Como o próprio nome diz, "Standards Recital" é um álbum com regravações de grandes clássicos do jazz, tocados por um duo de guitarristas de primeira linha, Tal Farlow e o francês Philippe Petit. Destaque para "Autumn Leaves", "Satin Doll", "Tenderly", "Body and Soul" e "Do Nothing till you hear from me". Um álbum obrigatório para os amantes do jazz bebop. Boa Audição.
Track List
01. Autumn Leaves 02. How Deep is the Ocean 03. Love for Sale 04. Billies's Bounce 05. Do Nothing Till you Hear from me 06. Body and Soul 07. Satin Doll 08. Christine Cookin' 09. Tenderly 10. Lester Leaps In 11. Nuages 12. Tal's Medley
George Martin é considerado por muitos como o 5º elemento dos Beatles. Isso, na verdade, não é uma unanimidade. A lista de quintos Beatles é gigantesca: Stuart Sutcliffe, Pete Best, Neil Aspinall, Klaus Voormann, Brian Epstein, Jimmy Nicol, Derek Taylor, Billy Preston dentre outros. George Martin, porém, produziu quase todos os álbuns do grupo, e foi responsável pela maioria dos arranjos das canções dos Beatles, tocando frequentemente teclado ou piano nas gravações. Em 1998, ele gravou um CD em homenagem ao grupo em que os intérpretes eram amigos seus – vide lista abaixo. Grandes sucessos da banda com interpretações bem diferentes das usuais, algumas divertidas e algumas bizarrices, mas o resultado final é ótimo.
Track List
01 Come Togheter (Robin Williams & Bobby McFerrin) 02 A Hard Day’s Night (Goldie Hawn) 03 A Day In Life (Jeff Beck) 04 Here, There & Everywhere (Celine Dion) 05 Because (Vanessa Mae) 06 I Am The Walrus (Jim Carrey) 07 Here Comes The Sun (John Williams) 08 Being For The Benefit Of Mr. Kite (Billy Connoly) 09 The Pepperland Suite (George Martin) 10 Golden Slumbers / Carry That Way / The End (Phil Collis) 11 Friens and Lovers (George Martin) 12 In My Life (Sean Connery)
Olá de novo, aficcionados por boa música! Primeiro quero me desculpar pela ausência desses meses mas a faculdade, e outras coisas por tabela, estavam me tomando praticamente todo o tempo útil para postar algo interessante. E quero me redimir postando um ótimo show deste montro da MPB, o melhor show de MPB que já escutei.
João Bosco de Freitas Mucci, mais conhecido como João Bosco, é advindo de uma família de músicos e começou desde cedo, 12 anos, a tocar violão. Ingressou na Escola de Minas de Ouro Preto para cursar Engenharia Civil, e nesse entretempo iniciou sua carreira musical, sempre influenciado por jazz, tropicalismo e bossa nova.
Depois de formado, conheceu Vinícius de Moraes no Rio de Janeiro e passou a compor clássicos como "Rosa dos Ventos", "Samba do Pouso" e "O Mergulhador". Mas foi em 1971 que iniciou a melhor parceria: Aldir Blanc, com o qual compôs inúmeras músicas, dentre elas "O Bêbado e a Equilibrista" que é interpretada brilhantemente por Elis Regina, "Papel Machê", que a obra de "abre-alas" para aqueles que conhecem um pouco de MPB.
João tem em sua carreira 24 álbuns e este show foi gravado em CD/DVD para comemorar os 30 anos de carreira, além de conter alguns sambas da década de 60 e contou com as participações especiais de Djavan, Yamandú Costa e Guinga, entre outros. Inicia com uma demonstração do quê a banda que o acompanha é capaz de fazer em "Incompatibilidade de Gênios" e em "O Ronco da Cuíca". A banda mantém uma cadência ótima em todo o show, como nas faixas "Quilombo / Tiro de Misericórdia", "Jade", "Odilê Odilá" dentre outras, além de brilhantemente demosntrar sua habilidade de violonista nos solos "Papel Machê", "Benzetacil", "Saída de Emergência" e "Preta-Porter de Tafetá". Uma característica interessante do músico é seu jeito único de cantar as músicas em certas estrofes como se fossem onomatopéias, o que é um atrativo engraçado às músicas. Incrível, recomendadíssimo para os amantes da boa música popular brasileira!
