terça-feira, 28 de setembro de 2010

Esperanza Spalding

2010 - Chamber Music Society
Gênero: Jazz



Elogiar a Esperanza Spalding é uma tarefa muito fácil, aos 25 anos a jovem coleciona inúmeros elogios da mídia especializada, dona de um currículo invejável na música, é talentosa demais, toca contrabaixo muito bem, é compositora e uma cantora de altíssimo nível, não só pela belíssima voz, mais por cantar em três idiomas.

A cantora e contrabaixista ganhou todo esse reconhecimento após lançar dois álbuns excelentes, “Junjo” (2006) e “Esperanza” (2008), em ambos Esperanza surpreendeu com um som de qualidade e inovador.

Esperanza volta à cena com o seu terceiro álbum – “Chamber Music Society” (2010) – e traz a mesma essência dos seus trabalhos anteriores, porém com algumas novidades e participações extraordinárias. Nesse álbum, a contrabaixista passeia com propriedade por gêneros como o jazz, o erudito e a bossa nova, e canta novamente em três idiomas – inglês, espanhol e português -, tudo isso mesclando composições próprias com alguns standards. A jovem contrabaixista já demonstrou o seu amor e admiração pela música brasileira ao gravar “Samba em Preludio” (Vinicius de Moraes) e “Ponta de Areia” (Milton Nascimento). A maior novidade do álbum “Chamber Music Society” é que Esperanza divide os vocais na música “Apple Blossom” com nada mais, nada menos que o próprio Milton Nascimento. Claro que o álbum ainda reserva momentos memoráveis, como a música “Inútil Paisagem” (Tom Jobim) interpretada pela Esperanza em português em companhia da cantora Gretchen Parlato, “Winter Sun” uma música com elementos de soul e jazz, destaque para os backing vocals e o solo de contrabaixo. Outras músicas também merecem destaque, entre elas, “Little Fly” que abre o álbum e a interessante “Knowledge Of Good and Evil”, onde Esperanza cria um ambiente musical sensacional e na hora de cantar não faz uso de palavras, apenas uma espécie de scat e não poderia deixar de citar a faixa que encerra o álbum, “Short And Sweet”, onde Esperanza deixa o ouvinte com um gostinho de quero mais.

Apesar de todo talento da jovem contrabaixista e cantora, eu sempre gosto de citar os nomes dos outros músicos envolvidos no trabalho. Esperanza é acompanhada pelo trio formado por Leo Genovesse (piano), Terri Lyne (bateria) e Quintino Cinalli (percussão), porém não sei se alguém notou, mais a outra novidade no álbum é o uso de instrumentos de corda em algumas músicas e para isso a jovem contou com a participação do trio de cordas formado por Todorov Entcho (violonista), Lois Martin (violonista) e David Eggar (violoncelista), além da participação da cantora Gretchen Parlado e claro do sensacional Milton Nascimento.

Por fim “Chamber Music Society” chega não só para mostrar, mais para certificar ainda mais o talento nato da jovem Esperanza, em três álbuns ela conseguiu fazer um trabalho primoroso, com toques diferentes e sempre originais. Esse álbum é o primeiro de dois projetos que a jovem pretende lançar, no caso, o segundo é o Radio Music Society, previsto para ser lançando em 2011 e que trará um repertório novo e baseado no funk, hip-hop, rock e com elementos de outros gêneros. Imperdivel !. O fato é que Esperanza Spalding continua nos brindando com excelentes trabalhos e música de altíssima qualidade. Boa Audição !

Track List

01. Little Fly
02. Knowledge Of Good and Evil
03. Really Very Small
04. Chacarera
05. Wild is The Wind
06. Apple Blossom
07. As a Sprout
08. What a Friend
09. Winter Sun
10. Inútil Paisagem
11. Short and Sweet

Esperanza Spalding - "Little Fly"


Esperanza Spalding - "Apple Blosson" (Live in Columbus Circle store in New York City)


Site Oficial: Esperanza Spalding

sábado, 25 de setembro de 2010

Mão na Roda



Quem disse que argentino só sabe tocar tango?

