quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bucky Pizzarelli and Ray Kennedy

2005 - The Swing Kings II - A Tribute To Benny Goodman
Gênero: Jazz



Benny Goodman foi um clarinetista que ficou conhecido como o “The King of Swing” (O rei do swing). O swing era um subgênero do jazz que, interpretado por grandes orquestras (entre as quais a de Benny Goodman triunfou), atraiu muitos espectadores entre 1934 e 1950. Durante esse período foi sem dúvida a mais célebre "big band", e os momentos mais esperados de seus concertos eram os solos de clarinete.

E nada mais justo do que um tributo digno de aplausos para o rei do swing, o álbum traz clássicos da carreira do Benny interpretados por grandes músicos entre eles o clarinetista Ken Peplowski, o guitarrista Bucky Pizzarelli, o pianista Ray Kennedy, o baixista Martin Pizzarelli , o baterista Tony Tedesco, o vibrafonista Chuck Redd e o guitarrista John Pizzarelli, que também canta nas canções , “A Rainy Day”, “Brother Can You Spare A Dime” e “Between The Devil And The Deep Blue Sea”, o restante do álbum é todo instrumental, seria injusto eu citar uma ou outra música como “referência”, já que todas são fantásticas.

É um dos melhores tributos que já ouvi, realmente o rei do swing foi muito bem homenageado, sem contar que Ray Kennedy, Tony Tedesco e Martin Pizzarelli, já tocaram/tocam com John Pizzarelli, isso torna esse tributo mais especial, foi um grande achado esse tributo. Vale e muito conferir, jazz swing da melhor qualidade.

Track List

01. Idaho
02. Jada
03. Just Friends
04. A Rainy Day
05. Moonlight On The Ganges
06. But Not For Me
07. Brother Can You Spare A Dime
08. Quality With A "K"
09. Pennies From Heaven
10. Deep Purple
11. Between The Devil And The Deep Blue Sea
12. For All We Know
13. Sweet Sue

Bucky Pizzarelli: Guitarra
Ray Kennedy: Piano
Ken Peplowski: Clarinete
Martin Pizzarelli: Baixo
Chuck Redd: Vibrafone
Tony Tedesco: Bateria
John Pizzarelli: Guitarra e Vocal

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Squirrel Nut Zippers

Por André Carradore

Estou muito feliz e agradeço ao Daniel por poder contribuir com o blog jazz e rock. Amigos agora sou um de vocês ( Risos ).

Vamos direto ao assunto meu objetivo aqui e falar dos Squirrel nut Zippers. Apesar da banda eclética fusão do Neo Swing e do Jazz Hot 1930, era o Neo swing que fazia as músicas deles um grande sucesso nos anos 90. Nascida em Chapell Hill na Carolina do Norte em 1993 tendo como base James "Jimbo" Mathus (Vocal e Guitarra), Katharine Whalen (Vocal Banjo e ukulele), Chris Phillips na bateria, Don Raleigh no Baixo Acústico e o Saxofonista Ken Mosher. O nome da banda vem do Squirrel Brand's Nut zíperes, um amendoim e caramelo doces para venda a partir de meados dos anos 20 e que ainda hoje existe.

O álbum em questão agora se chama “Perennial Favorites”(1998) após o grande sucesso do álbum “Hot” que vendeu mais de 1.000.000 de copias, eles estavam prontos para mais um desafio e com todo gás que uma banda precisava para criar mais um grande CD. “Perennial Favorites” e também como o álbum “Hot” um cd interativo “O CD-ROM está totalmente carregado. Estou certo de tudo o que você sempre quis saber sobre a banda está aí.” Afirma James "Jimbo" Mathus numa entrevista a CNN 8/4/98.

