terça-feira, 31 de maio de 2011

Nosso Trio

2005 - Vento Bravo
Gênero: Jazz / Bossa Nova / Música Instrumental Brasileira



O Nosso Trio é um grupo formado por três grandes instrumentistas brasileiros, Ney Conceição (baixo), Kiko Freitas (bateria) e Nelson Faria (guitarra). O trio nasceu primeiramente para acompanhar o cantor e violonista João Bosco, porém o entrosamento entre os músicos foi tamanha, que eles passaram a se apresentar paralelamente. O resultado é um som instrumental impactante e com um toque de virtuosismo. Vento Bravo (2005) foi o primeiro álbum do trio e é considerado por muitos uma obra prima da MPB, afinal não é pra menos, o trio apresenta um instrumental refinado, com muita técnica, improvisos e afinadíssimo. De um lado Ney Conceição explorando o seu contrabaixo ao máximo, com muito groove e suingue, de outro Nelson Faria com sua guitarra jazz e mandando bem nos solos e Kiko Freitas que está longe de ser um baterista espectador, pelo contrário, sua participação é fundamental. Isso tudo mostra a “química” que envolve o trio. O repertório do álbum é formado por oito canções, todas instrumentais, entre elas composições próprias como “Brooklyn High (Partindo Alto)” de Nelson Faria, “Resposta” e “Fala Negão” de Ney Conceição, e “Lagoa Santa” composta pelo trio. Entre as releituras estão “Vento Bravo” de Edu Lobo e Paulo César Pinheiro, “O Barquinho” de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli, e “Balada P’a Nadia” do saxofonista brasileiro Victor Assis Brasil. Vento Bravo (2005) também foi lançado em DVD, que por sinal tem um repertório um pouco maior. Recomendo esse álbum sem medo de errar. Boa Audição.

Track List

01. O Barquinho
02. Brooklyn High (Partido Alto)
03. Baião Por acaso
04. Balada P'a Nadia
05. Vento Bravo
06. Resposta
07. Fala Negão
08. Lagoa Santa

Nosso Trio "Vento Bravo" (DVD)


Nosso Trio "Brooklyn High (Partido Alto)" (DVD)


MySpace Oficial: Nosso Trio

segunda-feira, 30 de maio de 2011

John Pizzarelli no Telefônica Sonidos 2011


Está acontecendo em São Paulo o TELEFÔNICA SONIDOS 2011. O evento começou ontem, no auditório do Ibirapuera, com show da cantora norte americana Carla Cook, que se apresentou ao lado da Orquestra de Jazz Sinfônica.

Mais a grande atração acontece mesmo no próximo domingo (05), com o show do cantor e guitarrista John Pizzarelli, ao lado do seu trio, Martin Pizzarelli (baixo), Tony Tedesco (bateria) e Larry Fuller (piano). Vale lembrar que o show é gratuito.

Infelizmente não encontrei maiores informações em relação ao Telefônica Sonidos 2011. Caso eu encontre, volto a atualizar o post.

Informações: (11) 4003-5588

terça-feira, 24 de maio de 2011

Macaco Bong

2008 - Artista Igual Pedreiro
Gênero: Rock Instrumental



O power trio cuiabano do Macaco Bong vem escrevendo um capítulo a parte no cenário da música instrumental e independente do Brasil. Com uma sonoridade diferente de tudo e ao mesmo tempo acessível a todos, prova disso é que o trio lançou o seu primeiro álbum, Artista Igual Pedreiro (2008) na internet, de forma gratuita para quem quiser baixar e curtir.

O Macaco Bong surgiu em Cuiabá e a princípio como um quarteto em 2004, mais não demorou muito para se tornar um trio, que é formado por Bruno Kayapy (guitarra), Ynaiã Benthroldo (bateria) e Ney Hugo (baixo).

A grosso modo diria que o som do trio é um rock instrumental, porém classifica-los assim seria de certa forma muito superficial, já que as influências e os elementos presentes na música do trio vão muito além disso. O fato é que não se trata de um trio que presa pelo virtuosismo, no sentido de solos demorados e bem elaborados, mas por outro lado busca uma combinação entre o peso e suavidade, a ousadia em criar algo novo e ao mesmo tempo sem firulas.

O álbum traz dez composições, e a sensação ao ouvir é que uma música entrelaça na outra, formado assim um som instrumental único e com inúmeras variações. Não tem como destacar uma música ou outra, o álbum é interessante do inicio ao fim, cada música traz uma particularidade.

No meu modo de ver é difícil rótular o som do Macaco Bong, por mais que alguns críticos procurem isso, no sentido de criar um rótulo exagerado para tentar encaixar o som do trio, no meu caso, não vou fazer isso, deixo isso a cargo dos ouvintes. Mais posso dizer que ao ouvir o álbum, vocês irão deparar com vários elementos musicais e a principio podem até tentar e conseguir definir alguma coisa, mais com o passar das músicas o som te envolve de tal maneira que você já não tem mais noção do que está ouvindo.

Artista Igual Pedreiro (2008) foi considerado pela revista Rolling Stone Brasil como o melhor álbum do ano. Um reconhecimento mais do que merecido para o trio que vem inovando e abalando as estruturas da cena independente brasileira.