Como blogueiro e musicólatra, estou sempre garimpando a internet em busca de novidades e dias atrás tive uma grata surpresa ao me deparar com algo inusitado no blog Um Que Tenha : Um grupo de choro de Buenos Aires. O grupo Mão na Roda foi formado em 2007, com a ideia de tocar um repertório de choro tradicional. A oportunidade de gravar o álbum “Choro Brasilero” (2010) surgiu no início de 2009, quando os músicos argentinos tiveram a chance de tocar ao lado do guitarrista/violonista carioca Rogério Souza e da instrumentista Roberta Valente, quando estiveram em Buenos Aires. Na verdade há pouca informação sobre o grupo Mão na Roda, nas minhas pesquisas, descobri que o grupo se chamava Os Pibes Choro e que mudaram de nome em 2010.

O grupo Mão na Roda é formado por: Anabel Bertoni (Flauta, Flautim), Ernesto Figerio (Pandeiro), Sebastián Luna (Cavaquinho, Bandolim, Guitarrón) e Sebastián Pérez (Violão).

Bom é isso ai, choro brasileiro de altíssima qualidade, tocado por músicos argentinos. Quando a música é boa, ultrapassa qualquer fronteira e nesse caso serve para mostrar que o povo argentino admira a música brasileira e que pelo menos nesse assunto, não há espaço para a rivalidade. Boa Audição !

2010 - Choro Brasilero
Gênero: Chorinho

Track List

01. 1x0
02. Brejeiro
03. Moçada no Samba
04. Não Me Digas Não
05. Bailando En La Calle
06. El Choclo
07. Logo Logo
08. Choro Triste
09. Os Oito Batutas
10. Listo El Pollo
11. Doce de Coco
12. Assanhado

Mão na Roda "Assanhado" (En la Feria del Libro 2009. Buenos Aires)


MySpace Oficial: Mão na Roda

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Jive Bunny and The Mastermixers

1989 - The Album
Gênero: Rock and Roll / Swing / Rockabilly


A música tem um poder inimaginável sobre nossas emoções, ouvir uma determinada música ou álbum é o suficiente para resgatar boas lembranças e momentos inesquecíveis que passamos algum dia. Mais você deve estar se perguntando: Por que ele está falando isso? É muito simples, esse álbum do Jive Bunny And The Mastermixers fez parte da minha infância, eu tinha a fita k7 e tenho o LP até hoje, era incrível, querendo ou não, foi o meu primeiro contato com o Rock and Roll. O engraçado era que eu não sabia dizer nem o nome do álbum e muito menos de quem cantava, no meu caso era simplesmente o “álbum do coelho”.

Bom Jive Bunny and the Mastermixers é uma série de álbuns que reúne alguns hits da década de 50 e 60 que eram conhecidos como “Pop Oldies” e que são feitas em forma de medley (uma ou mais músicas colocadas na mesma faixa) ou apenas mixadas. A série procurou juntar músicas de rock and roll, rockabilly, doo wop, twist, swing, pop e até mesmo blues. O responsável pelo projeto são Les Hemstock e DJ Mastermix Andy Pickles, e que contou com a colaboração do seu pai John Pickles, que era o dono da gravadora.

Os hits que foram usados nos álbuns e nos singles, são de músicos que revolucionaram as décadas de 50 e 60, como Jerry Lewis, Chuck Berry, Elvis, Little Richards e outros. Em alguns álbuns da série, os produtores e editores chegaram a gravar algumas músicas usando outros interpretes. O projeto vendeu 15 milhões de cópias no mundo inteiro e o coelho usado nas capas dos álbuns foi criado para ser um mascote, ele está presente nos álbuns e nos vídeo-clipes.

