quarta-feira, 6 de abril de 2011

Blaze Bayley

2000 - Silicon Messiah
Gênero: Heavy Metal



Blaze Bayley foi um dos músicos mais contestados e injustiçados da história recente do rock. Tudo começou quando Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em meados de 1993 para dar prioridade a sua carreira solo. Na época a banda fez uma espécie de “processo seletivo” para escolher o novo frontman. Eis que o então vocalista do Wolfsbane, Blaze Bayley foi escolhido para ser o sucessor de Bruce Dickinson. Assim começava um relacionamento conturbado entre alguns fãs da Donzela e o novo vocalista. Sua passagem pelo Iron Maiden durou apenas 5 anos, mas foi o necessário para que o vocalista deixasse a sua marca. Blaze gravou dois álbuns com o Iron, o primeiro foi The X-Factor (1995) um álbum que apresentou uma mudança significativa na sonoridade, com canções sombrias e lentas, tudo isso somado ao timbre do Blaze e um instrumental muito coeso. O álbum teve boa repercussão e muitas canções são destaque até hoje. Quando a banda lançou Virtual XI (1998), a história começou a mudar, foi um álbum muito fraco tecnicamente, com canções pífias e Blaze não tão inspirado, somado a baixa vendagem e a insatisfação dos fãs. Um ano depois Blaze Bayley deixa o Iron Maiden, aparentemente com o consenso de todos, e meses depois banda anuncia o retorno de Bruce Dickinson aos vocais e do guitarrista Adrian Smith.

Que o Blaze é um bom vocalista, isso não se discute, afinal ser escolhido para ser o sucessor do Bruce Dickinson, cá entre nós, não é para qualquer “pé rapado”. Apesar do seu esforço a frente do Iron, Blaze não conseguiu agradar boa parte dos fãs e saiu da banda sem deixar saudades. Não demorou muito para que Blaze voltasse à cena, mas agora com um projeto solo. Para dar inicio a sua nova empreitada, o vocalista chamou os guitarristas Steve Wray e John Slater, o baterista Jeff Singer e o baixista Rob Naylor. O momento era outro, agora Blaze poderia trabalhar sem aquela pressão dos tempos do Iron Maiden, fatores que sem dúvida o ajudariam.

Silicion Messiah (2000) foi o primeiro álbum da sua carreira solo, um trabalho que não chega a ser primoroso e extraordinário, mas que soa muito bem. Um ponto que deve ser ressaltado é em relação à sonoridade, um heavy metal pesado e que em muitos momentos chega a ganhar traços de thrash metal. Blaze não decepciona no vocal e mostra que tem competência e qualidade para cantar heavy metal, a diferença é que agora tudo está a seu favor, e o resultado é um instrumental que se encaixa perfeitamente ao seu timbre de voz. O repertório é formado por 13 músicas, todas compostas pelo vocalista, que seguiu uma temática sobre a inteligência artificial e suas consequências. Destaque para a faixa de abertura “Ghost in the Machine”, que começa com uma base de guitarra muito pesada. “Evolution” segue a mesma pegada, mas com uma linha mais melódica. “Silicon Messiah” é uma música que serve de parâmetro, já que ela reúne todas as características das demais, um ar sombrio e o heavy metal com uma pegada bem pesada. “Born as a Stranger” na minha opinião uma das melhores do álbum, uma performance impecável do Blaze e um instrumental bem coeso. As músicas “The Hunter”, “Identity” e “Stare at the Sun” seguem a mesma linha, o inicio cadenciado e com um ar sombrio, linhas de guitarras bem melódicas e o vocal característico do Blaze, com o heavy metal pesado voltado à cena no decorrer da música. “The Day I Fell To Earth” abre a sequencia de faixas bonus (na versão sul-americana), aqui a sonoridade muda um pouco e a banda apresenta um rock’n’roll com influências oitentistas, uma música muito boa, com um solo bem executado, o mesmo acontece em “Motherfuckers R Us” (ao vivo). Por fim “Tough as Steel”, música da banda Wolfsbane, a primeira do vocalista.

Silicion Messiah (2000) é o tipo de álbum para deixar aquele fã que tanto criticou o Blaze, com uma pontinha de remorso. Blaze se saiu muito bem em seu debut, conseguiu mostrar o seu valor e mesmo depois de um momento conturbado, conseguiu dar a volta por cima. O fato dele não ter dado certo no Iron Maiden, não diz respeito a sua qualidade, no meu entendimento, o Iron não era a banda certa para o Blaze, mas vejo que em um primeiro momento a banda até tentou fazer um som que se encaixa-se no timbre do vocalista, mas era lógico que essa não era a “praia” do Iron, consequentemente com a pressão e as comparações a situação ficou insustentável. Recomendo o álbum Silicion Messiah a todos aqueles que questionavam e menosprezava o Blaze de maneira injusta, este álbum é uma espécie de redenção para o vocalista, e que mesmo não sendo um trabalho primoroso, merece sim todo o reconhecimento, principalmente por ser um álbum de estreia em que o Blaze se saiu muito bem e assim conseguiu mostrar o seu valor. Boa Audição.

Track List

01. Ghost in the Machine
02. Evolution
03. Silicon Messiah
04. Born as a Stranger
05. The Hunger
06. The Brave
07. Identity
08. Reach For the Horizon
09. The Launch
10. Stare at the Sun
11. The Day I Fell to Earth
12. Motherfuckers R Us
13. Tough as Steel

Blaze Bayley - "Silicon Messiah"


Blaze Bayley - Reach for the Horizon


Site Oficial: Blaze Bayley

2 comentários :

  1. Eu assisti em vídeo a alguns shows do iron com este voclista. O que eu pecebi é que ele não conseguia estar à vontade com a banda. Era como se precisasse do aval dos outros membros (principalmente Steve Harris), acho que isto prejudicou sua aceitação pelos fãs. Faltou a ele mostrar a força de sua personalidade como fez o próprio Bruce ao substituir o Paul D´iano (Que eu particularmente preferia ao Bruce).
    Vlw´s.

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  2. Concordo com você. A pressão em cima do Blaze era muito grande, ainda mais por saber quer era o sucessor do Bruce Dickinson, não deve ter sido fácil mesmo. Eu mesmo não curtia ele no Iron Maiden, acho que o vocal dele não se encaixa com o som da banda, mais creio que a banda até tentou ajuda-lo, mudando a sonoridade como aconteceu no "The X-Factor". E também acho que faltou personalidade a ele, de entrar e se portar como um vocalista do Iron Maiden, talvez as coisas poderiam ser um pouco diferentes.

    Apesar dessa passagem, o Blaze conseguiu mostrar seu valor no "Silicon Messiah" e conseguiu buscar um som junto com a banda que se adequasse ao seu timbre de voz.

    Sobre o Paul Di'Anno, bom eu prefiro muito mais o Bruce também. Sem dúvida.

    Obrigado pelo comentário.

    Abraço

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