sábado, 26 de maio de 2012

Warren Haynes Band - Live at the Moody Theater (2012)


Por Daniel Faria

Incansável. Essa é a palavra que define uma das facetas do Warren Haynes. Tocando no Allman Brothers, no Gov’t Mule e com uma carreira solo a todo vapor, Warren parece ser movido a pilhas alcalinas. Porém não é apenas isso que o torna um grande guitarrista, mas sobre tudo a sua maneira de tocar, sua técnica apurada, suas composições e principalmente o seu bom gosto e dedicação em tudo que se propõe a fazer. Esse é Warren Haynes.

Dois anos após lançar Man in Motion (2010), o seu último álbum de estúdio, Warren Haynes gravou mais um álbum de peso: Live At The Moody Theater (2012), gravado em Austin, Texas no dia 03 de novembro de 2011. 

Para a primeira parte do show, Warren Haynes fez questão de tocar praticamente o álbum Man in Motion ao vivo, o que foi uma excelente escolha, ainda mais por que ele conseguiu deixar as músicas ainda melhores, dando um toque de improviso. A única música do álbum que ficou de fora foi “Save Me”. O show começou com a embalada “Man in Motion”, com Haynes inspiradíssimo nos solos e trazendo para o palco uma banda afiada. Na sequencia “River’s Gonna Rise”, que ficou impecável ao vivo, com Haynes mandando bem demais no vocal e no solo, destaque para Alecia Chakour que faz um backing vocal muito bom. “Sick of My Shadow” surge em seguida, outra música que ficou com uma pegada muito boa ao vivo, destaque para o saxofonista Ron Holloway. O show continua com mais duas músicas do novo álbum, “A Friend To You” e “On a Real Lonely Night”. Depois Warren volta quase vinte anos no tempo, e manda a música “Invisible” do seu primeiro álbum solo lançado em 1993, que na versão ao vivo ficou simplesmente impecável e com incríveis treze minutos de uma intensidade viciante. Na sequencia Haynes retorna com as músicas do novo álbum e encerra a primeira parte com três músicas, “Take a Bullet”, “Hattiesburg Hustle” e “Everybody’s Talkn”.

Na segunda parte do show, Warren traz um set list mais amplo, que permite com que ele explore músicas como “Frozen Fear” e “Tear Me Down” ambas do Gov’t Mule. O multifacetado Haynes traz na sequencia a música “Dreaming the Same Dream” de Ziggy Marley, filho do Bob Marley. No meu caso, sou avesso a reggae, mais para quem curte, creio que irá se surpreender com a qualidade e toque que o Haynes deu a música. Mantendo um set list variado, Haynes emenda “Spanish Castle Magic” de Jimi Hendrix. “Your Wildest Dreams” é a única música do álbum Man In Motion na segunda parte do show, e dispensa qualquer comentário, Haynes faz um solo daqueles que basta fechar os olhos e deixar se levar pelas notas. E para encerrar o show em grande estilo, a clássica “Soulshine” do Allman Brothers Band e que foi escrita pelo próprio Warren, sendo assim a escolhida não poderia ser outra música. Nessa música Warren faz um duo com a cantora Alecia Chakour.

Na minha opinião, o álbum Live at the Moody Theater (2012) tem tudo para estar entre os melhores do ano. Elogiar Warren Haynes, é chover no molhado, ele é o cara. E provou mais uma vez ser incansável e de um talento nato quando o assunto é música. Porém os méritos por esse novo álbum da sua carreira solo, não deve ser apenas do guitarrista é claro, mas da banda que o acompanha, formada por músicos de extrema competência e que juntos conseguiram realizar um show dessa magnitude. O álbum acabou de sair do forno, já que foi lançado no mês passado, vale e muito ouvir, ouvir, ouvir e ouvir. Afinal é exatamente isso que você irá fazer. Recomendo. Boa audição.

CD1

01. Man in Motion
02. River’s Gonna Rise
03. Sick of My Shadow
04. A Friend to You
05. On a Real Lonely Night
06. Invisible
07. Take a Bullet
08. Hattiesburg Hustle
09. Everyday Will Be Like a Holiday

CD2

01. Frozen Fear
02. Dreaming the Same Dream
03. Pretzel Logic
04. Fire in the Kitchen
05. A Change Is Gonna Come
06. Spanish Castle Magic
07. WHB Intro
08. Tear Me Down
09. Your Wildest Dreams
10. Soulshine

Warren Haynes - Guitarra/Vocal
Alecia Chakour - Vocal/Tamborim
Nigel Hall - Teclado/Vocal
Ron Holloway - Saxofone Tenor
Ron Johnson - Baixo
Terrence Higgins - Bateria

Warren Haynes Band - Tear Me Down (Live at the Moody Theater)


Warren Haynes Band - Rivers Gonna Rise (Live at the Moody Theater)

Site Oficial: Warren Haynes

terça-feira, 22 de maio de 2012

John Pizzarelli anuncia shows no Brasil em 2012

O guitarrista e vocalista John Pizzarelli está de volta ao Brasil para divulgar o seu novo álbum: Double Exposure. John anunciou em seu site oficial as datas dos shows em setembro. Ele irá passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Até o momento não tenho maiores informações, algo até compreensível, visto que está um pouco longe.

Em breve vou entrar em contato com as casas de shows, para ver se consigo alguma informação antecipada, em relação aos preços dos ingressos e quando vão começar a ser vendidos.

As atualizações serão postadas nesse post.

John Pizzarelli (Setembro 2012)

21 - São Paulo - Paulistano Club
22 - São Paulo - Sesc Pompeia
23 - SãoPaulo - Sesc Pompeia
25 - São Paulo - Bourbon Street Club
28 - Rio De Janeiro - Miranda Club
29 - Rio De Janeiro - Miranda Club
30 - Fortaleza - Teatro Iguatemi


Site Oficial:
John Pizzarelli

sábado, 19 de maio de 2012

"Marina" (Carlos Ruiz Zafón)

Ficha Técnica:

Título: Marina
Escritor: Carlos Ruiz Zafón
Gênero: Romance
Lançamento: 2011
Páginas: 262 páginas
Acabamento: Brochura
Editora: Suma





Caros leitores

Apesar de ficar um bom tempo sem postar dicas de leitura, continuo lendo meus livros. E um dos últimos livros que eu tive o prazer de ler foi “Marina”, do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón. Lançado originalmente em 1999, o livro só foi chegar em terras tupiniquins ano passado, tudo isso por uma questão judicial que impedia que esse e outros livros fossem lançados pelo mundo. E eu que já tinha lido “A Sombra do Vento” e “O Jogo do Anjo”, dois dos melhores livros que li na vida, não iria perder a chance de ler “Marina”. O livro é voltado para um publico mais jovem, tem uma abordagem mais simples, porém com a mesma magia que Zafón apresentou nos outros dois livros. Em uma nota no inicio do livro, o escritor explica isso.

