domingo, 31 de maio de 2009

Entrevista Exclusiva: Derico Sciotti

João Frederico Sciotti, o Derico, saxofonista/flautista famoso por suas atuações no Sexteto Onze e Meia e no Programa do Jô Soares. Dono de um grande talento musical e com um bom humor contagiante, Derico concedeu gentilmente uma entrevista para o Blog Jazz e Rock. Ele falou sobre o início da sua carreira, suas influências musicais, seu projeto “Duo Sciotti” formado juntamente com seu irmão Sérgio Sciotti, além dos famosos micos (que ele sempre pagou durante os anos no Programa do Jô) e comentou sobre seus planos futuros. Abaixo segue a entrevista na integra. Está imperdível.


JR - Você começou cedo na música, com apenas 5 anos e aos 11 já tocava profissionalmente. Quem mais incentivou você nesse começo? Seus pais eram músicos também?

Derico Sciotti - Venho de uma família de músicos. Minha mãe Mercêdes Máttar, pianista concertista, meu tio Pedrinho Máttar, pianista reconhecido internacionalmente e meus irmão que já tocavam quando nasci... Foram minhas influências em casa!

JR - Perguntar isso para um multi-instrumentista não é uma tarefa fácil (risos), fale um pouco sobre suas influências?

Derico Sciotti - Sempre ouvi cantores e cantoras. Cauby Peixoto, Frank Sinatra, Elis Regina, Janis Joplin. Mas também tive influências de grandes músicos e bandas, YES, Emerson, Lake & Palmer, Frank Zappa, Jethro, Tull, Weather Report, Yellow Jackets, e por aí vai. Mas por incrível que pareça, comecei e aprendi musica mesmo com Mozart, Ravel, Debussy, Schumann, Haendel.

JR - Ao longo da sua carreira, você já se apresentou ao lado de outros grandes músicos, qual foi o que mais te marcou?

Derico Sciotti - Quem realmente me marcou profundamente, foi meu professor de flauta, João Dias Carrasqueira. Ele me fez ter competência para tocar com qualquer outro músico.

JR - E como foi tocar com Chick Corea e George Benson?

Derico Sciotti - Muito bacana! Com o George Benson, toquei sax tenor em duas ocasiões. Fenomenal! Um swing, uma forma de tocar que arrebata! Alegre, simples, um cara muito legal! Com Chick Corea toquei contrabaixo numa Jam session. Alucinante! Ele sentou no piano, eu estava arruinando um contrabaixo, ele começou a tocar “Spain”, eu comecei a acompanhar, veio a batera, a guitarra, ele não reclamou... rolou !

Sérgio e Derico Sciotti: "Duo Sciotti"


JR - “Duo Sciotti” é formado por você e seu irmão Sérgio, conte-nos um pouco sobre esse projeto?

Derico Sciotti - Já estamos juntos há 27 anos! Lançamos nosso mais recente CD Duplo comemorativo dos 25 anos de parceria, nós estamos em plena turnê nacional de divulgação do CD e está muito bem. Agora, estamos gravando um cd somente com músicas japonesas. São doze faixas, onze instrumentais e uma que eu canto, é a “May Way” em japonês. Imperdível !

JR - E a banda Antropófagos Anônimos como surgiu?

Derico Sciotti - Surgiu da amizade e da mesma linguagem de cinco músicos. Começamos em 1994, praticamente crescemos juntos, eu, meu irmão, o Christiano Rocha na bateria, o Cláudio Machado no baixo e o Marcelo Pizarro na guitarra. Gravamos três CDs e temos o quarto CD gravado, mas ainda inédito, para mim o melhor de todos. Tenho a idéia de reeditar a banda, nós cinco de novo, para o lançamento desse CD. Vamos ver se dá certo!

JR - Em toda sua carreira, quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou?

Derico Sciotti - Dificuldade mesmo não enfrentei. Sempre fiz meu trabalho com muito orgulho e com muita vontade. Sempre estudei muito para estar entre os grandes, para nunca precisar pedir nada a ninguém. Mas tive muita humildade de aceitar opinião de meus mestres, de ouvir quem sabia, captar seus ensinamentos, suas experiências e tentar fazer daquilo um aprendizado. Acho que consegui. Toquei muito na noite, triplicava a noite, saia de uma boate, entrava em outra, saia da outra, entrava em outra, isso das 10 da noite às 6 da manhã, de quarta a domingo! Fazia faculdade de manhã, dava aulas a tarde e tocava a noite. Daí meus cabelos começaram a cair...

