segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mike Stern

2009 - Big Neighborhood
Gênero: Jazz / Jazz Fusion



Mike Stern está entre os melhores guitarristas de jazz fusion da atualidade, ao longo da sua carreira foi indicado cinco vezes ao Grammy e tocou ao lado de músicos consagrados como Miles Davis, Stan Getz, Jaco Pastorius, Pat Martino, Arturo Sandoval, Marcus Miller e tantos outros. Em seus trabalhos solos, Mike esbanja competência, virtuosismo e mostra que possui um talento nato para lidar com a música.

“Big Neighborhood” (2009) segue a mesma linha de trabalho do álbum antecessor “Who Let The Cats Out?” (2006), Mike reuniu um time invejável de músicos, o resultado é um álbum rico tecnicamente e com uma diversidade de influências impressionante. Assim como sugere o nome do álbum, no seu “Grande Bairro”, Mike mostra que há espaço para novas idéias e conta com músicos diversificados e que enriquecem ainda mais o seu trabalho. Os guitarristas Steve Vai e Eric Johnson, os baixistas-vocalistas Richard Bona e Esperanza Spalding, o trio Madesk Martin & Wood, os bateristas Dave Weckl, Lionel Cordew, Terri Lyne Carrigton, Cindy Blackman, os baixistas Chris Minh Doky Goines e Lincoln, os saxofonistas Bob Franceschini e Bob Malach, o trompetista Randy Brecker e o pianista Jim Beard. Como vocês podem ver um time de primeiríssima linha.

Na faixa-título “Big Neighborhood”, o dueto entre Mike e Steve Vai chama à atenção, uma música tecnicamente perfeita, com uma pegada voltada para o rock, onde solos estonteantes e surpreendentes ditam o ritmo em uma sincronia perfeita. Destaque para o excelente baterista Dave Weckl. Impossível não se empolgar logo na primeira música do álbum. Na sequência Mike tem ao seu lado outro guitarrista de peso, Eric Johnson. “6th Street” é uma música excelente, recheada de bons solos e uma técnica invejável, afinal são dois exímios guitarristas. O baixista/vocalista Richard Bona – que esteve presente no último álbum – volta com a mesma energia, e a música “Reach” é a prova disso. A música traz um tema relacionado com os ritmos africanos, com muito groove e scats de tirar o fôlego, acompanhado pelo saxofonista Bob Franceschini e com solos de Mike Stern. Na seqüência o baterista Terri Lyne e a jovem baixista/vocalista Esperanza Spalding apresentam três músicas. “Song For Papper” e “Bird Blue” mostra todo talento da jovem baixista, sua forma suave de cantar e tocar impressionam, seus scats são extraordinários, Terri também conduz as músicas com muita elegância, enquanto Mike os acompanha entoando notas suaves e melódicas na sua guitarra, diria que são duas músicas envolventes. “Coupe de Ville” é um tema trazido dos anos 50, porém com arranjos atuais, uma música livre, com muito improviso. Mike Stern novamente esbanja virtuosismo na guitarra, o pianista Jim Beard e o saxofonista Bob Malach apresentam uma sequência alternada de solos e por fim Esperanza com seu contrabaixo preciso e impecável dita o ritmo juntamente com o baterista Terri. A funkeada “Check One” é tocada pelo saxofonista Bob Malach e o trio de jazz-funk Madeski Martin & Wood, formado pelo baterista Billy Martin, o baixista Chris Wood e o tecladista John Madeski. Mike Stern conta que não tiveram a oportunidade de ensaiar e diz que a música saiu em poucas tentativas depois que entraram no estúdio. “Hope You Don’t Mind” apresenta o trompetista Randy Brecker, um antigo colaborador nos álbuns do Mike. Acompanhados pelo pianista Jim Beard, o baixista Chris Mihn e o baterista Cindy Blackman. É uma música enigmática e que tem como base o improviso, já que cada músico ganha seu espaço para poder desenvolver o seu solo. O resultado não poderia ser melhor.

Em “Big Neighborhood” Mike Stern se sobressai mais uma vez ao criar um universo musical coeso e diversificado. Seu álbum abre espaço para músicos consagrados e jovens talentos, em uma mistura de ritmos, culturas e influências. Resumindo: É uma forma que não tem como dar errado. Boa Audição !

Track List

01. Big Neighborhood
02. 6th Street
03. Reach
04. Song For Pepper
05. Coupe de Ville
06. Bird Blue
07. Moroccan Roll
08. Long Time Gone
09. Check One
10. That’s All It Is
11. Hope You Don’t Mind

Site Oficial: Mike Stern

sábado, 29 de maio de 2010

John Pizzarelli no Programa "Todo Seu"

O guitarrista John Pizzarelli esteve no Brasil realizando alguns shows, no Bourbon Street (SP), SESC Vila Mariana (SP) e termina no Festival de Jazz de Paraty/RJ.

Para os fãs que não tiveram a oportunidade de ir ao show (como foi o meu caso), qualquer apresentação do Pizzarelli, mesmo sendo na TV, já vale alguma coisa. Como era de costume, ele sempre se apresentou no Programa do Jô, inclusive foi aonde conheci e passei a ouvir o som do Pizzarelli.

John Pizzarelli fez uma participação no programa “Todo Seu” (TV Gazeta - 24/05) do Ronnie Von, que se declarou um fã de carteirinha (risos). Em um bate papo descontraído e na breve apresentação solo, o guitarrista tocou duas músicas do seu álbum atual “Rockin' In Rhythm A Duke Ellington Tribute”, são elas, “Love Scene” e “In A Mellow Tone”, e mostrou todo seu talento e admiração pela bossa nova ao tocar a música “Dindi”.

Agora é esperar 2011.

John Pizzarelli "Programa Todo Seu" (PARTE 1)


John Pizzarelli "Programa Todo Seu" (PARTE 2)


Site Oficial: John Pizzarelli

quinta-feira, 27 de maio de 2010

James Brown

1973 - The Payback
Gênero: Funk/Soul



James Brown pode ser considerado como um dos músicos mais importantes da história e deixou um legado sem precedentes em todos os sentidos, já que sua importância não resume apenas na música.