O CD é todinho interativo contendo 18 minutos de vídeos e bastidores dos Shows de 1996 á 1998. Alem de 22 minutos de musicas extras e entrevistas em canais de TV como CNN e ABC. Também incluído é um livro interativo página 363 que atravessa a história e formação da zíperes, através de uma série de entrevistas ao longo dos últimos 2 anos, com Katharine Whalen, Jimbo Mathus, Chris Phillips, Tom Maxwell, Je Widenhouse,Ken Mosher, Andrew Bird, Mike Napolitano & Don Raleigh. Também é discutida nesse livro interativo a inspiração e como foi feita cada musica dos álbuns “Sold Out”, “The Inevitable”, “Hot” e o “Perennial Favorites”.

Para você que como eu e louco por eles e quer se juntar a gente e discutir e trocar idéias, acesse o grupo no msn: group102786@groupsim.com

1998 - Perennial Favorites
Gênero: Neo Swing



Track List

01. Suits Are Picking Up The Bill
02. Low Down Man
03. Ghost Of Stephen Foster
04. Pallin' With Al
05. Fat Cat Keeps Getting Fatter
06. Trou Macacq
07. My Drag
08. Soon
09. Evening At Lafitte's
10. The Kraken
11. That Fascinating Thing
12. It's Over

MySpace: Squirrel Nut Zippers

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Ed Motta

1998 - Remixes & Aperitivos
Gênero: Funk / Soul


Ed Motta é um músico diferente de qualquer outro, seus discos são ricos em sonoridade, é possível ouvir um bom funk, soul, jazz, samba e outros estilos, porém tudo é feito perfeitamente. “Remixes e Aperitivos” é um álbum um tanto diferente dos outros, é uma coletânea dos trabalhos anteriores, principalmente dos álbuns “Ed Motta e Conexão Japeri”(1988) com as músicas “Manuel”, “Baixo Rio” e “Vamos Dançar”, “Um Contrato com Deus”(1990) com a música “Solução” e “Manual Prático Para Bailes e Afins”(1997) com as músicas, “Daqui pro Méier”, “Fora da Lei”, “Vendaval”, “Flor do Querer”. Bom é um álbum com músicas já conhecidas, porém com uma roupagem – se é que posso dizer assim – totalmente nova, remixes. E o próprio Ed Motta no show em Salvador (tem no blog para download), disse antes de tocar a versão nova da música “Vamos Dançar”, que o álbum Remixes e Aperitivos era uma casquinha de siri para o Manual Prático. Pensando bem é verdade. Vale a pena conferir.

Track List

01. Manuel
02. Baixo Rio
03. Você Mentiu Pra Mim
04. Vendaval
05. Dias de Paz
06. Fora da Lei
07. Vamos Dançar
08. A Flor do Querer
09. Solução
10. Daqui pro Méier
11. Fora da Lei (Remix 2)
12. Dias de Paz (Remix 2)

Site Oficial: Ed Motta

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Miles Davis

1960 - Walkin': A Jazz Hour with the Miles Davis Quintet
Gênero: Jazz



Após o sucesso do álbum "Kind of Blue", que trazia um seleto grupo, Miles teve dificuldades para definir um saxofonista para seus shows. Entre os músicos que tocaram com Miles naquela época estava o saxofonista Sonny Stitt. Stitt não chegou a gravar com Miles, apenas participando brevemente do grupo em apresentações ao vivo em 1960. Essa participação pode ser conferida no álbum "Walkin': A Jazz Hour with the Miles Davis Quintet". Infelizmente neste cd não há informações sobre a locação do show ou mesmo se as músicas foram executadas numa única apresentação.

Track List

1. Walkin'
2. Autumn Leaves
3. So What
4. 'Round Midnight
5. All of You

Pessoal

Miles Davis - trumpet
Sonny Stitt - alto and tenor sax
Wynton Kelly - piano
Paul Chambers - bass
Jimmy Cobb - drums

Site Oficial: Miles Davis

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Damien Rice

2003 - O
Gênero: Folk Rock


Conheci Damien Rice por acaso, fuçando pela internet me deparei com uma análise sobre o show recente que fez em São Paulo, achei os comentários interessantes e fui pesquisar sobre ele, me deparei com dois álbuns, um é esse que estou postando “O” lançado em 2002 e o outro é “9” lançado em 2006, o que me chamou a atenção foi originalidade dos nomes dos álbuns.