“Em maio de 1980, desapareci no mundo por uma semana. No espaço de sete dias e sete noites, ninguém soube do meu paradeiro. (...) Uma semana depois, um policial à paisana teve a impressão de conhecer aquele garoto; a descrição batia. O suspeito vagava pela estação de Francia como uma alma penada numa catedral de ferro e névoas. O policial me abordou com um ar de romance de terror. Perguntou se meu nome era Óscar Drai e se era o rapaz que havia sumido sem deixar rastros do internato onde estudava. (...) Na época, não sabia que, cedo ou tarde, o oceano do tempo nos devolve as lembranças que enterramos nele. Quinze anos depois, a memória daquele dia voltou para mim. Vi aquele menino vagando entre as brumas da estação de Francia e o nome de Marina se acendeu de novo como uma ferida aberta.”

E assim começa o livro. O pano de fundo escolhido por Zafón não poderia ser diferente. A cidade de Barcelona, na década de 70. Época em que Barcelona era uma miragem de avenidas e becos, onde, só de cruzar a soleira de uma portaria ou de um café, uma pessoa poderia viajar para trinta ou quarenta anos antes. Um dos personagens principais é o menino Óscar Drai, que tem apenas 15 anos e mora em um internato. Naquele tempo o bairro de Sarriá conservava um aspecto de um pequeno povoado encalhado à margem de uma metrópole modernista. O internato vivia em meio a uma cidadela de jardins, fontes, tanques lodosos, pátios e pinheirais encantados. Ao seu redor, edifícios sombrios hospedavam piscinas cobertas por um véu fantasmagórico de vapor, ginásios enfeitiçados de silencio e capelas tenebrosas onde as imagens dos santos sorriam sob o reflexo do círios. Era nas suas horas vagas, entre uma aula e outra, que Óscar costuma desbravar as ruas da cidade. É foi durante um desses passeios ocasionais, que o jovem acabou indo parar em uma rua deserta, com grandes casarões aparentemente abandonados. Encorajado pela curiosidade, Óscar decide ir mais a fundo e passa pelo portão de um dos casarões. Hipnotizado por um som celestial, uma melodia que ele não conseguia identificar, mas que o que prendia e o fazia seguir a frente. Óscar resolve entrar no casarão, vê uma silhueta aprisionada ao gramofone em frente à lareira. Em sua primeira investida, o jovem acaba se assustando e sai em disparada do casarão, levando um relógio. Nos dias que se seguiram, os dois acabam virando companheiros inseparáveis e em meios a pensamentos, se sente encorajado a voltar ao casarão, dessa vez com seu amigo JF. Sem coragem suficiente, eles recuam e Óscar se vê novamente com o relógio em seu bolso e prepara uma nova investida em busca de uma resposta talvez, só que dessa vez sozinho. Porém o que estava preparado para Óscar era muito mais do que ele poderia imaginar, na sua volta ao casarão, ainda na rua ele encontra uma menina encantadora: Marina.

Bom não vou entrar em grandes detalhes, até porque é bem capaz de eu acabar contando o livro inteiro, principalmente por ser uma história fascinante e que prende o leitor do inicio ao fim. Em “Marina”, o leitor que já conhece os outros livros do Zafón, vão se deparar com uma história empolgante, com toques de suspense e aventura. Zafón leva o leitor a um labirinto que parece infinito, onde a cada novo personagem que surge, a história parece ganhar um novo desenrolar. Óscar e Marina criam um laço afetuoso, para o jovem Óscar foi um sonho, sim, daqueles que não temos vontade sair ou simplesmente coragem para abrir os olhos. Um livro fascinante, com uma dose melancolia inexplicável e ao mesmo tempo cativante. Boa leitura.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Marcus Miller - Estival Jazz Lugano 2008



Garimpando pela internet, acabei me deparando com essa show do baixista Marcus Miller, no Estival Jazz Lugano 2008. Miller é acompanhado pelo tecladista Federico Gonzalez Pena, o baterista Jason "JT" Thomas e pelo excelente saxofonista Alex Han, que apesar de ter apenas vinte anos na época, demostrou uma maturidade musical monstro ao lado do Miller.

Dizer algo sobre o baixista Marcus Miller é praticamente chover no molhado, logo soa previsível demais qualquer elogio a ele nesse show. Em um set list com apenas 8 músicas, Miller e sua banda presenteia o público com um jazz fusion de primeiríssima qualidade, tocando músicas do seu último álbum como "Blast" e "What is hip?" e outras mais antigas e bem conhecidas como "Phanter" e "Power". Também não poderia deixar de citar a clássica "Jean Pierre", do trompetista Miles Davis e uma releitura de "Higher Ground" do músico Stevie Wonder, e "When I Fall In Love", que registra um dos pontos altos do show, em uma apresentação memorável, com Miller deixando baixo de lado para tocar clarinete alto e por fim um dueto com o jovem Alex Han.

Em uma hora e treze minutos de show, Marcus Miller mostra porque é um dos grandes baixistas de jazz da atualidade, não só por ele tocar absurdamente bem, com uma técnica de slap perfeita, mais por agregar músicos de qualidade a sua volta. Se você curte jazz fusion, tem que assistir esse show. Boa audição.

Set List

01. Pluck (Interlude) / Blast
02. Higher Ground
03. Jean Pierre
04. Panther
05. When I Fall In Love
06. Power
07. Just Like A Woman
08. What Is Hip?

Site Oficial: Marcus Miller

Cantoras de Jazz: Jovens e Talentosas

O universo jazzístico é um dos mais diversificados do meio musical e para conhecê-lo completamente seria necessária uma vida inteira e de pura dedicação. Sem a internet esse processo em busca do conhecimento ficaria bem mais complicado, porém hoje o que você precisa ter além da internet é apenas o interesse por novidades. Eu não sou um conhecedor profundo do assunto, mais nesses 5 anos em que me dedico ao jazz, conheci algumas preciosidades e gostaria de compartilhar. Nesta lista o foco principal será as novas cantoras de jazz.

Na história do jazz existiram excelentes cantoras e das que eu conheço posso citar: Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Nina Simone, Sarah Vaughan, Etta James, Diane Schuur, Rosemary Clooney e Cassandra Wilson.