Como sou fascinado por novidades musicais, confesso que demorei um bom tempo até ouvir o álbum, o que não quer dizer que não conhecia o som do trio, já que tinha visto alguns vídeos na internet e isso só aguçou a vontade de baixar e ouvir o álbum na integra. Não vou negar que o rock instrumental em si, no meu caso, sempre foi difícil de digerir, principalmente por que não fui acostumado ouvindo esse som, tanto é verdade que demorei muito para ouvir uma banda de rock instrumental. Dizer que o som do Macaco Bong está acessível a todos, é uma verdade, porém não é de fácil compreensão e isso requer de alguns uma insistência a mais, sabe, de ouvir o álbum duas ou três vezes. Isso é normal na música. Mais posso dizer que vale persistir, no final você irá perceber que é um som prazeroso e viciante.

O álbum Artista Igual Pedreiro foi lançando pela TRAMA através do projeto Álbum Virtual, que por sinal é uma ótima iniciativa. Para quem não conhece, esse projeto visa disponibilizar o álbum gratuitamente e ao mesmo tempo garante uma grana para o músico.

Então vou deixar o link do álbum virtual, para baixar basta fazer um cadastro simples e assim você terá acesso a todo conteúdo da banda, mp3 em ótima qualidade, encarte e tudo mais. Além de poder conferir o catálogo da TRAMA e fazer quantos downloads quiser.

Track List

01. Amendoin
02. Fuck You Lady
03. Noise James
04. Shift
05. Black’s Fuck
06. Rancho
07. Bananas For You All
08. Belezza
09. Compasso em Ferrovia
10. Vamos Dar Mais Uma

Macaco Bong - "Noise James" (Instrumental SESC Brasil)


Site Oficial: Nome do Artista

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Art Tatum

2003 - The Best of Complete Pablo Group Masterpieces
Gênero – Jazz



Mais um pouco de Tatum. Desde pequeno ele teve problemas com sua visão, tendo ficado quase completamente cego a partir da adolescência – enchergava um pouquinho com a vista direita. Treinava de ouvido. Colocava os álbums que sua mãe e amigos trazia para tocar e repetia nota por nota até aprender. Até que um dia conseguiu fazer isso com um álbum que era tocado por dois pianistas ao mesmo tempo. O cara era brincadeira.

O álbum que apresentamos agora, reúne o melhor das gravações feitas pelo selo Pablo entre 1954 e 1956, reunindo Tatum e algumas das feras de então, como Lionel Hampton, Buddy Rich, Roy Eldridge, Ben Webster, Benny Carter, Louis Bellson, Jo Jones, Harry Edison e outros.

Track List

01. Perdido
02. Memories of You
03. You Took Advantage of Me
04. All the Things You Are
05. Body and Soul
06. Under a Blanket of Blue
07. The Moon is Low
08. Just One of Those Things
09. Street of Dreams
10. Somebody Loves Me
11. My Ideal
12. Deep Night







Site Oficial: não encontrado

domingo, 22 de maio de 2011

Deftones

2010 - Diamond Eyes
Gênero: Metal Alternativo



Quando você é um "roquista", como eu, sempre procura algo novo, mas que tenha peso no som e que faça você pelo menos balançar a cabeça um pouco quando escuta. Nós temos vários exemplos no próprio site, como The Answer, Wolfmother, dentre outros. Hoje vou postar um álbum de uma banda que não é necessariamente nova, mas que faz um som com um peso especial.

Diamond Eyes é o último álbum lançado pela banda californiana Deftones, formada por Chino Moreno (vocais e guitarra), Stephen Carpenter (guitarra), Sergio Vega (Baixo), Frank Delgado (DJ e sintetizador) e Abe Cunningham (bateria e percussão). A banda tem mais de vinte anos de carreira e seis álbuns já gravados, além de ter músicas em alguns soundtracks, como, por exemplo a trilogia Matrix. Suas influências vão do heavy metal raiz a hip-hop, o que faz o som ser bem diferenciado. O que acho interessante da banda é a pegada de metal e a voz vezes suave, vezes bruta de Chino. E este contraste entre o peso do som da banda e a voz de Chino faz toda a diferença quando está se ouvindo

Deste álbum destaco a faixa homônima ao álbum, além de You've Seen The Butcher, que acompanha a postagem, Rocket Skates, Sextapes e Beauty School. Sintam o peso da banda e BOA AUDIÇÃO!


Track List

01. Diamond Eyes
02. Royal
03. CMND/CTRL
04. You've Seen the Butcher
05. Beauty School
06. Prince
07. Rocket Skates
08. Sextape
09. Risk
10. 976–EVIL
11. This Place Is Death

Deftones - Diamond Eyes


Deftones - You've Seen The Butcher


Site Oficial: Deftones

sábado, 21 de maio de 2011

Coluna de Nelson Motta sobre Miles Davis.