Damien é irlandês, no começo dos anos 90 montou uma banda – “Juniper” – com os amigos de escola e na época já se encarregava de cantar e compor todas as músicas do grupo, depois de oito anos por motivos internos acabou deixando o grupo. Em 1999, Damien decidiu largar tudo e ir embora para a cidade de Toscana (Itália), aonde vivia do que plantava e cantava na rua para conseguir algum trocado, segundo ele a experiência valeu e muito e mudou sua vida, no ano seguinte ele voltou para Dublin, com ânimo renovado e idéias novas. Juntou-se, então, a um grupo de músicos (Lisa Hannigan, que compartilha os vocais com ele; Vyvienne Long, que toca piano e violoncelo; Shane Fitzsimons no baixo; e Tomo na percussão), para lançar em 2002 o álbum “O”. Outro ponto que me chamou muito a atenção, foi de como o álbum fora gravado, acreditem, dentro do seu próprio quarto e devido à falta de orçamento teve poucos instrumentos também, o próprio Damien pensava que o álbum não venderia nem mil cópias e na verdade vendeu um pouco mais, “apenas” 2 milhões. Damien ganhou notoriedade devido à música “The Blower's Daughter” (trilha sonora do filme: Closer), e no Brasil a música ganhou uma versão em português "É Isso Aí"- não sei se você conhece - gravada por Ana Carolina e Seu Jorge, eu não ouvi, mais dizem que é uma versão daquelas que estraga a música original. Além dessa canção o álbum tem uma sonoridade sensacional, a voz de Damien a Lisa, o violão, violoncelo, bateria e o tom melancólico cria um clima todo especial no decorrer do álbum, é o tipo do álbum para você ouvir e relaxar. Vale a pena conferir, se o pessoal curtir o som eu posto o outro.

Track List

01. Delicate
02. Volcano
03. The Blower's Daughter
04. Cannonball
05. Older Chests
06. Amie
07. Cheers Darlin'
08. Cold Water
09. I Remember
10. Eskimo
11. Prague
12. Silent Night

"The Blower's Daughter" (Trilha Sonora: "Closer")


Site Oficial: Damien Rice
Myspace: Clique Arqui

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Zeca Baleiro

1997 - Por Onde Andará Stephen Fry?
Gênero: MPB



É difícil arrumar um única definição para o estilo de Zeca Baleiro. Do samba ao rock, passando por baião e blues, entre outros ritmos, o que se vê é uma imensa variedade de gêneros. Quando se trata do conteúdo, no entanto, as opiniões são unânimes: suas composições são criativas, poéticas e expressam magnificamente a riqueza musical brasileira. Tudo isso pode ser encontrado já no primeiro trabalho do Zeca, "Por Onde Andará Stephen Fry?", além de participações especiais como Genival Lacerda, Chico César e Wanderléia. O álbum é muito interessante, mesmo com tanta variedade Zeca consegue uma junção perfeita, fazendo do seu primeiro trabalho um som agradavel e contagiante. Vale a pena conferir.

Track List

01. Heavy Metal do Senhor
02. Bandeira
03. Mamãe Oxum
04. Salão de Beleza
05. Flor da Pele
06. Essas Emoções
07. Stephen Fry
08. O Parque de Juraci
09. Pedra de Responsa
10. Kid Vinil
11. Skap
12. Dodói
13. Heavy Metal do Senhor - vinheta

Site Oficial: Zeca Baleiro

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Galdino OctOpus


Viva a arte e a música independente, é uma honra poder divulgar esse álbum no Blog Jazz e Rock, por que sabemos como é dificil ser independente no mundo da música. Eu estava preparando um texto como apresentação, mas ao entrar em seu site, me deparei com um texto que dispensa qualquer comentário, seria em vão se eu criasse outro, sendo que o próprio Galdino conta com perfeição sobre seu novo trabalho solo "OctOpus I – Quem tem ouvidos ouça".