Porém de uns tempos para cá, passei a não só ouvir cantoras clássicas, mais também a procurar por novos talentos. E o resultado tem sido surpreendente. Para não ficar uma postagem muito extensa, vou dividi-la em partes e postar durante as próximas semanas. Com isso vocês ganharam tempo para procurar os cds e com isso conhecer melhor o trabalho delas. Vale lembrar, que o que pode ser conhecido para uns (que certamente vão reconhecer), para outros esses posts tende a ser novidade e essa é a intenção, provocar a curiosidade em cada um e claro, dar novas opções para quem procura por boa música.

SARA GAZAREK

Jovem e talentosa. Ela vem arrancando elogios da crítica especializada por onde passa. Com apenas dois álbuns de estúdio gravados, “Yours” (2005) e “Return To You” (2008) e um ao vivo, Sara teve seu primeiro reconhecimento logo no primeiro álbum, onde foi parar no Top 10 na Billboard Traditional Jazz e bateu todos os recordes de músicas compradas via download no iTunes. É considerada uma das melhores cantoras da nova safra do jazz. O que chama atenção é a sua voz, pois nada adiantaria somente o talento. Uma voz cativante, carregada de emoção e afinadíssima. Sara têm como influências, cantoras consagradas como, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Billie Holiday, Abbey Lincoln, entre outras. O seu conhecimento musical também impressiona, prova disso é as músicas que estão presentes em seu trabalho. Na época em que lançou o álbum “Yours”, Sara tinha apenas 25 anos e isso não a intimidou, foi buscar seu repertório em clássicos que ficaram conhecidos décadas antes dela nascer. Como por exemplo: “Cheek to Cheek”, “Ev’ry Time We Say Goodbye” e foi além, fez um medley com as músicas dos Beatles. É por isso que considero Sara Gazarek uma talentosa nata, com muito potencial a ser explorado e que ao longo dos anos vamos nos acostumar em ouvir esse nome.

Sara Gazarek - "Let's Try This Again" (Return To You)



MELODY GARDOT

A história dessa jovem foi modificada por causa de tragédia que aconteceu na sua vida. Aos 19 anos Melody teve um grave acidente, foi atropelada por um automóvel quando retornava de bicicleta a sua casa. Resultado: múltiplas-fraturas na região pélvica, cervical e da cabeça. Para recuperar alguma de suas antigas habilidades cognitivas, o seu médico recomendou que fizesse o uso da música como terapia. Foi presa a um leito que ela compôs e gravou as canções do EP intitulado “Some Lessons:The Bedroom Sessions”, foi vendido via internet e também chamou a atenção da rádio local. Isso não a impediu de continuar seu belíssimo trabalho e já tem três álbuns de estúdio e um ao vivo. O melhor na minha opinião é “Worrisome Heart” (2008). A música dessa jovem cantora tem como base o jazz, folk e o blues. Melody canta com uma voz suave e emocionante. Apesar do momento especial em sua vida e na sua carreira, aonde consegue mostrar ao mundo o seu valor e talento, a jovem ainda sofre com as conseqüências daquela tragédia. Melody é mais uma grata surpresa aos amantes do jazz e da boa música.

Melody Gardot - "Worrisome Heart" (Worrisome Heart)


Melody Gardot - "Baby I'm A Fool" (My One And Only Thrill)



MADELEINE PEYROUX

Madeleine já tem uma carreira musical consolidada. Nasceu em Athens, na Geórgia, mais passou a sua adolescência e parte da juventude na França. Começou cedo na carreira, pois aos 15 anos já cantava em bandas de jazz e blues de Paris. É cantora, compositora e violonista. É considerada como uma das maiores vozes do jazz moderno e no meio jazzístico seu jeito de cantar é comparada ao da Billie Holiday. Medaleine vem evoluindo e muito na sua carreira, nos primeiros álbuns seu repertório era baseado muitas vezes em stantards do jazz e blues, era considerada como uma excelente interprete. Isso mudou radicalmente no último álbum “Bare Bones” (2009), onde ela arriscou e passou a compor, mesmo que em parceria ainda. O resultado é um álbum recheado de novidades. Desde o instrumental, de extrema qualidade, porém não muito inovador, mais é possível notar um leve flerte com o rock e rhythm & blues, e também canções não tão carregas de melancolia (como era comum nos outros álbuns). Destaque para as músicas “River of Tears”, música que ela fez ao se despedir do pai que faleceu há alguns anos e “Instead” uma canção cativante e que é calcada no blues. Madeleine é o tipo de cantora que faz um excelente trabalho e no entanto não está na direção dos holofotes do jazz como por exemplo Norah Jones. Mais a qualidade dessa jovem e experiente cantora é reconhecida mundialmente e continua surpreendendo os amantes do jazz a cada lançamento. Vale a pena conferir.

Madeleine Peyroux - "Instead" (Bare Bones)


Madeleine Peyoroux - "Don't Wait Too Long" (Careless Love)


Até a próxima. Abraços

quarta-feira, 16 de maio de 2012

The Haunted - The Haunted (1967)


Artista: The Haunted
Título: The Haunted
Gênero: Garage Rock
Lançamento: 1967

Por Thiago Lucena

Entre tantas bandas dos anos 60 que tentavam pegar carona no sucesso dos Beatles e Rolling Stones algumas só queriam tocar, mostrar seu som e se divertir. Com guitarras mais sujas e pegadas mais fortes surgia o garage rock, na tradução literal, rock de garagem, ou seja, a música se caracterizava pela crueza sonora de bandas de garagem, sem polimentos ou adornos no resultado final do som. Um bom exemplo da gama de bandas que faziam esse som está nas várias cenas da época, em especial na surgida em Detroit, que trouxe ao mundo bandas como MC5 e The Stooges, ícones do estilo. Porém, fora dos Estados Unidos e mais acima do Atlântico, uma banda também começava a chamar atenção. O The Haunted foi uma das primeiras bandas canadenses a chamar atenção fora do país. A banda de Montreal apareceu em uma coletânea americana chamada Pebbles, Volume One: Artyfacts from the First Punk Era, nos moldes da famosa Nuggets, que compilava bandas americanas undergrounds de garage e punk do meio para o final dos anos 60, sim americanas, mas o Haunted estava lá, com seu single de maior sucesso, a faixa 1-2-5.

