segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal a todos !

Como é de costume, o Iron Maiden lançou o seu Christmas Card 2012. E o tema desse ano foi a Maiden England Tour, com o Eddie do álbum Seventh Son Of a Seventh Son.

Desejo a todos um Feliz Natal, que seja uma noite de alegria ao lado das pessoas que você ama e que seus pedidos sejam atendidos.



Fonte da imagem: Iron Maiden 666 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Top 2012 do Blog Jazz & Rock por Daniel Faria


Caros leitores e leitoras !

Estamos chegando ao fim de mais um ano, e pensando nisso não poderia deixar de fazer a tradicional lista de melhores álbuns do ano. O cenário musical em 2012 surpreendeu muita gente, com bons lançamentos, com retorno de grandes bandas e a confirmação de novas bandas no cenário musical. Foram tantas novidades, que eu não consegui ouvi tudo ainda, e muitos bons lançamentos ficaram de fora da lista.

Bom sem mais delongas, vamos dar inicio ao TOP 2012. É uma lista pessoal, onde eu selecionei os melhores álbuns que eu ouvi este ano.

Se você também tem o seu TOP 2012, deixe a sua lista nos comentários, será muito bem vinda !

Aproveito também para desejar um Feliz Natal e um prospero Ano Novo a todos os leitores do Jazz & Rock, e que o ano que vem seja bem melhor que este que está acabando.

Se o Jazz & Rock vai ter fôlego para voltar em 2013, ainda não sei. 


ZZ Top - La Futura (2012)

Depois de nove longos anos, o trio texano do ZZ Top ressurgiu este ano com o excelente e surpreendente La Futura. O trio uniu uma sonoridade atual, sem deixar a pegada antiga de lado, resultando em um álbum vigoroso, com ótimos riffs, uma boa dose de solos e músicas marcantes. 


Accept - Stalingrad (2012)

Os alemães do Accept também fizeram o dever de casa com muita competência. Seguindo a mesma fórmula do álbum Blood of the Nations (2010), o quinteto surpreendeu com o lançamento de Stalingrad. Um álbum feito sob medida, com canções marcantes, refrões grudentos e com o vocalista Mark Tornillo mostrando mais uma vez a sua excelente performance a frente do Accept. 


Van Halen -  A Different Kind Of Truth (2012)


Outro gigante que estava adormecido, e acordou com toda sua fúria este ano, foi o Van Halen. Desde 1998 sem lançar um álbum de estúdio, a banda ressurgiu após anunciar o novo álbum A Different Kind Of Truth, com David Lee Roth nos vocais e Wolfgang Van Halen na guitarra. O resultado não poderia ser melhor, um álbum com um hard rock de primeira qualidade, revigorante e com muita energia. O álbum ainda contou com a presença dos lendários membros Eddie Van Halen na guitarra e Alex Van Halen na bateria.


Blackberry Smoke - The Whippoorwill (2012)

O Blackberry Smoke foi sem duvida uma das grandes surpresas deste ano. A banda que está na estrada desde 2000 e com dois álbuns na bagagem, lançou The Whipporwill. Imagine e pense em tudo que o Lynyrd Skynyrd poderia ter feito e não fez,  nos arranjos e harmonias bem encaixadas, nas letras marcantes e envolventes, isso tudo você encontra em The Whipporwill. Sem dúvida o melhor álbum de southern rock do ano.


Ari Borger Quartet - Back To The Blues (2012)

O cenário brasileiro não poderia ficar de fora, e um dos álbuns escolhidos foi o Back To The Blues, do Ari Borger Quartet. Um álbum onde o Ari Borger voltou as origens, ao blues norte americano, e acompanhado pelos músicos Celso Salim, Humberto Zigler e o recém chegado Rodrigo Mantovani, fizeram do Back To The Blues um trabalho para ser não apenas apreciado, mas reverenciado  Mesclando clássicos do blues e composições próprias, o organista e pianista Ari Borger criou um ambiente inovador, onde ele contou com as músicas, um pouco da história do blues. Recomendo.


Esperanza Spalding - Radio Music Society (2012)


A jovem e talentosa baixista Esperanza Spalding marcou presença entre os melhores do ano com o excelente Radio Music Society. Se em Chamber Music Society (2010), o que predomina é o jazz clássico, o mesmo não acontece no novo álbum, Esperanza buscou e trouxe as influencias do R&B, soul, pop e do jazz para compor o repertório. O resultado não poderia ser melhor e a prova que Esperanza Spalding é uma cantora, baixista e compositora, acima da média.


John Pizzarelli - John Pizzarelli - Double Exposure (2012)


Double Exposure foi um dos álbuns que eu esperei acinosamente este ano. Não escondo que John Pizzarelli é o meu musico de jazz favorito. Não posso dizer que Pizzarelli inovou em seu novo álbum, até por que ele manteve a sua fórmula de sempre, de regravar canções consagradas. Em Double Exposure, Pizzarelli traz um repertório formado basicamente por canções populares que marcaram a sua vida ao longo dos anos. Um álbum surpreendente, com direito a Beatles, James Taylor, Elvis Castello e uma versão impecável de uma música do Allman Brothers Band. Para coroar o lançamento do álbum, também tive a chance de ir ao show do Pizzarelli no Bourbon Street. 


Marcus Miller - Renaissance (2012)

Se você está a procura de um jazz fusion, com uma pegada funkeada e muito groove, Renaissance (2012), novo álbum do baixista Marcus Miller, é a pedida certa. Em seu oitavo álbum da carreira solo, Marcus Miller da mais uma aula de como se faz jazz fusion. Se a ideia do álbum é de mostrar o novo renascimento da sua carreira, Miller conseguiu passar isso, Renaissance transmite inovação, um vigor novo, é um álbum que traz influencias do funk, do soul, do jazz e até mesmo da música brasileira. Marcus Miller usa e abusa de técnicas que ele domina, como a do slap, brindando o ouvinte com um som envolvente e carregado de muito groove.
  

Igor Prado Band - Blues & Soul Sessions (2012)

Blues and Soul Sessions, do guitarrista Igor Prado, também merece destaque. Mesmo sendo um álbum com clássicos e convidados do blues norte americano, este registro é sem dúvida um dos melhores do cenário nacional. Gravado em São Paulo, ao vivo, usando equipamentos vintage e sem o uso de overdubs, Blues & Soul não só traz um repertório escolhido a dedo, como conta com convidados de peso, como Tia Carrol, J.J Jackson e Curtis Salgado, além do hammond de Flavio Naves e piano de Ari Borger, além de outros nomes. Um verdadeiro tributo ao blues. Recomendo.


Primal Rock Rebellion - Awoken Broken (2012)


Primal Rock Rebellion, projeto do vocalista Mike Goodman e do guitarrista Adrian Smith, do Iron Maiden, surgiu este ano e já deixou a sua marca com o excelente Awoken Broken. Apostado em um heavy metal moderno, o álbum foi cercado de expectativa antes mesmo do seu lançamento, com um anuncio, acreditem, na pagina principal do Iron Maiden. Após ser lançado, o projeto superou todas as expectativas, com músicas envolventes incrementadas com muito peso. O interessante desse projeto, foi justamente ouvir as influencias e as ideias do Adrian Smith.  