O cantor, compositor, multi-instrumentista e arranjador baiano Galdino traz para seu primeiro trabalho solo e autoral, "OctOpus I – Quem tem ouvidos ouça", suas experimentações, aliadas agora à carreira construída no projeto de maior destaque na cena independente do Brasil, "O Teatro Mágico". Vindo de uma família nordestina intimamente ligada à música, esse autodidata que chegou à vida acadêmica quer convergir de forma espontânea para uma sonoridade universal. OctOpus visa exprimir a idéia de fusão, provocando a nossa sensibilidade e reafirmando o novo vetor de expressão artística surgido na cena brasileira como tentáculos dum mesmo motor: arte livre e independente. Os ecos de seus mestres estão presentes (Gilberto Gil, Pixinguinha, Stephanie Grapelli, J. S. Bach...), mas de forma sutil e sem arremedos. A sonoridade advinda da formação instrumental menos usual (violão de 12 cordas com afinação alterada; baixo acústico e guitarra; o contraponto entre violino e percussão, além dos samples) tende para o ancestral, inconsciente e coletivo. O projeto é compartilhado livremente na internet: os vídeos e as canções, somados, já beiram os 200 mil acessos, sendo que o CD já soma quase 10 mil downloads grátis. Em três meses foram 1mil CDs, alguns premiados com outros virgens para serem copiados e repassados.

2008 - OctOpus I - Quem Tem Ouvidos Ouça

01.Bach na BA
02.Consciência - o que foi... o que pode ser (Part. Especial: Fernando Anitelli)
03.Amorticínio - a canção
04.Atemporânea
05.Colcha de retalhos
06.Loa ao luar
07.Panapaná (Part. Especial: Thalita)
08.Cirandeiro
09.Hedonista
10.Pingo sem i
11.Borboleteio
12.Sarabande - cri por ela crer!

Site Oficial: Galdino OctOpus

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Entrevista Exclusiva: O Teatro Mágico


Por Daniel Argentino e Igor Almeida.

Eu ainda estou sem palavras para definir o que estou sentindo, bom vou contar rapidamente, eu (Daniel) e o Igor Almeida tivemos a idéia de criar um projeto de entrevistas aqui no blog. E como a madrugada é a hora em que a criatividade está mais aguçada (risos) e é a hora que conversamos, começamos a pensar qual seria a primeira tentativa. E como o Igor já curtia e me apresentou o som do Teatro Mágico e virei fã instantâneo da banda achamos que poderia ser um “tiro no escuro”, afinal era uma tentativa de entrevista com uma banda reconhecida no meio musical e que admiramos muito. E mandei o pedido de madrugada mesmo, no dia seguinte para minha surpresa estava a resposta, eles aceitaram a entrevista, a princípio nem acreditei que isso estava acontecendo (risos). Depois da surpresa eu e o Igor começamos a trabalhar nas perguntas (afinal não somos jornalistas) e não queríamos falhar e sim aproveitar a chance e fazer boas perguntas. Então depois de alguns dias enviei as perguntas da entrevista. E recebemos a entrevista respondida de forma fantástica (está imperdível) e ficamos gratos e honrados por saber que o próprio Fernando Anitelli se encarregou da entrevista. Nós do Blog Jazz e Rock, só temos a agradecer a gentileza e a humildade do Anitelli e de toda trupe do Teatro Mágico, e com certeza isso ficará marcado para nós.

Respeitado público...bem vindo ao Teatro Mágico ! Sintaxe à vontade !

JR – Tive a oportunidade de ler um pouco da história sobre o surgimento do Teatro Mágico, da idéia que o Fernando Anitelli teve em criar um projeto aonde fosse possível juntar vários elementos – música, poesia, teatro e circo – mais nos conte como teve essa idéia, em que oportunidade ela surgiu e se você acreditou que ela poderia dar certo ou em algum momento bateu a dúvida?