JR - Você está com o Jô Soares desde os tempos de SBT e do Quinteto Onze e Meia. Conte-nos como surgiu essa oportunidade? E quem era o Derico antes?

Derico Sciotti - O Derico antes era o mesmo Derico de hoje, músico, trabalhador, responsável, integro, bem humorado, inteligente, amigo e lindo! O convite para participar do programa veio através de minha carreira musical como solista erudito. Tocava além dos grandes compositores universais, muitos compositores brasileiros, como Edmundo Villani Cortes. Este grande músico, compositor, maestro e amigo, era o pianista do então Quarteto Onze e Meia. No primeiro ano de gravações do programa, o Jô queria que o Quarteto virasse Quinteto e pediu aos músicos que convidassem um amigo saxofonista para integrar o grupo. Ele me convidou, na época minha esposa estava grávida de nove meses, eu duro que nem pedra, trabalhando que nem doido, recém casado, aquelas coisas...fui correndo! No dia de gravar o primeiro programa, minha mulher foi para o hospital ter meu filho. Deixei ela no hospital e falei que voltaria contratado do SBT e ainda veria meu filho nascer. Deu certinho! E nasceu um menino lindo, a cara da mãe!

JR - O Derico hoje é um músico realizado? Por quê?

Derico Sciotti - Sempre fui uma pessoa realizada, porque nunca deixei de fazer o que estava com vontade de fazer, o que tive oportunidade de fazer, e sempre fiz muito bem feito! Gosto de desafios, mas não fico procurando me desafiar demais, deixo as coisas acontecerem naturalmente. E aí elas fluem e se realizam. E eu também.

JR - Sem dúvidas você é um dos músicos mais irreverentes do Sexteto (risos). No programa você já pagou diversos micos, qual foi o maior?

Derico Sciotti - Acho que foi quando me depilaram com cera quente. A mulher fez um coração no meu peito. Aquilo doeu demais! E agora faço as paródias das quartas feiras. Isso para mim está sendo um desafio enorme, uma oportunidade única de participar do programa de uma forma diferente. Eu escrevo as letras, desenvolvo o personagem e interpreto a música. É muito bom!



DeMico: Derico durante as gravações dos "e-mails" no Programa do Jô.

JR - Recentemente você gravou o hino do Corinthians tocado no saxofone, conte-nos um pouco desse seu lado torcedor?

Derico Sciotti - É meu melhor lado! Somos todos Corinthians em casa, até as minhas cachorras! Gosto de futebol e joguei muito futebol até estraçalhar meu joelho. Eu ia muito mais ao estádio do que vou agora, mas ainda vou. O hino foi uma forma de homenagear meu time do coração.

JR - Você já lançou dois livros, você pensa em lançar outros?

Derico Sciotti - Estou escrevendo o terceiro agora, deve sair o ano que vem.

JR - Conte-nos um pouco sobre seus projetos futuros?

Derico Sciotti - Estou gravando este cd de músicas japonesas, estou escrevendo meu terceiro livro, tenho intenções de escrever tiras para jornal e internet, fui convidado a participar de um filme que será rodado na Itália ainda este ano, quero continuar minha turnê com meu irmão. e quero muito ver meu time ano que vem campeão mundial.

Inauguramos uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada (risos) de uma coluna da Cover Guitarra. Indo direto ao ponto:

JR - Pra você qual é o melhor disco da história?


Derico Sciotti - Difícil dizer... “Time Out” (Dave Brubeck) e “Bring on the Night (Sting).

JR - E o PIOR?

Derico Sciotti - Difícil dizer também... “Florentina” (Tiririca).

JR - Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?

Derico Sciotti - “Heavy Weather” (Weather Report).

JR - Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?

Derico Sciotti – Nenhum, não tenho vergonha de nada!

Derico quero te agradecer por nos conceder essa entrevista, foi muito bom conhecer um pouco mais do seu trabalho. Abraços

