
E o blues quando entrou na sua vida?
CS: Com 12 anos quando comecei a ter aulas com o guitarrista brasiliense Eduardo Brito. Ele gravava muita coisa em cassete para mim: Muddy Waters, BB King, Robert Johnson, Arbert King, Johnny Winter entre outros. Fiquei viciado e as aulas passaram a ser voltadas para o estilo. Mas o principal foi o desenvolvimento do ouvido, em casa passava horas tirando solos nota por nota.
Quais foram as suas primeiras influencias?
CS: Antes de conhecer o blues não tinha nada que eu realmente gostasse, os primeiros que ouvi foram Muddy Waters, Freedy King, BB King, Albert Collins, Robert Johnson, Albert King, Johnny Winter e muitas coletâneas de Blues. Depois Hendrix, Clapton, SRV, Lynyrd Skynyrd, Allman Brothers, ZZ Top.
Os seus discos solo “Lucky Boy” e “Going Out Tonight” tem uma sonoridade com influencias da musica country. Quem são seus “heróis” da guitarra country?
CS: Albert Lee, Danny Gatton, Jerry Reed, Chet Atkins, Merle Travis, Tony Rice, Brent Mason, Jerry Douglas, e também bandas como Asleep at the Wheel, The hellecasters,Quando fui para o GIT, em Los Angeles, comecei a ouvir muito country, bluegrass e southern rock. Ví o show do Albert Lee 11 vezes num bar próximo a minha casa.
Já o seu álbum “Big City Blues” apresenta uma sonoridade mais blueseira, esse caminho para o blues mais tradicional foi natural ou você quis fazer um registro de um álbum de blues mesmo?
CS: Foi bem natural e esse é o caminho que tenho seguido, estou preparando um novo cd elétrico de blues para 2012. Mas as influências do rock, country e de outros estilos sempre aparecem.
Já que estamos falando em álbuns fale um pouco sobre o seu novo trabalho “Salim & Mantovani – Diggin’the Blues” (o qual eu já tive a oportunidade de escutar e posso dizer sem medo de errar que é um dos melhores álbuns do estilo já lançado no Brasil)
CS: Eu e o Rodrigo tocamos semanalmente com essa formação há 3 anos. Ai tivemos a idéia de gravar um cd só nós dois, com um repertório de Blues dos anos 30 – 60. Fiquei bem satisfeito com o resultado.
Fale um pouco sobre o seu trabalho com o pianista e organista Ari Borger, como surgiu essa parceria tão produtiva?
CS: Quando estava produzindo o cd Big City Blues convidei o Ari para gravar, foi assim que nos conhecemos. Algum tempo depois ele me chamou para integrar seu quarteto. É um grande prazer tocar com um músico do nível dele.
Você é um musico muito versátil, uma vez que além do seu trabalho com o blues você tem fluência em outros estilos tais como o country, o jazz e o soul. Você é um estudioso da guitarra ou um musico mais intuitivo?
CS: Um pouco dos dois, sempre aprendi muito de ouvido mas estudei também. Tive aulas particulares dos 6 aos 16, depois estudei 3 anos no GIT. Até hoje estudo, mas geralmente tirando novos sons de ouvido mesmo.
O seu trabalho de slide guitar é um dos melhores do Brasil, quais afinações você costuma utilizar para tocar slide?
-D aberto(variando tons com o capo)
-G aberto(variando tons com o capo)
-G menor aberto(variando tons com o capo)
-Afinação normal
- Drop D (só muda a 6ª corda para D)
Qual seu equipamento de estúdio e de palco?
CS: No momento estou trocando de amplificador , devo comprar um vibrolux. Mas usei por algum tempo Fender deville ao vivo, em gravações geralmente alugo uns melhores como Princeton reverb, Vibrolux. Instrumentos: Dobro 1974, Fenders Telecaster e Stratocaster, Ibanez GB(com Ari Borger Quartet). Pedais: Tube screamer, Cry Baby 535Q, Rotovibe, phase90, fuzz hendrix, Afinador BOSS. O preço dos equipamentos no Brasil não ajudam vc ter um equipamento top. Assim nós ficamos sem acesso as coisas boas.
Como você vê o atual cenário da musica no Brasil?
CS: Acredito que assim como todo o pais, cresceu muito os espaços e têm mais grana rolando para todos, no caso do cenário de Blues acho que cresceu Tb. Muitos festivais rolando, SESCs Tb dão muita oportunidade. Mas como é um estilo importado sempre teremos limitações.
Música vs Internet: Com base na sua experiencia musical, como você vê o impacto da internet no cenário musical ? De que forma - positivamente/negativamente - isso afetou a sua carreira no decorrer dos anos?
CS: Minha carreira fonográfica já começou com a internet na ativa. Através da internet vc consegue divulgar o trabalho em lugares eram difíceis de alcançar, faz contatos importantes com facilidade, principalmente para artistas independentes, como eu, que fazem a própria produção. Temos que nos adaptar né. A venda de CDs caiu para todos, mas vender muitos CDs em lojas nunca foi minha realidade, vendo cd mesmo em shows!!!
Nas ultimas entrevistas, inauguramos uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada (risos) de uma coluna da Cover Guitarra. Indo direto ao ponto:
Pra você qual é o melhor álbum da história?
CS: Difícil heim? Juro que não sei responder....
Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?
CS: Têm tempo que não ouço discos inteiros mas tenho ouvido muito Country Blues como: Blind Willie Mc Tell, Josh White, Big Bill Broonzy, e muitos outros desta época.
Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?
CS: Vergonha.....acho que nenhum...rsrs
Celso quero agradecer a oportunidade da entrevista , sem dúvida uma oportunidade de conhecer o seu trabalho e um pouco da sua história e trajetória musical. Desejo muito sucesso para você ! Grande Abraço !