O “The Album” (1989) reúne o bom e velho rock and roll dos anos 50 e 60, como por exemplo, “Swing The Mood” que reúne músicas de rock e swing de Glenn Miller, Little Richard e Elvis, é uma das melhores do álbum, uma música contagiante, “Rock And Roll Party Mix” é outra música fantástica, um medley que começa com a sensacional “Tutti-Frutti” e outras músicas do Little Richard e Chuck Berry. “Lover’s Mix” é uma balada e reúne algumas canções de amor da década de 50 e 60, como “All I Have To Do Is Dream”, “Rhytmn Of The Rain”, “Will You Still Love Tomorrow”.Do You Wanna Rock” é um mix com rock dos anos 70. "That's What I Like" é uma versão estendida de algumas músicas, uma música muito dançante e com músicos que já apareceram na primeira faixa do álbum. “Glen Miller Medley” é uma faixa que reúne algumas músicas do Glen Miller. “Swing Swing Sisters” é um mix com músicas da década de 40 e conta com músicas dos grupos The Andrews Sisters e The Sisters Beverley. O álbum encerra com a faixa “Hopping Mad”, um mix que deveria ter sido lançado como single.

Os álbuns da série são uma boa pedida como trilha sonora da sua festa ou então para ouvir e relembrar os bons momentos de quem viveu e cresceu ouvindo essas músicas, que apesar de serem das décadas de 50 e 60, em nenhum momento elas se prenderam naquela época, prova disso é que a maioria dessas músicas é sucesso garantido até hoje. Boa Audição!

Track List

01. Swing The Mood
02. Rock And Roll Party Mix
03. Lover's Mix
04. Do You Wanna Rock
05. That's What A Like
06. Glenn Miller Medley
07. Swing Sisters Swing
08. Hopping Mad

Jive Bunny & The Mastermixers - "Swing The Mood"


Site Oficial: Jive Bunny

domingo, 12 de setembro de 2010

Renee Olstead

A maneira como conheci o trabalho da jovem Renee Olstead foi muito interessante. Na época estava escrevendo alguns artigos com dicas de jovens e talentosas cantoras de jazz no blog do Musicólatras . Entre uma dica e outra fui citando as cantoras que já conhecia e acabei conhecendo outras, entre elas, Renee Olstead.

A texana Renee Olstead, de 21 anos, é uma espécie de menina prodígio. Desde pequena já atuava em comerciais para a TV, tem diversas participações em filmes e séries televisivas e em 2000, com apenas 10 anos, gravou seu primeiro CD: "Stone Country". Como o nome do disco diz, ela optou pelo gênero country para se lançar como cantora. Dois anos depois, veio "Unleashed", EP com quatro músicas, seguindo o estilo do CD inicial. A guinada veio com o álbum "By Request" (2002), que trouxe no repertório apenas Standards do jazz, com arranjos conservadores, privilegiando a bela voz da adolescente. "What a Wonderful World", "Sentimental Journey", "Georgia on my Mind", "Over The Rainbown" e "At Last" são apenas alguns ingredientes desse cardápio.

O álbum "Renee Olstead" (2004) segue a mesma fórmula do “By request”, porém com um som mais sofisticado. Na época do lançamento, Renee tinha apenas 14 anos, mais a jovem já impressionava por sua técnica, voz afinada e desenvoltura ao cantar, isso sem falar que em nenhum momento a jovem cantora se intimidou e abriu o álbum com a clássica “Summertime” e interpretações primorosas nas músicas “Taking A Chance On Love”, “Is You Is Or Is You Ain't My Baby”, em “Someone To Watch Over Me” com participação do trompetista Chris Botti, “Breaking Up Is Hard To Do” com participação do cantor e pianista Peter Cincotti, “What A Difference A Day Makes”, “Sentimental Journey”, entre outras. A parte instrumental e arranjos do álbum também merece ser destacado, um jazz muito sofisticado e que em determinado momento lembra até o som de big bands, tudo executado com precisão. Renee é acompanhada pelos músicos, Peter Cincotti (vocal/piano), Dennis Budimir (guitarra), Don Shelton (saxophone alto e tenor), Chris Botti, Rick Baptist (trompete), Chris Downson, Billy Childs (piano), Brian Bromberg (baixo), Joe LaBarbera, Vinnie Colaiuta (bateria), a produção foi realizada por Davi Foster, o mesmo que produziu o álbum de estréia do cantor de jazz Michael Bublé.