Site Oficial: Derico Sciotti

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Ed Motta

Por João Duprat

Aystelum é um mundo paralelo concebido por Ed Motta. Neste trabalho, o cantor, compositor, instrumentista e arranjador parte do caminho aberto por “Dwitza” (2001) e incorpora novos elementos a uma sonoridade em constante evolução, mantendo sua marca registrada de sofisticação harmônica. Ed Motta é apaixonado por música e este álbum reflete seu gosto musical sem fronteiras. Em Aystelum, assim como na vitrola de Ed, convivem em harmonia o jazz, o samba, o soul e os musicais da Broadway. Aliás, a junção desses fragmentos aparentemente dispersos nada mais é do que a própria definição do trabalho de um compositor. A capa criada por Edna Lopes e Ed Motta, de traço inspirado nos quadrinhos franco-belgas da escola Ligne Claire, oferece algumas pistas para desvendar o mistério de Aystelum. A história sem palavras remete a um universo fantástico e demonstra como a audição do disco pode levá-lo a lugares desconhecidos. Neste disco, buscou-se uma naturalidade nas interpretações, com os músicos tocando “ao vivo” no estúdio, todos ao mesmo tempo. Poucos detalhes foram adicionados posteriormente – um trabalho no qual Ed é mestre, retratado no documentário sobre a gravação de “Poptical” (2003), incluído no DVD lançado em 2004. A busca pela liberdade de expressão é o que move Ed Motta. Assumir riscos é condição fundamental para atingir esse objetivo. No universo de Aystelum, o autor exerce controle absoluto, utilizando-o para realizar um sonho que poderia encontrar limitação no mundo real. Alberto Continentino (baixo), Paulinho Guitarra, Rafael Vernet (teclados) e Renato “Massa” Calmon (bateria) já são presenças constantes nos discos e nos shows de Ed. Aystelum também conta com participações especiais, dentre outros, de Andrés Perez (saxofone tenor) e de seu colaborador freqüente Jessé Sadoc Filho (trompete). O destaque dado por Ed Motta para o trabalho dos músicos é raro nos artistas populares atuais. Talvez por isso seja tão difícil reunir um grupo tão seleto como Ed consegue fazer.

Aystelum é o disco mais pessoal de Ed Motta até hoje e representa o melhor que o autor poderia produzir, isto é, o disco que ele gostaria de ouvir em casa. A experimentação de estilos diversos é surpreendente e estimula novas audições. Em Aystelum não existem preconceitos musicais, nem regras, mas somente a devoção de Ed Motta pela música e a convicção de que um artista deve ter como único compromisso a liberdade de criação.

2005 - Aystelum



01. Awunism
02. Pharmácias
03. Aystelum
04. É Muita Gig Véi !!!
05. Samba Azul
06. Balendoah
07. 7 O Musical: Abertura
08. 7 O Musical: Na Rua
09. 7 O Musical: Canção em Torno Dele
10. A Charada
11. Patidid
12. Guezagui

Site Oficial: Ed Motta
Confira o release completo: Clique Aqui

terça-feira, 26 de maio de 2009

Bloptical - Ed Motta FanClub

Bloptical é um blog fã clube oficial do mestre Ed Motta. Lá você encontra notícias atualizadas, resenhas de álbuns e muito mais. O fã clube é mantido por: Daniel Duarte, Marcelo Donati, Magnum Freire, Cris Nascimento e Alexander Pindarov. Eles também cuidam da comunidade do Ed Motta no Orkut.

Siga o Bloptical via Twitter: twitter.com/bloptical
Contato via e-mail: moderacaoedmotta@gmail.com

Site Oficial: Bloptical- Ed Motta FanClub

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Entrevista Exclusiva: Carlos Tomati

Por Daniel Argentino e Igor Almeida

Eu (Daniel Argentino) e o Igor Almeida entramos em contato com o guitarrista Carlos Nascimento, mais conhecido como Tomati e perguntamos se ele poderia conceder uma entrevista para o Blog Jazz e Rock, para nossa felicidade ele aceitou. Confira abaixo a entrevista na integra, e conheça um pouco mais do seu universo musical, profissional e algumas curiosidades. Não esqueça de deixar o seu comentário !

JR - Como surgiu essa paixão pela música e como foi o inicio da sua carreira?

Tomati - Comecei tocando de ouvido ainda criança. Batucava na mesa e cantava as músicas com o rádio. Fiz aula de bateria, mas como era um instrumento muito caro, ganhei um violão e continuei acompanhando o rádio.

JR - Quais são as suas influências musicais?

Tomati - Todo mundo me influencia. Depois de 30 anos de profissão não consigo citar nomes, seria injusto com alguém.

JR - Como surgiu o convite para participar do Sexteto e como tem sido essa experiência? E de que forma isso contribuiu para sua carreira musical?

Tomati - Dei uma canja fusion no programa, o Jô gostou e queria que ficasse duas guitarras, eu e o Rubinho, mas o Rubinho teve um problema de saúde e não aguentou. Desde então (1998) faço parte dessa turma do Jô Soares (Padrinho), e tenho aprendido muito sobre várias coisas: produção, iluminação, profissionalismo de um modo geral. Trabalhar com o Jô e como estar na faculdade. Além disso, me tornei conhecido no país e no resto do mundo.

