quinta-feira, 3 de março de 2011

Iron Maiden

1986 - Somewhere in Time
Gênero: Heavy Metal



A década de 80 foi uma das melhores para o Iron Maiden e consequentemente para os fãs do heavy metal. Em pouco tempo a banda havia lançado álbuns excelentes, mais precisamente cinco álbuns de inéditas em quatro anos, e um ao vivo, com isso alcançou grande sucesso e respeito. Foi nesse período que a Donzela passou por seu “Anos Dourados”, ao lançar os álbuns “The Number of The Beast” (1982), “Piece Of Mind” (1983) e “Powerslave” (1984). Nos palcos o Iron não decepcionou e lançou o álbum “Live After Death” (1985) durante a World Slavery Tour. Junto com o sucesso, veio à pressão, o que seria do Iron Maiden dali em diante? A expectativa em torno de um novo álbum a altura dos anteriores era muito grande. Eis que surge o álbum “Somewhere In Time” (1986) e que abre a época das experiências no Iron. Como disse em outra postagem, foi neste álbum que a banda fez pela primeira vez o uso de sintetizadores. Claro que isso agradou e desagradou a muitos, mas isso fica a critério do gosto de cada um, o fato é que o álbum foi lançado à sombra dos “anos dourados” e teria que corresponder às expectativas.

Somewhere in Time é o tipo de álbum que quanto mais se escuta, melhor ele fica. O repertório conta com oito músicas, sendo sete composições de Steve Harris e Adrian Smith e uma com a participação do guitarrista Dave Murray. Um dos pontos fortes do Iron é sempre em relação a temática dos seus álbuns e em Somewhere In Time não é diferente, dessa vez a banda tem como base o filme Blade Runner (1982) do diretor Ridley Scott e estrelado pelo ator Harrison Ford. As músicas em si, falam sobre as relações do ser humano com o tempo. A arte gráfica da capa dispensa comentários, é simplesmente uma das melhores e mais detalhadas já feitas pelo desenhista Derek Riggs. É um desenho que mexe com a imaginação e deixa qualquer um paralisado, os níveis dos detalhes impressiona, assim como as referências ao passado do Iron Maiden, como o Aces High Bar ou o Ruskin Arms, que era o local onde a banda fazia suas apresentações no início de carreira, há também a pirâmide do Powerslave, o relógio marcando 23:58 (em referência a música 2 Minutes to Midnight), a Long Beach Arena (onde foi gravado o Live After Death), o Ancient Mariner Seafood Restaurant, o Bruce com um cérebro nas mãos, o cartaz do filme Blade Runner, o Phantom Opera House, entre outras coisas inusitadas, como o placar mostrando a fictícia goleada do West Ham 7 x 3 Arsenal, não é difícil imaginar que essa ideia deve ter sido do Steve Harris, torcedor apaixonado do West Ham e por fim o mascote cibernético Eddie. Realmente é uma capa que não se vê todos os dias.