Track List
1. Incompatibilidade de Gênios 2. Bala com Bala 3. Odilê, Odilá 4. O Ronco da Cuíca 5. Nação 6. Malabaristas do Sinal Vermelho 7. Quilombo/ Tiro de Misericórdia 8. Escadas da Penha 9. Desenho de Giz 10. Memória da Pele 11. Jade 12. Saída de Emergência 13. Um Gago Apaixonado 14. Prêt-à-Porter de Tafetá 15. Benzetacil 16. Coisa Feita 17. Linha de Passe 18. Rio de Janeiro (Isto É o Meu Brasil) 19. Corsário 20. O Bêbado e a Equilibrista 21. Quando o Amor Acontece 22. Papel Machê
João Bosco - Quilombo/Tiro de Misericórdia/Escadas da Penha
Não tem mais volta, estou definitivamente viciado em Southern Rock. E por esse motivo, podem esperar, que muitas postagens sobre esse estilo irão aparecer por aqui nos próximos meses. Inclusive já tem algumas, principalmente do Derek Trucks Band, que foi uma das bandas responsáveis por isso. E hoje vou falar sobre outra banda que na minha opinião é uma das mais importantes do Southern Rock: The Allman Brothers Band.
E o álbum escolhido para essa postagem pode-se dizer que está à altura da importância da banda, já que ele foi considerado como um dos maiores registros ao vivo da história do rock.
Live At Fillmore East (1971) foi gravado nos dias 12 e 13 de março daquele ano, na casa de show Fillmore East. Na ocasião o Allman Brothers precisou apenas de 7 músicas para deixar o público presente anestesiado, tudo isso devido a uma apresentação memorável. Se existe uma palavra para definir essa apresentação, seria jam session. Sim, basta ouvir as músicas e perceber isso. Munidos de uma sonoridade arrebatadora, os guitarristas Duane Allman e Dickey Becks, o tecladista/organista/vocalista Greg Allman, o baixista Berry Oakley e os bateristas e percurssionistas Butch Trucks e Jai Johanny Johanson, misturaram técnica e virtuosismo, e o resultado claro que não poderia ser outro.
Se tem uma coisa que a banda não economizou foi nos improvisos, talvez essa seja o grande trunfo do Allman Brothers, a prova disso são as músicas “You Don’t Love Me” que leva o ouvinte a uma viagem de 19 minutos, com uma pegada embalada pelo blues-rock. Isso sem falar da “Whipping”, outra música arrebatadora, com seus incríveis 23 minutos, onde a banda esbanja solos virtuosos e uma técnica apuradíssima. Há quem diga que o Allman Brothers Band chegava a tocar músicas ainda mais longas, sem errar uma única nota. É claro que o álbum também reserva canções mais curtas, porém não menos inspiradas, como é o caso da faixa de abertura “Statesboro Blues”, música de Blind Willie McTell, tocada com maestria por Duane Allman e “Stormy Monday”, de T-Bone Walker, um clássico do blues.
Não tem como ouvir e não se render a genialidade do Allman Brothers, quem gosta de boa música, tem por obrigação ouvir este álbum. E digo que mesmo relutando por muito tempo, em ouvir e curtir southern rock, posso dizer que chega uma hora que não tem como resistir, você se sente incapaz de recusar tamanha preciosidade, como é o caso do álbum Live At Fillmore East. Boa Audição.