“The Payback” é considerado um marco na história do funk/soul e na carreira do Rei do Soul. Lançado em 1973 com o intuito de se tornar a trilha sonora do filme “Hell Up in Harlem”, mas foi rejeitado pelo diretor Larry Cohen. O fato é que o álbum tem uma excelente qualidade, James possuía o “poder” que só os gênios eram dignos de receber, ele moldava a música conforme sua vontade e fazia isso com excelência. A história que cerca esse álbum é comovente, na época James Brown foi internado por exaustão e poucos dias depois de receber alta, seu filho mais velho faleceu em um acidente de carro. Talvez por isso o álbum transmite um pouco da sua indignação e sofrimento.

A faixa-título é de longe a melhor do álbum, “The Payback” é um clássico do funk/soul, James Brown aparece na melhor forma, com sua voz inconfundível, na letra ele pede apenas vingança. O arranjo instrumental é simplesmente genial, são sete minutos de puro êxtase, depois da abertura com backing vocals e metais, a música segue em uma batida cadenciada e hipnótica. O álbum ainda traz duas baladas soul da melhor qualidade, em “Doing The Best I Can” (Fazendo o melhor que posso), letra fala sobre as circunstâncias adversas e como se manter em equilíbrio e “Forever Suffering”. “Time Is Running Out Fast” parece uma espécie de jam session, muito boa por sinal. “Take Some...Leave Some” vem carregada de funk, o mesmo ritmo cadenciado e James Brown mandando ver nos vocais. Em “Shoot Your Shoot” o destaque vai para os metais. “Stone To The Bone” está longe de ser empolgante como as outras, mais tem o seu valor no álbum, destaque para o solo de piano feito por James Brown e os metais. “Mind Power” é um funk interessante, porém o diferencial é que boa parte da letra é falada por James Brown.

E não poderia deixar de citar os músicos que fizeram parte do álbum; James Brown (Vocal, Piano Elétrico) Thomas Fred (Baixo), John Starks Jabo (Bateria), Hearlon Martin e Jimmy Nolen (Guitarra), Maceo Parker e St.Clair (Flauta), Isiah Oakley, Jerone Melson, Darryl Jamison (Trompete), Fred Wesley (Trombone) e John Morgan (Percussão).

Não é por acaso que “The Payback” figura entre os melhores álbuns de funk/soul, sua qualidade é incontestável e sem falar que abrange de maneira coesa o funk ao lado de baladas soul. E mostra também o esforço de James Brown em produzir o álbum e se apresentar de forma impecável nos vocais, ainda mais nas circunstâncias que sua vida estava. É por essas e outras, que James Brown foi um cara diferenciado e reverenciado.

P.S: Segue abaixo dois vídeos. O primeiro é clássico, a música “The Payback”. O segundo é bem interessante e não poderia deixar de citá-lo. É parte de um episódio do seriado “Todo Mundo Odeia o Chris”, em que o Chris quer ser DJ e para isso gasta todo seu dinheiro na compra dos equipamentos e com isso não sobra nada para comprar os LPs. Então a sua mãe empresta o disco “The Payback” e por infelicidade o Chris acaba arranhando. Depois surge uma apresentação muito engraçada, de como ele iria fazer para distrair sua mãe, caso ela quisesse ouvir o disco, é aí que o Chris aparece cantando a música “The Payback” e acompanhado por uma banda, destaque para a participação do baixista Marcus Miller.

Track List

01. The Payback
02. Doing The Best I Can
03. Take Some - Leave Some
04. Shoot Your Shot
05. Forever Suffering
06. Time Is Running Out Fast
07. Stone To The Bone
08. Mind Power

James Brown "The Payback" (Audio)


Todo Mundo Odeia o Chris "The Payback"

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Herb Ellis

1960 - Thank You, Charlie Christian
Gênero: Jazz



Enquanto ouvia atentamente Herb Ellis esbanjar virtuosismo na sua guitarra e ficar sem palavras com tamanha qualidade, ao mesmo tempo me lamentava por não ter conhecido ele antes. E graças ao amigo e guitarrista, Thiago Teberga, que fez uma postagem sobre Herb Ellis no blog Musicólatras Anônimos, tive a oportunidade de descobrir a obra desse virtuoso guitarrista.

Herb Ellis, nasceu em Farmersville, Texas em agosto de 1921. Tocou banjo e gaita quando criança antes de fazer aulas de guitarra no North Texas State Teachers College, uma das primeiras a oferecer aulas de jazz. Tocou ao lado de grandes nomes do jazz como, Billie Holiday, Louis Armstrong, Stan Getz, Dizzy Gillespie, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Jonnhy Frigo, Barney Kessel, Charlie Byrd, Joe Pass e com Oscar Peterson, formando um dos trios de jazz mais memoráveis da história. Herb faleceu este ano, aos 88 anos.

Em “Thank You, Charlie Christian” (1960), Herb Ellis presta uma homenagem ao lendário guitarrista que influenciou diretamente a sua maneira de tocar. Ao lembrar sobre a primeira vez que ouviu Charlie tocar, o guitarrista diz que apesar de saber que poderia tocar mais rápido, percebeu que a velocidade não era tudo na música. E neste álbum, Herb mostra que mesmo depois de ter aprimorado sua técnica e com isso estabelecendo um jeito próprio de tocar, ele jamais se esqueceu do estilo de Charlie Christian. Sua música tem como característica a sofisticação harmônica do jazz bebop com algumas influências trazidas do blues. Na gravação do álbum, Herb teve o acompanhamento do pianista Frank Strazzi, o baixista Chuck Berghofer, o baterista Kenny Hume e o violoncelista Harry Babasin.

Como ouvinte assíduo de jazz, digo sem medo de errar que “Thank You, Charlie Christian” foi um dos melhores álbuns de jazz que já ouvi. O Bebop é uma das vertentes do jazz que mais me fascina, surgiu nos anos 40 e possui uma forte ligação com o swing, porém o diferencial é que no bebop os músicos apostaram em um som mais técnico e com harmonias complexas. Sua principal característica são os solos e improvisos estonteantes, aliados a uma cadência rítmica precisa e a liberdade que o músico possuiu para desenvolver e criar, sempre privilegiando pequenos grupos e solistas virtuosos. É a fórmula perfeita para um amante do jazz. Boa Audição !