Musicalmente o álbum não deve em nada aos seus antecessores. Uma banda experiente e que sabia explorar muito bem seus pontos fortes, e o resultado é um álbum com boas músicas, algumas se tornaram clássicas, dois guitarristas no auge, criando solos e riffs perfeitos, Steve Harris impecável como sempre, Bruce Dickinson surpreendendo mais uma vez e o incansável Nicko McBrain comandando sua batera gigante. O álbum abre com “Caught Somewhere In Time”, composição do Steve Harris, uma das melhores do álbum, um heavy metal frenético e intenso, o solo é um capito a parte, Adrian e Dave soam perfeitos e com um entrosamento inquestionável. Na sequencia a clássica “Wasted Years” que começa com uma intro maravilhosa, com as guitarristas e som incomparável do baixo de Steve Harris, até que Bruce assume o vocal, o refrão dessa música é grudento. Apesar de não ser tão lembrada, “Sea Of Madness” é uma boa música, desde o começo matador com as guitarras e batera, o desempenho do Bruce nos vocais e o solo muito bem executado, Steve Harris novamente aparece muito bem, uma boa música e que não teve seu devido valor reconhecido.Pode-se dizer que “Heaven Can Wait” é o grande clássico do álbum e única presente na maioria dos shows do Iron Maiden, o baixo surge logo na introdução, acompanhado pelas guitarras e batera, a música se desenvolve em um ritmo frenético, com dois solos inspiradores de Adrian e Dave, e claro as cavalgadas de Harris. Em The Loneliness Of The Long Distance Runner” a banda mantem o heavy metal em alto nível, a música tem uma andamento rápido, algo que o Iron domina muito bem, essa música na minha opinião tem um dos melhores e mais elaborados solos do álbum, Nicko McBrain está simplesmente arrasador e preciso, assim como Bruce Dickinson, seu vocal surpreende a cada música, ele sabe usar sua voz em momentos agressivos e melódicos, parece até fácil. “Stranger In A Strange Land” começa com o baixo de Steve Harris, é outro caso de uma boa música e que não teve muito destaque, a levada dessa música é diferente das outras, Adrian e Dave mostra mais uma vez um entrosamento perfeito, as guitarras mesclam peso e melodia, o solo em si é perfeito, começa com Harris no baixo esbanjado toda sua técnica e as guitarras a principio fazem um som de fundo, mas não demora muito até assumirem o controle. “Deja-vu” é a única musica que não foi escrita por Adrian/Steve, ela foi composta por Dave Murray e Harris. Uma música que faz jus a qualidade do álbum Somewhere in Time, começa com uma intro melódica, baixo e guitarra apenas, na sequecia se transforma radicalmente e da inicio a um heavy metal ao melhor estilo Iron Maiden. A letra em si é muito boa, não há como não citar Adrian e Dave, os dois estão inspirados, o som das guitarras fluem, o som melódico e preciso, assim como solo. Steve Harris mantem uma base solida, com seu baixo cavalgando em um ritmo frenético, Nicko McBrain aparece muito bem, com uma precisão impecável. A épica “Alexander The Great” encerra o álbum, hoje pode-se dizer que musicas assim são uma especialidade do Iron, mas naquela apostava nessa formula pela segunda vez, a primeira foi com a clássica “Rime of the Ancient Mariner” no álbum Powerslave. Enfim, a música em si é arrebatadora, Bruce explora seu vocal da melhor maneira, o instrumental dispensa comentários e reflete o que foi durante todo álbum, as guitarras impecáveis, o baixo como sempre arrasador e a batera precisa e presente. O álbum encerra da mesma maneira que começou, com a mesma qualidade musical e com duas músicas de peso.

Apesar de não fazer parte dos anos dourados, “Somewhere in Time” é um álbum que não deve em nada ao seu antecessor e ao sucessor, apesar da banda ter apostado na experiência com sintetizadores, o resultado não poderia ser outro, um álbum com boas músicas, um instrumental perfeito e músicos experientes, mas o destaque na minha opinião são os guitarristas Adrian Smith e Dave Murray, que fizeram de tudo, só não fizeram chover dento do estúdio. A produção também merece ser citada, já que esteve a cargo do lendário e competente Martin Birch.

Para terminar, gostaria de dizer que o mês de Março tem tudo para ser especial, pois dia 26 vou ter a oportunidade de ver o Iron Maiden ao vivo e a cores, depois de longos anos de espera. Talvez isso explique minha empolgação na hora de resenhar esse álbum. Enfim. Boa Audição !!

Track List

01. Caught Somewhere in Time
02. Wasted Years
03. Sea of Madness
04. Heaven Can Wait
05. The Loneliness of the Long Distance Runner
06. Stranger in a Strange Land
07. Deja-Vu
08. Alexander the Great

Iron Maiden - Wasted Years"


Site Oficial: Iron Maiden

5 comentários :

  1. Esse disco contém uma aula de História completa sobre Alexandre o Grande na oitava faixa. Iron Maiden, além de ser ótimo, é história!!!

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  2. Aí galera. Parabéns pelo post. Eu me considero feli por que esu estive lá.Ou seja, eu era jovem nos aos oitenta e acompanhei cada lançamento dos discos do Iron ( desde o primeiro ) e senti cada emoção. Este disco é realmente muito bom, mas calcule o nó que ele deu na cabeça de uma galera redescobrindo o rok, reverenciando o punk, ao trazer guitarras sintetizadas! Claro que hoje minha visão é outra, mas naquela época...rebelde sem causa...!HeHe!
    Abraços.

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  3. "Qt mais se escuta melhor fica".
    Definiçao perfeita para esse album!!!
    Brother, gostaria de firmar uma parceria com meu blog?
    guitarra-arte.blogspot.com

    Parabens pelo blog!!!

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  4. Obrigado pelos comentários pessoal.

    Abraço
    Daniel

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