JR - Você já falou abertamente sobre sua crença. Musicalmente falando, como você vê o cenário musical cristão (nacional e internacional) quanto à qualidade das letras e da técnica?

Tomati - MIGUEL GARCIA. O resto não me interessa, não demonstram interesse pela música. Na minha opinião.

JR - “Lord’s Children” é o seu terceiro álbum solo, tem uma sonoridade sensacional, uma fusão entre o rock, jazz, soul music e o blues, nos conte como “nasceu” esse álbum?

Tomati - Na praia. Fiz as músicas e comecei a gravar. Então surgiu um convidado e depois outro e depois outro, como eu considero o músico uma criança com o seu brinquedo predileto, independente de crença, raça etc..., chamei o trabalho de "Lord's Children".

JR - Você participou da gravação do cd ao vivo “Jô Soares e o Sexteto”, vocês ensaiaram durante quanto tempo antes de realizar os shows? E existe a previsão do Sexteto lançar outro cd?

Tomati - Ensaiamos bastante e fizemos uma "tur" fantástica e muito divertida pelo Brasil. Não sei se faremos outro, mas tenho saudade dessa época.

JR - Você conta com algum patrocínio? Alguma marca te “mantém” com cordas, cabos, guitarras, etc? Se sim, como foi pra conseguir esse tipo de patrocínio?

Tomati - Sou muito exigente com esse tipo de trabalho e acho que o processo no Brasil é muito lento e desatencioso para com o artista. Já trabalhei com grandes marcas nacionais e internacionais. Estou sempre pronto para fazer um bom negócio e sempre retribuo o que me oferecem, talvez por isso eu não esteja envolvido com muitas empresas nesse sentido. Na maioria das vezes a qualidade não me satisfaz e não existe uma ajuda financeira, daí, só se o produto for de meu grande interesse. No momento trabalho com a "ROLAND" e tem sido incrível. Também estou desenvolvendo minha guitarra com o luthier "JOKER", tive meu vídeo aula digitalizado para DVD pela "Aprenda Musica" e tenho correias da "IBOX" com minha assinatura.

JR - Recentemente notei que você “trocou” sua – linda, diga-se de passagem – Fender e está usando outra guitarra. É alguma guitarra signature? Se sim, conte-nos um pouco sobre ela.

Tomati - Enquanto minha guitarra não fica pronta estou usando uma SAMICK modelo INDY que foi desenhada pelo meu grande amigo, Fabio "INDIO" Amaral, há muitos anos atrás e minha "linda" FENDER. No final de 2008 pude experimentar um protótipo do meu projeto que esta sendo melhorado e deve ficar pronto logo pra eu usar no programa.

JR - Além do Jô, você tem se apresentado com algum grupo, como o Homless Trio?

Tomati - Sim, THT Tomati Homeless Trio, Quarteto e Duo com a cantora Michelle Spinelli no Brasil e USA e com o Jô e o Sexteto em shows empresariais.

JR - Indo pro lado mais técnico da coisa, o timbre da sua guitarra, seja na TV, ou nos discos, é constantemente IMPECÁVEL. Conte-nos um pouco sobre seu set.

Tomati - Duas mãos, um cérebro, dois ouvidos, bons instrumentos, muito estudo e um pouco de bom gosto.

JR - Você tem algum projeto futuro (musicalmente falando), já está pensando em lançar um novo álbum solo?

Tomati - Tenho mais três discos prontos para gravar, mais não tenho recursos no momento, esperava que Lord's Children fosse melhor de vendas para eu dar continuidade, mas não foi tão bem divulgado quando estava nas bancas. Esperava mais. Continuo vendendo discos para isso, aceito encomendas e estou precisando de um web master e uma loja virtual para aumentar as vendas.

JR - Estamos iniciando uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada (risos) de uma coluna da Cover Guitarra que eu gosto muito!

Indo direto ao ponto:

JR - Pra você qual é o melhor disco da história?

Tomati - Só vou poder dizer quando EU entrar para a história.

JR - E o PIOR disco da história?

Tomati - Idem. Hahahaha.

JR - Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?

Tomati - Man in the air - KURT ELLING

JR - Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?

Tomati - Nenhum. A vergonha se refere ao que os outros pensam e eu não to nem aí.

JR - Tomati foi uma honra entrevistar você e conhecer um pouco mais sobre seus projetos e sua carreira musical, nós do Blog Jazz e Rock agradecemos de coração. Abraço.