KISS - Monster (2012)


Entre os gigantes que retornaram este ano, o KISS foi sem dúvida o que mais surpreendeu. Depois do bom trabalho em Sonic Boom (2009), o quarteto mascarado anunciou Monster e a promessa feita pro Stanley e Gene, de voltar as raízes. Muitos viram isso com desconfiança, porém bastou o álbum ser lançado, para perceber que o Kiss havia cumprido a promessa. E assim foi, uma viagem ao passado, mais precisamente nos anos 70 e 80, e Monster foi concebido de forma primorosa, com direito a mais puro rock'n'roll. O KISS voltou em grande estilo e fez de Monster, um dos melhores álbuns dos últimos anos da carreira, e também do ano. Em novembro, tive a chance de ir pela primeira vez ao show do KISS, foi inesquecível. 


Hardbone - This Is Rock 'N' Roll (2012)


Se no debut Dirty 'N' Young (2010), os alemães do Hardbone já arrancaram boas criticas da mídia especializada, This Is Rock’n’Roll (2012) vem para firmar ainda mais o nome dos caras na busca por um lugar ao sol. Em vista do debut, a banda manteve a mesma proposta, como letras que abordam temas como álcool, mulheres e rock’n’roll, riffs e solos marcantes e bem trabalhados, refrões grudentos e a influencia do som do AC/DC. O destaque fica por conta da produção, que nesse segundo álbum está mais profissional. O vocal do Tim Dammann soa mais agressivo nesse trabalho, mesclando entre um timbre rouco e agudo. Os guitarristas Sebastian e Tommy mostram um entrosamento monstro nas músicas, sendo que Sebastian é o responsável por boa parte dos solos, enquanto Tommy se encarrega da base e dos riffs. Uma parceira perfeita. Juntos o baixista Wolfgang Pohl e o batera Caim Grandt, fazem a cozinha perfeita, algo essencial em uma banda de rock’n’roll.


Rival Sons - Head Down (2012)


O quarteto do Rival Sons chega ao terceiro álbum da carreira mantendo a mesma qualidade que mostrou nos anteriores. Head Down (2012) mostra o amadurecimento de uma banda, com composições impactantes e uma sutil mudança na sonoridade, mas que fez toda diferença. Se antes a banda soava e bebia de uma única fonte chamada Led Zeppelin, no novo álbum os caras deixaram isso de lado, e trouxeram elementos de bandas como The Doors, The Who e até Lynyrd Skynyrd, resultando em um hard rock contagiante, com uma pegada renovada e com músicas carregadas de muito groove. E os responsáveis por isso são, o vocalista Jay Buchanan, que mais uma vez se mostrou impecável e com um vocal calibrado, o guitarrista Scott Holiday, responsável pelos riffs e os solos, e claro para a cozinha feita com competência pelo baterista Michael Miley e o baixista Robin Everhart. Head Down (2012) é um dos melhores álbuns de rock do ano, recomendadíssimo.


Lynyrd Skynyrd - Last Of A Dyin' Breed (2012)


O Lynyrd Skynyrd também deu as caras em 2012, depois de três anos sem lançar um material inédito, o maior nome do Southern rock está de volta. Sob o comando Johnny Van Zant, a banda ressurge com Last Of A Dyin’Breed (2012). Produzido por Bob Marlett, o décimo terceiro álbum de estúdio da banda segue os passos do antecessor e excelente God & Guns (2009), porém com uma sutil e notável diferença, que é a tentativa de soar um pouco mais moderno, parece que a banda tirou um pouco o pé e deixou a sonoridade menos pesada, sem abusar de riffs vigorosos, como no antecessor. Apesar disso, o Lynyrd Skynyrd se saiu bem e o resultado é satisfatório. No repertório onze canções, onde a banda explora várias sonoridades, como por exemplo o blues do delta em “Mississippi Blood”, o hardão pesado e arrastado em “Nothing Comes Easy”, a pegada empolgante de “Good Teacher” e a balada “Something To Live For”, algo que o Lynyrd Skynyrd faz muito bem. É claro que em se tratando de uma banda consagrada, não tem como agradar a todos a cada álbum lançado, o fato é que Johnny Van Zant (vocal), Gary Rossington (guitarra), Ricky Medlocke (guitarra), Mark Matejka (guitarra), Peter Keys (teclado) e Michael Cartellone (bateria), mantiveram as expectativas, porém sabemos que o Lynyrd Skynyrd tem capacidade e estrada suficiente para lançar um álbum muito melhor.


Billy Martin & Will Blades - Shimmy (2012)


O álbum Shimmy, foi uma das minhas grandes descobertas deste ano e sem dúvida um som que tem tudo para agradar os fãs mais exigentes de jazz funk. Um duo praticamente perfeito, entre o organista Will Blades e o batera Billy Martin. Juntos, eles criam uma sonoridade única, apenas com o Hammond B3 e a bateria, o resultando é um som repleto de grooves e um funkeado impecável. Vale conferir.

OS MELHORES ÁLBUNS AO VIVO DO ANO.


Iron Maiden - En Vivo (2012)


Entre os lançamentos ao vivo, não poderia deixar de fora da lista o álbum En Vivo, do Iron Maiden. Gravado em Santiago do Chile, durante a The Final Frontier World Tour, no estádio nacional, é um registro mais do que especial, aonde e banda trouxe para o palco um set list com as músicas novas e claro os clássicos já consagrados. E por se tratar de Iron Maiden, qualquer comentário ou elogio, é chover no molhado.


Warren Haynes - Live at the Moody Theater (2012)

O incansável e sublime guitarrista Warren Haynes, também lançou um álbum ao vivo de fazer inveja. Gravado no Moody Theater, o guitarrista brindou o público com um show impecável, onde cantou musicas do seu trabalho mais recente, Man in Motion (2010) na primeira parte do show e na segunda tocou músicas da sua banda Gov't Mule, Jimmy Hendrix e até uma versão de uma canção do Ziggy Marley. Músicas a parte, Warren provou mais uma vez ser incansável e mostrou ser dono de uma técnica apuradíssima  já que ele domina com precisão cada solo ou riff. Por tudo isso, este é um dos melhores álbuns ao vivo do ano.

A DECEPÇÃO DO ANO


Aeromisth - Music From Another Dimension (2012)


Depois de exatos 11 anos sem lançar um álbum com músicas inéditas, o Aerosmith foi mais um gigante que despertou este ano, porém o resultado, embora cercado de muitas expectativas, não foi dos melhores. Por isso a decepção do ano, na minha opinião, vai para Music From Another Dimension. O álbum não é todo ruim, tem algumas boas músicas, como as baladas Tell Me, What Could Have Been Love, e canções mais pesadas como Legendary Child, Street Jesus, Oh Yeah. Porém no conjunto total, é um álbum que soa cansativo demais, com músicas que parecem repetidas. Digo isso porque esperava bem mais do Aerosmith, por ser uma banda consagrada. Então por isso, esse álbum é a decepção do ano.