Anitelli - A idéia era amplificar o que acontecia nos saraus, mesclar informações de diferentes timbres, vindas do teatro, música, poesia. Como eu antes tive uma banda, usei as idéias que já desenvolvia na banda para dar início ao projeto, com muita brincadeira, ousadia. O Teatro Mágico é meu primeiro trabalho solo. Chamei amigos músicos, uma amiga minha também me ajudou a conceber figurinos e cenário. Depois, para a apresentação, contratei os músicos, os artistas circenses. Ensaiamos muito, fizemos oficinas… No dia 13 de dezembro de 2003, o Teatro Mágico fazia a sua primeira apresentação. As coisas foram acontecendo aos poucos, mas eu sempre tive muita organização. Eu sabia que o projeto tinha força para crescer, amadurecer e se manter. É legal porque tudo aconteceu no boca a boca, pela internet e é muito bacana ver que tem um público ansioso pela gente.

JR - A trupe é grande, e sabemos que são influências musicais diversas – até mesmo “dentro” da sonoridade de um só integrante da banda. No entanto todas essas influências, pelo menos ao ouvir os discos, parecem ter um ponto de “colisão” em comum. Que influência predominante seria essa?

Anitelli - Não sei. Acho que: O caminho de desconstrução... música não é algo pré-formatado. Creio que a sopa sonora venha da busca da experimentação... tentar traduzir o debate com rima, a tensão, a cor, a imagem do som... como se contássemos uma história e o cenário fosse se modificando, sofrendo mutações. Pra isso acontecer é preciso não ter medo de fazer suco com sal! Tem que fuçar na cozinha mesmo... colocar tudo o que ouvimos de molho com outros temperos! E assim, a gente arrisca na pluralidade do grupo. Todos são convidados a trazer suas idéias. filtra-se o excesso... mói de novo, rumina... esmaga o bagaço... raspa com a colher, mastiga e cospe... o que sobrar é o que ficou de bom... ainda assim você sempre acha que podia ser diferente na mix! rs!

JR - Ainda sobre suas influências musicais. Ao ouvir as músicas, principalmente do “Segundo Ato” notei uma forte influência de bandas progressivas como o gigante RUSH. Essa informação bate? Rola alguma influência da banda clássica de Rock Progressivo?

Anitelli - Sem duvida...acho que o Rush influenciou toda minha geração que cresceu assistindo McGuiver de Domingo na TV! rs!!

JR- O Teatro Mágico é um projeto independente e que não tem apoio de gravadoras, o álbum de vocês é disponibilizado gratuitamente pela TRAMA e vendido no site da trupe a um preço muito baixo. Com um som e uma produção de excelente qualidade, como vocês conseguem manter o projeto? Isso é uma prova de que ainda é possível fazer um som de qualidade e fazer com que ele chegue ao publico de forma acessível? (como por exemplo, não vendendo o CD a um preço abusivo).

Anitelli - A gente não tem um investimento privado de patrocínio. Isso na verdade nunca existiu. O que sempre existiu foi que a gente foi fazendo a coisa de graça com pouco dinheiro, de maneira apertada, pelo mínimo, conseguindo apoios de malabares de percussão, apoio de maquiagem e mesmo assim muita pouca coisa. Desses, o único que ficou foi a Catherine Hill que nos manda mensalmente um estoque de pankakes, lápis, glitters. O que mantém o projeto de pé é o público mesmo: comparecendo nas apresentações, divulgando no boca-a-boca, levando mais gente para conhecer. Não queremos ganhar com a venda do cd pois a idéia é que nossa música seja acessível a todos.

JR- A música “Xanéu nº 5” é uma das nossas músicas preferidas aqui no Jazz e Rock (gostamos tanto que a postagem sobre o “Segundo Ato” praticamente é uma postagem sobre a música!). Os trocadilhos que fazem fundamento para a música são de um bom gosto incrível! De onde veio a idéia de fazer essa canção? E como foi gravar com o Zeca Baleiro?