Ontem (20) no Jornal da Globo, Nelson Motta comentou em sua coluna sobre o mito chamado Miles Davis. Quem assistiu, poderá assistir novamente, quem não viu, aproveite. O fato é que nunca é demais falar sobre Miles Davis. Se Miles Davis estivesse vivo estaria completando 85 anos, no próximo dia 25. Sem mais delongas, segue abaixo o texto e o video da coluna do Nelson Motta.

Trompetista Miles Davis reinventou o jazz misturando diferentes estilos.

Marrento, doidão e imprevisível, seu trompete genial foi um sopro de renovação permanente do jazz.

Os 85 anos de Miles Davis é uma ótima oportunidade para os fãs, celebrarem a glória de Miles sua glória. Marrento, doidão e imprevisível, seu trompete genial foi um sopro de renovação permanente do jazz, com as suas fusões com o Funk, o Rock, a Bossa Nova, a música clássica e o Hip Hop. Veja o vídeo.



Créditos por upar o video: kikoandrade01
Fonte: Globo.com

quinta-feira, 19 de maio de 2011

GPS

2006 - Window To The Soul
Gênero: Rock Progressivo / AOR



O GPS (Govan, Payne e Schellen) é um grupo de rock progressivo formado em 2006 por três músicos que trabalharam juntos no Asia, um supergrupo da década de 80. O GPS surgiu depois que Geoff Downes decidiu parar o projeto atual com o Asia em 2005, para convocar os músicos da antiga formação e assim comemorar os 25 anos da banda. Isso acabou resultando na dissolução da formação atual. Foi nesse momento que três músicos, que tocaram juntos, o guitarrista Guthrie Govan, o vocalista e baixista John Payne e o baterista Jay Schellen, decidiram formar a nova banda.

O álbum Window To The Soul (2006) foi o primeiro, e até então único, lançado pelo GPS. Como era de se esperar é um álbum que surpreende o ouvinte do inicio ao fim, a começar pela faixa de abertura com o vocal de John Payne, ou então pela base pesada da guitarra de Govan, acompanhado pelo tecladista Ryo Okumoto, convocado na ultima hora, algo difícil de acreditar, principalmente por sua presença evidente nas músicas e o entrosamento com os outros membros. O álbum ainda reserva momentos únicos, como solos inspiradíssimos, a emoção que muitas vezes surge de forma arrebatadora, contrapondo sempre com o peso da guitarra ou até mesmo com o uso do pedal duplo da bateria, sem falar da genialidade de cada músico. Depois de um começo estonteante com a faixa-titulo, “New Jerusalem” surge na sequencia em um ritmo mais cadenciado, porém não menos inspiradora, onde novamente Ryo aparece muito bem. O mesmo acontece em “Heaven Can Wait” e na belíssima “Written on the Wind”, uma música diferente de tudo que eu já ouvi. Em “The Objector”, o peso volta a tona, porém contraponto com melodias melódicas e suaves. Destaque também para “Gold”, “Since You've Been Gone” e “Taken Dreams”.

Quando descobri que o guitarrista Guthrie Govan estava no GPS fiz questão de ouvir esse álbum imediatamente. Eu nunca ouvi o som do Asia, por isso não posso fazer qualquer tipo de comparação em relação a isso. O que eu posso dizer é que Window to the Soul (2006) é um álbum feito sob medida e sob o comando de músicos geniais. Boa Audição.

Track List

01. Window To The Soul
02. New Jerusalem
03. Heaven Can Wait
04. Written on the Wind
05. I Believe in Yesterday
06. The Objector
07. All My Life
08. Gold
09. Since You've Been Gone
10. Taken Dreams

GPS - "Window To The Soul"


Site Oficial: Não Encontrado

terça-feira, 17 de maio de 2011

Hebie Hancock

1962 - Takin' Off
Gênero: Jazz



Herbie Hancock figura entre os melhores pianistas de jazz de todos os tempos. Você pode não ser um conhecedor da obra do pianista, mais é praticamente impossível não ter ouvido uma vez na vida a música “Cantaloop Island”, que a meu ver é uma das composições mais conhecidas de Hancock. O pianista também tocou ao lado de grandes músicos, como por exemplo, Miles Davis, da qual fez parte do quinteto. Hancock ficou conhecido por sua mente aberta para a música, prova disso é que o pianista tocou vários gêneros ao longo das décadas, como o jazz de vanguarda, o hard bop, o gospel, o rock, o funk, o pop, e até mesmo música brasileira.

Como todo músico em inicio de carreira, Hancock fez inúmeras participações, mais que serviu como um aprendizado e principalmente para torna-lo conhecido no meio jazzístico e consequentemente ajudou a abrir muitas portas. No inicio Hancock tocou no quinteto do trompetista Donald Byrd, ao substituir o músico Duke Pearson. Isso foi o bastante, para que o jovem pianista participasse da sua primeira sessão de gravação profissional, o que resultou no álbum Out of This World do saxofonista Pepper Admans, seu parceiro no quinteto de Donald Byrd. Depois de participar da gravação de mais três álbuns, finalmente surgiu o convite para que ele gravasse o seu primeiro álbum como líder.