Bom leitores e leitoras, espero que tenham gostado da lista de melhores do ano do Jazz & Rock, se você concordou ou não, deixe um comentário, falando também qual é a sua lista de melhores do ano.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Stanley Jordan irá se apresentar no Bourbon Street


Por Daniel Faria

Uma dica quentíssima de show de jazz. O guitarrista americano Stanley Jordan irá se apresentar no próximo dia 11 no Bourbon Street em São Paulo.

Além do show em São Paulo, Stanley que tocou ontem (28) no Rio de Janeiro, irá se apresentar hoje (29)  e amanhã em Vitória, dia 03 em Fernando de Noronha, dia 07 na Praia do Forte e encerra a tour no dia 13 em Goiânia.

Maiores informações: Ingresso Rápido e no site oficial do guitarrista Stanley Jordan

"Us Against The World", novo clipe do projeto de Steve Harris


Por Daniel Faria

O baixista Steve Harris, acaba de lançar mais um clipe do seu projeto musical, British Lion. A música escolhida foi "Us Against The World". Confiram o clipe oficial.



Leia a resenha do álbum "British Lion" (2012) - Clique Aqui

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Lynyrd Skynyrd lança clipe da música "Homegrown”


Por Daniel Faria

Acabou de sair do forno o novo clipe da banda de southern rock, Lynyrd Skynyrd. "Homegrown", faz parte do recente álbum lançado pela  banda, Last Of A Dyin' Breed (2012).

Confiram

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Jazz & Rock: 5 anos


Por Daniel Faria

Por motivos de muita correria na vida pessoal, esqueci do aniversário do Jazz & Rock, no último dia 17.

É quem diria, cheguei aos 5 anos com o meu blog pessoal. Bom sem muitos motivos para comemorar, resolvi escrever algo só para não passar em branco.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Review: KISS no Anhembi (São Paulo)


Por Daniel Faria 

Em sua quinta passagem pelo Brasil e com energia renovada após o lançamento recente do vigésimo álbum, o show do KISS no Anhembi tinha tudo para ser inesquecível e ficar marcado na memória dos fãs.

E como não poderia ser diferente, a preparação para ir ao show começa meses antes. No meu caso foi exatamente assim. O KISS é uma das bandas que eu mais curto e ir no show deles era um sonho que eu estava prestes a realizar. Tudo começou dois meses antes, quando comprei o ingresso e assim marcava definitivamente minha presença nesse espetáculo, um dos maiores do planeta. Apesar de achar que iria demorar, os meses passaram rápidos, e a ansiedade aumentava a cada dia, até que chegou a tão esperada véspera do show. Era evidente que de sexta para sábado seria impossível pregar o olho.

Como moro no interior de São Paulo, a opção que eu escolhi foi à excursão. Estava tudo previamente marcado, a galera iria se reunir em uma praça em Taubaté e o ônibus sairia as 14:00 horas. Não é preciso dizer que cheguei meia hora antes né?. Chegando lá e sem conhecer ninguém, tratei de me enturmar e bater papo. O tempo foi passando, passando e acreditem, o responsável pela excursão chegou por volta das 15:00 horas da tarde. Depois em meios aos acertos, fomos sair as 15:30 horas, um atraso que não estava no script. Claro que isso desanimou um pouco a galera, já que o pessoal queria era sair no período da manhã. Já dentro do ônibus e com o excesso de enrolação, começaram a pegar no pé do motorista, dizendo que ele não sabia quem era o KISS e por isso estava enrolando, achando que o KISS iria voltar na semana que vem (risos). É claro que essa zoação toda faz parte da excursão.

Depois que saímos de Taubaté, ainda fizemos uma parada na cidade vizinha para pegar um pessoal. A cada minuto, era uma olhada no relógio e o medo de não dar tempo. Os portões estavam marcados para abrir as 16:00 horas e todo mundo sabia que a fila estava gigantesca. Bom a viagem correu bem, o motorista como sempre andando devagar demais, até que paramos na altura de Jacareí, uma parada que na minha opinião não era nada necessária, seria se fosse a hora do almoço. Em meio a ansiedade, muitas risadas e zoação.
Chegamos em São Paulo por volta as 18:45 horas, o estacionamento e as proximidades do Anhembi estavam lotados. E para continuar o drama, mais alguns contratempos para aumentar ainda mais a ansiedade. Entramos de fato na arena umas 19:10 horas. A essa altura a galera já estava dizendo que o cara da excursão tinha pisado na bola e vacilado demais com o horário, porém apensas de todos os contratempos que tivemos, estávamos no local do show.

Para curtir o show, eu fiquei próximo do pessoal que conheci durante a viagem, a essa altura eu já não sentia fome, nem sede e muito menos frio. Eu estava lá, apesar de um pouco longe, não importava, eu ia ver o show do KISS !!



E as 20:30 horas a lendária banda Viper subiu ao palco, sob o comando de André Mattos  nos vocais. A banda se reuniu este ano para comemorar o aniversário de 25 anos do álbum “Soldiers Of Sunrise”. Confesso que eu não conhecia os álbuns da banda, mais ao vivo foi um show impecável, apesar de curto. Um heavy metal visceral, que envolveu o publico rapidamente, isso mesmo com um ambiente limitado no palco, já que estava tudo preparado para o  KISS, porém o publico recebeu muito bem a banda, que é um dos grandes nomes do metal nacional.


O set list foi bem curto, a banda abriu o show com “Knights of Destruction”, faixa de abertura do álbum Soldiers of Sunrise. Depois disso o Viper emendou um clássico atrás do outro, com músicas do segundo álbum Theatre of Fate, levando o publico ao êxtase, com “To Live Again”, “Prelude To Obilivion” e a “Cray From The Edge”. Na sequencia foi à vez de “Living For The Night”, “Rebel Manic” e um cover da clássica “We Will Rock You” do Queen. Um momento curioso, foi quando um cara dos bastidores entrou no palco e foi direto até o André Matos, na intenção de avisa-lo sobre o tempo, e ouviu em alto e bom som um “Já sei porra...” do vocalista.

A banda liderada por André Matos e com Pit Passarell no baixo,Felipe Machado e Hugo Mariutti nas guitarras e Guilherme Martin na batera, fizeram uma apresentação digna, para uma noite que seria inesquecível. O Vipe encerra a tour de comemoração no dia 2 de dezembro, com um show no Via Marquês. 

Por volta das 21:40 horas, as luzes se apagaram, foi nesse que mostrou no telão lateral cena dos bastidores, sim, Paul, Gene, Tommy e Eric, estavam vindo para o palco, nesse momento a euforia tomou conta do publico. A cortina cobria o palco, foi ai que a voz do Gene Simmons soou no Anhembi, anunciando a narração clássica: “All right São Paulo. You wanted the best and you got the best. The hottest band in the world, KISS !!”. A essa altura a sensação que eu tive é impossível de traduzir em palavras. O show estava começando, a cortina caiu e a banda descia em uma plataforma lá do alto do palco, uma entrada triunfal.