Track List

01. Pickley Wickley
02. I Told You I Loved You No
03. Cook One
04. Karin
05. Cherry Kijafa
06. Thank You Charlie Christi
07. Alexander's Ragtime Band
08. Lemon Twist
09. Everything's Pat
10. Workin With the Truth

Herb Ellis "Medley"


Herb Ellis "The Days Of Wine And Roses" (Live)

domingo, 23 de maio de 2010

Hypnotic Brass Ensemble


Hypnotic Brass Ensemble é um grupo de Chicago, formado por nove músicos, sendo oito irmãos, filhos do trompetista Phil Cohran. O grupo ficou conhecido por tocar nas ruas e em lugares públicos da cidade de Chicago e depois Nova Iorque, vendendo os seus álbuns de forma independente. O som do grupo se destaca pelos metais, já que são quatro trompetes, um trombote, um barítono e um sousaphone (uma espécie de tuba), além da bateria.

O álbum “Hypnotic Brass Ensemble” (2009) foi lançado como uma coletânea, com re-gravações e contém músicas que foram lançadas ao longo da carreira do grupo, excelente para quem está querendo conhecer. Destaque para as músicas “Alyo” do trompetista Phil Cohran, “War”, “Flipside”, “Jupiter”, “Hypnotic” e “Ballicki Home”. O álbum "New York City Live", contém músicas que foram gravadas em apresentações ao vivo pelas ruas da cidade. As influências musicais trazidas e incorporadas nas composições e principalmente nos arranjos do HBE impressionam pela diversidade, vão do jazz/funk ao hip-hop.

Das ruas de Chicago e Nova York para o mundo. Assim tem sido a trajetória do grupo, que já se apresentaram em festivais na Holanda, Portugal, Alemanha e Espanha. A cada passo eles conquistam seu espaço, com uma música de qualidade e diferenciada, em todos os sentidos. Se você não é um fã dos metais, com certeza irá mudar de opinião ao ouvir o som dessa galera de Chicago. Boa Audição !

2009 - Hypnotic Brass Ensemble
Gênero: Jazz/Funk/Hip Hop/Jam Band



Track List

01. Alyo
02. Gibbous
03. War
04. Ballicki Home
05. Flipside
06. Marcus Garvey
07. Jupiter
08. Party Started
09. Rabbit Hop
10. Sankofa
11. Hypnotic
12. Satin Sheets
13. Rabbit Hop (Version)

Integrantes:

Gabriel Hubert ("Hudah") - Trompete
Saiph Graves ("Cid") - Trombone
Tycho Cohran ("LT") - Sousaphone (tuba)
Amal Baji Hubert ("Baji" or "June Body") - Trompete
Jafar Baji Graves ("Yosh") - Trompete
Seba Graves ("Clef") - Trombone
Tarik Graves ("Smoov") - Trompete
Christopher Anderson ("360") - Bateria
Uttama Hubert ("Rocco") - Barítono

2007 - New York City Live



Track List

01. Tarik
02. Deja Vu
03. Jukebox
04. Hypnotic
05. War
06. Sri Nerodi
07. Marcus Garvey
08. Alyo
09. Mercury
10. Bônus Track 1
11. Bônus Track 2
12. Bônus Track 3

Hypnotic Brass Ensemble "War"


Hypnotic Brass Ensemble "Planet Gibbous"


Hypnotic Brass Ensemble (Ao vivo na estação do metrô de Nova Iorque, Dez/2006)


Site Oficial: Hypnotic Brass Ensemble

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Iron Maiden



A década de 80 pode ser considerada como uma época de ouro para o Iron Maiden, marcando o inicio de uma trajetória meteórica na carreira da banda. Para nos situar melhor na história, tentarei explicar de maneira resumida. O primeiro álbum “Iron Maiden” foi lançado em 1980. Na época aconteceu a primeira grande mudança na formação da banda, a saída do então guitarrista Dennis Stratton e a chegada de Adrian Smith. O Iron Maiden ganhava em qualidade, já que Adrian possuia caracteriscas diferentes do outro guitarrista, Dave Murray. E foi no álbum “Killers” (1981) que veio a confirmação, um álbum mais trabalhado, com solos envolventes e composições que viriam a ser os primeiros clássicos da banda. O próximo ano seria decisivo e implacável. O primeiro a rodar foi o vocalista Paul Dianno, que apesar de ter contribuido e muito, alguns problemas fizeram com que tal decisão fosse tomada. O escolhido para assumir o posto, foi o vocalista Bruce Dickinson. Com tal mudança, começava a ser desenhado os “anos dourados” do Iron Maiden. “The Number Of The Beast” (1982) foi o primeiro grande álbum, letras marcantes, uma banda renovada e que buscava firmar uma identidade própria. O álbum é considerado um dos maiores clássicos do heavy metal. Porém o Iron sofreria outra baixa na sua formação. O baterista Clive Burr foi demitido por que segundo relatos, ele não acompanhava o ritmo e não se encaixa nos futuros projetos da banda. Com isso Nicko McBrain assume o posto, ele que era velho conhecido e que já tinha tocado com a banda em outras oportunidades. O álbum “Piece Of Mind” (1983) foi de uma responsabilidade e tanto, pois era o sucessor do “The Number of The Beast” e não poderia decepcionar. O foi um álbum com caracteriscas diferentes, porém com uma formação entrosada, principalmente as guitarras e com composições de peso.

No ano seguinte o Iron chegou no que considero o seu nível mais alto, até então. “Powerslave” (1984) coroava um periodo curto, mais que rendeu bons resultados a banda. O álbum é impecável em todos os sentidos. Era o momento exato para trazer a tona toda qualidade da banda. Começando pela arte gráfica, um trabalho minusioco e rico em detalhes de Derek Riggs. Os integrantes que já estavam entrosados trataram de fazer um álbum na medida exata.

