domingo, 23 de outubro de 2011

Ari Borger Quartet

2010 - Backyard Jam
Gênero: Jazz / Blues / Funk / Soul / Música Instrumental Brasileira



O álbum “Backyard Jam” (2010) é o mais novo trabalho do Ari Borger Quartet. Ari é considerado um dos mais talentosos organistas e pianistas brasileiros, e isso não é nenhum exagero. O quarteto é formado por músicos experientes e competentes, com o seu órgão Hammond B3 e o piano Fender Rhodes, Ari Borger explora a música com propriedade e mostra por que é considerado um dos melhores músicos do Brasil, na guitarra Celso Salim, um exímio instrumentista, muito versátil, suas principais influencias são o blues, rock, country e jazz, no contrabaixo acústico/elétrico Marcos Klis e Humberto Zigler na bateria e percussão.

“Backyard Jam” (2010) foi gravado ao vivo em estúdio e traz 11 composições próprias e uma releitura dos Beatles. Em uma breve comparação, é interessante ressaltar a mudança da sonoridade entre este álbum e o anterior. No “AB4” (2008) o quarteto trouxe influências do jazz, do blues, funk e soul, que em vista do álbum do Ari Borger “Blues da Garantia” (2002), foi uma mudança significativa. Agora o quarteto sobe outro degrau e traz para o “Backyard Jam” uma sonoridade bem brasileira, as influências do jazz, do blues, funk e soul foram mantidas, mas ganharam o reforço da música brasileira.

O álbum começa com “Partido Alto” e é possível notar a influência da música brasileira, o samba e o groove do funk juntos, destaque para o solo de Celso Salim. Em seguida “Backyard Jam” começa com o som marcante do órgão Hammond e a levada cadenciada do funk. Em “Jimmy no Morro”, Ari Borger imagina como seria a chegada do tecladista Jimmy Smith – uma das suas principais referências - em uma favela do Rio, a música é mais uma prova da junção de ritmos que deu certo, o samba e o funk juntos, simplesmente demais. A belíssima e envolvente “Rainy Day”, uma balada soul de tirar o fôlego. “Norwegian Wood”, um clássico dos Beatles e que ganhou um toque especial e brasileiro, o quarteto apresenta uma harmonia totalmente modificada e com arranjos belíssimos. A faixa “Organ Groove” é outra que merece destaque, um tema bem swingado, com Ari Borger detonando tudo no órgão. “Baião Psicodélico” faz jus ao nome, Ari Borger cria um ambiente surpreendente e até certo ponto inimaginável. O ambiente é de uma Jam Session, não por acaso a última música foi gravada na base do improviso, mesmo que você não soubesse disso, teria essa sensação, pois ao ouvir parece que a música está mesmo sendo composta naquele momento, é algo genial. A última faixa tem o total de treze minutos, mas que são divididos em duas partes, eis que oculto na segunda parte existe uma surpresa muito especial. O quarteto apresenta um tema avassalador e frenético, mesclando o jazz, blues, funk, ritmos brasileiros e o boogie-woogie, estilo de blues que tem como característica o uso sincopado da mão esquerda no piano, foi muito popular entre os negros nas décadas de 30 e 40.

Ari Borger mostra mais uma vez por que é considerado um dos grandes nomes da música instrumental brasileira e junto com seu quarteto gravam um álbum que está entre os melhores lançamentos de 2010. O quarteto explora com maestria e competência essa união de ritmos, tudo parece ter sido milimetricamente encaixado, não há exageros, há sim, um trabalho finíssimo e requintado, sem dúvida foi uma grande jogada pegar o jazz, o blues, o funk e o soul, e uni-los a música brasileira. Isso tudo, faz com do Backyard Jam um dos álbuns mais “abrasileirados” do quarteto. Boa Audição !

Ouça a música: Partindo Alto (Ari Borger Quartet)


Track List

01. Partido Alto
02. Backyard Jam
03. Organ Groove
04. Norwegian Wood
05. Jimmy no Morro
06. Rainy Day
07. Na Estrada
08. Jazz no Renaissance
09. Nasty
10. New and Dusty
11. Piano Attack
12. Baiao Psicodelico

Site Oficial: Ari Borger

3 comentários :

  1. Muito bom!!!! O entrosamento do Ari Borger com o guitarrista Celso Salim chega a ser fora do "normal"..rs

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  2. Os dois tocam muito né, Teberga?

    O interessante do Salim, é como ele trata o jazz e blues, ele tem muito feeling, não procura fazer exageros...isso é muito bom.

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  3. vou conhecer esse material raro agora mesmo . de mais...

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