Track List
01. Statesboro Blues 02. Done Somebody Wrong 03. Stormy Monday 04. You Don’t Love Me 05. Hot’Lanta 06. In Memory Of Elizabeth Reed 07. Whipping Post
Allman Brothers Band - "Stormy Monday" (Live At Fillmore East)
O pianista Michel Petrucciani nasceu na França, em Montpellier, filho de pais italianos, numa família pra lá de musical - tanto seu pai quanto seus irmãos são músicos. Michel nasceu com uma doença chamada osteogenesis imperfecta, que faz com que os ossos do portador se tornem quebradiços ou, o caso dele, comprometa seu desenvolvimento – de fato, ele tinha aproximadamente 1 metro de altura – mas nem isso o impediu de seguir a carreira musical. Fã de Duke Ellington, estudou piano clássico desde tenra idade, mas seu caminho era o jazz. Deu seu primeiro concerto público aos treze anos, no Festival de Cliousclat, em que também participou o trumpetista Clark Terry, que por acaso estava sem pianista. Terry então pediu a ele em tom de piada que tocasse um pouco de blues, com menos de um minuto de execução, Terry o abraçou e iniciou ali sua carreira no jazz. Tocou ao longo de sua vida com alguns dos maiores do jazz, como Jack DeJohnette, Stanley Clarke, Jim Hall, Lee Konitz, Joe Lovano, Joe Henderson, Wayne Shorter, Billie Strayhorne, Steve Gadd, Dizzy Gillespie e Gerry Mulligan. Faleceu em 1999, aos 39 anos. Neste álbum, Petrucciani homenageia seu grande mestre, Duke Ellington. Veja que beleza de interpretação ele dá a Caravan, In a Sentimental Mood, One Night in the Hotel e, minha favorita de Ellington, Satin Doll.
Track List
01 Caravan 02 Lush Life 03 Take The “A” Train 04 African Flower 05 In a Sentimental Mood 06 Hidden Joy 07 One Night In The Hotel 08 Satin Doll 09 C-Jam Blues
The Ra Source (2009) o álbum de estreia do guitarrista de New Orleans, Matt Grondin. O primeiro álbum é sem dúvida o momento mais importante na carreira de um músico e nesse trabalho, o guitarrista foi buscar inspiração nas suas influências musicais, como o jazz, o funk e o blues, o resultado é um álbum instrumental surpreendente, com uma boa dose de solos, arranjos variados e com o uso de metais, e um toque bem funkeado nas composições, resumindo, um álbum bem versátil.
Matt é filho do baterista e fundador da banda 38 Special, o músico Jack Grondin. O guitarrista passou boa parte da sua vida tocando em várias bandas de jam rock nas redondezas da sua cidade natal, Jacksonville. Apesar de ter crescido em uma família que tocava Southern rock, a sua paixão pelo jazz e funk o levou para New Orleans, o lugal pra lá de ideal. E foi justamente em New Orleans, que Matt encontrou de fato a sua direção musical e consequentemente músicos que colaboraram com ele.
Em seu álbum de estréia, o guitarrista contou com a participação especial de músicos locais, que o ajudaram de alguma forma em sua carreira. As composições do álbum, foram todas escritas ou co-escritas por Matt. O álbum foi mixado por nada mais nada menos que Elliot Scheine, que já trabalhou com outras lendas da música, como The Eagles e Van Morrison, entre outros.
Descobrir o álbum do Matt Grondin foi uma grata surpresa, por ser um álbum versátil, cada canção ganha um toque diferente e muito pessoal, além do mais, Matt não é do tipo guitarrista fritador, pelo contrário, presa pelas linhas melódicas, solos bem trabalhados, isso sem falar do uso dos metais no arranjo e como disse anteriormente o toque funkeado misturado ao jazz.
Em seu site pessoal, inclusive foi a fonte da onde tirei as informações do texto, há um trecho do texto que me chamou muito a atenção, nele diz que você pode ouvir a influência de outros guitarristas, como Derek Trucks, Jimmy Herring, Stevie Ray Vaughan, assim como o toque jazzístico do George Benson e Pat Martino. Enfim, exagero ou não, resta ouvir o álbum e formar a sua própria opinião a respeito disso. Boa Audição.