A banda lançou somente um álbum em 1967, um misto de sons autorais e alguns covers, entre eles uma versão bem legal de Out of Time do Rolling Stones. O disco tem momentos especiais como a já comentada 1-2-5, que deu a banda o reconhecimento obrigatório e o primeiro lugar em um festival no Canadá, as enérgicas I Can Only Give You Everyting e Horror Show, as mais sentimentais Untie Me e Out of Time e covers inusitado em francês, segunda língua do país natal do grupo, de Purple Haze do Jimi Hendrix e Talk Talk do The Music Machine. No álbum também tem blues, psicodelia, quebradeira, calmaria, tudo o que uma banda precisa pra se divertir esses caras fizeram com louvor. The Haunted não vai nem teve propósito algum de mudar a vida nem os caminhos do rock, mas eles sabiam o que queriam e conseguiram mostrar que existia rock de garagem fora dos Estados Unidos.

O álbum original continha 9 faixas e ficou fora de catálogo por muito tempo, sendo reeditado em CD em 2009 com vários bônus interessantes totalizando no final 22 faixas, um verdadeiro arquivo musical obrigatório da banda que por algum motivo injusto ficou de fora da seleção da Nuggets, mas teve sua importância reconhecida pelos fãs dos bons sons garageiros e do rock sincero.

Track List

01. 1-2-5
02. Shake
03. Horror Show
04. Untie Me
05. I Can Only Give You Everything
06. Eight O’Click This Morning
07. 1-2-5 (Original Version)
08. Out Of Time
09. Searching For My Baby
10. A Message to Pretty
11. Twist
12. Montreal Blues
13. Porquoi (Talk Talk)
14. Vapeur Mauve (Purple Haze)
15. Come On Home
16. I’m a Man
17. Run Down Every Street
18. Land of Make Believe
19. An Act of Leisure
20. No More Lovin
21. Mona
22. I’m Just Gonna Blow My Little Mind to Bits

The Haunted - 1-2-5


The Haunted - Vapeur mauve


The Haunted - I Can Only Give You Everything

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Iron Maiden no Rock in Rio 1 (1985): o histórico e atrapalhado show.

Trago até vocês uma postagem (antiga) do site Minuto HM , publicada pelo autor Eduardo Bianchi Rolim e que na época autorizou gentilmente que eu postasse o conteúdo no meu blog Musicólatras. Para ilustrar melhor a postagem, eu utilizei duas fotos que foram postadas no Blog Fligth 666 .

Esta postagem é sobre o show do Iron Maiden na primeira edição do festival em 1985, que alias foi um dos melhores na minha opinião em questão dos shows. Bom sem mais delongas, aproveite e leia com atenção esse post repleto de informação sobre esse lendário show da Donzela em terras tupiniquins.

Por Eduardo Bianchi Rolim

Galera,

faz tempo que estou para falar desta histórica apresentação da banda aqui no blog, dívida esta que tenho comigo e falei no post que fiz especificamente sobre o Rock In Rio 1 (que recomendo a leitura antes mesmo da deste post, caso ainda o caro leitor ainda não a tenha feito). Sei também que devo muitas coisas por aqui, mas vamos pagando com calma


Portanto, o foco aqui será falar um pouco do que temos disponível no segundo DVD oficial do Live After Death (oficial = oficial mesmo, não aquele que foi lançado aqui no Brasil e ficou por um tempo nas bancas de jornais, fato este que chegou ao conhecimento da banda que, por sua vez, acionou os responsáveis aqui no Brasil para interromperem imediatamente as vendas – e pedindo aos que compraram para efetuar a devolução do item não-autorizado. Aliás, tem até legenda das letras das músicas naquele DVD, hoje item de colecionador).

Com base nas imagens feitas na época pela Rede Globo, o show disponibilizado neste DVD não traz o setlist completo da noite executado pela banda que pela primeira vez aterrissava em nosso país (na verdade, na América do Sul). A qualidade da imagem é também compatível com o quem viveu a era dos VHS – e, para tentar me fazer bastante claro, a gravação em “EP”. A qualidade do som segue a mesma linha, é irregular em termos de volume. Em resumo, o material é bastante precário mas obviamente é um registro de suma importância para a banda, fãs e até mesmo para o nosso país em termos musicais.

De qualquer forma, temos sempre o YouTube, não? E, assim, vou também trazer um pouco das outras músicas do show, para felicidade geral da nação que curte um “rock pauleira do satânico Iron Maiden”. Calma, leia o texto para entender este comentário…

O Iron Maiden, que foi a única banda internacional que se apresentou apenas uma vez no evento, teve a honra de abrir para um dos shows mais marcantes da história de todas as edições do Rock in Rio e, por que não dizer, do Brasil: o Queen. Mas isso é papo para uma outra oportunidade (nem podemos considerar como uma pendência minha, hein? Hehehe).

A Wikipedia gringa informa que o show do Maiden começou exatamente “2 Minutes To Midnight”, ou, como me refiro sempre carinhosamente à música, “23:58 PM”. A banda estava simplesmente na World Slavery Tour 84/85, do disco Powerslave (1984), em uma tour que foi gigantesca em todos os sentidos ajudou a banda a se consolidar (ainda mais) não só na cena heavy metal, mas na música como um todo.

Os fatos que apresentarei abaixo (não posso aqui falar de algo que ocorreu quando eu tinha 3 anos de idade, então o que será apresentado são apenas fatos que podem ser vistos no vídeo em questão – claro que quem viveu esta época e quiser contribuir comentando neste post, é sempre muito bem-vind0) estarão mais focados em um dos membros da banda: o Bruce.

Explico: os pontos que falarei abaixo envolvem diretamente o Air Raid Siren e podem, talvez, serem “justificados”, “explicados” de várias maneiras, que tentarei fazer mais ao final do post. Antes que voem tomates e afins em mim, para quem não me conhece, saiba que o texto não tem qualquer objetivo de CRITICAR o homem que admiro e considero até mesmo uma grande inspiração de vida para mim. Mas os fatos estão lá e hoje chegam a ser engraçados…

Foto: Blog Flight 666

Sem mais delongas, vamos lá: o Iron Maiden ganha o palco com a primeira faixa do seu lançamento da época, Aces High. A banda estava vestida como se vestiu durante toda esta tour (as clássicas roupas dos anos 80, que praticamente todas as bandas usavam): Bruce com sua calça amarela, com meias por cima, correntes em um cinto de caveira, aparentando ansiedade. Seu vocal está ainda contido (em relação ao que se ouve na sequência do show) e até mesmo um pouco tímido nestes primeiros minutos no palco (comparando-se com o Bruce que conhecemos), coisa que praticamente some durante esta própria primeira música da noite.

