terça-feira, 29 de março de 2011

Iron Maiden em São Paulo (26/03/2011): EU FUI !!


(Fonte: Blog Flight 666)

Por Daniel Faria

O dia 26 de Março de 2011 ficará marcado para sempre na minha vida. Ir a um show do Iron Maiden era um sonho que eu tinha há muitos anos, mas nunca conseguia ir. No ano passado a banda anunciou que faria uma nova turnê mundial, para divulgar o álbum “The Final Frontier” e anunciaram seis shows pelo Brasil. Foi nesse momento que vi a oportunidade surgir mais uma vez na minha frente. Para minha felicidade tudo correu muito bem, entrei em contato com um cara que organiza excursões para shows, comprei meu ingresso e fiquei contando os dias para o show.

Claro que esse momento merecia uma postagem pra lá de especial, por isso não se espante com o tamanho do texto (porque é grande mesmo), aqui eu relato tudo que aconteceu no dia do show, com o maior número de detalhes possíveis. Em um momento do show, o Bruce disse que seria a ultima passagem da banda pelo Brasil, a reação do público foi imediata, é claro que ele estava brincando. O fato é que, eu estou pronto para o próximo show (risos). E prometi a mim mesmo, que da próxima vez não vou mais na arquibancada e sim na pista vip. Espero conseguir isso. Enfim, sem mais delongas, segue o relato (gigante e detalhado) sobre esse dia muito especial.

Dormir sexta feira foi impossível, eu não parava de pensar no show, na tentativa de imaginar como seria esse momento, minhas expectativas eram enormes. Outro motivo que não me deixou dormir foi o medo de perder o horário e o ônibus da excursão. No sábado acordei 7 horas da manhã. O ônibus da excursão iria sair da cidade vizinha as 10:00 horas da manhã, e para chegar até o local combinado precisei pegar dois ônibus. Quando cheguei ao local (45 min adiantado) já avistei alguns fãs da banda, com o passar do tempo à quantidade de fãs aumentou consideravelmente. Resumindo: O ônibus chegou na hora marcada, mas o cara responsável pela excursão chegou 1 hora de depois. Foi engraçado demais, quando ele chegou todo mundo começou a vaiar, mas tudo na maior clima de zuação mesmo. A quantidade de fãs era tanta, que lotou dois ônibus. A viagem transcorreu perfeitamente, rolou até uns vídeos do Iron Maiden para o pessoal assistir durante a viagem. Fizemos uma parada para almoçar, a essa altura o pessoal já estava impaciente com a demora. Os portões do Morumbi iriam abrir por volta de 15:00 horas, o ônibus chegou ao estádio por volta de 15:30 horas.

O movimento em torno do estádio era tranquilo, o esquema de segurança montado para o evento era algo admirável, nunca vi tanta policia no mesmo lugar (risos). Na hora que o pessoal desceu do ônibus, um ficou perguntando para o outro sobre o setor, para saber quem iria no mesmo setor, assim formou-se pequenos grupos, o meu setor era arquibancada azul, praticamente tive que dar a volta no estádio. O clima era de tranquilidade, fui revistado e posei para uma foto na entrada do setor. Foi nesse momento que eu comecei a ter a dimensão da onde estava. Chegando na arquibancada azul (que estava vazia), consegui escolher um bom lugar para curtir o show. Eram exatas 16:00 horas, teria um bom tempo para esperar, mais a essa altura eu não ia me importar com horário, queria era curtir o momento. Tirei algumas fotos (como vocês poderão ver no final da postagem).

O sábado não poderia estar melhor, tudo cooperava para uma noite inesquecível. Por volta das 19:30 horas as luzes do Morumbi se apagaram e nesse clima começou o show da banda Cavalera Conspiracy. Para quem não conhece, é a banda dos irmãos Igor e Max Cavalera. Apesar de não ser o estilo de som que eu gosto, curti muito o show. Mesmo sendo uma banda nacional, era o primeiro show deles no Brasil. A banda subiu no palco com muita energia, tocaram um setlist baseado nos dois álbuns, dando um pouco mais de ênfase ao recém lançado “Blunt Force Trauma”. O ápice do show aconteceu quando a banda tocou clássicos do Sepultura, o público foi ao delírio. A apresentação teve duração de uma hora mais ou menos, o engraçado foi quando o Max tentou puxar o público para gritar o nome da banda e o pessoal respondeu em coro “Maiden, Maiden, Maiden”. Enfim era inegável que isso iria acontecer.