Track List
01. Apocalypse 02. Grease Trap 03. Balboa 04. Sun God 05. Juggernaut 06. Lucid Dream 07. Slippin' 08. Emerald City 09. Forsaken & Forgiven 10. Junglefunk
2010 - Cerrado Gênero: Jazz / Música Instrumental Brasileira
Apesar de não ser um contrabaixista, eu sempre admirei muito esse instrumento, desde a minha adolescência ao ouvir o Steve Harris do Iron Maiden e depois com a descoberta do jazz e da música instrumental, passei a ouvir e a conhecer outros grandes baixistas, como Marcus Miller, Eduardo Machado, Alberto Continentino, Victor Wooten, Martin Pizzarelli, Charles Mingus, Richard Bona, entre outros. O fato que essa admiração pelo contrabaixo, faz com que ao ouvir uma música, a primeira ação é tentar acompanhar
Sem mais delongas vamos ao que interessa. Semana passada tive uma grata surpresa ao me deparar com o álbum “Cerrado” (2010) do contrabaixista brasileiro Ebinho Cardoso. Para quem ainda não o conhece, Ebinho além de baixista, é compositor e pesquisador. É considerado um dos grandes nomes da música instrumental brasileira e por que não dizer um virtuoso no instrumento. Ebinho é conhecido principalmente por inovar e dar um destaque ainda maior para o contrabaixo, no sentido harmônico. Em seu processo de criação, ele utiliza elementos musicais atípicos ao baixo elétrico, com isso mostra as possibilidades do baixo como instrumento de acompanhamento, solo e principalmente de harmonia, característica de suas execuções ao instrumento, aplicando essa técnica de forma inovadora. E depois de anos de pesquisa e trabalho insistente, o resultado foi o livro “Harmonia e Dicionário de Acordes para Baixo Elétrico”, o primeiro livro especifico sobre a técnica editado no país. Para quem é baixista, vale a pena comprar e conhecer melhor esse livro, que traz um material sensacional e que certamente irá mostrar inúmeras possibilidades.
Ebinho nasceu em Mato Grosso, aos 15 anos ganhou uma guitarra da sua mãe, mas não demorou muito e trocou-a por um contrabaixo. A paixão tornou-se imediata, porém, sua grande percepção harmônica e seu gosto refinado pelo Jazz e MPB o fizeram seguir um caminho que fosse além da função de conduzir, ou de “segurar a base” como até hoje é imposta aos baixistas. Então o músico e pesquisador pôs a mão na massa, isto é, nas cordas e por sete anos de sua vida pesquisou intensamente técnicas alternativas pra que o contrabaixo pudesse ser visto também como um instrumento de acompanhamento harmônico, tal qual a guitarra, o violão ou o piano. E foi muito feliz, teve o privilégio de estudar e pesquisar mentes brilhantes como Ian Guest, o guitarrista Sidney Duarte o baixista Jorge Hélder e outros grandes mestres. Foi desse trabalho que nasceu o livro citado anteriormente.
Não há como não dizer que o livro abriu as portas para esse talentoso contrabaixista. Ebinho já gravou um dvd aula “Técnicas Alternativas para Baixo Elétrico”, dirigido por Celso Pixinga e também seus dois primeiros álbuns “Verticais” e “No rastro dos ruinos remotos das rodas da infância”, este com participação do bandolinista Hamilton de Holanda. Além disso, já dividiu o palco com grandes nomes, também jaz workshops sobre suas técnicas inovadoras e escreve para a revista Baixo Brasil.
Já o álbum “Cerrado” (2010) foi o que eu tive o prazer de descobrir e ouvir. Gravado com apoio da FUNARTE (Projeto Pixinguinha), o álbum é sim um dos melhores lançados no Brasil. Ebinho surpreende até na hora da formação do grupo, com ele no baixo elétrico, André Vasconcellos (baixo acústico), Sandro Souza (bateria) e David Feldman (piano). Só por isso o álbum já merecia ser apreciado, eu particularmente nunca vi uma formação assim. Mais Ebinho vai além e nos brinda com oito canções de tirar o fôlego, mesclando composições próprias e de outros compositores, instrumentais e cantadas. O resultado é um álbum acima de tudo inovador, onde o contrabaixo tem o destaque, seja como protagonista ou como acompanhamento. O destaque vai para todas as músicas, já que a meu ver cada um tem uma particularidade e uma sonoridade única, então vale a pena apreciar todas elas.
Ebinho Cardoso, mais um bom músico brasileiro e que muitas vezes não merece o devido reconhecimento. Um grande músico e um baixista que não se contentou com o básico e decidiu inovar. E a boa música, agradece isso. Boa Audição.