Tomati - Obrigado pela oportunidade. Foi divertido. Um OXALÁ pra todos.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ed Motta

Foto: Gustavo Duarte

Em 17 de Fevereiro de 2009, o mestre Ed Motta participou da “Sala do Professor Buchanan’s” na Rádio Eldorado FM, que foi ao ar direto do Bourbon Street em São Paulo. O programa é idealizado pelo apresentador Daniel Daibem, a idéia é falar sobre música, de maneira simples e divertida. Uma vez por mês a “Sala dos Professores” se transforma na “Sala do Professor Buchanan’s” e como já foi falado vai ao ar direto do Bourbon, e nesse programa Daniel Daibem recebe músicos de altíssimo nível para um digamos: papo informal. A primeira edição de 2009 teve a participação do mestre Ed Motta que dispensa qualquer comentário e tem uma credibilidade incrível para falar sobre música, afinal ele é praticamente um devoto da mesma. No repertório entre uma bate papo e outro rolou uma sonzera com direito a músicas da carreira do Ed, “Mágica de um Charlatão”, “Fora da Lei”, “Manuel”, “Baixo Rio”, “You're Supposed to...”, “Daqui pro Méier”, entre outras.

Aproveitando a oportunidade, para quem não sabe, Ed Motta é um profundo conhecedor de vinhos, culinária, cinema, histórias em quadrinhos – entre outras coisas mais – e dono de uma coleção impressionante de discos de vinil, é um dos maiores colecionadores do Brasil. Com todo esse conhecimento para passar, Ed Motta criou um programa na rádio Eldorado FM, chamado Empoeirado (vai ao ar todas as segundas ás 20hrs) e lá ele apresenta um pouco da sua discoteca e passeia por diversos estilos, sempre com comentários impecáveis de um profundo conhecedor no assunto. No site oficial do Ed é possível ouvir 108 programas na integra. Vale a pena conferir pessoal.

O áudio do programa "Sala do Professor Buchanan's", foi editado e upado pelo pessoal da comunidade do Ed Motta no Orkut . Um trabalho excelente, diga-se de passagem e que eu agradeço por poder divulgar aqui no Jazz e Rock.

2009 - Ao Vivo no Bourbon Street (Sala do Professor Buchanan's)



Track List

01. Abertura do programa (Daniel Daibem)
02. Mágica de um Charlatão
03. Entrevista - Integração entre as guitarras
04. You're Supposed to...
05. Twisted Blue
06. Entrevista - Dissecando a música 'Body'
07. Body
08. Daqui pro Méier - Que Bom Voltar - Vendaval
09. Entrevista - Papo com Amilton Godoy
10. Explicando o Talk Box
11. Um Dom Pra Salvador
12. Entrevista - 'Cachoeira'/Harmonias - Musical 7
13. Entrevista - Harmonias/'Parabéns a Você'
14. Baixo Rio
15. Entrevista Final/Músicos/'Superstition'
16. Fora da Lei
17. Manuel
18. Vamos Dançar

Site Oficial: Ed Motta
Programa Empoeirado: Clique Aqui
Sala dos Professores: Clique e Ouça
Bloptical - Ed Motta Fan Club: Clique Aqui

terça-feira, 19 de maio de 2009

Kiss

Toda banda tem pelo menos um álbum que de certa forma é ignorado pelos fãs. No caso do Kiss é o “Carnival of Souls”. Lançado em 1997, ele seria o sucessor natural do então clássico “Revenge” (1992), porém foi abafado pelo álbum “KISS MTV Unplugged” (1996), na ocasião isso gerou muita euforia, por que no show da MTV a banda contou com dois membros da formação original. “MTV Unplugged” rendeu muito mais e o que parecia ser um trabalho de autotributo à sua obra e a fidelidade dos fãs, acabou sendo o passaporte para o retorno da formação original. É a partir daí que começa a confusão. Gene Simmons e Paul Stanley tiveram a brilhante idéia de engavetar o álbum “Carnival of Souls”, por que naquela altura do campeonato, não fazia sentido lançar aquele trabalho. Em meio a tudo isso, os “piratas de plantão” pegaram as gravações e distribuíram as cópias. Preocupados com os dólares perdidos, Gene e Paul resolveram oficializar o lançamento, o nome “Carnival of Souls - The Final Sessions” foi adotado por se tratar das músicas finalizadas, já que as cópias distribuídas contavam com a primeira gravação. Deu a entender que a banda lançou o álbum a contragosto, simplesmente para não perder dinheiro à toa.