Depois do segundo solo da música, Bruce não está tão perto assim do microfone, pois foi interagir com o enorme público que recebia muito bem a banda… ele calcula o tempo e corre para buscá-lo e continuar, claro, cantando. Ele volta, fica perto do Nicko e, quando vai pegar seu microfone, apesar de não ter chegado tão em cima da hora, ele vê Adrian bem colado ao pedestal, atrapalhando-o. Bruce dá um cutucão no guitarrista, que trocam olhares do tipo “que foi?” (Adrian) e “sai daí” (Bruce). Era um sinal da noite atrapalhada que ainda viria…



Minuto Hora de 2 Minutes To Midnight. Bruce bate palmas e suas palmas são respondidas por um empolgado público. Ele parece estar bem mais solto e aquela ansiedade inicial parece ter ficado para trás. “Cantem comigo”, grita Bruce para abrir o refrão…

No solo de Murray, Bruce aproveita para soar o nariz… estaria Bruce resfriado / gripado na noite? A verdade é que Bruce parece estar um pouco fanho neste show – em alguns momentos dá para notar isso – o que não compromete seu alcance vocal. O solo de Adrian chega e Nicko toca a música em um estilo bem diferente do de hoje, levantando a mão esquerda para marcar na caixa. Muito interessante.

As guitarras, que estão excelentes como no disco de estúdio, começam a se destacar, algo que se notou por todo o show.



Bruce diz “boa noite” e mexe com o público, sua marca característica. Anuncia a próxima música, desta vez do “Piece of Mind album for ya”…

A música é The Trooper: Bruce diz algo talvez em Português (“louco todo”?) e a banda incendeia o público e entrega uma linda versão da música, com a banda dando uma verdadeira aula em suas atribuições. Mas é no meio do solo de Adrian que vem a curiosidade: Bruce começa a chamar alguém (JT?), no microfone aberto mesmo, em tom de reclamação. A reclamação continua e invade o solo de Murray. “Turn up my mic, I’m talking to you, you stupid (?)…”.

Bruce pede que algo seja ligado, mexido, em seu microfone, aparentemente, culminando em um xingamento final de Bruce. Alguém se candidata a comentar o acontecimento e as falas de Bruce por ali? Algum problema mesmo em seu microfone, visto que Bruce praticamente engole o “cabeção” nos gritos finais…

Ele brinca rapidamente com uma pequenina bandeirinha do Reino Unido (fãs atuais nem imaginam esta cena, talvez) e nitidamente se “embanana” com seu pedestal na hora de pegá-lo para o movimento final da música. Mas cabe ressaltar como Bruce cantou esta música, em uma palavra: espetacular!



Já na (outra) obra-prima da noite, Revelations, que já falamos tanto por aqui no blog, Bruce chega pulando o retorno com uma guitarra em mãos. Sim, uma guitarra. Na época da clássica formação da banda, com “apenas” 2 guitarristas, ele fazia uma simples base da música enquanto os guitarristas dobram o maravilhoso início desta maravilhosa música deste maravilhoso disco.

Foto: Blog Flight 666

Mas convenhamos: Bruce mostra que como guitarrista é mesmo uma das maiores vozes do heavy metal (entre inúmeros outros talentos) . Até ajeitar a palheta ele ajeita, de maneira meio desengonçada, o que é muito engraçado. Ao término desta introdução, Bruce agita o público para gritar nas pausas da música… aquela parte do “tan, tan, tan… YEAH… tan, tan, tan, YEAH”. Ele faz isso levantando sua guitarra para indicar ao público o momento exato para participação. Bruce sempre foi brilhante nesta conexão com o público. Mas nesta noite, em uma dessas levantadas, Bruce bate a cabeça da guitarra em seu rosto, fazendo sangrar imediatamente. Ele sai correndo e volta ainda meio tonto, com sangue escorrendo, para continuar cantando a música. Engraçado e METAL ao mesmo tempo, hehehe.

Ele bota primeiro a mão direita perto do olho e nota que está sangrando… ele grita seu “Hey” e olha para a outra mão, com sangue, e neste momento é possível ver o corte entre o olho esquerdo e o nariz, enquanto o sangue continua escorrendo até quase a boca e ele cantando a sua música de maneira espetacular… um grande momento do show, sem dúvida. O cinegrafista global deve ter percebido isso, pois a câmera fica em close nele por bastante tempo. Em tempo: coitado do Bruce!

As duas fotos abaixo foram tiradas da minha TV mesmo, para tentar mostrar o resultado da “guitarrada”. Graças ao bom Deus Metal que não foi no olho dele.


O público parece ter aprendido o momento de gritar e responde muito bem a Bruce, desta vez sem guitarra… a imagem da Globo filma Murray ao invés de Adrian, durante o solo deste último.



Com a maravilha do YouTube, hoje temos acesso inclusive ao material que não foi colocado no DVD, como Flight Of Icarus. Esta música eu particularmente já tive a chance de ouvir Bruce cantando na última tour solo dele no nosso país (com Adrian Smith na banda), tour esta do disco Chemical Wedding, no Via Funchal, em São Paulo, em 1999).

Ainda, eu adoraria ver o Maiden voltar a incluir em um setlist atual – que tal no lugar de Fear Of The Dark, principalmente em cidades onde a banda se apresenta com mais frequência? Enfim, muito bom ter acesso a este material, já que a música foi outro ponto alto do show. E lá está Bruce de novo, de frente para a bateria, olhando para sua direita e falando “Hello?” no microfone, enquanto os maravilhosos solos de guitarra se iniciam. Nitidamente, ele não está feliz o técnico de som e seu microfone...



… coisa que se confirma na épica e mais longa música da banda (até hoje): Rime Of The Ancient Mariner. Bruce continua inconformado com o volume de seu microfone e, logo no início da música, ele pede por 3 vezes um “up” em seu mic.

Pouco se ouve o baixo de Harris na parte que temos a narração. Ouve-se alguns sons metálicos meio estranhos. A lembrança, de qualquer forma, é de emocionar, bem como a boa resposta do público. As explosões nitidamente surpreendem o público brasileiro e a performance geral da banda é magnífica. Grande momento. Bruce dá um show a parte com seu vocal em excelente forma, mas as guitarras gêmeas e a cozinha mostram a coesão desta fantástica banda.