Track List
01. Maitri (Ebinho Cardoso) 02. Vendaval (Wilson Bebel, Milena Tibúrcio e Lucas Tibúrcio) 03. Paraiso Abissal (Paulo Monarco) 04. Minha Rê (Ebinho Cardoso) 05. As Horas (Wilson Bebel) 06. Coisas do Amor (Juninho di Sousa e Wilson Bebel) 07. Teia de Renda (Milton Nascimento e Túlio Mourão) 08. Do Coração (Ebinho Cardoso)
"Ruanda" (Musica composta por Ebinho Cardoso depois assistir o filme Hotel Ruanda).
1988 - Gene Krupa & Buddy Rich (gravações originais entre 1955 e 1962) Gênero: Jazz
1959 - Rich Versus Roach Gênero: Jazz
Se você não gosta de solos de bateria recomendo não prosseguir a leitura deste post.
Nos anos 1930 e 40 eram comuns as orquestras de swing participarem de desafios entre si. Juntavam-se uma noite num mesmo palco e punham-se a executar seus melhores números para delírio dos respectivos fãs. Quase nunca se chegava à conclusão unânime sobre a vencedora, mas com certeza os maiores ganhadores estavam na plateia. Consta que Benny Goodman, o Rei do Swing, foi desafiado pelo baterista baixinho Chick Webb, que nunca se conformou de não ocupar esse posto. O desafio foi no Savoy, onde Webb normalmente trabalhava, e nesse dia sua banda tocou como nunca. O próprio Gene Krupa, baterista de Goodman, admitiu fragorosa derrota. As batalhas entre bandas de swing duraram enquanto durou o próprio Swing. Porém, depois disso, alguns bateristas continuaram com a tradição de se “enfrentar”, cada um com seu grupo, nas chamadas “Drum Battles”. É o caso dos dois álbuns que aqui trazemos. No primeiro, Gene Krupa encara Buddy Rich, que no segundo álbum desafia Max Roach. É interessante notar a diferença na batida de cada baterista, cujos estilos começam a ficar facilmente reconhecíveis depois de pouco tempo de audição.
Track List
CD1: Gene Krupa & Buddy Rich
01 King Porter Stomp
02 Bernie’s Tune
03 It Don’t Mean a Thing
04 Evolution
05 Sweethearts on Parade
06 Jumpin’ at the Woodside
07 Buddy’s Blues
08 Duet
CD2: Rich Versus Roach
01 Sing, Sing, Sing (tomada alternativa)
02 Sing, Sing, Sing
03 The Casbah
04 The Casbah (tomada alternativa)
05 Sleep
06 Figure Eights
07 Yesterdays
08 Big Foot
09 Big Foot (tomada alternativa)
10 Limehouse Blues
11 Limehouse Blues (tomada alternativa)
12 Toot, Toot, Tootsie Goodbye
Mas nem todas as Drum Battles acabavam em paz...
Nota: essas Drum Battles existem até hoje - não conheço outros músicos que façam isso, pelo menos com tanta regularidade – deve ser pelo caráter mais agressivo do instrumento...
Maurice Brown vem sendo apontado pela crítica especializada como um dos grandes músicos e trompetistas da atualidade. Cheguei ao conhecimento do Maurice, após ler um texto no blog Farofa Moderna,do parceiro Vagner Pitta.
O texto abaixo é de autoria do Vagner Pitta, que autorizou gentilmente a utilização do mesmo para esta postagem. Aproveitem e leiam com atenção o texto, que por sinal está excelente e recheado de informações valiosas.