O álbum “Skylark” (2009) é o trabalho mais recente da jovem Renee e segue a mesma linha do anterior. O álbum abre com a contagiante “Midnight Man”, uma canção que traz uma mistura de jazz com R&B, destaque para o arranjo que lembra e muito o som das big bands dos anos 40, isso sem falar na voz poderosa da jovem. “Love Man” é uma canção balada, bem calma, Chris Downson toca de maneira sutil o piano e Dan Higgins executa excecuta um solo de sax com maestria, enquanto isso Renee mostra sua versatilidade e facilidade no vocal. “Stars Fell On Alabama” é um clássico escrito por Mitchell Parish e Frank Perfins e que foi regravado e interpretado de uma forma fantástica, achei interessante à introdução, tem um toque vintage, como se Renee estivesse cantando lá nos anos 20. “My Baby Just Cares For Me” é outro clássico do jazz e começa apenas com o baixo e a guitarra, enquanto Renee da o tom nas primeiras notas, em seguida surge novamente a sensação da big band, o arranjo muito bem feito por sinal. Em “When I Fall In Love” a jovem cantora conta com a participação do trompetista Chris Botti, essa música é outro clássico do jazz, uma balada romântica de tirar o fôlego, a primeira vez que ouvi essa musica foi na voz incomparável de Chet Baker. Na música “Thanks For The Boogie Ride”, Renee é acompanhada pela Clayton Hamilton Orchestra, nem precisa dizer que ficou incrível né? Essa música literalmente transporta o ouvinte para os bailes de jazz das décadas passadas. "Hold Me Now” é uma canção escrita pelo produtor Foster e Renee, uma balada linda, a jovem se entrega, emoção do inicio ao fim. A faixa-titulo “Skylark”, outra canção muito bem interpretada pela jovem, com um toque bem suave e um instrumental bem harmonioso, Renee canta com propriedade e faz dessa música, uma das melhores do álbum. Renee ainda nos presenteia com outras músicas sensacionais e interpretações incrível, como por exemplo, “Hit The Road Jack”, “You've Changed” e “Nothing But The Blame”. Sempre é bom citar e destacar os músicos que estiveram presentes na gravação do álbum, Den Parks, Bob Mann (guitarra), Jochem Van De Saag (teclados, harmônica, órgão), Dan Higgins (saxofone), Chris Botti (trompete), Chris Dawson, David Foster (piano, teclado), Randy Waldman, Tamir Hendelman (piano), Frank Capp, Joe La Barbera, Vinnie Colaiuta (bateria); Rafael Padilla (percussão); Angela Fisher, Nita Hutton, Ester Austin, Quiana Parler, Lauren Evans, Richard Page (backing Vocal).

Renee Olstead é mais uma grata surpresa do mundo jazzístico, e que apesar de jovem, ela vem arrancando elogios da crítica especializa e sendo comparada com grandes cantoras de jazz, sem falar que ela tem demonstrado maturidade suficiente para escolher excelentes repertórios e consequentemente produzir trabalhos notórios, afinal o principal ela tem de sobra: talento. Boa Audição!