Takin Off (1962) marca a sua estreia como líder e no selo Blue Note. O titulo foi muito apropriado, já que aos 22 anos, Hancock já se mostrava um músico competente e que iria decolar na sua carreira musical. O produtor Alfred Lion procurou apostar todas as suas fichas no pianista e não queria decepcionar, assim convocou dois músicos de peso do seu elenco para acompanha-lo nas gravações: o veterano saxofonista Dexter Gordon, expoente da geração do bebop, e o trompetista Freddie Hubbard, que se tornou um parceiro frequente do pianista em épocas posteriores. E completam o time o baterista Billy Higgins e o baixista Butch Warren.

O resultado não poderia ser melhor, Herbie Hancock fez jus a todos elogios e gravou, o que foi considerado como uma das maiores estreias do jazz. Não é a toa, afinal qualquer veterano adoraria ter escrito a clássica “Watermelon Man”, uma canção contagiante, com uma base solida e marcante de piano, acompanhado pelos solos precisos do trompete e saxofone, e que ao longo dos anos se tornou um standard do jazz. Porém o álbum não resume apenas a uma música, o repertório inclui outras canções de peso, como “Three Bags Full”, “Empty Pockets”, “The Maze”, “Driftin'” e “Alone and I”, que diferente das demais apresenta um jazz quase em forma de balada romântica. Mais trocando em miúdos, as músicas seguem basicamente a mesma linha, claro que cada uma com a sua particularidade. Essa versão que foi relançada posteriormente em 1996, ainda traz três takes alternativos e remasterizado em 2007 pelo produtor Van Gelder.

Takin Off é um álbum que todo fã do jazz deveria ter e ouvir. Para quem ainda não conhece o som do Herbie Hancock, serve como um incentivo e um convite para começar a conhecer a obra desse pianista tão versátil e que pode sim, ser considerado um camaleão musical, já que ele conseguiu ao longo dos anos tocar uma variedade de gêneros, sempre com a mesma competência. Boa Audição.

Track List

01. Watermelon Man
02. Three Bags Full
03. Empty Pockets
04. The Maze
05. Driftin'
06. Alone And I
07. Watermelon Man (Alternate Take)
08. Three Bags Full (Alternate Take)
09. Empty Pockets (Alternate Take)

Herbie Hancock - "Watermelon Man"


Site Oficial: Herbie Hancock

sábado, 14 de maio de 2011

Celso Salim

2007 - Big City Blues
Gênero: Blues



Celso Salim é um dos músicos mais competentes do Brasil e tem feito grandes trabalhos musicais, seja em participações com outros músicos ou em projetos solo. Formado pela Musicians Institute, em Hollywood, ele terminou seu curso sendo condecorado no final do curso, como o melhor aluno do ano, na época 1999. Salim não é apenas um grande guitarrista de blues, suas influencias vão além e entram no campo do country e do jazz, resultando em um guitarrista fluente e versátil tecnicamente, e também como compositor.

Nos dois primeiros álbuns, Lucky Boy (2001) e Going Out Tonight (2003), Salim incorporou outras influências ao blues, como o rock, o country e o soul, agora em Big City Blues (2007), o guitarrista deixa tudo isso de lado e foca somente o blues e traz para o álbum um repertório formado por 12 composições de autoria própria e uma releitura. As novidades não param por ai, Salim também contou com uma turma da pesada, como Rodrigo Mantovani (baixo), Jason Sterling (bateria) e as participações de Ari Borger (piano), Igor Prado (guitarra), Sérgio Duarte (harmonica), Flávio Naves (Hammond), Dillo D’Araújo (guitarra), Adriano Grineberg (Rhodes), Rafael Cury (vocal), Indianna Nomma e Thais Uessugui (backing vocals). No final da postagem, segue a lista completa e detalhada da participação de cada um.

Big City Blues (2007) é o tipo do álbum que certamente vai agradar os bluseiros. Um trabalho impecável e que merece todo nosso reconhecimento, Salim como sempre esbanja versatilidade e técnica, mesclando solos precisos e slides perfeitos, os músicos que participam também contribuem grandemente. Como disse anteriormente, o repertório é formado de doze canções próprias e uma releitura. Destaque para “Best Cheater in Town”, que traz Celso Salim soltando a voz, com Ari Borger no piano e Sergio Duarte na gaita fazendo um solo bem inspirado. Na sequencia a viciante “Truthful Liars”, com uma levada característica do blues, com Salim novamente nos vocais e solando muito, destaque o órgão tocado por Flávio Naves, que anteriormente cheguei a pensar que fosse tocado por Ari Borger, que também participa da música, mais tocando piano. “Big City Blues” é outra composição que merece destaque e conta com a participação do Rafael Cury nos vocais. A música em si é perfeita, com uma levada cadenciada e diferenciada pelo uso do mandolin, tocado por Salim. “Sweet Lovin' Queen” tem uma levada arrastada, um blues suave e cheio de emoção, novamente com a participação da gaita precisa de Sérgio Duarte e o piano inconfundível de Ari Borger. A única releitura do álbum fica por conta da canção “If The Sea was Whiskey” de Willie Dixone Leonard Caston. Na sequencia o álbum apresenta outras canções excelentes como “Backdoor Loverman”, “Hangin' Out With Mr Daniels” e “1000 Miles Blues”.