Se a década 90 foi o ápice de uma leva de trompetistas talentosos -- os quais, tirando de fora Dave Douglas, quase todos, à época, se mostraram influenciados pelo neo-tradicionalismo de Wynton Marsalis: Terence Blanchard, Nicholas Payton, Roy Hargrove, entre outros --, a década de 2000 já foi mais favorável para a categoria dos pianistas, os principais agentes da evolução do jazz neste início de século. Contudo, os últimos anos estão evidenciando o surgimento de uma nova geração de trompetistas, sendo que estes, por sua vez, deixaram o neo-tradicionalismo para trás e estão transitando sob as mais contemporâneas e pós-modernistas influências que permeiam a atual cultura americana: ou seja, o pop, o rock alternativo, o hip hop e o neo-soul. Além do já famoso Christian Scott e do recém-chegado Ambrose Akimusire, eis que surge mais um excelente trompetista na "New York jazz scene": trata-se de Maurice Brown, trompetista natural de Chicago e nascido em 1981. Em 1999, após a high school, Maurice começou seus estudos avançados na Northern Illinois University, transferindo-se, depois, para a Southern University, em New Orleans, cidade onde morou e começou sua carreira como líder de banda, no clube Snug Harbor. Antes, ele vencera a competição National Miles Davis Trumpet Competition para jovens trompetistas, se tornando, então, um sideman requisitado tanto por músicos da nova geração como por veteranos, chegando a tocar com Clark Terry, Johnny Griffin, Curtis Fuller, Stefon Harris, Ellis Marsalis, Lonnie Plaxico, Fred Anderson, Roy Hargrove, entre outros. Com a catástrofe do Furacão Katrina, Maurice teve de tentar a sorte em Nova Iorque, a "meca" mundial do jazz. E deu certo: sua reputação como músico e compositor lhe rendeu uma agenda cheia em colaborações não apenas com os músicos de jazz, mas com os mais variados artistas e grupos de soul e hip hop: entre eles, Aretha Franklin, Talib Kweli, Wyclef Jean, Cee-Lo, De La Soul, The Roots e P. Diddy.
Com o lançamento do seu primeiro álbum, Hip to Bop, em 2004, Maurice Brown deixou claro que seguiria a tendência de produzir um som que estivesse antenado com o contexto atual da música afro-americana: como o próprio título sugere, o álbum evidencia um jazz que engloba pegadas que vão do bebop às batidas do hip hop, passando pelo lirismo do neo-soul. Esta é a tendência que tem norteado a maioria dos projetos da nova geração de jazzistas afro-americanos, inicialmente capitaneados por músicos como o vibrafonista Stefon Harris, o contrabaixista Christian McBride, o pianista Robert Glasper e, mais recentemente, o trompetista Christian Scott. Categoricamente, trata-se de uma espécie de post-bop regado de influências contemporâneas presentes na cultura afro-americana: o fraseado -- os improvisos -- ainda trazem sotaques e inflexões oriundos da linguagem bebop, mas os grooves (as levadas rítmicas) são inusitadamente baseados nas batidas do funk e hip hop, bem como a harmonia e a melodia são inspiradas pelos climas sonoros do neo soul e do rhythm'n'blues -- a exemplo de como o hard bop fora uma linguagem bebop mais flexível, inspirada pelo blues, gospel e soul dos anos 50 e 60. Contudo, é preciso frisar que Maurice Brown tem uma predileção mais retrô (estilo categorizado como straight-ahead), uma pegada mais visceral e uma performance mais gestual, mais improvisativa e menos lírica que o estilo de Christian Scott, por exemplo. Após lançamento de Hip to Bop, em 2004, só agora, em 2010, Maurice Brown conseguiu lançar o seu segundo álbum, The Cycle of Love: durante os seis anos que separaram um registro do outro, o trompetista foi interrompido pelas perdas com a desgraça do Furacão Katrina e depois, já em Nova Iorque, pela agenda cheia de projetos enquanto arranjador e produtor -- considerando que, além de sideman bem requisitado, ele também foi contratado pela Atlantic Records para ser diretor musical da cantora irlandesa Laura Izibor, com quem fez turnês por vários países.
Lançado de forma independente através do seu próprio selo, o Brown Records, o álbum The Cycle of Love foi considerado um dos 10 melhores álbuns de 2010 National Public Radio. Mas é preciso frisar aos apaixonados que este The Cycle of Love não é um disco do tipo "jazz for lovers". Ao contrário da impressão que o título do álbum pode passar, as músicas aí contidas não trazem nenhuma sonoridade romantizada do amor: como, por exemplo, aquelas manjadas baladas melosas, um tanto "smooth jazz", baseadas na melancolia amorosa entre um homem e uma mulher. Segundo o próprio Maurice Brown, as músicas também são inspiradas no amor entre um homem uma mulher, mas a principal inspiração é a busca pela felicidade e o amor humano como um todo. Para tanto, o clima do álbum procura casar sentimentalismo com descontração através de melodias de fácil audição e memorização, e através de grooves inusitados, basicamente baseados nas batidas funky e hip hop. A banda presente é um quinteto acústico: com ele, Maurice Brown ao trompete, Chris Rob ao piano, Derek Douget no saxofone tenor, Solomon Dorsey no contrabaixo e Joe Blaxx na bateria. O clipe abaixo foi produzido com base na faixa "Time Tick Tock", um dos destaques do álbum.