O álbum começa com “Aces High”, um verdadeiro clássico. Riffs poderosos dão inicio a uma das melhores músicas do Iron Maiden, Adrian e Dave esbanjam técnica e virtuosismo. Nicko McBrain sempre preciso na bateria, o baixo de Steve Harris com a mesma velocidade e precisão impressionante de sempre, enquanto Bruce mostra que sua voz estava na melhor fase . O solo e o refrão dessa música é um dos meus favoritos. O tema da letra é sobre as batalhas aéreas durante a II Guerra Mundial, entre os inglesses e o exército alemão. “2 Minutes To Midnight” é outro clássico, que traz um riff inicial que ficou imortalizado, refrão grudento, uma melodia bem mais clássica e um solo muito bem executado por Adrian e Dave. A letra foi composta por Adrian e Bruce, e fala sobre a constante ameaça de uma guerra nuclear que existia na época. “Losfer Words (Big' Orra)" foi composta por Steve Harris, que apostou em uma música instrumental e que evidênciou ainda mais o bom entrosamento da banda. “Flash of The Blade” se destaca pelo seu instrumental, a introdução é conduzida pelas guitarras, em seguida o baixo e a batera entram detonando tudo. Bruce Dickinson assume o vocal e em meio a agudos primorosos a música ganha traços melódicos. O solo é uma obra-prima, Dave e Adrian Smith executa cada nota com perfeição. “The Duellits” pode não estar entre os clássicos, mais é uma música que eu curto demais. Composta por Harris e tem como tema os duelos travados nos séculos passados, que segundo uma lenda diz que, quem pegasse a luva de um desafiante teria que lutar contra ele até a morte. Mais o que chama mesmo a atenção é o instrumental da música, as cavalgadas precisas do baixo de Steve Harris, a bateria imponente de McBrain e um dueto de guitarras simplesmente marcante. “Back in the Village” foi composta por Bruce e Adrian, não deve nada as outras, uma música excelente. Bruce compõe a música “Powerslave”, um dos maiores clássicos do Iron Maiden. O instrumental por si só dispensa comentários, muito bem executado, a música ganha traços melódicos na voz de Bruce e um ar sombrio. A letra tem alto teor histórico e fala especificamente sobre o Egito. Baseada na lenda que diz que os mortos são incorporados ao deus egípcio Osíris e após a morte do pai do Faraó, ele é visto como o próprio “Deus na Terra” e com isso acaba virando um escravo do poder. “The Rime of the Ancient Mariner” é uma composição de Steve Harris, uma música de exatos 13:39 minutos. A letra é baseada no poema do escritor inglês Samuel Taylor Coleridge, escrito em 1798 marca o início da Literatura romântica em Inglaterra. O poema fala sobre um marinheiro que é amaldiçoado por matar um albatroz durante a sua jornada no mar. A banda se destaca pelo instrumental, que no decorrer da música apresenta muitas variações, com uma base pesada, momentos melódicos e sombrios. Destaque para o momento épico no meio da música, o baixo de Steve Harris embala um ritmo continuo e calmo, enquanto Bruce Dickinson recita parte do poema, na seqüência a música continua em um ritmo avassalador. Um verdadeiro clássico!

“Powerslave” fecha um dos ciclos mais extraordinários do Iron Maiden. Um álbum completo, com letras bem elaboradas e um instrumental impecável. Por se tratar de um clássico é impossível economizar nas palavras e nos elogios. Up The Irons !

1984 - Powerslave
Gênero: Heavy Metal



Track List

01. Aces High
02. 2 Minutes To Midnight
03. Losfer Words (Big 'Orra)
04. Flash Of The Blade
05. The Duellists
06. Back In The Village
07. Powerslave
08. Rime Of The Ancient Mariner

Iron Maiden "2 Minutes to Midnight" (Video Oficial)



Iron Maiden "Aces High" (Video Oficial)



Site Oficial: Iron Maiden

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"O Caçador de Pipas" (Khaled Hosseini)

Ficha Técnica

Escritor: Khaled Hosseini
Gênero: Romance
Lançamento: 2005
Páginas: 368
Acabamento: Brochura
Editora: Nova Fronteira

Com mais de oito milhões de exemplares vendidos no mundo inteiro, “O Caçador de Pipas” pode ser considerado um Best-seller. Apesar de ter sido lançado há algum tempo e com isso passei a ouvir comentários excelentes a respeito, nunca tive interesse em ler o livro. Fui comprar o meu exemplar no ano passado em uma liquidação de livros aqui na cidade. Desde então achei a necessidade de incluir o livro nesse projeto e fazer a resenha. No entanto fica difícil falar de um livro tão comentado. Espero que a resenha desperte o interesse nas pessoas que ainda não tiveram a oportunidade de ler esse romance.

“O Caçador de Pipas” é o livro de estréia do médico e escritor Khaled Hosseini. A trama se desenvolve em uma narrativa emocionante e prazerosa, com uma riqueza de detalhes impressionante. Amir e Hassan são os dois personagens principais, duas crianças que cresceram juntos, assim como seus pais, apesar da diferença entre as etnias, crenças e nível social; os dois têm um laço que os une: foram amamentados pela mesma mulher. Amir é filho de um respeitado comerciante de Cabul e vive em uma casa cercada de riqueza e luxo. Hassan é pobre, seu pai é empregado (do pai de Amir), vivem em um casebre no quintal, é um hazara (uma etnia discriminada no Afeganistão) e foi abandonado pela mãe. Apesar dos contrastes, é Amir quem parece indefeso, ao contrário de Hassan, que mesmo não sabendo ler e escrever, é esperto, corajoso e demonstra uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas a sua volta, e como se todas essas qualidades não fossem o bastante, Hassan ainda era um amigo fiel. E foi esse Hassan, que decidiu quem Amir seria no futuro, durante uma batalha de pipas.

O livro começa com uma frase impactante e desafiadora. A história começa no ano de 2001 e tem Amir como narrador principal. Na ocasião, ele está adulto e morando nos EUA. Sua narração começa em um tom de desabafo e relata o que aconteceu para que sua vida fosse mudada de maneira tão drástica, fazendo com que ele (Amir) vivesse todos esses anos fugindo do seu passado.

“Eu me tornei o que sou hoje aos doze anos, em um dia nublado e gélido do inverno de 1975”.

Apesar de soar meio sem nexo no inicio, o livro tem uma cronologia perfeita, nos primeiros capítulos o narrador regressa quase 30 anos da sua vida e começa a contar como era sua infância no Afeganistão. Conta como era sua relação com o pai, suas dúvidas, seus medos, a amizade com Hassan, enfim, o narrador traz a tona alguns momentos marcantes e com isso uma infinidade de sentimentos que nos envolve no decorrer da história. É como se um imenso quebra cabeça estivesse sendo montado. Amir também relata o que viveu no Afeganistão, até a invasão dos russos, ele e o pai fugindo do país e anos depois chegando aos EUA. Nesse ponto somos levados de volta ao ano de 2001, com Amir morando nos EUA, casado, com sucesso na carreira literária e com um sentimento que o acompanha desde o inverno de 1975.