Big City Blues (2007) pode ser considerado como um dos melhores álbuns do blues nacional, apesar das composições em inglês, o que na minha opinião não muda em nada, visto que foi um álbum gravado por músicos brasileiros. Em relação ao Salim, dispensa comentários, a primeira vez que ouvi ele tocar foi no Ari Borger Quartet, na ocasião já notei que era um musico diferenciado, e volto na questão inicial, quando disse que ele não era apenas um guitarrista de blues, prova disso é que ele toca jazz muito bem também. Se você ainda não conhece o trabalho do Celso Salim, não sabe o que está perdendo, recomendo não apenas esse álbum, mais os outros trabalhos dele, principalmente com o pianista e organista Ari Borger, onde ele faz uma participação impecável. Fica a dica, de mais um músico excelente e que não a visibilidade que merece. Boa Audição a todos.

Track List

01. Best Cheater in Town
02. Truthful Liars
03. Big City Blues
04. Sweet Lovin' Queen
05. Dangerous Games
06. If The Sea Was Whiskey
07. Crazy About You
08. Workin' Shoes
09. Backdoor Loverman
10. Hangin' Out With Mr Daniels
11. All Over My Skin
12. 1000 Miles Blues
13. Onololows Blues

Celso Sali: Vocal, Guitarra elétrica/acústica e Mandolin
Rordrigo Mantovanni: Contrabaixo elétrico/acústico
Jason Sterling: Bateria
Ari Borger: Piano (Faixas: 1,2,4,5,6,7,8,9,10 e 13)
Sérgio Duarte: Harmonica (Faixas: 1,4 e 9)
Rafael Cury: Vocal (Faixas: 3 e 6)
Flávio Naves: Órgão (Faixas: 2,3 e 12)
Igor Prado: Guitarra (Faixa: 10)
Dillo D’Araujo: Guitarra (Faixa: 10)
Adriano Grineberg: Piano Elétrico (Faixa: 11)
Mingo Jacob: Percussão (Faixas: 3 e 8)
Thais Uessugui: Backing Vocal (Faixas: 5,8 e 9)
Indiana Nomma: Backing Vocal (Faixas: 2,5,8 e 9)

Celso Salim "Big City Blues" (Programa: Blues no país do Samba)


MySpace Oficial: Celso Salim

Guthrie Govan

2006 - Erotic Cakes
Gênero: Jazz Fusion



Não. Guthrie Govan não é mais um guitarrista “fritador”, apesar de ser considerado um guitarrista shredders (guitarristas que usam a velocidade e muita técnica em suas composições), Govan tem um diferencial entre os demais, é a habilidade em mesclar vários estilos em suas composições. Porém não é só isso que chama atenção no guitarrista, o seu visual anos 60 é fantástico, até parece que Govan acabou de voltar do Woodstock. Bom sem mais delongas, segue abaixo um breve histórico sobre esse fenomenal guitarrista.

Guthrie Govan nasceu em Ghelmsford (Inglaterra) em 1971. Como todo bom músico, começou a se aventurar na guitarra muito cedo, aos três anos e teve seu pai como o grande incentivador. Govan pode-se dizer que foi um autodidata, no inicio aprendia tudo de ouvido, sem ajuda de professores. Sua primeira apresentação aconteceu aos nove anos, Govan tocou junto com seu irmão em um programa de TV chamado “Ace Reports”. Além da música, Govan também gostava muito de gramática e por isso estudou língua Inglesa na Universidade de Oxford, porém não foi muito longe e decidiu abandonar para se dedicar exclusivamente a sua carreira musical. Enquanto sua carreira não estava consolidada, Govan se viu na obrigação de trabalhar em uma rede de fast food. Mas foi em 1991 que as coisas começaram a dar certo, Mike Varney da Shrapnel Records teve a oportunidade de ouvir uma gravação demo de Govan e após se impressionar com a técnica do guitarrista, ofereceu um contrato de gravação, convite que Govan acabou recusando, por achar que não era o momento certo. Passado dois anos, Govan inscreveu a música “Wonderful Slippery Thing” em um concurso da Guitarist Magazine’s e ganhou o prêmio de “Guitarrista do Ano”. Esse prêmio abriu as portas para várias oportunidades, uma delas era a de transcrever a peça de “Shawn Lane” na revista Guitar Techniques e assim Govan passou a ser um colaborador fixo da publicação. Govan também trabalha como professor de guitarra e deu aulas em várias instituições, é conhecido por ensinar uma variedade de estilos. O guitarrista também publicou dois livros voltados para técnicas e ensino de guitarra, o primeiro “Cutting Edge Techniques” e o segundo “Advanced Techniques”.

Em 2001 o guitarrista fez parte da banda inglesa de rock progressivo Asia e permaneceu até 2006. No mesmo Govan e os músicos John Payne e Jay Schellen (ambos da banda Asia) formam o GPS e lançam naquele mesmo ano o álbum “Window To The Soul” (2006). Govan também tocou no álbum “Your Music is Killing Me” (2007), o primeiro do grupo inglês The Young Punx.