Bruce já se posiciona estrategicamente para descer a escadinha para a abertura de outra obra-prima, a faixa-título do então álbum de trabalho lançado. Na época, inclusive conferindo a versão da música na Long Beach Arena, do Live After Death, a característica explosão / fogo ao lado direito do palco (esquerdo do público) não acontecia logo que Bruce começa a cantar a música, como a banda fez nos shows da Somewhere Back in Time Tour, mas sim quando chegava o refrão. Na dúvida, confiram a versão em vídeo no Live After Death.

E o que deveria ter acontecido não ocorre nos instantes que antecedem o refrão. Bruce canta “Tell me why I had to be a Powerslave… I don’t wanna die, I’m a God, why can’t I live on?” e ainda não aparece na parte elevada do palco. Ele solta um “come on” como se fosse dando o sinal (“vai agora, pô”) e finalmente a explosão acontece para ele surgir com a também tradicional máscara.

O público responde bem, gritando, mas ainda é tempo para mais duas surpresas / trapalhadas do nosso amado vocalista: Bruce deixa o microfone cair ao ficar brincando de passá-lo de uma mão para outra, e perde o tempo da música…ele pega o microfone, ainda com um pouco de fogo no chão…

… fogo? Mas AINDA? Ainda. Aquelas chamas, que já deveriam ter sumido há um certo tempo, não se apagaram por completo e Bruce, cantando o refrão da música, olha para baixo, como se não conseguisse acreditar naquilo dando errado, e começa a pisar para apagar o foguinho que ainda estava por ali, com seu pé direito… ele se estica para apagar um que estava mais longe bem na parte do “and he will die toooo – se estica e demora a cantar – OOOOHHH”. A cena é, no mínimo, hilária.

Mas Bruce ainda iria se embananar um pouquinho mais em Powerslave. A música se desenvolve, os solos, o milagre da volta / do retorno , tudo… Bruce volta e… ele erra a parte da música, voltando a cantar “When I was living this lie” ao invés de “Now I am cold but a ghost”. Ele se liga nesse erro muito rapidamente e emenda um “Now I’m in my veins”, sem perder o tempo da música, e volta a cantar corretamente… “Silent the terror”… hehehe!

Mais para o final, Bruce acena para provavelmente o mesmo que reclamara em The Trooper, mas acena positivamente, como indicando que seu problema com o microfone estava resolvido. Nem moral ele teria mais para reclamar naquele momento, né? Hahaha.

O show também possui um raro solo de guitarra (o Maiden não inclui mais solos há muito anos) de Murray – solo este excepcionalmente técnico, com Nicko jogando baquetas a um público em êxtase – e depois fazendo um acompanhamento na bateria meio, sei lá, escola de samba? Não entendo até hoje o que Nicko tentou fazer / preencher ali com Murray. Outro momento no mínimo estranho…



Hora do satanismo, da música do diabo (calma, já está chegando a hora disso ficar esclarecido no texto): 666. A introdução da música é respondida de maneira empolgante pelo público, que vibra com a chegada do clássico, seguindo a euforia com a chegada do fantástico riff e da perna esquerda de Bruce que não para de se mexer. Falando no Bruce, após o primeiro refrão com uma resposta muito alta do público, Bruce deve estar realmente exausto, com muito calor, pois dá aquela respirada / assoprada no microfone, nitidamente recuperando o fôlego. O que se ouve é um belo “assoprão” no microfone, hehehe. Depois, enquanto os riffs que antecedem os solos tomam conta do palco, ele ajeita seu microfone no pedestal, fazendo com que o barulho dessa “ajeitada” seja ouvido muito claramente.

Outro grande momento do show é o Bruce indo buscar o Murray para colocá-lo em seus ombros, logo após o solo dele, para delírio do público, enquanto Adrian abre o segundo solo e a banda se reúne no centro do palco. Uma cena espetacular!

A música vai chegando ao final.. “666, the one for you and me…”. Mas ainda é tempo para mais um probleminha envolvendo Bruce. Ele até conseguiu cumprir o que cantaria – “I will return…” – mas somente após o fio do microfone ser devidamente encaixado de volta, fazendo-o perder mais uma vez o tempo da música e o “I’m coming back”. O microfone ainda dá uma falhada em “possess your body”, talvez com ele novamente mexendo no fio (a imagem não está nele neste momento).



A banda emenda Hallowed Be Thy Name, aquela música que ponho a mão no peito sempre que começa – um hino do heavy metal. Bruce senta estilo “indiozinho” e despeja sua potente e contagiante voz nesta música incrível. Mas, mais uma vez, Bruce pede “up”, “up” em seu microfone. Ele vai ao microfone, fala algo e não sai nada. Ele volta a cantar e manda, mais uma vez, um “up”, abaixa a cabeça e faz um “mini-discurso”, mostrando todo seu descontentamento… “otherwise”, “somebody else” e “all right?” são as únicas coisas que consigo ouvir, pois as guitarras estão muito altas. Alguém se arrisca a comentar o que ele discursou ali?

Ele grita um “yeah” que a música não tem e continua lá balbuciando, reclamando. Simplesmente ele não para de falar e falar, reclamar e reclamar, enquanto a banda continua tocando a música de maneira impecável. Bruce aparenta estar morto de cansaço no momento que volta a cantar.

Ele volta a abaixar a cabeça e falar (!!!). Desta vez, um “don’t worry, don’t apologize, it’s all right” e mais alguma coisa- estaria ele, então, com um ponto? O papo, de qualquer forma, continua… Bruce solta aquele famoso “scream for me, Rio… scream for me, scream for me…” e, depois, comanda a reação / gritos do público, como ele faz de maneira ímpar.



Em Iron Maiden, não encontrei nada “gritante”. E como é legal ver o Bruce ainda cantando bem perto do chefe Steve, acompanhado da entrada da histórica encarnação do Eddie múmia pulando pelo palco. Grande momento!

Agora, bom mesmo é o vídeo global que achei, que segue a mesma linha da entrevista histórica com Freddie Mercury, em que a Globo faz uma “entrevista” com um tal “Brian” Dickinson, o vocalista do Iron Maiden. Certo, Globo? Mais uma? A reportagem é aberta com o famoso “e agora, rock pauleira – para os metaleiros, um pouco mais do satânico Iron Maiden, com a participação especial e muito bem humorada de Eddie, o monstro”.



A banda volta para o bis. “Eu quero todo mundo louco este noite”, grita Bruce para introduzir Run To The Hills. A resposta do público nesta música é incrível, com todos com os braços para os lados, girando camisetas, camisas e tudo que está por perto. E cantando a música também, claro, com Bruce incentivando com seu “cantem comigo” em duas oportunidades.