A partir daí a narrativa ganha outra intensidade. Amir recebe o telefonema de um velho amigo da família, Rahim Khan, que faz uma proposta que pode mudar para sempre o rumo da sua vida. Para isso, Amir precisa enfrentar os fantasmas do seu passado, voltando a um Afeganistão destruído pela guerra e oprimido pelo regime Talibã. Com isso Amir tem uma nova oportunidade de se redimir daquele que foi o maior engano da sua vida.

No decorrer do livro, somos impactados por vários sentimentos; revolta, tristeza, esperança, alegria e muitas vezes chegamos às lágrimas. A verdade é que o escritor trata tudo isso de maneira natural e acima de tudo humana. É um livro triste, com uma história triste. Confesso que não é uma leitura que me atraí (talvez por isso demorei tanto tempo para me interessar e comprar o livro), mais logo nos primeiros capítulos é impossível não perceber a maneira cativamente de como a história é contada e apresentada.

Devido ao sucesso, o livro foi adaptado para o cinema. Mais fica a dica: Leia o livro primeiro. Tive a oportunidade de assistir o filme e achei muito superficial, alguns pontos importantes são deixados de lado e com isso perde muito em qualidade. Nesses casos o filme serve apenas como base, pois tudo que você imaginou durante a leitura acaba ganhando forma. Recomendo "O Caçador de Pipas" sem medo de errar.

Leia um trecho do livro: Clique Aqui

Onde Comprar ? Livraria Cultura ou Livraria Saraiva

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dica de Filme: "Homens de Honra" (2000)

Fim de semana chegando, muito frio e aproveito para deixar uma dica de filme como opção para vocês. Eu já assisti esse filme várias vezes e mesmo assim quando passa na TV faço o possível para não perder. “Homens de Honra” é daqueles filmes que prende a nossa atenção do começo ao fim, com atuações impecáveis dos atores Robert De Niro e Cuba Gooding Jr e uma trama baseada em fatos reais. O jovem aspirante a mergulhador, passa por diversas situações humilhantes na escola e durante o curso preparatório de mergulho. É impossível não se emocionar com o filme.

Sinopse:

Situada nos anos 40, a história mostra as esperanças de Carl (Cuba Gooding Jr), filho de um lavrador humilde, em ser alguém na marinha. Porém, ao chegar no navio, descobre que os negros são recrutados somente para trabalhar na cozinha do navio. Banhos de mar, para os oficiais "de cor", somente às segundas-feiras. Eis que Carl, um belo dia, resolve tomar banho fora do horário determinado e mostrar aos superiores seus dotes como nadador. Após ser preso, consegue, com a ajuda do capitão Pullman (Powers Boothe), uma vaga como marinheiro salva-vidas.

Seu sonho, porém, é ser mergulhador na marinha. Após dois anos de tentativas, consegue chegar à obscura escola de mergulho, comandada por Leslie Sunday (Robert De Niro). Lá, o jovem passa por várias situações humilhantes e constrangedoras, entre elas a que todos os outros recrutas deixam o alojamento no momento em que Carl entra. Claro que sobra para ele um amigo, o tímido e gago Snowhill (Michael Rapaport). Com o tempo Carl vai se mostrando um jovem disposto a tudo e acaba ganhando o respeito e a amizade do comandante Sunday, que o apoia em um dos momentos mais complicados da sua carreira, quando Carl perde a perna em um acidente e tenta provar diante de um tribunal que ainda pode ser um mergulhador da marinha. (Fonte: Terra Cinema)

Ficha Técnica:

Título Original: Men of Honor
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 128 min
Ano de Lançamento: 2000
Estúdio/Distrib.: Fox 2000 Pictures / State Street Pictures
Direção: George Tillman Jr.
Música: Mark Isham

Elenco:

Robert De Niro (Billy Sunday)
Cuba Gooding Jr. (Carl Brashear)
Charlize Theron (Gwen)
Aunjanue Ellis (Jo)
Hal Holbrock (Sr. Pappy)
Michael Rapaport (Snowhill)
Powers Boothe (Capitão Pullman)
David Keith (Capitão Hartigan)
Holt McCallany (Rourke)
Joshua Leonard (Isert)
Dennis Troutman (Boots)
Joshua Feinman (DuBoyce)
Theo Nicholas Pagones (Mellegrano)

Trailer "Homens de Honra"

Podcast: Bridgestone Music Festival - Só a "nata" do jazz contemporâneo!


K.K.P.D. - Christian Scott (disco: Yestarday You Said Tomorrow, de 2010
Dynamo - Ahmad Jamal (disco: It's Magic, de 2008)
Twilight Song - Melissa Walker (disco: Ballads, de 2002)
The Sum of All Parts - Dave Holland Sextet (disco: Pass It On, de 2008)
Draw the Light Out - Jason Moran (disco: Black Stars, de 2001)
Stick & Move - Christian McBride & Inside Straight (disco: Kind of Brow, de 2009)
La Repetida - Escalandrum & Daniel Piazzola (disco: Misterioso, de 2006)

domingo, 9 de maio de 2010

George Benson

2009 - Songs And Stories
Gênero: Smooth Jazz



George Benson figura entre os maiores guitarristas da história e do jazz, são 50 anos de carreira, inúmeros álbuns e sucessos que marcaram época, o auge da sua carreira foi entre 1976 e 1993, na ocasião ficou no topo das paradas americanas por 22 vezes e na inglesa por 17 vezes. Claro que são apenas números, mais que reflete um pouco da importância desse guitarrista. Também já se apresentou ao lado de músicos como Miles Davis e Herbie Hancock. Apesar de ser um guitarrista de jazz, durante a sua carreira, Benson caminhou por gêneros mais populares e com isso alcançou um sucesso ainda maior. Lançou álbuns clássicos, entre eles “Breezin” (1976) e “Give Me The Night” (1980), produzido por Quincy Jones e que foi premiado com o Grammy.