Anitelli - A idéia: Democracia na comunicação. Conversávamos sobre o impacto da TV nas pessoas... o sistema engessado das mídias convencionais... a censura camuflada no "tráfico do acesso"! o amiguismo... enfim... estas coisas de bastidores. A tv perdeu sua função primária de levar informação, cultura, questionamentos... ela parece que esta sempre pronta pra nos anestesiar... e ai não dá. a única ferramenta de mídia livre acessível onde podemos nos organizar de forma representativa para trazer estas provocações... é a internet...dai vem o genial: vc não precisa mais do atravessador cultural, o agente, o produtor x, o amigo do funcionário y, você se torna acessível ao público, um colaborador, sujeito e predicado... e desconstrói a premissa de que é necessário negar o acesso à uma obra para valorizá-la. A comunicação é tema de muitas brigas! A pauta atual é a Conferencia nacional de comunicação... todos devemos participar deste debate (!). Enfim, Xanéu é uma narrativa, um alerta, uma idéia do que anda se propagando nas telas de todo país! Sobre gravar com o Zeca foi uma grande experiência, uma conquista... sou fã da obra do cara...e ele é uma figura acolhedora...foi super receptivo no seu estúdio, comentou sobre o projeto do disco duplo "o coração do homem-bomba", falamos sobre a música " Comprei 1kg de farinha pra fazer farofa" que é de um osasquense! rs - enfim, tenho estas coisas todas em vídeo, mas na hora certa a gente mostra. foi uma sensação de aprovação num vestibular imaginário!

JR - Ainda sobre as participações especiais gostaria de saber se existe por parte do Teatro o desejo de gravar no próximo álbum com algum cantor ou banda em especial?

Anitelli - Todo álbum tem convidados... não será diferente... a questão é que ainda não sei as figuras...

JR - As músicas do Teatro contam uma quantidade enorme de “texturas”. Cada vez que ouço a mesma música descubro outro detalhe. Esse tipo de trabalho musical dá um trabalho enorme - tanto na parte de composição como de gravação. Quanto tempo dura em média para ficar pronto um disco do Teatro – desde sentar parar escrever as canções à gravar todas as idéias?

Anitelli - É muito relativo... o primeiro demorou 1 ano... foram gravados os violões primeiro... era pra ser acústico... só voz e violão, mas acabou tomando outras proporções... em alguns casos, tivemos que sobrepor todos os outros instrumentos em cima da batida da minha mão no violão... sem o click tradicional! o segundo já foi mais focado e ainda assim, levamos 4 meses pra finalizar... tem música que eu escrevi a mais de 9 anos, tem música que demora pra sair, tem poesia quem vem na véspera, ou seja, não dá pra fechar num comum... vc tem que saber o que quer passar, a essência do trabalho, os arranjos, as texturas, o tempo e a disciplina pra parir o projeto... ai é tentar captar o som da alma... o que melhor traduz a idéia do trabalho. Fora tudo isso... tem os sons que vem por acaso, os harmônicos que surgem na mix, as inversões de freqüência, os ruídos que se tornam fundamentais no resultado final... enfim... a deusa da arte se manifestando nas gravações!

JR - O Teatro é composto por músicos e por artistas circenses, como surgiu o interesse de cada um (na música e na arte) e a oportunidade de participar da trupe?

Anitelli – Dentro da idéia de fazer do projeto um grande sarau, vários artistas passaram pelo palco do TM e muitos outros ainda hão de vir....no início, convidei amigos que freqüentavam o sarau da Arcoverde comigo (caso do Galdino), outros que chegaram a tocar no Madalena 19 (como o Emerson Marciano e o Nenê Batera) e também alguns que fizeram teatro comigo, como foi o caso do Rober Tosta e da Chris Cruz (que já não está mais conosco atualmente). O Ivan Parente, amigo de longa data, ora está mais presente, ora não. Enfim, a trupe é mutante e isso é bacana pois revitaliza o projeto. O mais interessante é que no decorrer do processo o músico vai virando um pouco ator, o ator começa a ficar mais circense, o circense pensa em fazer teatro.....a gente vai convivendo e aprendendo uns com os outros.....e nosso sarau vai se amplificando.