O álbum “Erotic Cakes” (2006) é o seu primeiro trabalho solo, um álbum fantástico, nele Govan explora e demonstra suas técnicas da melhor forma possível, sem deixar de lado suas influências, como Jimi Hendrix, Eric Clapton, Steve Vai, Yngwie Malmsteen e Joe Pass. O interessante é que em nenhum momento o álbum fica cansativo, Govan consegue mesclar as técnicas usadas no passado com as atuais, tudo isso com muita habilidade. Tudo isso com um toque jazzístico. Para a gravação do álbum Govan foi acompanhado pelo irmão Govan Seth (Baixo) e Pete Riley (Bateria), e conta com a participação dos guitarristas Richie Kotzer e Bumblefoot e do saxofonista Zak Barrett (The Fellowship). “Erotic Cakes” é uma boa pedida para quem está a procura de novidades e uma dose extra de boa música. Boa Audição!

Track List

01. Waves
02. Erotic Cakes
03. Wonderful Slippery Thing
04. Ner Ner
05. Fives
06. Uncle Skunk
07. Sevens
08. Eric
09. Slidey Boy
10. Rhode Island Shred
11. Hangover

Guthrie Govan - "Bullet Blues"


Guthrie Govan - "Funky Blues"


Site Oficial: Guthrie Govan

terça-feira, 10 de maio de 2011

Miles Davis

1986 - Tutu
Gênero: Jazz / Funk



É inevitável falar de Miles Davis e não rasgar elogios a ele. Sempre disse que o trompetista era um músico a frente do seu tempo, a impressão que dava, era que enquanto os outros músicos estavam planejando algo novo, Miles já estava tocando. Ele tinha o dom de fazer com que a música se sujeitasse a sua vontade de criar e inovar, foi assim em todos os momentos da sua carreira, na criação do cool jazz, do fusion e quando introduziu novos elementos como o rock e hap, tudo mesclado ao jazz.

O álbum “Tutu” (1986) é mais uma obra prima na carreira do Miles Davis e como sempre, traz um som inovador. Produzido por Miles Davis e pelo baixista Marcus Miller, o álbum causou um impacto no meio jazzístico, já que Miles optou pelo uso de elementos e instrumentos eletrônicos, como a bateria e sintetizadores. O trompetista também contou com músicos experientes, como o já citado Marcus Miller (baixo, clarinete, sintetizadores, sax soprano, entre outros), John Miles (sintetizador), Paulinho da Costa (percussão nas faixas: 1,3,4 e 5), Adam Holzman (sintetizador na faixa 5), Steve Reid ( percussão na faixa 5), George Duke ( trompete na faixa 5, entre outros), Omar Hakin (bateria e percussão na faixa 2), Bernard Wright (sintetizadores adicionais nas faixas 2 e 7), Michal Urbaniak (violino elétrico na faixa 7) e Jabali Billy Hart (tambores e bongos).

No repertório apenas oito canções, nas quais Miles esbanja todo seu talento criativo, com uma variedade impressionante de sons, e que apesar da aparente confusão, não demora muito para perceber que tudo foi colocado com a precisão que só o trompetista possui. Destaque para “Tutu”, que começa com umas batidas eletrônicas, em seguida o trompete entra acompanhado pelo groove do baixo, a música parece ter sido criada naquele momento, com Miles fazendo solos curtos e precisos, enquanto Marcus Miller o acompanha de perto e ao mesmo tempo com uma linha de baixo sensacional e com muito groove, no decorrer da música, aparece alguns elementos de percussão e a batida eletrônica ao fundo. “Tomass” já é bem diferente, aqui os elementos eletrônicos aparecem claramente, com Miles Davis solando em meio as batidas, até que a música desenrola para um ritmo funkeado, mais sem deixar as batidas eletrônicas de lado. “Portia” começa com o som do sintetizadores e a batida eletrônica, no decorrer da música novos elementos são adicionados, sempre acompanhados do trompete preciso de Miles e o baixo marcante de Marcus Miller. “Backyard Ritual”, escrita pelo tecladista George Duke), tem uma sonoridade que reflete o espirito do álbum, com batidas eletrônicas ritmadas e o uso de sintetizadores, enquanto Miles cria melodias com seu trompete, muitas delas com uso de notas curtas. “Perfect Way”, uma música do grupo pop Scritti Politti, que também traz o uso das batidas eletrônicas e dos sintetizadores, com um toque de pop anos 80, muito interessante. “Don’t Lose Your Mind” começa com uma batida eletrônica diferente, que lembra bem os efeitos sonoros dos anos 80, na sequencia o que presenciamos é um groove com forte influencia do reggae, com Miles solando muito bem e Michael Urbaniak solando no violino eletrônico. O álbum encerra com a funkeada “Full Nelson”, uma música que mescla o funk com batidas eletrônicas. Essa canção foi feita em homenagem ao Nelson Mandela.