  

O show abriu com o clássico “Detroit Rock City”, que de cara mostrou que o arsenal pirotécnico do Kiss, a cada riff uma explosão no palco, acompanhada por fogos de artificio, tudo perfeitamente sincronizado. Paul Stanley no auge dos seus 60 anos, já não consegue atingir seus melhores agudos, porém em nenhum momento desafinou, sua presença de palco era impecável, assim como a do Gene Simmons e Tommy Thayer.

Logo nos primeiros minutos, era notável que não se tratava de um simples show de rock, isso não existe com o Kiss, era um espetáculo, com direito a efeitos especiais, lança chamas e um telão gigante em HD (ao fundo), que mostrava imagens do show e também animações gráficas.  
Na sequencia o Kiss mandou outro clássico, “Shout It Out Load”, que levou as 25 mil pessoas presentes no Anhembi ao êxtase.

A primeira interação de Stanley com o publico aconteceu ao termino da segunda música. Paul começou dizendo: “São Paulo, como vocês estão?” e o publico respondeu em alto e bom som, depois ele continuou dizendo que naquela noite teriamos uma festa de rock'n'roll e que faziamos parte da família Kiss. E como um bom homem de negocios, Stanley não poupou elogios ao publico paulistano, na sequencia completou dizendo “Estivemos na Argentina e no Chile, mas vocês são o numero um”. Vale ressaltar que Paul Stanley é um homem de negocio e sabe como agradar seu público.

Gene Simmons assume o vocal pela primeira vez, para cantar o clássico “Calling Dr.Love”, mostrando uma presença de palco impressionante. Tudo soa perfeito, o entrosamento entre o quarteto impressiona. Depois dos clássicos, Stanley anunciou a próxima faixa, que seria do álbum Monster. “Hell or Hallelujah”, contagiou o publico com seus riffs e mostrou que funciona ao vivo, afinal tem um refrão grudento. Na sequencia a banda mandou outra música do novo álbum, “Wall Of Sound”, que apesar de não ser tão conhecida, soou muito bem ao vivo.

A essa altura eu já estava começando a ficar sem voz, afinal cantava todas as músicas (risos). O Kiss voltou para os anos 70, para tocar outro clássico “Hotter Than Hell”, os efeitos especiais no palco fizeram jus a letra, entre lança chamas e animações com chamas no telão, o ambiente ficou mais quente que o inferno. Apesar de longe, graças ao vento era possível sentir um pouco do calor que saia do palco, imagino quem estava próximo do palco. Ao fim da música, Gene Simmons fez o seu numero característico, de cuspir fogo. Na sequencia Stanley interagiu com o publico, antes de anunciar a próxima música, que segundo ele seria a hora de tocar algo do álbum Creatures Of The Night (1982), e chamando mais uma vez o público para perto mandou a clássica “I Love It Loud”, música que ficou sob os vocais de Gene Simmons.


Antes da próxima música, Stanley puxou um coro junto com o público gritando o nome do guitarrista Tommy Thayer, vale ressaltar que a forma com que o os músicos interagem com o público é algo que poucas bandas sabem fazer, o Kiss tem nas mãos o controle do espetáculo e do público. Tommy assume os vocais, para cantar a música “Outta This World”, a terceira e ultima canção do álbum Monster (2012) tocada na noite. Tommy surpreendeu, com um vocal muito bom, que soou muito bem ao vivo. 

Sem dar tempo do publico respirar, Tommy e Eric Singer ficam a sós no palco, o guitarrista começa solando e mandando uma boa dose de improvisos, que são acompanhados de perto pelo batera Eric Singer, um duo impecável e com um entrosamento perfeito. O público reage com a cada chamada do Spaceman. No decorrer do solo não demora muito para surgir os primeiros efeitos especiais, como os tiros de fogos de artificio que saem da guitarra do Tommy. O Kiss não economiza nos efeitos especiais em  nenhum momento, a prova disso é quando a bateria do Eric Singer é erguida dos cabos de aço, enquanto Tommy Thayer é elevado por uma plataforma na beira do palco. Nas alturas Eric Singer assume os vocais e grita “Sannn Paulooooo” e da um tiro de bazuca. 

Um dos pontos altos do show, é sem dúvida a hora do solo do Gene Simmons, que é uma grande figura. O Gene ‘The Demon’ Simmons, surge no palco e inicia o seu solo com a sua característica apresentação teatral, com direito a muito sangue. Nesse momento, Gene fica em silêncio e o público inicia um coro de “Olê..Olê..Olê Gene...Gene”. Amarrado em um cabo de aço, Gene voa até o ponto mais alto do palco, lá de cima ele mesmo puxa novamente o coro e manda um “Tudo Bem”, levando o público ao êxtase. 



Começa então outro clássico, “God Of Thunder”, uma das minhas músicas favoritas da banda. Ao vivo ela fica simplesmente perfeita. O efeito de iluminação do palco também merece novamente destaque. Antes da próxima música, Paul Stanley interage novamente com o público, chamando o exercito do Kiss, antes de anunciar outro clássico da banda, "Psycho Circus", o refrão era entoado pelas 25 mil vozes, um momento mágico do show. O Kiss faz algo que poucas bandas conseguem fazer, a facilidade em criar refrões grudentos, feito isso a resposta do público é imediata.  

O Kiss volta aos anos 80, para tocar mais um clássico, "War Machine", cantada por Gene Simmons. Uma música carregada de peso e que ficou perfeita ao vivo. 

Paul Stanley assume os vocais para trocar algumas palavras com o público e se mostrando novamente muito gentiu, rasgou elogios a São Paulo, dizendo que amava a Argentina, Chile e o Paraguai, mais que o seu coração era de São Paulo. Ouvindo isso o público iniciou o coro de "Paul...Paul...Paul..." deixando o vocalista emocionado. Sem delongas, era chega outro ponto alto do show, a música "Love Gun", e o momento em que Paul usa uma espécie de tiroleza e voa para chegar em um pequeno palco no meio da pista e assim cantar mais próximo do público. No meu caso, eu estava próximo dessa plataforma, consegui ver o Paul de muito perto.


Com um solo inspirado do Tommy Thayer, a música chega ao fim com mais um efeito pirotécnico, com muita explosão sob o palco. Sem dar tempo do público respirar, Paul Stanley da inicio ao seu solo, momento em que ele arrisca a introdução da clássica “Stairway to Heaven” e depois instiga o público perguntando: “Vocês querem ouvir uma música do Kiss??”. A resposta era obvia, e da inicio ao refrão da clássica “Black Dimmond”, com Paul trazendo novamente o público para perto, até que uma explosão acontece e Eric Singer assume os vocais. O Catman canta pra caramba ao vivo, o restante não é preciso nem dizer, Tommy faz um solo primoroso, que por sinal é um dos mais fodas da banda, a música chega ao fim com mais um efeito especial, a bateria do Eric Singer é novamente elevada às alturas. E com mais um show de pirotécnica, com direito muitos fogos de artificio e fumaça. 