Reparem na velocidade que Harris imprime com sua mão direita alucinada durante o solo de Murray. É de dar gosto… apenas o final da música é um pouco diferente…



“Todo mundo, hey”… Running Free é talvez a melhor música para se ter idéia da quantidade de gente que estava naquela mágica noite. Bruce separa o público para gritarem com ele… o público canta “Ruuuun”, ao invés de gritarem mesmo. Bruce tenta pronunciar algumas palavras em nossa língua que simplesmente não é possível entender. Imaginem nesta época, ao-vivo, para um público ainda não acostumado. Mas a coisa vai bem, principalmente para gritarem o nome da música.



A última música da banda foi Sanctuary, com a tradicional parada para Bruce mostrar toda sua potência vocal. Ele aproveita para ganhar de vez o público, provocando-o para cantar com ele o “yeah” (coisa que Freddie Mercury fez de monte na noite também) – de novo: já pararam mesmo para pensar que, em uma noite neste país, Bruce Dickinson e Freddie Mercury dividiram um palco, ambos em grandíssima fase? Bruce continuou interagindo com o público de maneira singular, com seu “cantem comigo”.

O show termina com Bruce e os “boys” agradecendo a banda. Bruce está visivelmente esgotado. O público grita “Iron, Iron, Iron” e as imagens que se seguem são de um tradicional festival de heavy metal, com muito empurra-empurra e pessoas indo de um lado para o outro, além de muita gente desmontando o palco da Donzela e preparando o terreno para a seguinte magistral apresentação da noite, que seria comandada pelo genial Freddie Mercury e Cia. Ltda.



E assim chegava ao fim a brilhante primeira apresentação do Iron Maiden em solo nacional. Os apontamentos que fiz acima, hoje engraçados, mostram, para mim, que havia sim muita ansiedade, nervosismo e pressão atrás da banda. A banda estava estranhando o clima brasileiro, não há como negar. Os ingleses não estavam acostumados com nada parecido com o que viram por aqui, inclusive considerando as questões climáticas.

Bruce e seu técnico de som não tiveram a noite mais brilhante da vida deles, coisa que acontece com todo mundo. Somam-se aí outros fatos, como o cansaço acumulado da extensa World Slavery Tour. Alguns pontos também podem ser considerados, hoje em dia, meio amadores.

Mas é muito importante dizer que, apesar de “trapalhadas” da noite, este registro da banda é, até hoje, um dos mais importantes do heavy metal em nosso país, não apenas em termos de Rock in Rio, mas em termos de música em geral, além de ser considerado pela própria banda como um dos shows mais importantes e marcantes de toda a carreira, até hoje.

O Rock in Rio 1 teve uma importância direta e indireta muito grande na sociedade da época e abriu caminho para grandes festivais que passaríamos a ter por aqui.

E, graças a ele, a banda conheceu e gostou do nosso país, local que hoje considera fundamental para suas tours. Ainda bem!

Up The Irons!

Setlist - Iron Maiden / Rock in Rio - 11 de janeiro de 1985

Intro – Churchill’s Speech
Aces High
2 Minutes To Midnight
The Trooper
Revelations
Flight Of Icarus
Rime Of The Ancient Mariner
Powerslave
Guitar Solo (Dave Murray) + Nicko McBrain
The Number Of The Beast
Hallowed Be Thy Name
Iron Maiden
Run To The Hills
Running Free
Sanctuary

Eduardo Bianchi Rolim
Minuto HM - http://minutohm.com


sábado, 12 de maio de 2012

Hardbone - This Is Rock 'N' Roll (2012)


Os leitores do Jazz & Rock certamente já tiveram a chance de ouvir o som da banda alemã Hardbone, já que meses atrás postei um review do álbum debut, Dirty 'N' Young (2010). Pois bem, os caras estão de volta e com a mesma pegada avassaladora.

O álbum This Is Rock’n’Roll (2012) saiu do forno há poucos dias e posso dizer que é um dos candidatos a figurar nas listas de melhores do ano. Em vista do debut, a banda manteve a mesma proposta, como letras que abordam temas como álcool, mulheres e rock’n’roll, riffs e solos marcantes e bem trabalhados, refrões grudentos e a influencia do som do AC/DC. O destaque fica por conta da produção, que nesse segundo álbum está mais profissional. O vocal do Tim Dammann soa mais agressivo nesse trabalho, mesclando entre um timbre rouco e agudo. Os guitarristas Sebastian e Tommy mostram um entrosamento monstro nas músicas, sendo que Sebastian é o responsável por boa parte dos solos, enquanto Tommy se encarrega da base e dos riffs. Uma parceira perfeita. Juntos o baixista Wolfgang Pohl e o batera Caim Grandt, fazem a cozinha perfeita, algo essencial em uma banda de rock’n’roll.

O álbum começa com “Bottlemate”, um rock’n’roll sem frescuras e que serve para mostrar a proposta do Hardbone e o que o ouvinte vai encontrar ao longo do álbum. Tim Dammann solta a voz, com seu timbre agressivo, enquanto os guitarristas Sebastian e Tommy dão as boas vindas, com riffs e um solo bem trabalhado. Sem dar tempo para recuperar o fôlego, “Wild Nights” surge na sequencia mantendo a pegada rock’n’roll e com um pouco mais de peso. “Girls & Gasoline” é uma das melhores faixas do álbum e que tem um refrão grudento demais e fácil de ser memorizado. A levada dessa música nos remete os velhos tempos do AC/DC, com um duo de guitarras que beira a perfeição. “Grave Digger” começa com uma intro de batera e baixo, e um grunhido do Tim Dammann. Não sei exatamente sobre o que essa música fala, mais como o Grave Digger é uma importante banda alemã, pode ser que essa letra faça referencia aos caras. “One Night Stand”,começa alucinante, a pegada é a mesma das anteriores, um rock’n’roll visceral, com Tim cantando muito e vale destacar o backing vocal, feito pelo baixista Wolfgang. A faixa-titulo “This Is Rock’n’Roll” não poderia ser diferente, com um andamento mais cadenciado, os caras mostram como se fazer rock’n’roll nos dias de hoje e principalmente, que ele continua mais vivo do que nunca. O refrão dessa música soa quase como um grito de guerra. Dammann parece ter reservado o melhor do seu vocal para essa música, variando seu vocal com agudos agressivos e até um trecho onde ele fala com uma voz rouca. Nas outras faixas não há muito o que analisar de diferente, a exemplo das músicas já citadas, a banda mantem a mesma pegada rock’n’roll em “Fat Cat”, “Young Blood” e “Hellelevator”. O diferencial fica por conta da “The Only Thing”, um rock blues, com um andamento cadenciado e arrastado, uma música muito foda.