Não é difícil de imaginar o impacto que esse álbum do Miles Davis causou no cenário jazzístico e principalmente entre os fãs do gênero, basta ouvi-lo para tentar entender. Por ser um músico a frente do seu tempo, Miles realmente não poderia se prender ao que estava sendo feito na época, e por isso a cada álbum que ele lançava, era sinal de novidade a caminho. Além disso, o álbum Tutu (1986) é um tributo ao ganhador do prêmio nobel da paz, o bispo sul-africano, Desmond Tutu.

Tutu é um álbum para aqueles que apreciam as experiências do Miles Davis, se você faz parte desse grupo, Tutu é uma excelente pedida. Boa Audição.

Track

01. Tutu
02. Tomaas
03. Portia
04. Splatch
05. Backyard Ritual
06. Perfect Way
07. Don´t Lose Your Mind
08. Full Nelson

Miles Davis - "Tutu" (Live)


Site Oficial: Miles Davis

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Buddy Rich

1968 - Mercy, Mercy
Gênero: Jazz / Swing



Em 1968, a banda de Buddy Rich estava fazendo uma turnê acompanhando Tony Bennet no Caesar’s Palace, em Las Vegas. Eram duas apresentações por dia e, numa dessas noites, após o término da segunda apresentação lá pelas 3 da manhã, os músicos já guardavam seus instrumentos quando Buddy Rich anunciou que iriam gravar um álbum. E assim foi, em dois ou três takes de cada música estava completada a gravação de Mercy, Mercy. A banda estava afiadíssima, num de seus melhores momentos. Sorte para o público que ganhou um bônus inesperado.

Achar uma fórmula de sucesso para uma banda é um problema e tanto. Buddy Rich achou a sua em meados dos anos 60. Os ingredientes devem ser tais que o líder não comprometa sua integridade musical, mas, ao mesmo tempo, consiga atingir uma audiência considerável. Essas duas condições são às vezes difíceis ou mesmo impossíveis de conciliar. No caso de Buddy Rich, muito da responsabilidade de ter conseguido isso é de seus arranjadores.

O repertório tem temas clássicos e modernos do jazz, misturado com músicas populares. A banda soa sempre vigorosa, com uma pegada forte, muito suingue e ótimos solistas, como é o caso desse álbum, em que temos o sax tenor Don Menza (ouça o solo dele em Channel 1 Suite e em outras), e o próprio Buddy Rich, considerado um dos bateristas mais técnicos do jazz.

Track List

01. Mercy, Mercy, Mercy
02. Preach and Teach
03. Channel 1 Suite
04. Big Mama Cass
05. Goodbye Yesterday
06. Acid Truth
07. Alfie
08. Ode To Billie Joe
09. Chavala (*)
10. Mr. Lucky (*)
11. Chelsea Bridge (*)

(*)faixas não presentes no álbum original.







Site oficial: Buddy Rich

domingo, 8 de maio de 2011

Documentário: "Do Jazz ao Samba"

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Recebi um e-mail do diretor Bruno Veiga Neto, que está produzindo o documentário "Do Jazz ao Samba", um filme que elevará a música brasileira ao nível dos principais gêneros internacionais de música como o jazz e o pop americanos, através de depoimentos de personalidades como Elza Soares, Haroldo Costa, Roberto Menescal, Ed Motta, Ivan Lins, Tárik de Souza, entre vários outros artistas e especialistas brasileiros e estrangeiros. O documentário será focado na relação entre samba e o jazz, suas ramificações e influências, passando pela bossa nova, hip-hop, pop, até chegar na música eletrônica, que mistura a música brasileira com a batida mais moderna dos dias de hoje.

Apesar da qualidade do documentário, o diretor diz que está passando por problemas financeiros para finalizar a produção. Quem quiser saber maiores informações a respeito do documentário, é só acessar os sites (links no final da postagem). Lá você irá encontrar informações detalhadas e também como ajudar.

Site Oficial: Do Samba ao Jazz

Projeto Incentivador: Clique Aqui

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Scat

2003 - Live At The Healer
Gênero: Jazz



Live At The Healer (2003) é o primeiro álbum ao vivo da banda australiana de jazz SCAT. Um som que certamente irá agradar os fãs mais exigentes do gênero, já que a banda Scat possuiu muita qualidade e um som refinado, mesclando o jazz clássico e o swing, com uma pitada de pop. Boa Audição.

Track List

01. 12 To 8
02. Given
03. Shepherd
04. Soon, Really Soon
05. True Religion
06. Piano Latte
07. Remember You
08. Intermission
09. Break Beat Interlude
10. Nothing Underneath
11. Oh Lord, You're Beautiful
12. One Day
13. Bb Blues
14. Georgia
15. Amazing Grace