É impressionante como ao vivo o show passa muito rápido, você perde completamente a noção de tempo, e nessa hora a primeira parte do show já havia acabado. Depois de alguns minutos, o quarteto retorna ao palco para o encore, as três últimas músicas. Paul Stanley assume o vocal e pede para todo mundo levantar as mãos, para tirar a tradicional foto.


 Antes de chamar a próxima música, Stanley pergunta ao público se gostaríamos de ver a banda no futuro, a resposta é obvia, que SIM !

O encore começa com mais um clássico, a única da fase (sem mascaras) da banda, “Lick It Up”. O público vai ao delírio, o refrão é muito grudento e por isso é cantado em alto e bom som no Anhembi. Um detalhe interessante, é que ela ainda teve um trecho rápido da música “Won’t Get Fooled Again”, do The Who, achei isso sensacional.

Emendando e sem dar tempo para o publico recuperar a voz, a banda mandou outro clássico “I Was Made For Lovin’ You”, que dessa vez foi cantada mais arrastada e sem o timbre agudo do Stanley. Naquele momento todo mundo sabia que o show estava chegando ao fim e o publico entregava os últimos resquícios de fôlego para cantar o refrão. Eu sempre curti essa música ao vivo, por um motivo bobo, é que depois do solo, o refrão é acompanhado por fogos de artifícios, eu que sempre ouvi isso no áudio, fiquei emocionado vendo ao vivo e a cores.

E para encerrar uma noite de rock’n’roll, nada melhor que a clássica “Rock And Roll All Nite”, com direito a chuva de papeis picados, que infelizmente por causa do vento não chegaram até onde eu estava, nesse momento você sente a adrenalina correndo por todo o seu corpo e você cantando o refrão com todas as forças do seu pulmão. No palco os efeitos especiais deram um toque mais do que especial, muita fumaça, explosões e efeitos pirotécnicos, culminando no ato tradicional do vocalista Paul Stanley, em que ele quebra a guitarra.

Com o termino do show, o publico presente no Anhembi foi presenciou mais um momento mágico, uma queima de fogos de artificio, que saiam de trás do palco, colorindo a noite de São Paulo e assim encerrando não um show de rock, mais um espetáculo. 


Ir a um show do Kiss é uma experiência incrível e que sem dúvida foi uma das maiores da minha vida. O dia 17 de novembro ficará marcado para sempre na minha lembrança, afinal não são fotos ou os videos o mais importante, e sim o que fica guardado no lugar mais especial da nossa memória.

Poder ver Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer tocando ao vivo é algo que é impossível descrever em palavras. É claro que digo isso como fã, afinal esta não é a resenha de um jornalista ou profissional da música, são palavras de um fã, em seu primeiro (e espero que de outros), show do KISS !!

Set List - KISS (Anhembi - São Paulo)

01. Detroit Rock City
02. Shout It Out Loud
03. Calling Dr. Love
04. Hell Or Hallelujah
05. Wall of Sound
06. Hotter Than Hell
07. I Love It Loud
08. Outta This World
09. Tommy Thayer & Eric Singer solos
10. Gene Simmons solo
11. God of Thunder
12. Psycho Circus
13. War Machine
14. Love Gun
15. Black Diamond

Encore:

16. Lick It Up
17. I Was Made for Lovin’ You
18. Rock and Roll All Nite


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

KISS: Faça você mesmo a maquiagem para ir ao show !


Por Daniel Faria

Você vai no show do KISS em São Paulo ou no Rio de Janeiro ?? No meu caso vou amanhã (17), para este show que eu espero há anos e que certamente ficará guardado na minha memória para sempre, já que será o primeiro.

E como todo mundo sabe, um show do KISS envolve muitos efeitos pirotécnicos, o que é sem dúvida um dos grandes diferenciais da banda. Porém existe algo que é ainda mais especial: as pinturas faciais. As mascaras tão famosas que acompanham a banda há anos.

Como é tradição nos shows da banda, muitos fãs fazem questão de fazer a maquiagem, seja a The Starchild (Paul Stanley), The Demon (Gene Simmons), Catman (Eric Singer) ou The Spaceman (Tommy Thayer). 

E pensando nisso o portal Terra fez um passo a passo com a modelo Karina Magiore, que ensina como fazer a sua própria maquiagem para o show.

No meu caso, vou apenas com a minha camisa do KISS mesmo (risos), porém fica a dica ai para os fãs. 



Para aqueles que não poderão estar no show do KISS, não se desespere. O portal TERRA irá transmitir o show ao vivo em HD. Saiba mais.

E como amanhã vou no show, volto no domingo com uma resenha do show do KISS !!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Fatores sociais e culturais interferem no gosto musical ?


Por Daniel Faria

Vivemos em um país com grandes diferenças sociais e culturais, e isso independe se estamos nos grandes centros ou no interior. 

A cultura do nosso país é uma das mais ricas do mundo, e isso fica evidente quando falamos da cultura regional. Em cada região presenciamos diversas manifestações culturais, como festas, comidas tipicas, danças e claro a música. Por exemplo a cultura preservada pelo povo sulista é bem diferente da do povo nordestino. São tradições mantidas durante gerações e que já fazem parte da vida do povo. Musicalmente falando, também existe grande diferenças, já que em cada região do nosso país predomina um gênero diferente.

O social em nosso país também é bem diversificado, tanto para o lado bom, como para o lado ruim. Assim como em outras partes do mundo, somos divididos por classes sociais, aonde encontramos de ricos  à miseráveis. De uns anos para cá, esse cenário começou a mudar, já que milhões de brasileiros saíram a linha de pobreza extrema. Apesar disso é comum ver nas grandes cidades situações que acabam nos surpreendendo.

Ligado a essas questões, também podemos citar o abismo que existe entre as classes sociais, quando o assunto é acesso a cultura e ao ensino. Se por um lado os ricos e a classe média tem um acesso livre a cultura e ao estudo de qualidade, não podemos dizer o mesmo dos pobres, que infelizmente sofrem para ter um ensino digno e um acesso a cultura, como livros, internet ou outros meios.

O caro leitor deve estar se perguntando: Isso aqui é um blog de música ou de estudo ? (risos).

Eu não sou estudioso no assunto e muito menos sei fazer bons artigos (embora pretendo exercitar isso), e o pouco que eu sei é por que procuro ler sobre estas questões. A questão que eu quero levantar é justamente a que deu titulo ao texto. Fatores sociais e culturais interferem no gosto musical ?

Por isso em meio aos meus devaneios, outro dia me peguei pensando nessa questão, e achei que poderia render um texto meia boca e um questionamento para um possível debate. 

Quando eu pergunto se o fator sócio cultural interfere no gosto musical de uma pessoa, é baseado em questões simples e observações. Já que na nossa sociedade as pessoas são pré-definidas pelo tipo de música que ela curte.

O jazz pode ser usado como um exemplo clássico. Nos EUA é um gênero que surgiu entre os negros, em sua maioria pobres, eles eram os grandes músicos em meados da década de 20 e 30. Depois os brancos acabaram aderindo a causa também. Não vou me aprofundar nessa questão pois é um tema imenso. Mas o que eu noto, é que mesmo com a sofisticação do jazz, por lá ele é considerado um gênero popular. Já no Brasil é considerado um gênero elitizado, logo se você curte jazz, as pessoas imaginam que você é intelectual ou tem muito dinheiro.

