quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Review: KISS - "Monster" (2012)


Por Daniel Faria 

Quando você ouve os primeiros riffs do álbum Monster (2012), a sensação é de ter voltado para a década de 70, época em que o hard rock manava de fontes puras, era cru e sem frescuras. E foi com esse objetivo que o Kiss precisou fazer uma espécie de viagem sem escalas no tempo, com um único destino, os anos 70.

O resultado é um álbum feito sob medida, coeso, com um hard rock visceral, que não visa o lado comercial que o mercado atual exige. Produzido por Greg Collins e Paul Stanley, que já trabalharam no anterior Sonic Boom (2009), trouxeram para o novo álbum um som que prima por um hard rock agressivo e cru, que nos remete aos bons tempos do Destroyer (1976), e que soa diferente de tudo que a banda fez nos últimos álbuns. Um detalhe importante é o uso dos equipamentos analógicos durante a gravação, que deu ao álbum essa sonoridade setentista. Em Monster, a banda apostou em um rock simples e direto, deixando de lado as produções grandiosas, caminho que já foi trilhado no álbum anterior. Sendo assim, não há muito espaço para uso de efeitos sonoros, o que se ouve é aquilo que se espera de um bom álbum de rock, doses cavalares de riffs, refrões grudentos, letras empolgantes ,uma boa dose de energia misturada com a experiencia dos músicos. Essa foi a fórmula usada pelo Kiss.

 O álbum abre com “Hell or Hallelujah”, o primeiro single lançado pela banda, uma canção que trás a marca do Kiss, um hard rock explosivo e contagiante, com uma letra grudenta, enquanto no vocal Paul Stanley mostra que ainda está em grande forma. A música ganha ainda mais forma quando o solo de Tommy Thayer contrasta com a base feita por Stanley, uma harmonia que parece ter sido feita com uma precisão cirurgica. Como não poderia ser diferente, Gene Simmons assume o vocal logo na sequencia, em “Wall of Sound”, um hard rock com pegada, porém mais cadenciado, destaque para o solo e para o baterista Eric Singer. Na sequencia surge “Freak”, segue a linha do hard cadenciado e com passagens pesadas. “Back to the Stone Age” surge na sequencia, cantada por Gene “Demon” Simmons, uma música carregada de energia, empolgante e com um refrão grudento que explode em um mini coro, destaque para o solo do Tommy Thayer. Um detalhe é que esta é a única música do álbum que foi escrita por todos os músicos. Stanley volta para o vocal em “Shout Mercy”, uma música que mescla o hard rock com pitadas de heavy metal. “Long Way Down”, foi divulgada na internet antes do lançamento oficial, e tem tudo para ser o hit do álbum, com Stanley no comando dos vocais, acompanhado de um instrumental feito sob medida, uma música que poderia ter sido facilmente gravada em algum álbum dos anos 80. “Eat Your Heart Out”, fica por conta do Gene Simmons, um hard rock bem festivo e sacana, o assunto é um dos preferidos do Gene: mulheres. O refrão conta com Stanley no backing vocal, o instrumental se mantem na mesma qualidade, com Tommy mandando bem no solo mais uma vez. “The Devil is Me”, tem que ser cantada pelo The Demon, e por isso mesmo ele assume os vocais, uma letra carregada de maldade, ao melhor estilo Gene Simmons. A música em si é um hardão pesado, com uma boa dose de solos. “Outta This World”, traz Tommy Thayer nos vocais, mandando muito bem diga-se de passagem, com um timbre que se encaixou muito bem à melodia da música, um hard rock com um toque mais leve. O batera Eric Singer assume o vocal em “All for the Love of Rock & Roll”, que em meio a tanto hard pesado, é que podemos considerar a balada do álbum, a letra em si é perfeita, uma verdadeira confissão de amor ao rock’n’roll. A melodia é animada, leve e soa descontraída, diria que tem uma leve pincelada setentista. O hard volta a ganhar peso na música “Take Me Down Below”, que apesar da melodia simples, tem uma melodia viciante, destaque para os vocais dividos entre Paul Stanley e Gene Simmons, os dois cantando em perfeita sintonia. E como tudo que é bom dura pouco, o álbum chega ao fim com “Last Chance”, que como não poderia ser, tem um hardão que faz o ouvinte implorar por mais, cantada por Paul Stanley, a música é carregada de uma energia que só o KISS tem, o interessante dessa música é o fato da melodia oscilar varias vezes, porém sem deixar o peso de lado.

Com 40 anos na estrada, o Kiss surpreendeu todas as expectativas em Monster (2012), a banda abriu mão dos excessos que eram comuns em seus álbuns, e optou por um rock’n’roll simples e direto, do jeito que deve ser. O interessante é que a banda soa como se estivesse gravando o seu debut, tamanha a energia que as músicas transmitem. E o melhor disso é que não esperaram muitos anos desde o ultimo álbum, Sonic Boom (2009), que na minha opinião foi onde começou essa mudança de postura da banda.

Com o lançamento do Mosnter, tivemos uma noticia ainda melhor, quando o Kiss anunciou uma turnê na América do sul, com shows marcados para este mês (Novembro) no Brasil. Eu já garanti o meu ingresso e você?

Por fim, deixo para você a missão (prazerosa) de ouvir o álbum na integra e deixar ser levado pelo rock’n’roll do KISS. Boa audição.

01. Hell Or Hallelujah
02. Wall Of Sound
03. Freak
04. Back To The Stone Age
05. Shout Mercy
06. Long Way Down
07. Eat Your Heart Out
08. The Devil Is Me
09. Outta This World
10. All For The Love Of Rock & Roll
11. Take Me Down Below
12. Last Chance

  KISS - Hell Or Hallelujah

KISS - Back To The Stone Age

Site Oficial: KISS

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