2004 - Renee Olstead
Gênero: Jazz



Track List

01. Summertime
02. Taking A Chance On Love
03. Is You Is Or Is You Ain't My Baby
04. Someone To Watch Over Me - (participação Chris Botti)
05. Breaking Up Is Hard To Do - (participação Peter Cincotti)
06. Love That Will Last, A
07. Meet Me, Midnight
08. Sunday Kind Of Love - (participação Chris Botti)
09. On A Slow Boat To China - (participação Carol Welsman)
10. What A Difference A Day Makes
11. Midnight At The Oasis
12. Sentimental Journey

2009 - Skylark
Gênero: Jazz



01. Midnight Man
02. Lover Man
03. Stars Fell On Alabama
04. My Baby Just Cares For Me
05. When I Fall In Love (Participação Chris Botti)
06. Thanks For The Boogie Ride
07. Hold Me Now
08. Skylark
09. Midnight In Austin Texas (Participação Robert Randolph)
10. Hit The Road Jack
11. You've Changed
12. Ain't We Got Fun
13. Nothing But The Blame

(Renee Olstead + Skylark)

Renee Olstead - "Summertime" (Live at Montreux Jazz Festival)


Renne Olstead - "Is You Is Or Is You Ain't My Baby" (Live at Montreux Jazz Festival)


Renee Olstead - "Midnight Man" (LIVE)


Site Oficial: Renee Olstead

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Delicatessen

2006 - Jazz + Bossa
Gênero: Jazz / Bossa Nova


Tive uma grande surpresa ao descobrir o som do grupo brasileiro de jazz e bossa nova Delicatessen. Música da melhor qualidade, arranjos belíssimos, um repertório fascinante e músicos competentes.

O grupo surgiu em 2006, através da parceria de Beto Callage, um aficionado e pesquisador do jazz, e Carlos Badia, músico gaúcho, que, ao descobrirem na voz delicada e afinadíssima de Ana Krüger um potencial para a fusão do jazz com a bossa nova, convidaram os músicos Mano Gomes (bateria) e Nico Bueno (Baixo) para criar o Delicatessen.

O álbum “Jazz+Bossa” (2006) marcou a estreia do grupo e desde então foi considerado como um dos maiores destaques da música independente nos últimos anos. Recebeu muitos elogios de críticos brasileiros, como Nelson Motta e Roberto Mugiatti, e também foi indicado para o prêmio Tim de Música 2007, na categoria Melhor Disco em Língua Estrangeira. O álbum também foi lançado no Japão, onde tem conquistado o gosto do público e assim divulgando a música brasileira. Em pouco mais de três anos de carreira, o grupo já coleciona várias apresentações, principalmente nas maiores casas de shows pelo Brasil e em alguns países do exterior. Em 2008 o grupo lançou o segundo álbum, “My Baby Just Cares For Me” – que em breve estará aqui no Blog Jazz e Rock – e atualmente trabalham em um terceiro.

Delicatessen não conquistou tudo isso a toa, o som é realmente maravilhoso, essa mistura entre o jazz e a bossa nova é algo que não tem como dar errado, e o grupo ainda trouxe um repertório que com certeza foi escolhido a dedo, como por exemplo, as músicas “In a Mellow Tone” (Duke Ellington), “In a Sentimental Mood” (Duke Ellington), “I Fall in Love Too Easily” (Sammy Cahan & Jule Styne) – eu ouvi e conheci essa música na voz do Chet Baker – “Angel Eyes” (Earl K. Brent & Matt Dennis) e duas músicas próprias “Todos os Dias” (Carlos Badia e Betto Callage) e “Setembro” (Carlos Badia e Beto Callage). Na primeira vez que ouvi o álbum “Jazz+Bossa”, o que me chamou a atenção foi à voz cativante e delicada da cantora Ana Krüger, é algo que impressiona pela qualidade. Delicatessen foi uma grande surpresa em todos os sentidos. Vale a pena conferir e apreciar. Boa Audição!