JR - O primeiro disco foi uma idéia arriscada. Quais foram os problemas que o Teatro enfrentou antes de conseguir lançar seu primeiro disco? Algum fato engraçado que possam nos contar?

Anitelli - Os problemas são os mesmos que a gente encontra até hoje. Falta espaço para se apresentar, divulgar, sustentar uma seqüência de apresentações, locais pra ensaios, gravações, apresentações com qualidade, preço dos materiais, figurinos, alimentação, transporte. Antes de gravar o primeiro cd, eu fui trabalhar de garçom nos Estados Unidos de forma ilegal, toquei violão em praças, shoppings, e vendi meu carro quando voltei pra cá. Investi tudo o que tinha no projeto. Estamos com cinco anos agora mas, durante dois anos e meio o projeto se moeu, se contorceu, tocávamos em dois, em três, seis pessoas, às vezes sozinho. Tem que ter coragem e disposição. É por isso que o nosso lema é “os opostos se distraem, e os dispostos se atraem”.

JR - Devido ao sucesso, como é para o Teatro Mágico lidar com o assédio das grandes gravadoras?

Anitelli - Recebemos propostas de praticamente todas as multinacionais, mas não tinha nenhuma delas que eu pudesse vender o meu CD a cinco reais e que eu pudesse incentivar a pirataria. Nenhuma gravadora queria disponibilizar as músicas de graça na internet. O dinheiro move esse mercado e o artista é o menos culpado disso tudo. Não é que todo mundo deveria ser independente. Há uns oito anos atrás eu fui de uma gravadora, mas tivemos que fazer uma rescisão de contrato. O pessoal trabalhava de maneira equivocada. Levei o trabalho do Madalena 19 e nos pediram pra regravar tudo em formato de forró porque era a onda do mercado. Isso é um desrespeito com a obra e com aquilo que você se propõe a fazer. Percebi que não precisava de um patrão da minha arte, pra falar que tem que ser forró, xaxado ou heavy metal. Essa foi a minha opção. Estou brigando pra que isso seja a essência de levantar a bandeira da arte independente.

Site Oficial: Teatro Mágico

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Ed Motta

1999 - Ao vivo em Salvador, Bahia (Tour'99 Manual Prático)



Esse bootleg pode ser considerado uma raridade, foi upado pelo próprio Ed Motta que repassou o link para a comunidade no orkut de depois um dos moderadores (Marcelo) permitiu que eu fizesse a postagem aqui no blog.

Por Marcelo Donati

O disco começa com "Cartão de Visita", tema instrumental do disco Manual Prático para Festas, Bailes e Afins. Daí, o clima esquenta com "Daqui pro Méier", com o teclado de Glauton Campello em evidência. Bootlegs são assim, não dá pra exigir uma equalização perfeita, rs. E a flauta ficou linda ao vivo!."Lustres e Pingentes" tem aquela guitarra safada no começo, cortesia do mestre Paulinho Guitarra. O slap do baixo de Marcelo Mariano começa a ficar evidente em "Dias de Paz", que faz um solo arrebatador!. Em seguida, Ed anuncia uma nova versão para o clássico "Vamos Dançar", do primeiro disco dele. Nesta, podemos curtir a guitarra jazz-rock do mestre Paulinho, e um solo de trombone de Aldivas Aires. Pra animar ainda mais a noite, a irresistível Fora da Lei, que conta com mais um solo de Mariano, em noite inspirada! A bateria eletrônica suave de "Por Você Ser Mais" comanda o momento relax do show, que fica ainda mais romântica com o solo de sax do grande Lelei. Outra romântica vem em seguida, "Falso Milagre do Amor", com a suavidade do piano de Glauton Campelo. O clima continua lovy com "A Flor do Querer", com licks saborosos da metaleira! "Vendaval" é um sopro de groove nas baladas românticas. Bacana ouvir uns backings na intro, e curtir o trompete de Jessé Sadoc. E mais gratificante ainda ouvir o momento solo de Ed, com seus solos e scats vocais que arrepiam! Uma das antigas aparece no meio do show. "Já!!!" se encaixa perfeitamente no clima suave desta parte do show. Mas o groove ainda está lá, firme e envolvente, assim como o hot brass! E é claro, com o solo malemolente e malandro do Paulinho Guitarra! Que acaba levando a música para um êxtase total! Outra velhinha que aparece é "Baixo Rio", mas esta é daquelas que não podem faltar, tamanha sua qualidade!. Daí, o momento mágico do show: Ed fica só no palco e faz os seus incríveis scats, incluindo fazendo o baixo do tema "Everybody Dance", do Chic. Demais! O show no fim anuncia os clássicos Manuel e Solução, que dispensam comentários.