Assim que o show acabou, as luzes do estádio voltaram a acender e o palco começou a ser preparado para o grande momento da noite. O show estava marcado para 21:30 horas, mas para a surpresa de todos, as luzes se apagaram por volta das 21:00 horas. Quando a introdução da música “Satellite 15.... The Final Frontier” começou, o público foi ao delírio, durante 4:30 minutos o que se viu foi um clipe com efeitos visuais de explosões (nos dois telões ao lado do palco), enquanto as luzes do palco ficavam piscando. Ao final dessa introdução, a banda surgiu no palco e foi ovacionada por mais de 50 mil vozes. Da arquibancada, eu tinha uma visão privilegiada do palco (melhor que isso só pista premium). A sensação que eu senti naquele momento é impossível de traduzir em palavras, não conseguia acreditar que estava vendo ao vivo a melhor banda de heavy metal do mundo. Com a banda já em cena, foi possível visualizar o palco, que tinha como cenário um tema futurista e espacial. Na sequencia a banda emendou com outra música do novo álbum, “El Dorado”. Depois foi a vez da banda tocar um clássico, “2 Minutes to Midnight” e encerrou a primeira parte com “The Talisman”, outra música do novo álbum. A essa altura Bruce Dickinson já havia empolgado os fãs. A presença de palco dos caras é impressionante, o Bruce que estava usando uma calça camuflada, toca e uma camisa com as palavras “Psych Ward” (ala psiquiátrica), cantou muito bem, correu o palco de ponta a ponta várias vezes, Steve Harris também correu de um lado para o outro, o som do baixo dele era matador ao vivo, o mesmo posso dizer das guitarras de Adrian, Janick e Dave, poder ouvir aqueles solos ao vivo foi indescritível. O único que eu não conseguia ver era o Nicko McBrain, até por que ele fica praticamente escondido atrás da batera, então a única forma de vê-lo foi através do telão.


Em apenas quatro músicas, eu havia conseguido realizar outro sonho de fã. O Bruce tem uma marca registrada, em todo show do Maiden ele sempre pede para o público gritar e no Morumbi não seria diferente. Ouvir o Bruce dizer “Scream for me São Paulo....” e poder gritar com todas as forças possíveis, foi outro momento impossível de traduzir em palavras.

Ao fim da quarta música, ao coro de “Ole Ole Ole Maiden, Maiden”, Bruce disse as primeiras palavras ao público, que mais uma vez foi ao delírio. Como meu inglês não é dos melhores, consegui entender pouca coisa, ele falou sobre a nova turnê da banda e prometeu surpresas para aquela noite. Em seguida banda tocou “Coming Home”, ela que no álbum já era excelente, ao vivo ficou melhor ainda. O público acompanhava Bruce em cada palavra da letra. Depois foi a vez de “Dance of Death”. O primeiro grande ápice do show foi quando a banda tocou “The Trooper”, um verdadeiro clássico, como é de praxe, Bruce se veste de soldado e pega a bandeira da Inglaterra para agita-la durante a música, foi um momento inexplicável, um coro formado por 50 mil vozes. Sem dar tempo para o público respirar, a banda tocou um clássico recente, “The Wicker Man”, a essa altura do show eu já estava começando a ficar sem voz. Outra vez destaco a presença de palco da banda, o Bruce não para um minuto (risos), ele corre de um lado para o outro, não só ele, mas todos os músicos têm a energia e a vitalidade que muita banda formada por jovens não tem.


Quando terminou a música, aconteceu o que na minha opinião foi um dos momentos mais marcantes e emocionantes do show. Antes de começar a próxima música, o Bruce começou a falar novamente com o público, lembro como se fosse agora, ele falando que o show de São Paulo era especial, foi nesse momento que o estádio começou a gritar “Bruce...Bruce...Bruce..”, a reação dele foi a melhor possível, ele não conseguia terminar o que havia começado a falar, bateu a mão no peito e o público novamente entoou um coro: “Ole...Ole...Ole...Maiden...Maiden”. Foi um momento maravilhoso. Quando Bruce se recompôs, ele falou sobre os acontecimentos durante a turnê, como o terremoto que devastou o Japão e impossibilitou o show da banda, o fato é que o Ed Force One iria descer em Toquio, quando foi avisado da tragédia. Bruce ainda falou que a música “Blood Brothers” seria dedicada a todas as pessoas que foram afetadas pelas tragédias, falou também sobre os fãs que vivem na Siria e Libia, e sofrem com a guerra, depois concluiu dizendo: “Não importa sua cor, sua raça ou sua religião, se você é fã do Maiden é parte da família. Somos todos irmãos de sangue”. Na sequencia a banda tocou outra música do novo álbum, “When The Wild Wind Blows”, que na minha opinião é uma das melhores e confesso que estava ansioso para ouvi-la ao vivo. Foi bom demais.

A música “The Evil That Men Do” abriu a sequencia final formada apenas com clássicos. A banda reservou para essa parte do show um dos momentos mais aguardados e especiais para os fãs. Eis que durante a música surge no palco o mascote Eddie, com três metros de altura, não precisa dizer que o público foi ao delírio.