O rock/metal também tem seu diferencial nas letras, que muitas vezes falam sobre questões históricas, são composições bem trabalhadas e que exige muito dos músicos. 

Já estilos como pagode, funk e sertanejo, estão longe de ter letras consideradas inteligentes. São letras populares, simples de ser decoras e que tratam de assuntos comuns ao publico. E se um individuo diz que curte funk, a imagem que lhe vem na cabeça é de que ele mora na periferia. 

Então independente de gênero, cada tribo é rotulada de uma forma, e isso virou uma regra.

A questão principal que eu quero levantar com esse texto é: O nível de estudo e social, ligado ao nível de acesso a cultura de um individuo serve como fator decisivo para definir quais estilos musicais ele vai ouvir ?? E o gosto musical, define a personalidade de um individuo ??

Use os comentários (facebook ou do blogger) para expor a sua opinião.

[Comentário do autor: Espero que tenham gostado do artigo. E peço desculpas por possíveis tropeços ao tentar passar a minha ideia no texto, já que sou inexperiente nisso, por enquanto. ]

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Jimi Hendrix: Uma pequena biografia sobre um gênio


Esta postagem foi publicada pelo meu amigo e guitarrista Thiago Teberga, no meu - quase extinto - blog Musicólatras. O texto foi escrito pelo jornalista  Ernesto Wenth Filho. Nele o jornalista faz uma biografia de um dos maiores nomes da guitarra de todos os tempos Jimi Hendrix.  O texto foi publicado em 2006 na coluna do jornalista. É um texto carregado de informações preciosas e que vale a pena ser lido. 

Por Ernesto Wenth Filho

Nascido como Johnny Allen Hendrix, depois passando a se chamar James Marshall Hendrix e finalmente conhecido por todo o mundo como Jimi Hendrix, podemos dizer que este homem é uma das maiores, senão a maior lenda da guitarra e do rock mundial.

Filho de James Allen Hendrix, um jardineiro negro, e de Lucille Jeter, filha de uma índia Cherokke, Jimi nasceu nos Estados Unidos, em Seattle, Washington, em novembro de 1942.

Cresceu numa família com problemas, seus pais brigavam muito e acabaram se divorciando em 1951, quando então Jimi foi praticamente criado por sua avó Cherokke.

Em 1958, quando Jimi tinha 16 anos, sua mãe morreu e foi neste ano que seu pai lhe deu o primeiro instrumento musical, um violão de segunda mão, comprado por cinco dólares. Iniciava-se ali a brilhante carreira musical de Jimi Hendrix, que formou sua primeira banda chamada The Velvetones, que durou apenas três meses.
Depois de ver que o filho tinha habilidade com o violão, no verão de 1959, Al Hendrix comprou uma guitarra elétrica para Jimi, que foi tocar com o grupo The Rocking Kings.

Em 1961 Jimi se alistou no exército indo para a divisão de pára-quedistas de Fort Campbell, onde conheceu Billy Cox, que era baixista, e formou a banda The King Casuals. Ficou no exército por aproximadamente um ano, quando foi dispensado após fraturar o tornozelo depois de um salto de pára-quedas. Começou então a trabalhar como guitarrista de estúdio, com o nome de Jimi James. Neste período, que durou até 1965, Jimi trabalhou com diversos artistas do soul e do blues, como Little Richard, Isley brothers, B.B. King, Ike e Tina Turner, Sam Cooke e Curtis Knight.

Jimmy James and The Blue Flames
Em 1966, Jimi resolve montar sua própria banda, a Jimmy James and The Blue Flames, que tinha na guitarra base Randy California e Jimi fazendo os solos. Em Nova Iorque consegue um contrato para ficar tocando numa casa chamada Cafe Wha?. Lá conheceu e trabalhou com Jeff Baxter (que mais tarde tocou nos grupos Steely Dan e Dobbie Brothers) e também conheceu Frank Zappa que tocava em outra casa, no mesmo bairro do Cafe Wha? Aliás, foi Frank Zappa que apresentou a Jimi o recém criado pedal wah-wah, que Hendrix soube usar com maestria e criatividade em suas músicas que estavam por vir.

Também foi no Cafe Wah? que Jimi foi descoberto por Chas Chandler, baixista do grupo britânico The Animals, durante uma de suas apresentações. Naquela noite Chandler ficou impressionado com Jimi e o levou para a Inglaterra ajudando-o a formar uma nova banda, a The Jimi Hendrix Experience, com Mitch Mitchell na bateria e Noel Redding no baixo. Após algumas apresentações em Londres o nome de Jimi Hendrix era falado por todos os cantos do cenário musical, atraindo fãs como Eric Clapton, Jeff Beck, Beatles e The Who.
Através da Track Records, selo do The Who, foi gravado e lançado o primeiro single da banda de Jimi, Hey Joe, que ficou dez semanas na parada inglesa, atingindo a sexta posição nas dez mais!

Jimi Hendrix Experience
Logo em seguida, em 1967, Jimi gravou seu primeiro disco intitulado Are you experienced?, considerado um dos mais populares discos de rock de todos os tempos, com músicas que hoje são clássicas como Purple haze, Fire, Foxey lady, Wind cries Mary e a faixa título Are you experienced?.

Com o sucesso, em junho de 1967, Hendrix foi convidado a participar do Monterey Pop Festival, nos Estados Unidos, e lá a The Jimi Hendrix Experience incendiou o público e Jimi literalmente incendiou e quebrou a sua guitarra, sendo que essas imagens foram imortalizadas no filme Monterey Pop, do cineasta D.A. Pennebaker.

Jimi Hendrix no Monterey Pop Festival nos EUA, queimando a sua guitarra.
Ainda em 1967, foi lançado o segundo álbum da banda chamado Axis: bold as love, com faixas como Little Wing e If 6 was 9, que mostravam a sensibilidade e a maestria de Jimi com a guitarra. Já neste disco Jimi demonstrava seu interesse, preocupação e perfeccionismo nas gravações em estúdio e aonde estivesse levava equipamentos de gravação registrando suas idéias e jams com os amigos em fitas. A busca pela perfeição nas gravações, a liberdade para criar e o retorno para os Estados Unidos fizeram com que Jimi iniciasse a construção de seu próprio estúdio, o Eletric Lady Studios, em 1968, em Nova Iorque. O estúdio só foi concluído em 1970, mas a idéia foi o embrião do próximo disco chamado Eletric ladyland, o mais experimental e eclético de todos os seus discos com uma jam-session espetacular na música Voodoo chile, que tinha Jack Casady no baixo e Steve Winwood nos teclados. O disco trazia ainda a regravação de All along the watchtower, de Bob Dylan, na versão mais conhecida de todos os tempos desta música.