“Songs and Stories” (2009) é o mais novo lançamento deste lendário guitarrista. É um álbum com a marca do George Benson, um som de extrema qualidade, bom do começo ao fim. Benson apostou muito alto na qualidade do álbum e pra isso trouxe o baixista Marcus Miller e John Burk como produtores, além da participação do percussionista brasileiro Paulinho da Costa, das cantoras Patti Austin e Lalah Hathaway e o guitarrista Norman Brown. No repertório algumas releituras de sucessos pop, como “Don’t Let Me Be Lonely Tonight” de James Taylor e “Sailing” de Christopher Cross. O detalhe é que as duas músicas foram gravadas no Brasil e teve a participação do guitarrista, compositor e arranjador Toninho Horta. As demais músicas também são releituras, “Somedy We’ll All Be Free” do cantor americano Donny Hathaway e “Rainy Night In Georgia” do cantor Brook Benton. Destaque para as músicas “Family Reunion”, a funkeada “Show Me The Love” com direito a slaps de Marcus Miller e um excelente arranjo de metais. Em “A Telephone Call Away” Benson canta acompanhado da cantora Lalah Hathaway. “Nuthin' But A Party” é uma música bem funkeada e uma excelente performance do convidado Norman Browm, executando na guitarra solos curtos e precisos e claro, Marcus Miller mandando muito bem no baixo, slapeira pura. “Exotica” é uma das grandes músicas do álbum, Geoge Benson se solta na guitarra e mostra por que é um dos melhores guitarristas e tem o acompanhamento da cantora Patti Austin. “Living In High Definition” é um instrumental de tirar o fôlego, Benson manda bem na guitarra e abusa do scatting (uma técnica vocal). O resultado é uma música envolvente, em um ritmo dançante e que mais uma vez têm um excelente arranjo de metais. A música é do compositor Motown Lamont Dozier.

Depois de lançar o álbum “Givin' it Up” (2006) em parceria com o cantor Al Jarreau, George Benson retorna em grande estilo, com um trabalho de qualidade, diversificado musicalmente, com participações de peso e uma produção que fez toda uma diferença. Impossível parar de ouvir.

Boa Audição! E não se esqueça de opinar a respeito do álbum.

Track List

01. Don't Let Me Be Lonely Tonight
02. Family Reunion
03. Show Me The Love
04. A Telephone Call Away
05. Someday We'll All Be Free
06. Nuthin' But A Party
07. Come In From The Cold
08. Exotica
09. Rainy Night In Georgia
10. One Like You
11. Living In High Definition
12. Sailing

George Benson - "Show Me The Love"


Site Oficial: George Benson

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Ana Cañas

2007 - Amor e Caos
Gênero: MPB



Conheci o som da Ana Cañas no programa do Jô e na época ela estava lançando o seu primeiro álbum "Amor e Caos".

O excelente álbum da jovem e talentosa cantora prima por ser autoral, audacioso e distante do que se convencionou denominar MPB. Amadurecida por mais de cinco anos em jam sessions na noite de São Paulo, a cantora imprime nas canções do álbum uma atmosfera jazzística, usando e abusando de um andamento musical imprevisível e inovador. Carismática, sua poderosa voz fez dela uma das grandes descobertas recentes da música brasileira, antes mesmo de gravar o primeiro disco, já sendo apreciada por gente como Chico Buarque, Toquinho, Seu Jorge e uma infinidade de jazzófilos que batem ponto no Baretto, muito provavelmente o melhor piano-bar do Brasil, onde Ana se apresentou nos últimos anos.

São dela, com seus parceiros, sete das dez faixas do muito bem-vindo “Amor e Caos”. Nas canções, por vezes, Ana subverte modelos de cantigas infantis para tratar da condição humana falando de si com universalismo, sem se levar tão a sério, mas também sem fazer qualquer tipo de concessão comercial. A segunda faixa, intitulada “A Ana”, por exemplo, carrega esta expressão em 25 dos 28 versos, divididos em estrofes como esta: “Foi a Ana que fez/ Foi a Ana que foi/ Foi a Ana em fá/ Foi a Ana, foi”. E a música é uma maravilha, sob todos os aspectos. Além dessa canção Ana Cañas traz uma interpretação da música “Rainy Day Women”, de Bob Dylan e “Coração vagabundo”, de Caetano Veloso.

Ana Cañas é uma cantora diferenciada na minha opinião e que demonstrou personalidade logo no seu primeiro álbum. A influência do jazz na sua música também merece ser destacada. "Amor e Caos" tem todos os ingredientes que um bom álbum de estréia precisa e a Ana tem tudo para despontar no cenário nacional. Boa Audição.

Track List

01. Mandinga Não
02. A Ana
03. Vacina na Veia
04. Para Todas as Coisas
05. (Sem Título)
06. Coração Vagabundo
07. Cadê Você?
08. Devolve, Moço
09. Super Mulher
10. Rainy Day Women

Ana Cañas "Devolve Moço" (Clip Oficial)


Ana Cañas - "A Ana"


Site Oficial: Ana Cañas

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Rio das Ostras Jazz & Blues Festival 2010

O maior festival de jazz e blues do país chega à sua oitava edição e ratifica o seu nome entre os melhores festivais do mundo.


Por Leonardo Alcântara (JazzMan!)
Publicado também no http://www.jazzmanbrasil.com/
Twitter: @jazzmanbrasil

Rio das Ostras, pequena cidade no litoral norte do estado do Rio de Janeiro, atrai milhares de turistas o ano todo, interessados em usufruir as mais diversas belezas naturais que a cidade oferece. Mas não é só de natureza que vive Rio das Ostras. Nos últimos anos, a cidade também recebeu o apelido de "a capital do jazz e do blues" por abrigar o Rio das Ostras Jazz & Blues Festival, o maior festival do gênero na América Latina. Todos os anos, no feriado de Corpus Christi, Rio das Ostras é a rota obrigatória de entusiastas da música de qualidade, que saem de toda parte do país para prestigiar o evento.

Este ano, em sua oitava edição, os organizadores vieram ratificar que o festival é não só o maior da América Latina, mas o melhor também, trazendo nomes de peso da atual cena nacional e internacional. O baixista Ron Carter é uma prova da força desta oitava edição. Carter é uma das maiores lendas vivas do jazz, admirado no mundo todo por sua música rica e comovente.

Ron Carter: uma das maiores lendas vivas do jazz

Além de Carter, que virá acompanhado de Russel Malone e Mulgrew Miller, também participam do 8º Rio das Ostras Jazz & Blues: T.M. Stevens Project com Cindy Blackman, Delmar Brown & Blackbird Mc Knight, Rod Piazza & The Mighty Flyers, Glen David Andrews, Michael “Patches” Stewart, The Michael Landau Group, Victor Bailey Band, Stanley Jordan Trio com Armandinho Macêdo, Joey Calderazzo Quartet, Raul de Souza, André Cristóvam e Rio Jazz Big Band & Taryn.