Track List

01. Angel Eyes
02. In A Mellow Tone
03. Black Coffee
04. In A Sentimental Mood
05. You're Getting To Ba A Habbit With Me
06. The Very Thought Of You
07. Do It Again
08. I Fall In Love To Easily
09. I Love The Way You're Breaking My Heart
10. That's All
11. The Touch Of Your Lips
12. I'm Through With Love
13. Todos Os Dias
14. Setembro

Delicatessen - "In A Sentimental Mood"


Delicatessen "Don't Be That Way" (Teatro CIEE - Porto Alegre)


Site Oficial: Delicatessen e Twitter: Clique e Siga

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Jô Soares e o Sexteto: "Rabada com Agrião"



Jô Soares é mesmo sensacional. Na última terça feira (31) estava assistindo o programa e quando voltou do intervalo o Jô começou a cantar a música "Rabada com Agrião". Eu ri demais com a letra e quando menos esperava estava cantarolando o refrão (a única parte que guardei). Fui na internet pesquisar e vi vários vídeos da música e consequente uma explicação sobre ela. Segundo o próprio Jô, "Rabada com Agrião" é uma adaptação baseada na música "Saturday Night Fish Fry" do Louis Jordan. Na verdade o Jô já cantou a música diversas vezes. E hoje (07) não foi diferente, estava assistindo e o Jô cantou de novo, não deu outra, aproveitei para postar o vídeo aqui no Jazz e Rock. Vale a pena conferir e rir um pouco. Boa Audição e Boa Noite.


domingo, 5 de setembro de 2010

Dave Brubeck Quartet

1961 - Time Further Out
Gênero: Jazz



Dave Brubeck é um dos grandes nomes do jazz. A música sempre esteve presente em sua vida, principalmente por ser de uma família musical, isso fez com que Dave começasse muito cedo no piano - aos 4 anos - aprendendo com sua mãe, e depois aos 9 anos já se empenhava no violoncelo. Apesar disso, Dave não era muito aplicado em aprender métodos, sua vontade era apenas compor suas músicas e toca-las, talvez por isso nunca aprendeu a ler partituras. Mais tarde, já na faculdade, Dave quase foi expulso do curso, após um professor descobrir que ele não sabia ler partituras, a sorte foi que os outros professores o defenderam apontando seu talento em contraponto e harmonia, porém o mais surpreendente foi que a faculdade temia que isso pudesse causar um escândalo e propôs que Dave só receberia o diploma se ele concordasse a nunca dar aulas de piano. Dave também estudou com o compositor francês Darius Milhaud. Em 1951 o pianista criou o seu quarteto, que nos primeiros anos teve algumas mudanças de bateristas e baixistas. Mais foi entre os anos de 1958-1967 e com a seguinte formação, Dave Brubeck (piano), Eugene Wright (baixo), Paul Desmond (saxofone) e Joe Morello (bateria) que o quarteto lançou dois álbuns clássicos.

Em 1959 o quarteto gravou “Time Out”, um dos álbuns mais revolucionários do jazz. Nesse álbum, o quarteto literalmente brincou com o tempo das músicas, prova disso é a clássica “Take Five”, tocada em 5/4. Porém Dave Brubeck Quartet, não parou por ai e dois anos depois lançou “Time Further Out” (1961), um álbum que continuou o excelente trabalho do anterior, porém uma forma ainda mais inovadora. Destaque para “Bluette”, uma música com um ar sombrio, melódica e com um toque sutil e cadenciado que acompanha o saxofonista Paul Desmont e Dave Brubeck. “Far More Drums” é tocada em 4/5 e o baterista Joe Morello literalmente rouba a cena, em uma apresentação impecável. “Unsquare Dance” começa e termina acompanhada pelas palmas, enquanto o baixista Eugene Wright executa grooves perfeitos. Em “Bru's Boogie Woogie” o quarteto embala um jazz swing e Dave Brubeck simplesmente arrasa no piano. “Blue Shadows In The Street” é uma balada bem cadenciada. O álbum ainda traz duas faixas bônus, “Slow And Easy” e “It's A Raggy Waltz” na versão ao vivo tocada no Carnegie Hall. Uma curiosidade em relação à capa do álbum, ela que na verdade é um quadro do pintor Joan Miró e que seria usada no álbum “Time Out”, mais por falta de tempo para cuidar da parte legal para usar a imagem, Dave Brubeck foi pessoalmente até o pintor pedir autorização e assim utilizou no álbum “Time Further Out”.