Track List
01. Fly By Night 02. Good Vibrations 03. Misunderstood 04. Time Tick Tock 05. Merry Go Round 06. Lovely 07. The Cycle Of Love 08. The Connection 09. Daydreams 10. Reflections
2003 - No Greater Thrill (feat. Joey DeFrancesco) Gênero: Jazz
Conheci o som da cantora de jazz Annie Sellick dias atrás, totalmente por acaso e ao ouvir fiquei fascinado. Dona de uma voz afinada e suave, Annie lançou o álbum "No Greater Thrill" (2003) em parceria com o renomado organista Joey DeFrancesco. Juntos os dois proporcionam momentos agradáveis, com um set list recheado de standards. Destaque para "I Thought About You", "Dancing Cheek To Cheek", "I'll Remember April", "Nature Boy" e "Tenderly". Annie é acompanhada pelo organista Joey DeFrancesco, o guitarrista Pat Bergeson e o baterista Jim White.
Apesar de jovem, Annie já conta com cinco álbuns em sua discografia e atualmente é considerada como uma das principais cantoras de jazz da atualidade. Exagero ou não, resta a você conferir o álbum. Boa Audição.
Track List
01. I Thought About You 02. Dancing Cheek To Cheek 03. It Ain't Necessarily So 04. You Go To My Head 05. I'll Remember April 06. Nature Boy 07. Accen-tchu-ate The Positive 08. Tenderly 09. Cafe 123 10. Willow Weep For Me 11. There Is No Greater Love
2011 - Revelator Gênero: Rock / Blues / Soul / Southern Rock
Apesar de ter sido formada em 2010, a Tedeshci Trucks Band está longe de ser uma banda novata no cenário musical, digo isso pois os músicos envolvidos nesse “projeto” são velhos conhecidos do público. Antes da banda existir, Derek Trucks e Susan Tedeschi já dividiram o palco em algumas ocasiões, e após o casamento a vontade de trabalhar junto só aumentou e resultou na nova banda.
Derek e Susan não estão sozinhos, pelo contrário, os dois convocaram músicos excelentes e também já conhecidos, como Kofi Burbridge (flauta) (tocou no The Derek Trucks Band), Oteil Burbridge (baixo) (conhecido por tocar no The Allman Brothers Band), Tyler Greenwell (bateria), JJ Johnson (percusão), Mike Mattison (backing vocal) (vocalista do The Derek Trucks Band), Marcos Rios (backing vocal), Ryan Shaw (backing vocal), Davi Ryan Harris (backing vocal), Kebbi Williams (saxofone), Sauders Sermões (trombone) e Maurice Brown (trompete). E os convidados especiais, Eric Krasno (guitarra acústica) e Alam Khan (sarod).
Revelator (2011) é o álbum de estreia da banda e acaba de sair do forno. A sonoridade do álbum não foge muito das características já conhecidas do som do Derek e da Susan, que são a mistura do rock, blues, southern rock, soul e o uso dos metais. O vocal fica a cargo da Susan e dos vocalistas de apoio. E como não poderia ser diferente, o som inconfundível da guitarra do Derek Trucks. O repertório formado por 12 canções, a maioria composição própria. Não tem como destacar uma ou outra música, já que cada música tem uma sonoridade bem particular.
Para quem está acostumado com os álbuns da Derek Trucks Band, certamente vai estranhar um pouco o som da Tedeschi Trucks Band, principalmente por não ser um som marcado por longos solos, o que não significa perda de qualidade, pelo contrário, os arranjos são todos excelentes e ao ouvir é perceptível a participação e o envolvimento de cada músico.