Este ano, o festival conta com uma novidade. Um palco será montado na Praça São Pedro, no centro de Rio das Ostras, para abrir espaço aos novos talentos do jazz e do blues nacional.

Os já tradicionais palcos da Praia da Tartaruga e da Lagoa de Iriry oferecem belos cenários naturais, que se fundem ao jazz e ao blues e criam uma atmosfera perfeita para o espectador. O resultado: um clima familiar e muito animado em prol da boa música.

Show de Jefferson Gonçalves e banda. Foto: Cezar Fernandes

No palco principal, em Costa Azul, o público irá se deparar com uma mega estrutura técnica de som e iluminação, que nos últimos anos vem sido muito elogiada, sobretudo pelos artistas. O público ainda irá contar com diversas opções de alimentação, lojas, sala de exposição, além de uma brigada de incêndio e toda infra-estrutura médica pronta para atuar em caso de alguma emergência.

O festival irá acontecer entre os dias 02 e 06 de junho. Serão cinco dias de shows gratuitos, com apresentações às 11h15 (Praça de São Pedro), 14h15 (Lagoa do Iriry), 17h15 (Tartaruga) e 20h (Costazul).

O Rio das Ostras Jazz & Blues acontece desde 2003. Realizado pela Secretaria de Turismo, Indústria e Comércio da Prefeitura de Rio das Ostras, com produção de Stenio Mattos (Azul Produções), apresentou ao longo de suas cinco edições músicos como Stanley Jordan, Jane Monheit, John Scofield, Mike Stern, Richard Bona, James Carter, T.S. Monk, Robben Ford, Ravi Coltrane, Roy Rogers, Stefon Harris, Dom Salvador, Luciana Souza, Yamandú Costa, Romero Lubambo, Naná Vasconcellos, Sérgio Dias, Hamilton de Holanda, Celso Blues Boy, Léo Gandelman e Egberto Gismonti entre outros importantes artistas nacionais e internacionais. JM

Mais detalhes no site: http://www.riodasostrasjazzeblues.com/

terça-feira, 4 de maio de 2010

John Pizzarelli

1996 - After Hours
Gênero: Jazz



John Pizzarelli além de ser um excelente guitarrista e compositor, também figura entre os melhores interpretes do cenário jazzístico. No decorrer da sua carreira, Pizzarelli sempre mostrou interesse por standarts, já gravou Nat King Cole, Frank Sinatra e mostrou habilidade ao gravar clássicos do Tom Jobim e da Bossa Nova.

“After Hours” (1996) pode ser considerado como um dos melhores álbuns da sua carreira. Porém não espere um guitarrista virtuoso, pelo menos na questão dos solos e improvisos geniais. Neste álbum Pizzarelli reuniu 13 canções, sendo “Be My Baby Tonight” e “Lullaby” composições de sua autoria e as demais composições clássicas regravadas pelo guitarrista. Entre os destaques estão dois clássicos do compositor George Gershwin, “They Can’t Take That Away from Me” que também foi gravada por Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Billie Holiday, Diana Krall, entre outros. E “But Not For Me” outro clássico que teve Chet Baker, Frank Sinatra como interpretes e também foi gravada por Miles Davis e John Coltrane. Já a música “Mam’selle” é dos compositores Edmund Goulding e Mack Gordon. A música “In The Wee Small Hours of The Morning” foi gravada por Frank Sinatra e foi faixa-título de um álbum. Pizzarelli foi além e escolheu a canção “It Might as Well Be Spring”, vencedora do Oscar de Melhor Canção Original no filme “State Fair”. Também foi interpretada nas vozes das cantoras Ella Fitzgerald e Nina Simone, e pela orquestra de Ray Coniff. Em “I Guess I’ll Hang My Tears Out to Dry” o destaque vai para o pianista Ray Kennedy, responsável pelo excelente arranjo da música. Por fim a música “Sometimes I’m Happy” de Vicente Youmans e Irving Caesar. Foi gravada por vários músicos do cenário jazzístico, a primeira vez que eu ouvi foi em um álbum do pianista Nat King Cole.

John Pizzarelli tem uma habilidade incrível para lidar com clássicos e tem mostrado isso ao longo da sua carreira. O interessante é que não são apenas meras regravações e sim um trabalho para elaborar novos arranjos e dar o seu toque pessoal como guitarrista e interprete nas canções. Boa Audição.

Track List

01. Coquette
02. I Guess I’ll Hang My Tears Out to Dry
03. I’II Never Be The Same
04. They Can’t Take That Away from Me
05. You’re Lookin’ at Me
06. Mam’selle
07. But Not for Me
08. Lullaby
09. In The Wee Small Hours of The Morning
10. Sometimes I’m Happy
11. It Might as Well Be Spring
12. Be My Baby Tonight
13. Stringbean

John Pizzarelli Trio: John Pizzarelli (vocal, guitarra), Martin Pizzarelli (baixo) e Ray Kennedy (piano)

Músicos Convidados: Bucky Pizzarelli (guitarra acústica), Harry Allen (saxofone tenor), Ray Sandke (trompete) e Joe Cocuzzo (bateria)

Site Oficial: John Pizzarelli

Concurso Cultural MTV - "Você e as Estrelas do Jazz em São Paulo"!



Galeraaaa, Senhoras e Senhores se ligam nessa!!!
O Portal MTV, através do Blog Farofa Moderna, está sorteando 80 ingressos pra quem quiser curtir “na faixa” o Bridgestone Music Festival 2010, grande festival de jazz de renome internacional que vai rolar em São Paulo de 19 à 23 de Maio. Quem esteve na edição de 2009, que foi produzido em homenagem ao álbum Kind of Blue, de Miles Davis, já conhece o “naipe” desse mais novo festival de jazz aqui no Brasil. Esse ano será ainda melhor! Serão quatro noites memoráveis no Citibank Hall, no bairro de Moema em São Paulo, com as maiores feras do jazz do momento, alem de cantoras de jazz e soul music.