Apesar de tudo, o álbum é excelente, o Kiss abusou da sonoridade, buscou influências no grunge, porém a banda conseguiu atingir o ponto certo, guitarras mais pesadas, som cadenciado e vocal agressivo. Entre as músicas que se destacam estão: “In My Head” e “Hate”, “Master & Slave”, “Jungle”, “I Will Be There” (balada cantada por Paul Stanley), “Childhood’s End” (balada cantada por Gene Simmons), “I Walk Alone" (balada escrita por Gene e Bruce, cantada por ele).

“Carnival of Souls – The Final Sessions” é um álbum de qualidade e que foi ofuscado por erros da própria banda, merecia uma divulgação melhor e um lançamento mais digno, esse lado experimental da banda jamais será visto novamente, até por que o sucessor “Psycho Circus” já estava em fase de gravação e com a formação original da banda.

1997 - Carnival of Souls: The Final Sessions
Gênero: Rock



01. Hate
02. Rain
03. Master & Slave
04. Childhood's End
05. I Will Be There
06. Jungle
07. In My Head
08. It Never Goes Away
09. Seduction of the Innocent
10. I Confess
11. In the Mirror
12. I Walk Alone

Site Oficial: Kiss

sábado, 16 de maio de 2009

Thelonious Monk Quartet with John Coltrane

(John Coltrane, Shadow Wilson, Thelonious Monk and Ahmed Abdulmalik)


Thelonious Monk e John Coltrane se encontram para show que ficou marcado para sempre na história do Jazz. Os grandes músicos são aqueles que marcam sua carreira por criar seu estilo próprio de tocar, Thelonious Monk sofreu com isso até ser reconhecido como um gênio da música.

"Thelonious Monk Quartet with John Coltrane at Carnegie Hall" é um clássico inédito do jazz que documenta uma das mais importantes bandas de trabalho da história da música, um grupo de vida curta e, até o momento, considerado frustrantemente pouco gravado. O show, ocorrido na famosa casa de Nova York em 29 de novembro de 1957, foi registrado em recém-descobertas fitas gravadas pela Voice of America para uma transmissão de rádio e encontradas no início de 2005 na Biblioteca do Congresso Americano, em Washington DC, ou seja, apesar de antigo, esse material nunca saiu em CD ou mesmo LP.

Até hoje, pouca documentação gravada do quarteto de Monk com Coltrane esteve disponível, fato que torna essa descoberta ainda mais significativa. O grupo chegou a gravar três faixas em estúdio para a Riverside no verão de 1957, "Ruby My Dear", "Trinkle, Tinkle" e "Nutty", esta última presente em Thelonious Monk with John Coltrane.

Thelonious Monk Quartet with John Coltrane at Carnegie Hall, que chega em álbum pela EMI Music, é a única gravação profissional de duração completa conhecida até hoje de uma extraordinária parte da história do jazz.

1957 - Live At Carnegie Hall
Gênero: Jazz



Track List

1. Monk's Mood
2. Evidence
3. Crepuscule with Nellie
4. Nutty
5. Epistrophy
6. Bye Ya
7. Sweet and Lovely
8. Blue Monk
9. Epistrophy

Thelonious Monk – (piano)
John Coltrane – (saxofone tenor)
Ahmed Abdul-Malik – (baixo)
Shadow Wilson – (bateria)

Site Oficial: Thelonious Monk
Site Oficial: John Coltrane

quinta-feira, 14 de maio de 2009

VCD


2008 - Ele é quem dizia ser
Gênero: Hard Rock



“Ele é Quem dizia Ser” é o primeiro álbum da banda VCD (Voz que Clama no Deserto). Natural de Santos a banda foi formada em 2005 por Juliano (vocal e guitarra), Gus (baixo) e Junior (batera), a banda que tem acima de tudo Jesus Cristo como fonte de inspiração e a bíblia como combustível ilimitado, traz em seu primeiro trabalho um som de impacto, um hard rock que nos faz lembrar bandas dos anos 80 e 90. O álbum é marcado pela sonoridade, riffs de guitarra, solos bem feitos, bateria e baixo impecáveis, e o que me chamou a atenção: letras em português. Hoje em dia é tão comum o pessoal optar por letras em inglês não é? A banda VCD não, pelo contrário, conseguiram o que posso chamar de combinação perfeita, vocal, com letras marcantes e bem elaboradas. Destaque para as canções “Arauto”,“Quem dizia Ser”, “Tua Voz”, “Vem”, “Purifica” e “Falsos Messias”.