Nesta época o envolvimento de Jimi com as drogas não era pequeno e as conseqüências também não, ele já havia sido preso na Suécia por destruir um quarto de hotel e as gravações do álbum Eletric ladyland foram muito conturbadas fazendo com que o produtor Chas Chandler deixasse a equipe. Na seqüência, já no ano de 1969, o relacionamento com a banda também ficou difícil e a Jimi Hendrix Experience acabou.

No verão deste mesmo ano (1969) Jimi montou outra banda, a Gypsy Suns and Rainbows, que trazia o amigo Billy Cox no baixo, Mitch Mitchell na bateria, Larry Lee na guitarra base e Jerry Velez e Juma Sultan na percussão. Foi este grupo que se apresentou no Festival de Woodstock, em agosto de 1969, onde Hendrix fez a famosa e polêmica interpretação do hino nacional americano, a Star spangled banner. A banda acabou logo e em 1970 Jimi formou o grupo Band of Gypsys, ainda com Billy Cox no baixo e agora com Buddy Miles na bateria, fazendo shows memoráveis que foram gravados ao vivo e posteriormente foi feita uma seleção das músicas destas apresentações que originaram o álbum Band of gypsys, lançado ainda em 1970.

Band of Gypsys 
Jimi não gostou muito da performance de Buddy Miles e durante uma apresentação no Madison Square Garden tocou duas músicas e antes de ir embora disse ao público: “desculpem por não conseguirmos nos entender”.
Novamente Mitch Mitchell voltou para a bateria e junto com Billy Cox no baixo, Jimi gravou novas músicas para o seu próximo disco chamado de First rays of the new rising sun.

Em agosto de 1970 Jimi ainda participou do Festival da Ilha de Wight, na Inglaterra e depois no Festival de Fehmarn, na Alemanha, voltando em seguida para a Inglaterra.

No dia 18 de setembro de 1970, em Londres Jimi toma nove pílulas para dormir e é encontrado desacordado e asfixiado pelo próprio vômito, no quarto de um hotel, pela namorada alemã Monika Danneman. Ela chama uma ambulância que leva Jimi para o hospital, onde ele acaba morrendo mais tarde. Seu corpo foi levado para os Estados Unidos e enterrado em Renton, no Estado de Washington.

Foram cinco anos como músico, vividos com muita intensidade, com muita criatividade, com muita dedicação e com muito amor à música.

Jimi nos deixou um legado incomparável como músico, compositor, cantor, produtor e arranjador. E suas apresentações ao vivo foram explosivas e inesquecíveis, um verdadeiro showman, uma aula para qualquer um que goste de música.

Viva Jimi!!


domingo, 11 de novembro de 2012

Review: Ana Cañas - Volta (2012)


Por Daniel Faria


Em minhas aventuras musicais, um dos caminhos que tentei trilhar foi o da música popular brasileira, mesmo sabendo que iria tirar dessa lista os cantores considerados sagrados, já que eu nunca gostei de ouvir Chico Buarque ou Caetano Veloso, então partindo desse principio, eu sabia que passaria longe desses caras. Então o caminho que decidi trilhar foi o de procurar ouvir novos talentos da MPB. E nesse período que dediquei a isso encontrei de fato bons cantores e cantoras, do quais cito Daniel Gonzaga, Pedro Moraes, Anna Ratto, Roberta Sá, Maria Rita, Marcio Faraco – que não é jovem, porém é pouco conhecido – e claro Ana Cañas.

O meu primeiro contato com a música e a voz afinadíssima da jovem Ana Cañas foi através do seu debut Amor e Caos (2007). Um álbum que não parece ter sido gravado por uma jovem e ainda mais por ser o primeiro álbum; um trabalho de extrema qualidade e com canções refinadas, com um toque de jazz, que sem dúvida foi uma das grandes sacadas da jovem cantora. Tempos depois Ana voltou e lançou Hein? (2009), que não trazia mais o toque do jazz, e sim um toque mais pop rock, porém ela soube manter a qualidade das composições. Um detalhe é que nos dois trabalhos, Ana conseguiu emplacar hits como “Esconderijo”, “Devolve Moço”, “Cadê você?” e “Coração Vagabundo”, música que ela regravou do Caetano Veloso.
E agora depois de três anos de espera, a jovem e agora mais experiente Ana Cañas esta de volta, justamente com um álbum chamado Volta (2012). Apesar da sua notável experiência, a jovem mantem aquele ar dos álbuns anteriores, sua voz afinadíssima e suave.

O novo álbum traz uma grande novidade em relação aos anteriores. Produzido pela própria Ana e lançado pelo selo da cantora, Guela Records. O álbum foi gravado em um sítio no Rio de Janeiro, ao melhor estilo ao vivo. Volta (2012) marca não só a volta da Ana, mas o processo de composição e gravação, foi marcado pela liberdade e sem a pressão imposta pelas grandes gravadoras. O resultado é um álbum com dezesseis canções, sendo treze autorais. Por outro lado, Ana ainda não definiu que estilo seguir, já que no novo álbum há uma mescla de gêneros musicais e até mesmo de idiomas, já que ela interpreta duas canções em francês, como “La Vien en Rose” da cantora francesa Edith Piaf e L'Amour, de sua autoria. Há espaço para o espanhol também, na canção “No Quiero Tus Besos”, escrita em parceria com a compositora Natalia Lafourcade. Um dos grandes destaques sem dúvida, fica por conta da regravação da clássica “Rock’n’Roll” do Led Zeppelin, que ganhou um toque especial na voz da Ana e uma sonoridade bem crua, que nos remeteu aos tempos do álbum Hein? (2009). Ana também regravou os standards do jazz, “My Baby Just Cares For Me”, que ficou bem ao seu estilo, e “Stormy Weather”, em uma interpretação belíssima e um toque acústico. Entre as canções próprias, Ana ousou e abusou, com ótimas interpretações e com estilos diferenciados. Como o reggae da canção “Dificil”, o blues rock da excelente “Diabo”, a excêntrica “Urubu Rei” e as românticas “Será que você me ama?”, “Amar Amor” e “Todas As Cores”. A faixa titulo “Volta”, não é romântica, mais fala de amor, mas de uma forma sensual.

Ana Cañas está de volta ao cenário, apesar da investida em canções autorais e com ótimas interpretações, o álbum Volta (2012) está aquém dos seus outros trabalhos. Não é um álbum ruim, mas tem seus pontos altos e baixos. Em seu terceiro álbum, a jovem cantora não conseguiu se firmar em um gênero, se no primeiro o jazz foi um dos pontos altos e no segundo o rock foi o destaque, em Volta (2012) fica difícil definir isso. Para quem é fã da Ana, vale a pena ouvir, para quem ainda não a conhece, este álbum não é o melhor. Porém um ponto tenho que destacar, que foi a sua liberdade com a sua nova gravadora, e espero que esse projeto traga novos frutos no futuro da jovem cantora, afinal talento ela tem de sobra, já mostrou isso, só precisa decidir qual caminho quer trilhar definitivamente.

O álbum foi disponibilizado na integra pela cantora e você pode ouvi-lo no final da postagem. Boa Audição.