Revelator (2011) é um álbum para ser apreciado sem presa, é apertar o play e curtir cada música intensamente.
Track List
01. Come See About Me 02. Don't Let Me Slide 03. Midnight In Harlem 04. Bound For Glory 05. Simple Things 06. Until You Remember 07. Ball And Chain 08. These Walls 09. Learn How To Love 10. Shrimp And Grits (Interlude) 11. Love Has Something Else To Say 12. Shelter
O pianista Duke Ellington iniciou sua carreira na década de 1920 e em pouco tempo já comandava sua própria orquestra. A Duke Ellington Orchestra durou até a década de 1990, tocada pelo seu filho Mercer, após a morte de Duke em 1974. Atravessou a Era do Swing, o Bebop, o Cool, o Hardbop, sempre com a mesma qualidade, embora nem sempre com a mesma popularidade. Em meados da década de 1950, por exemplo, passou por um período muito difícil em que as big bands já não eram muito requisitadas. Em 1956, porém, foi convidado pela primeira vez para participar do Festival de Jazz de Newport. Coube-lhe fechar a última noite do festival. Lá pelo meio da sua apresentação, por volta da meia-noite, começou a cair uma garoa e algumas pessoas da plateia, já cansadas, começaram a se dirigir ao estacionamento para irem embora. Eis que a música Diminuendo and Crescendo in Blue começa a ser executada e empolga o público de uma tal forma que até hoje carece de melhor entendimento. O saxofonista Paul Gonsales é o solista nessa música e executa a proesa de tocar 27 choruses (refrões) em seguida. Ninguém o deixava parar, o baterista o incetivava a continuar e a galera foi enlouquecendo. O disco gravado ao vivo é o que aqui apresentamos. Leia mais sobre essa noite do Festival de Newport no Musicólatras (clique aqui).
Track List
CD1
01 Star Spangled Banner
03 Black and Tan Fantasy
05 Tea fot Two
07 Take the “A” Train
09 Part I – Festival Junction
11 Part II – Blues to Be There
13 Part II – Newpor Up
15 Sophisticated Lady
17 Day In, Day Out
19 Diminuendo and Crescendo In Blue
CD 2
02 I Got It Bad (And That Ain’t Good)
03 Jeep’s Blues
05 Tulip Or Turnip
07 Skin Deep
08 Mood Indigo
11 Part I – Festival Junction
13 Part II – Blues to Be There
15 Part II – Newpor Up
17 I Got It Bad (And That Ain’t Good)
18 Jeep’s Blues
Notas:
1)Os número saltados das faixas referem-se às falas entre as músicas
2)As faixas repetidas foram gravadas em estúdio reproduzindo o repertório do Festival
2007 - DVD Nosso Trio Ao Vivo Gênero: Jazz/Bossa Nova/Música Instrumental Brasileira.
A postagem de hoje é uma continuação da anterior, do Nosso Trio, grupo formado pelos instrumentistas brasileiros, Ney Conceição (baixo), Kiko Freitas (bateria) e Nelson Faria (guitarra). Quem ouviu o álbum e gostou, certamente terá a mesma opinião em relação ao DVD. Apesar da produção bem simples, já que o dvd foi gravado em um teatro e sem a presença do público, o conteúdo é de excelente qualidade. O repertório é semelhante ao do CD, porém com algumas modificações, como a música “Paca, Tatu, Cotia Não” do baixista Nico Assumpção, “Manhã de Carnaval” de Luiz Bonfá, e dois clássicos da MPB, “Vera Cruz” de Milton Nascimento e “Eu Sei Que Vou Te Amar” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Outro detalhe é em relação ao improviso, no DVD os três instrumentistas abusam dos solos de maneira surpreendente, deixando a apresentação ainda mais especial. Com certeza um DVD que vale a pena ter o original, assim como o CD. Boa Audição.
Track List
01. Paca, Tatu, Cotia Não 02. O Barquinho 03. Brooklyn High 04. Manhã de Carnaval 05. Vento Bravo 06. Balada p a Nadia 07. Eu Sei Que Vou Te Amar 08. Mônica 09. Resposta 10. Vera Cruz