A banda VCD é sem dúvida uma revelação no cenário cristão, tem uma qualidade indiscutível e passa a mensagem cristã como poucas bandas fazem atualmente. Um trabalho independente e que desde o lançamento, a banda disponibilizou o cd para download (outro fato raro nas bandas atuais). Atualmente a banda conseguiu um excelente patrocínio, com as marcas Schecter ,Carvin e Advance Drums, que atuam no mercado musical. Vale conferir o som e comprar o CD, para que a banda continue com esse excelente trabalho e nos presenteando com futuros lançamentos.

Track List

01. Arauto
02. Quem Dizia Ser
03. Tua Voz
04. Só Você
05. Crucificação
06. Purifica
07. Voz que Clama no Deserto
08. Vem
09. A Tua Palavra
10. Falsos Messias
11. Quando eu Chorei

Site Oficial: VCD
MySpace: Clique Aqui

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Pedro Morais

2006 - Pedro Morais
Gênero: MPB



Conheci esse som já faz algum tempo através do Blog do Lenhador ,Pedro Morais é natural de Belo Horizonte e em 2008 lançou o seu primeiro álbum “Pedro Morais”. O álbum é produzido por Luiz Brasil e Flávio Henrique, traz 12 faixas, sendo 11 autorais e com uma interpretação à capela da música “Mestre Sala dos Mares”, de João Bosto e Aldir Blanc. Para compor suas músicas, Pedro busca inspiração em artistas como: Beatles, Cássia Eller, Tom Zé, entre outros e também em parceiras com outros artistas. O álbum conta com a participação de grandes instrumentistas brasileiros como Alberto Continentino (Baixo), Egler Bruno (Guitarras) Lincoln Cheib (Bateria), Luiz Brasil (Violões), Paulo Calazans (Teclado), Ricardo Fiúza (Piano e Teclado) e a participação internacional do sueco Stephan Kurmann (Baixo Acústico), entre outros.

Pedro Morais é um nome que será conhecido no cenário nacional, tem uma voz que se encaixa perfeitamente com o instrumental e uma das coisas principais na minha opinião, letras de qualidade. Sem dúvida ele tem tudo para estourar nas paradas. Vale a pena conferir.

Track List

01. De Cada Lado
02. Terra Blue
03. Gente do Ocidente
04. E Acabou!
05. E o Que For Já é
06. No Ciclo
07. Pedro Vai...
08. Cada Vez Mais Perto
09. Quase Não
10. Tantas Notícias
11. Minha Loucura
12. Mestre Sala dos Mares

quinta-feira, 7 de maio de 2009

The Beatles

1969 - Abbey Road
Gênero: Rock



Atualmente o álbum “Abbey Road” está nas paradas de sucesso do ipod. Primeiro que os Beatles dispensam qualquer comentário e depois por que esse álbum foi um marco na carreira da banda por ter sido gravado em meio as brigas e desentendimentos entre os membros da banda. George Harrison finalmente firmou-se como compositor de primeira linha, após anos vivendo sob a sombra de Lennon e McCartney, ele finalmente emplacou dois grandes sucessos com este álbum “Here Comes the Sun” e “Something”. Ambas foram regravadas incessantemente ao longo dos anos, sendo que “Something” chegou a ser apontada como a segunda música mais interpretada no mundo, atrás somente de “Yesterday”. Produzido por George Martin, o álbum figura entre os melhores dos Beatles, foi considerado o mais bem acabado de todos, produzido cuidadosamente (comparável somente ao “Sgt.Pepper’s Lonely Hearts Club Band). O disco foi marcado pelo uso de novos recursos tecnológicos que estavam surgindo na época. O sintetizador Moog é um deles, ele posibilitava que virtualmente qualquer som fosse gerado eletronicamente, esse efeito pode ser notado nas músicas: "Here Comes the Sun", "Maxwell's Silver Hammer" e "Because".

“Abbey Road” é um álbum completo, musicalmente, muito bem produzido e de quebra sobre até espaço para alguns rumores. A capa foi alvo disso, a foto foi tirada próximo aos estúdios e foi uma idéia do Paul McCartney e que depois de uma sessão de fotos escolheu a melhor. Depois disso surgiram rumores de que Paul estaria morto, apesar de ser uma jogada de marketing do grupo, até hoje o assunto é discutindo entre os beatlemaníacos. Tudo isso por que na própria capa, conteria algumas “pistas” que dariam força a esses rumores. Infelizmente não dá para postar tudo aqui, por ser uma história muito detalhada e extensa. No mais é isso ai, boa audição !