01. Será que Você me Ama?
02. Difícil
03. Urubu Rei
04. No Quiero Tus Besos
05. Diabo
06. La Vie en Rose (Edith Piaf)
07. My Baby Just Cares For Me
08. Feito pra Mim
09. Todas as Cores
10. Volta
11. Rock and Roll (Led Zeppelin)
12. Foi Embora
13. L'Amour
14. Falta
15. Amar Amor
16. Stormy Weather




Site Oficial: Ana Cañas

sábado, 10 de novembro de 2012

A Donzela de Ferro e a História: Killers (1981)

Continuando a série A Donzela de Ferro e a História do Ricardo Heavynick (História e Caos), vamos para mais uma aula de história, desta vez com o álbum Killers.


Iron Maiden - Killers (1981) 

E logo de cara, no som instrumental The Ides of March, um tema de minha preferência, Roma! A tradução para o termo é Idos de Março.
O primeiro calendário romano, segundo a lenda, foi elaborado por Rômulo em 753 A.C. e tinha 10 meses de 30 e 31 dias, totalizando 304 dias. Os 61 dias restantes de inverno, não entravam na contagem.
Em 713 A.C., o rei Numa Pompílio elaborou um calendário no modelo ateniense, mais preciso. Este tinha 12 meses de 29, 30 e 31 dias e a cada dois anos era inserido um 13º mês de 22 ou 23 dias.
Este modelo foi substituído pelo modelo de Julio Cesar, o calendário Juliano, que também era um modelo confuso, mas pelo menos era mais "estável".
Dentro de cada mês, 3 dias tinham nomes especiais, são eles:
Calendas (Kalendae): é o dia primeiro do mês, é o primitivo da palavra calendário, que usamos até hoje;
Nonos (Nonae): 5º ou 7º dia, dependendo do mês, normalmente a noite do quarto crescente;
Idos (Idus): 13º ou 15º dia, dependenddo do mês, era normalmente noite de lua cheia.
Eu levei tudo isso para dizer que no calendário romano, os Idos de Março correspondia ao dia 15, data em que Julio Cesar foi traído e assassinado pelos senadores romanos, em 44 A.C.

De acordo com Plutarco, foram 23 facadas e 60 foram os conspiradores liderados por Brutus e Cássio. 

"Beware of Ides of March" (Cuidado com os Idos de Março), é o que um vidente teria dito a Julio Cesar dias antes de sua morte. Claro, nas palavras de Shakespeare, em  A Tragédia de Julio Cesar, ano de 1599.  

Wrathchild pode ser interpretada como a história de um filho de uma prostituta procurando pelo seu pai. E a criança está com raiva e procurando por todo lugar! Aliás, a palavra wrathchild não existe, são duas palavras juntas wrath e child.  

Segue o álbum pela rua sangrenta, em Paris: Murders in the Rue Morgue que é nome de um conto de Edgard Allan Poe. Ele foi um escritor estadunidense nascido em Boston (1809) e morreu "semi-jovem", aos 40 anos. É um dos precursores da ficção científica moderna.  

Edgard Allan Poe
Este conto fala sobre assassinatos de mulheres na rua Morgue, esta rua é fictícia - pelo menos não achei no google mapas. O investigador Durpin é quem desvenda estes crimes.

  
Anoher Life e Innocent Exile parecem seguir um pouco a história da música anterior. Na primeira uma voz o pede para morrer e a outra o personagem foge por ser acusado de um crime que não cometeu. Killers fala sobre as sensações de um serial killer sedento por sangue.

A instrumental Genghis Khan não fala de nada [talvez por ser instrumental hehe], porém tem muita história. O Cã dos Clãs, Temujin (1162 - 1227) , foi o maior conquistador de terras da história [veja aqui na Super]. Ele ainda morreu dizendo não ter atingido seu verdadeiro objetivo: Não ter tido tempo suficiente para conquistar todo o mundo! 

Filme "Genghis Khan - A Lenda de um Conquistador" (2011)
Purgatory é um remake de uma música que o Maiden já tinha. O purgatório, segundo a lenda cristã, não é bem um lugar, mas uma condição temporária de sofrimento pós morte para alcançar a salvação. É tipo assim: se você foi muito bom, vai para o céu, se foi muito mau vai para o inferno e se o julgarem como "nem lá, nem cá", vai para o purgatório se livrar dos males restantes, mediante sofrimento claro, e aí vai para o céu.

An Angel Frees the Souls of Pugatory - Lodovico Carracci (1610)

Capa do single "Purgatory", lançado em 15 de Junho de 1981
Prodigal Son também tem uma conotação cristã, e também de outra mitologia, a Grega. Na música do Maiden, o personagem fala para Lamia que cometeu muitos erros, foi possuído pelo Lu e que estava tornando-se mau.


Na bíblia, em Lucas 15 11:32, há o que chamam de a Parábula do Filho Pródigo, que é meio o que está na letra, um filho que tinha tudo, gastou com bebidas, mulheres e Texas Hold'em e voltou arrependido para o pai dele.
Lâmia por sua vez, era filha de Posêidon e rainha da Líbia. Estava tudo bem na vida dela, até ela conhecer Zeus (o Deus safadão). Como de costume, Zeus a "persuadiu" e eles tiveram muitos filhos.
Um belo dia, Hera descobriu o novo casinho do maridão, matou as crianças de Lâmia, fez com que os olhos dela jamais se fechassem, algumas versões dizem que Hera a transformou em um monstro (Veja aqui o que ela fez com Hércules). Lâmia ficou louca e começou a devorar crianças. Zeus, penalizado, deu a ela a habilidade de tirar os próprios olhos para que ela sofresse menos com o que teria que ver.
O poeta inglês John Keats escreveu uma obra sobre Lâmia - talvez aí resida a inspiração de Steve Harris. No filme Stardust, Michelle Pfeiffer interpreta a bruxa Lâmia.
Twilight Zone tem relação com as demais quando ele diz que quer sair do purgatório, que ele, morto, chama por ela e espera que ela morra logo pois ele está tão só.
Capa do single "Twilight Zone", lançado em 2 de março de 1981.
Drifter encerra este grande álbum, com um toque de esperança nos novos dias e novas aventuras!

Este é o segundo e último do vocalista Paul Di'Anno. Imagino os fãs da época como devem ter ficado tristes com a saída dele. A sorte é que nem deu muito tempo, Paul Bruce Dickinson chegaria para o próximo álbum. O melhor da Donzela e um dos maiores da história do Heavy Metal!


1. The Ides Of March
2. Wrathchild
3. Murders In The Rue Morgue
4. Another Life
5. Genghis Khan
6. Innocent Exile
7. Killers
8. Prodigal Son
9. Purgatory
10. Twilight Zone
11. Drifter
Formação
Paul Di'Anno - Vocalista
Steve Harris - Baixo e Backing Vocals
Dave Murray - Guitarra
Adrian Smith - Guitarra e Backing Vocals
Clive Burr - Bateria
Leia a primeira postagem da série: Iron Maiden - Iron Maiden (1980) 

Fonte (ilustrações): Blogflight 666