Só para vocês terem idéia do alto nível desse festival, o palco do Citibank Hall receberá o pianista lenda-viva Ahmad Jamal (que tinha como admirador ninguém menos que ele, Miles Davis), o legendário contrabaixista Dave Holland (um dos veteranos mais ativos do jazz nas últimas três décadas, considerado uma escola do contrabaixo – também tocou com Miles) e alguns dos maiores jazzistas americanos que estão inovando o jazz nesses últimos anos tais como o inovador pianista Jason Moran, o vanguardista tecladista Uri Caine, o colossal saxofonista Chris Potter, o promissor baterista Eric Harland, o requisitadíssimo contrabaixista Christian McBride, o eclético e inovador clarinetista Don Byron e o jovem trompetista Christian Scott, que tem prometido inovar o jazz com suas roupagens urbanas, calcadas no neo-soul, pop e hip hop. Além desses adjetivados instrumentistas, vocês também poderão curtir boas doses de “black music” em âmbito jazzístico através das vozes estonteantes das cantoras Dee Alexander, Barbara Walker (acompanhada por Uri Caine) e Mellissa Walker (esposa de Christian McBride). Já pra quem gosta de tango e música latina, a Bridgestone trouxe ninguém menos que o neto do lendário Astor Piazzola, Daniel Piazzola, que se apresentará com o grupo de jazz argentino Escalandrum. Conclusão: à muito tempo não se via um festival de jazz tão fantástico e tão “recheado” de estrelas como esse aqui no Brasil! Por isso o nome desse concurso cultural é “Você e as Estrelas do Jazz em São Paulo”!!!

Como participar e ganhar os ingressos?

Para ganhar os ingressos e curtir “na faixa” com seus amigos, namoradas ou familiares, basta participar do concurso cultural “Você e as Estrelas do Jazz em São Paulo” blog Farofa Moderna do Portal MTV (passoa passo abaixo). Basta você se cadastrar no Minha MTV e responder simples pergunta: “Para você, qual a melhor hora para ouvir jazz?” (se você quiser, pode justificar citando seu músico ou sua banda favorita, mas nem a banda, nem o músico, estilo de jazz ou outros estilos de música que você citar serão levados como critério na escolha da MTV, OK?). Os autores das respostas mais criativas, divertidas e sinceras ganharão, cada um, a 4 (quatro) pares de ingressos para os respectivos 4 dias do Bridgestone Music Festival, sendo 2 (dois) convites por pessoa e para cada dia do evento, totalizando 8 ingressos para cada pessoa ganhadora. Ao todo serão selecionadas 10 pessoas ganhadoras, totalizando os 80 ingressos acordados entre a MTV e a Bridgestone Music.

Siga aqui o Passo a Passo e mande sua resposta

1º - Acesse a página de anúncio do concurso cultural AQUI
2 º - Cadastre seus dados - nome, documento, endereço, e-mail - no Minha MTV AQUI
3º - Após o cadastro acesse o seu e-mail e pegue seu nome de usuário e sua senha.
4º - Faça o login na página de anuncio do concurso cultural AQUI
5 - Responda a pergunta, confirme se está de acordo com o regulamento e pronto!
6º - Detalhe: Você pode mandar quantas respostas quiser durante o período do concurso!

Atenção leia o regulamento: antes de mandar sua resposta é importante atentar para ao menos quatro tópicos:

• Só serão aceitas as respostas enviadas no período do dia 04 de maio até as 12h00 horas do dia 14 de maio de 2010;
• Os participantes devem ter de 18 anos acima; nos dias do evento, menores deverão ser representados por adultos responsáveis (verifique a classificação etária no site da Bridgestone Music)
• Respostas ilegíveis com erros gramaticais absurdos, insultos discriminatórios, depoimentos confidenciais e constrangedores ou de cunho pornográfico não serão aceitas.
• A responsabilidade pelo transporte, alimentação, hospedagem ou quaisquer gastos pessoais é unicamente de cada um dos ganhadores.

Participem e Boa Sorte!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Stacey Kent

2010 - Raconte-moi
Gênero: Jazz



Stacey Kent é uma das maiores revelações do jazz dos últimos anos. Uma cantora refinada e audaciosa, que ao longo da sua carreira vem arrancando elogios por onde passa e a cada álbum mostrando sua capacidade em diversificar sua música, porém sem perder a identidade. Desde o seu primeiro álbum lançado em 1997, Stacey vem explorando a música de diversas formas, regravando standards americanos e passeia com elegância pela música brasileira, inclusive gravando um álbum inteiro assim.

Em “Raconte-moi” seu mais novo álbum, Stacey mostra outra faceta do seu vasto conhecimento. Não que não tivesse mostrado antes, pois sua ligação com a França vem desde sua infância, já que seu avô morou lá e com isso Stacey passou um tempo no país, estudou francês e se apegou a cultura local. Por isso este é tão especial, pois foi gravado inteiramente em francês e a cantora buscou na música francesa o material para o seu repertório e com isso reuniu alguns clássicos de épocas diferentes. Entre as canções estão composições de Salvador, Michel Jonasz, Keren Ann e também há espaço para novos talentos, como Claire Denamur, Pierre-Dominique Burgaud e Emilie Satt, responsável pelo single “La Venus du Melo”. O maestro Tom Jobim também é homenageado com a música “Águas de Março”, porém na versão francesa de George Moustaki, chamada “Les Eaux de Mars”.

O resultado não poderia ser outro, um álbum primoroso e sofisticado. A voz de Stacey continua como nos trabalhos anteriores: suave e delicada. Sua capacidade de interpretação é impressionante. Destaques para os arranjos e a banda que acompanha a cantora, primeiramente Jim Tomlinson (saxofone tenor, soprano, barítono e clarinete) e também marido, que acompanha Stacey há mais de 20 anos, Graham Harvey (piano e Frender Rhodes), John Parricelli (guitarra), Jeremy Brown (baixo), Matt Skelton (bateria e percussão).

Stacey Kent mostra outra vez o porquê do seu reconhecimento ser mais do que merecido. É sem dúvida figura entre as melhores interpretes do jazz na atualidade e tem tudo para fazer de “Raconte-moi” o grande lançamento do ano. Boa Audição.

Track List

1. Les Eaux de Mars
2. Jardin d'hiver
3. Raconte-moi...
4. L'étang
5. La Vénus du mélo
6. Au coin du monde
7. C'est le Printemps
8. Sait-on jamais ?
9. Les vacances au bord de la Mer
10. Mi amor
11. Le mal de vivre
12. Désuets

Stacey Kent - "Les eaux de Mars"


Stacey Kent - "La Venus du Mélo"


Site Oficial: Stacey Kent