Track List

01. Come Together
02. Something
03. Maxwell's Silver Hammer
04. Oh! Darling
05. Octopus's Garden
06. I Want You (She's So Heavy)
07. Here Comes the Sun
08. Because
09. You Never Give Me Your Money
10. Sun King
11. Mean Mr. Mustard
12. Polythene Pam
13. She Came in Through the Bathroom Window
14. Golden Slumbers
15. Carry That Weight
16. The End
17. Her Majesty

terça-feira, 5 de maio de 2009

Projeto "Parque do Rock"

O empresário, músico e jornalista Marcio Mota idealizador do projeto Rockwalk Brasil a “Calçada da Fama do Rock Brasileiro”, está com um mega-projeto em mãos, trata-se do “Parque do Rock”, o maior Complexo Temático do segmento no mundo. Marcio diz que há anos sonha com esse projeto, porém estava aguardando o timing e as parcerias adequadas para implantar e dar início ao projeto. O complexo deverá ocupar 170 mil m2 de uma área da cidade de Ribeirão Preto, que foi escolhida estrategicamente devido a sua topografia e localização, que conta com acessos imediatos através de rodovias importantes. Outro motivo é o volumoso PIB da região, que abrange 80 municípios.

(Clique na foto para Ampliar)

O “Parque do Rock” contará com mais de 30 atrações culturais, na planta do projeto é possível ter uma noção, será construída uma mega-guitarra no modelo Fender Stratocaster (com algumas modificações) com 340 metros de comprimento por 114 metros de largura, ocupará grande parte da extensão central do parque, o corpo oco, será “recheado” por um grande salão com 8 mil metros quadrados, o braço da guitarra será um longo deck de madeira, terá cerca de 160 metros de comprimento, seu interior será dividido em dois grandes pisos, que receberá uma Faculdade de Música e Artes Cênicas. Entre as instalações principais, estarão o “Rock Pavillion Center”, que oferece informações sobre o parque e uma ampla sala de imprensa, a “Praça do Rock” receberá a RockWalk Brasil, a “Calçada da Fama do Rock Brasileiro” , eternizando as mãos e os autógrafos das celebridades que escreveram a história do rock, certamente será a relíquia do parque. Outra atração será a central USB, onde o visitante poderá fazer downloads de shows ao vivo. Mega projeções virtuais mudarão constantemente o visual das instalações, recriando paisagens, fachadas famosas do mundo e possibilitando também que personagens “materializados” como John Lennon e Elvis Presley possam interagir com os visitantes. As vilas serão uma atração a parte, com espaços temáticos, museu do rock nacional e mundial, uma biblioteca digital, Estúdio de Áudio e Vídeo, Cafeteria, Lojas e Games temáticos de última geração, além de uma escola de rock, cuja pauta prestigia a música e a sua história, além da oportunidade de aprendizado com instrumentos musicais. O complexo abrigará também cinco palcos distintos, sendo um no Estúdio, para até 50 pessoas, o segundo num Teatro com capacidade para trezentas pessoas, o terceiro num pavilhão para até quatro ou cinco mil e, finalmente, o do “Rock Arena”, local capaz de receber até trinta e cinco mil pessoas com toda infra-estrutura para receber os maiores concertos e astros do rock mundial. Será construído também um hotel temático, um shopping e um centro gastronômico.

O parque está previsto para 2010, o inicio das obras está prevista para agosto deste ano e a inauguração será por etapas, terá uma campanha maciça de marketing em todo país e no exterior, além de gerar empregos diretos e indiretos para toda região.

É um projeto ambicioso, o empresário Marcio Mota que começou sua paixão pelo rock 1970, após ouvir “Abbey Road” (dos Bealtes), diz que esse parque é “presente” para o rock brasileiro. Ele também aposta na carência de grandes shows no interior de São Paulo, segundo ele 67% dos ingressos do show do Kiss em março de 2009 em São Paulo, foram comprados por fãs do interior, “Imagino que muitos deles não se deslocariam até a capital se dispusessem de um bom show aqui no interior”, explica Marcio Mota em entrevista para o portal G1.

Para maiores informações acesse o site oficial, lá você encontrará detalhes sobre o projeto (tentei resumir ao máximo aqui no Blog). Vamos torcer para que dê tudo certo, será sem duvida um excelente lugar para visitar e por que não hospedar-se no hotel temático, afinal será preciso uma semana para aproveitar todas as atrações.

Site Oficial (p/ maiores informações): Parque do Rock