Quando “Fear Of The Dark” começou a ser tocada, os fãs entraram em êxtase e o que se ouviu foi um coro de 50 mil vozes cantando junto com Bruce e várias luzes formadas por celulares e isqueiro. Sem dúvida foi um dos pontos altos do show. Quando Bruce Dickinson começou a gritar “Scream for me São Paulo” o público correspondeu a altura e logo a banda começou a tocar outro clássico, “Iron Maiden”, uma música que mexe com qualquer fã. No meio da música o público foi surpreendido outra vez, com a presença do Eddie, mas agora não era mais o boneco, era apenas a cabeça que surgia atrás da bateria, com os olhos acessos, mexendo a mandíbula e os dedos. Foi a primeira vez em toda a tour que a banda usou esse efeito. Sem dúvida uma grande supresa para os fãs brasileiros, como havia prometido o vocalista.


Como é de praxe, o encerramento dessa música foi apoteótico, com Bruce agradecendo o público mais uma vez. Ao final a banda saiu do palco, os guitarristas jogaram as palhetas e Nicko McBrain jogou as baquetas e as munhequeiras para o público. Enquanto público entoava um coro de “Maiden...Maiden...Maiden”, passado alguns minutos a banda volta ao palco para a parte final do show e começa tocando outro clássico, “The Number of The Beast”, de todas as inúmeras vezes que eu já ouvi essa música, nenhuma delas se compara a essa única vez que ouvi ao vivo. O público eufórico cantou ela do começo ao fim, assim como aconteceu com outros clássicos. Sem dar tempo a banda emendou outro clássico, “Hallowed Be Thy Name”, lembro que o estádio inteiro começou a bater palmas, enquanto Bruce cantava com maestria no palco, quando chegou na segunda parte da música todo mundo começou a pular e a cantar. O show encerrou com outro clássico, “Running Free”, enquanto cantava, Bruce fez questão de ir apresentado músico por músico (sempre em tom de brincadeira), a cada nome citado os fãs gritavam e aplaudiam, Bruce ainda empolgou os fãs pela última vez na noite.


A duração do show foi por volta de 2 horas, o impressionante é que passou rápido demais, como tudo nessa vida, tudo que é bom, dura pouco. No fim do show, ainda tirei umas fotos de recordação e quando estava saindo da arquibancada vi um cara vendendo bandeira da banda, só deu tempo de parar, perguntar o preço e comprar.

Apesar da multidão a saída do estádio foi tranquila, não vi uma confusão, eu estava anestesiado e sem reação, a ficha não havia caído, parecia um sonho, meu medo era acordar e estar deitado em casa (risos), como já aconteceu várias vezes. Eu sai com o pessoal da excursão (que estavam na arquibancada azul), eu queria muito comprar uma camisa, mas dentro do estádio estava custando 80 reais, mas acabei comprando do lado de fora do estádio, uma camisa que vou guardar de recordação. A volta para casa foi maravilhosa, cheguei em casa 3:30 da madrugada, e o mais incrível, não estava nem um pouco cansado.

Um amigo comentou comigo durante a viagem, que a partir daquele dia, quando ele fosse ouvir as músicas na casa dele, com certeza passaria a ser diferente. E realmente é verdade, fiz isso e posso comprovar. A ficha demorou para cair, quando começa e termina o show, você não consegue acreditar naquilo, a sensação é de estar anestesiado. E outro fato que posso confirmar, é que depois do show eu não lembrava nem do setlist direito, só depois de algumas horas que fui lembrando. É uma sensação engraçada demais.

Ufa ! Que texto gigante. Bom eu esperei muito por esse dia, mesmo indo (e com certeza eu vou) em outros shows do Iron Maiden, a primeira vez é sempre inesquecível e marcante. Abaixo segue uma pequena galeria de imagens, algumas eu tirei e outras (mais próximas) retirei da internet. E também há dois vídeos.


Set List do Show no Morumbi

01. "Satellite 15... The Final Frontier"
02. "El Dorado"
03. "2 Minutes do Midnight"
04. "The Talisman"
05. "Coming Home"
06. "Dance of Death"
07. "The Trooper"
08. "The Wicker Man"
09. "Blood Brothers"
10. "When the Wind Blows"
11. "The Evil That Men Do"
12. "Fear of the Dark"
13. "Iron Maiden"

Bis

14. "The Number of the Beast"
15. "Hallowed Be thy Name"
16. "Running Free"

Galeria de Fotos


Vídeos (Créditos: tilicocorp)

Iron Maiden - "Satellite 15...The Final Frontier"


Iron Maiden - "Iron Maiden"

Um comentário :

  1. Que post sensacional, Daniel! Apesar de eu não ser fã de Metal, deu para sentir na emoção das suas palavras a enormidade que foi o show. Esse tipo de show é muito legal. Dá um trabalhão para ir, mas se você é fã dos caras vale cada segundo.

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