“Time Further Out” é daqueles álbuns que deve ser apreciado com calma, para que nada passe despercebido, a principio parece estranho devido a variações de tempo, digo isso por que senti isso, mais depois acabei me acostumando e vendo toda a genialidade do Dave Brubeck Quartet atrás disso.

Aproveito para deixar meus agradecimentos ao Edison Jr. (parceiro do blog Musicólatras) que me apresentou e upou o álbum. Alias confiram a postagem dele no Musicólatras sobre o Dave Brubeck, está imperdível. Boa Audição !

Track List

01. It`s a Raggy Waltz
02. Bluette
03. Charles Matthew Hallelujah
04. Far More Blues
05. Far More Drums
06. Maori Blues
07. Unsquare Dance
08. Bru's Boogie Woogie
09. Blue Shadows In The Street
10. Slow And Easy (A.K.A. Lawless Mike)
11. It's A Raggy Waltz (Live At Carnegie Hall)

Dave Brubeck Quartet - "It's A Raggy Waltz"


Site Oficial: Dave Brubeck

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Miles Davis

1992 - Doo-bop
Gênero: Jazz / Funk / Hip Hop


Falar sobre Miles Davis tem sido um prazer muito grande, principalmente por que através da sua música consegui entender melhor o jazz e principalmente no que diz respeito a suas vertentes. Por isso não poderia deixar de falar do álbum “Doo-Bop” (1992), o último lançando por Miles Davis.

Como sempre digo nas postagens do Miles Davis, ele foi um inovador, criou vários estilos de jazz, como por exemplo, o fusion, cool jazz, o jazz-rock, entre outros. Durante toda sua carreira, Miles Davis sempre buscou algo novo, levou muita critica por isso, mais em nenhum momento pensou em desistir, pelo contrário, a cada novo álbum, o trompetista surgia com algo novo. Para o seu último álbum, estava claro que não seria diferente, “Doo-Bop” foi lançado em 1992, um ano após a morte do trompetista. Nesse álbum Miles Davis fez algo praticamente improvável, ele criou a fusão entre o jazz, funk e o hip hop, o resultado foi uma sonoridade que ninguém conhecia e que sequer pensavam em tentar criar. “Doo-Bop” traz nove músicas, sendo as “Fantasy” e “High Speed Chase” póstumas, ambas foram criadas a partir de pré-gravações feitas por Miles Davis. O álbum foi produzido pelo rapper Easy Mo Bee, que também fez participação nas músicas, juntamente com AB. More Jr. No repertório a excelente “Chocolate Chip”, onde a bateria dita o ritmo, acompanhado pelo som inconfundível do trompete de Miles Davis, “Mystery” é mesmo misteriosa, uma música que começa com uma pegada funkeada, enquanto Miles executa pequenos solos no trompete, “High Speed Chase” é um pouco mais agitada que as outras, possui uma batida contagiante e rápida, novamente Miles Davis esbanja habilidade no trompete, “The Doo Bop Song” segue a mesma linha das demais, com uma batida ritmada e com a pegada bem funk/hip hop, enquanto Miles manda ver no trompete.

Miles Davis não poderia ter encerrado sua carreira de outra forma, o trompetista buscou inovar a cada momento. Não só conseguiu isso, como mudou completamente a história do jazz, Miles Davis mostrou ao mundo que o jazz poderia buscar outros horizontes e se aliar a outros estilos, prova disso foram as várias fusões criadas pelo trompetista. Boa Audição!

Track List

01. Mystery
02. The Doo Bop Song
03. Chocolate Chip
04. High Speed Chase
05. Blow
06. Sonya
07. Fantasy
08. Duke Booty
09. Mystery (Reprise)

Miles Davis - "The Doo Bop Song" (Original Video)