A banda toca um tema de encerramento, mas todos voltam para o bis e reprisam o hit Fora da Lei, com direitos a mais solos de Mariano! Showzaço! Feliz de quem assistiu, ao vivo…

Track List

01.Intro - Cartão de visita
02.Daqui pro Meiér
03.Lustres e Pingentes
04.Dias de Paz
05.Vamos Dançar ‘98
06.Fora da Lei
07.Por Você Ser Mais
08.Falso Milagre do Amor
09.Flor do Querer
10.Vendaval
11.Já!!!
12.Baixo Rio
13.Scats (inclui Everybody Dance)
14.Manuel
15.Solução
16.Tema instrumental de encerramento
17.Encore - Fora da lei

Créditos:

Glauton Campello: Teclados e direção musical
Paulinho Guitarra: Guitarra
Marcelo Mariano: Contrabaixo elétrico
Renato Massa Calmon: Bateria
Aldivas Aires, Lelei e Jessé Sadoc: Metais

Créditos: Bloptical Ed Motta

Dois de Ouro: Hamilton de Holanda e Fernando César

1998 - A Nova Cara do Velho Choro
Gênero: Chorinho



Conheci o som do Hamilton de Holanda através da coleção “Beatles ‘n’ Choro”, em que ele e outros músicos de choro fizeram um projeto com as músicas dos Beatles. E acabei comentando com meu avô – que também é músico de choro – sobre o Hamilton e fiquei de procurar um álbum para ele ouvir. E o resultado foi esse álbum do grupo Dois de Ouro.

Dois de Ouro é o grupo formado pelos irmãos Hamilton de Holanda (bandolim) e Fernando César (violão de sete cordas), com três discos gravados, o grupo é considerado um dos melhores e mais inovadores da nova geração do choro. “A Nova cara do velho choro” é o segundo álbum do grupo, e conta com canções próprias do Hamilton de Holanda como “Fantasia sobre temas de Pixinguinha”, um arranjo feito pelo Hamilton sobre os temas Rosa, Lamento e Carinhoso de Pixinguinha em comemoração ao centenário do compositor e “Aquarela na Quixaba” um samba-choro em homenagem a Ary Barroso e regravações de clássicos do choro como, “Noites Cariocas”, “Pedacinho do Céu”, “Tico-Tico no Fubá”, “Doce de Coco” e duas músicas conhecidas na MPB, “Sampa” (Caetano Veloso) e “Flor de Lis” (Djavan).

Track List

01.Fantasia sobre temas de Pixinguinha (Hamilton de Holanda)
02.Delicado (Waldir Azevedo)
03.Aquarela na Quixaba (Hamilton de Holanda)
04.Sampa (Caetano Veloso)
05.Doce de Coco (Jacob do Bandolim)
06.Flor de lis (Djavan)
07.Noites Cariocas (Jacob do Bandolim)
08.Czardas (V. Monti)
09.Pedacinhos do Céu (Waldir Azevedo)
10.Tico-tico no fubá (Zequinha de Abreu)
11.Inesquecível (Paulinho da Viola)
12.Apanhei-te, cavaquinho (Ernesto Nazareth)
13.Os oito batutas (Pixinguinha)
14.Um a zero (Hamilton de Holanda)

Site Oficial: Hamilton de Holanda