Site Oficial: Scat

terça-feira, 3 de maio de 2011

Eddie Higgins Trio

2002 - Don't Smoke In Bed
Gênero: Jazz



O pianista e compositor Eddie Higgins nasceu e foi criado em Cambridge, Massachusetts, porém começou sua carreira profissional em Chicago, enquanto estudava na Universidade Northwestern School of Music. Eddie sempre foi conhecido por sua maneira elegante e sofisticada de tocar, além do seu amplo repertório, ele tinha uma capacidade incomum de tocar estilos diversificados, tanto como solista ou enquanto apenas acompanhava, todas essas qualidades fizeram dele um dos pianistas de jazz de maior destaque no cenário jazzístico, apesar de muitas vezes ser ignorado pelos críticos. Por mais de vinte anos, Higgins tocou em muitos clubes de jazz prestigiados de Chicago, mais foi no London House onde ele tocou por dez anos e atuou ao lado de outros músicos como Bill Evans, Stan Getz, Dizzy Gillespie, Oscar Peterson, entre outros. Durante esse período que esteve em Chicago, o pianista gravou muitos álbuns, entre os quais como sideman e tocou com uma variedade de músicos, atuando como pianista e arranjador. No ínicio dos anos 70, Higgins decide mudar-se para a Flórida, onde continua tocando regularmente em alguns clubes locais e passa uma espécie de aposentadoria. Em 1980, o pianista volta com tudo à cena jazzística, participando de vários festivais de jazz, muitos deles realizados na Europa e Japão. Através do selo japonês, Venus Records, o pianista vendeu inúmeros álbuns, o que lhe deu a oportunidade de gravar novamente como um líder. Já em 1998, Higgins se casa com a cantora e pianista de jazz Meredith d’Ambrosio, e passaram a se apresentar em clubes e festivais, e gravavam pelo selo Sunnyside Records. O pianista Eddie Higgins faleceu com 77 anos.

Às vezes eu sinto que o jazz é uma imensa colcha de retalhos, onde uma coisa completa a outra, ou então passa a nítida sensação de que tudo está interligado. Digo isso por que não é a primeira vez que descubro um som procurando por outro. E no caso do pianista Eddie Higgins foi exatamente o que aconteceu, na verdade estava procurando por alguma novidade sobre o guitarrista John Pizzarelli e acabei me deparando com o álbum Don't Smoke In Bed (2002), um trabalho para quem curte o jazz na sua mais pura essência, um trio formado pelo pianista Eddie Higgins, o baixista Jay Leonhart e o guitarrista John Pizzarelli. Não preciso dizer mais nada, não é? Como senão bastasse um trio clássico formado por piano, baixo acústico e guitarra, os músicos envolvidos dispensam comentários. De um lado a sofisticação e o piano suave de Higgins, ao lado a marcação precisa do baixo acústico de Jay Leonhart e finalizando o som inconfundível da guitarra de John Pizzarelli, solando e dando aquele toque especial ao trio. O repertório parece ter sido escolhido a dedo, começando com “Close Your Eyes”, que serve como um cartão de visita, há também a balada de Duke Ellington, “I Didn't Know About You”, tocada com maestria pelo trio, na sequencia a empolgante “The Night Has A Thousand Eyes”, com um solos de piano e de guitarra, acompanhados de perto pelo ritmo preciso do contrabaixo, a belíssima “Something Cool”, a clássica “Black Coffee”, aqui apresentada de maneira única e com um arranjo avassalador, a swingada “Golden Earrings”, e uma composição própria do pianista, com a música “Brown-Eyed Beauty”.

Don't Smoke In Bed (2002) é um album para quem curte jazz na sua essência, no meu caso esse trabalho tem um valor ainda maior por se tratar da participação do John Pizzarelli, mas acima de tudo é um álbum do pianista Eddie Higgins e que vale a pena ouvir. No video abaixo, uma pequena demonstração do Eddie Higgins Trio, mas com uma formação diferente da encontrada no álbum, porém não menos sensacional. Boa Audição.

Track List

01. Close Your Eyes
02. That Old Feeling
03. I Didn't Know About You
04. The Night Has A Thousand Eyes
05. Something Cool
06. Where Or When
07. Day-Dream
08. Brown-Eyed Beauty
09. Black Coffee
10. Golden Earrings
11. Don't Smoke In Bed
12. Too Marvelous For words

Eddie Higgins Trio - "Autumn Leaves"

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Jazz - A History of America's Music



Jazz, de Ken Burns, é parte de uma trilogia abordando, segundo o autor, as três bases da sociedade americana, a Guerra Civil, o Baseball e o Jazz. Não posso opinar sobre os dois primeiros, mas posso garantir que o último é imperdível.

O livro (490 páginas) e o documentário (10 DVDs) foram produzidos quase simultaneamente e lançados em 2001 (o documentário saiu primeiro). Baseados em entrevistas com jornalistas e músicos, é uma bela história do jazz e, sem grandes tecnicismos, é bastante acessível para o leitor que não é músico (como esse que vos tecla).

O livro tem co-autoria de Geoffrey C. Ward e tem mais de 500 ilustrações. Além da história do jazz propriamente dita, há também vários ensaios que valem a pena. O texto traz bastante da história dos primórdios do jazz, desde New Orleans até o período bop e cool, porém carece de maiores informações da fase mais moderna (fusion e free), bem como sobre o jazz latino e europeu, o que de certa forma é desculpável, pois a proposta do livro é justamente a contribuição do jazz para a formação da sociedade americana. De qualquer forma, poderia haver pelo menos menção a eles.

Feita essa pequena ressalva fica a recomendação: veja o filme e leia o livro.