Se no debut Dirty 'N' Young (2010), os alemães do Hardbone já arrancaram boas criticas da mídia especializada, This Is Rock’n’Roll (2012) vem para firmar ainda mais o nome dos caras na busca por um lugar ao sol. Por outro lado, o surgimento de novas bandas da qualidade do Hardbone, serve para mostrar que o rock’n’roll está mais vivo e fortalecido do que nunca. O Hardbone é mais uma banda que tem muito potencial e que bebe da fonte sagrada, chamada AC/DC. Enfim. Se você ainda não conhece o som desses caras, não sabe o que está perdendo. Boa audição.

Track List

01. Bottlemate
02. Wild Nights
03. Girls & Gasoline
04. Grave Digger
05. One Night Stand
06. This Is Rock ‘N’ Roll
07. Fat Cat
08. The Only Thing
09. Young Blood
10. Hellevator

Tim Dammann - Vocals
Sebastian Kranke - Lead Guitar
Tommy Lindemann - Rhythm Guitar
Wolfgang Pohl - Bass
Caine Grandt - Drums

Hardbone - Wild Nights


Hardbone - Girls & Gasoline


Site Oficial: Hardbone

sexta-feira, 11 de maio de 2012

B.B. King confirma nova turnê pelo Brasil


O lendário guitarrista B.B. King confirmou uma nova turnê pelo Brasil ainda este ano. A partir do dia 29 de setembro, ele fará quatro shows no País.

Confira o roteiro de shows de B.B. King pelo país:

29 de setembro - Rio de Janeiro – Vivo Rio
02 de outubro – Curitiba - Teatro Guaira
05 de outubro – São Paulo – Via Funchal
06 de outubro – São Paulo – Via Funchal
07 de outubro – São Paulo – Bourbon Street Music Club


Os valores dos ingressos ainda não foram divulgados. Porém a venda começa na próxima segunda-feira (14). Em breve maiores novidades nesse post.

A última visita do ícone do Blues ao Brasil havia sido em março de 2010, quando se apresentou em São Paulo, Rio e Brasília.

Fonte: Estadão.

Site Oficial: BB King

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Todo mundo já esqueceu o que aconteceu no Metal Open Air?


Muito se falou sobre o Metal Open Air, desde o anuncio do casting, que contava com bandas de peso no cenário internacional e nacional. Tudo apontava para o que seria o maior festival de metal da américa latina, os dias 20,21 e 22 de Abril, tinha tudo para ficar marcado na história e na memória dos fãs. Bom não é preciso dizer o que todos já sabem, o festival foi um verdadeiro fracasso. Apesar de não ter postado nada relacionado ao MOA aqui no Jazz & Rock, por falta de tempo, fiquei por dentro de tudo que aconteceu, mesmo que a distância, já que eu não pretendia ir ao festival. Pois bem, muito se falou nos dias pós festival, inclusive com explicações totalmente sem nexo. Bandas e fãs relataram tudo que aconteceu, no festival e nos bastidores com a produção. Exatas 3 semanas depois, quase não se fala das consequências desse fiasco. E hoje o Ricardo Seelig, do excelente Collectorsroom, escreveu um texto justamente sobre isso, sobre o esquecimento dos fatos, ou simplesmente a opção de não querer mais tocar nesse assunto. Bom segue o texto, autorizado gentilmente pelo Ricardo, para que eu pudesse publica-lo aqui no Jazz & Rock.

Por Ricardo Seelig (#collectorsroom)

Amanhã, dia 11 de maio, completaremos três semanas do maior fiasco da história do heavy metal aqui no Brasil. Amanhã, dia 11 de maio, fará três semanas que o festival Metal Open Air teve início. Amanhã, dia 11 de maio, fará três semanas que as dezenas de shows prometidos se transformaram em um festival de cancelamentos, desrespeito e falcatruas com as bandas, os profissionais contratados e, principalmente, com o público.

Hoje, porém, apenas três semanas depois do maior 171 da história do metal brasileiro, ninguém fala mais nada sobre o ocorrido. Hoje, apenas TRÊS SEMANAS depois! Meros 21 dias! Nessas horas, é de se pensar que os irresponsáveis por trás do festival de atrocidades que foi o MOA e o público que, aparentemente, gostou de ser enganado por eles, realmente se merecem.

Se não, vejamos. Cansei de ler comentários em sites e redes sociais de pessoas que foram ao festival dizendo que, pelo preço que pagaram pelo ingresso, estava de bom tamanho ver as bandas que conseguiram assistir. Sim, você leu corretamente: pagaram por quarenta bandas, mas estão felizes por terem visto apenas treze. Sei lá, mas, pessoalmente, acho que isso é caso de interdição por incapacidade mental.

Além disso, qualquer matéria publicada sobre o assunto está repleta de comentários do tipo “ah, já deu”, “como vocês são chatos”, “parem de falar nisso”. Não, não paramos! Não dá pra alguém parar de falar no que aconteceu! Esqueceram que os campings estavam localizados em estábulos? Esqueceram da falta de estrutura? Esqueceram da falta de segurança? Esqueceram da falta de higiene? Esqueceram do que foi prometido e não foi cumprido?

Enquanto isso, resenhas claramente direcionadas para isentar uma das partes surgiram em sites de projeção nacional - leia aqui . Uma das (ir)responsáveis pelo MOA, a Negri Concerts, continua promovendo shows com, aparentemente, casas cheias, como se nada tivesse acontecido e não estivesse envolvida nas falcatruas do festival. Além disso, posta em seu site notas onde tira o seu da reta e joga tudo nas costas da outra (ir)responsável, a Lamparina Produções - leia aqui . Uma das porta-vozes da Negri, ciente da imensa bola fora que deu, mudou o seu sobrenome nas redes sociais e agora assina, estranhamente, com um até então inédito “Mello”. Já o dono da empresa, que antes discursava aos quatro ventos, sumiu de circulação e não é mais visto online. Dá até para criarmos um jogo intitulado Por Onde Andará o Produtor do Evento, que tal?

Aqui, é preciso fazer um elogio público para a matéria publicada na última edição da Roadie Crew sobre o Metal Open Air. Escrita por Maicon Leite, que esteve e acompanhou pessoalmente tudo o que aconteceu no Maranhão, mostra um posicionamento claro da revista em relação a tudo o que aconteceu, fato raro na nossa mídia especializada, que geralmente não diz o que precisa ser dito porque fulano de tal é amigo do ciclano e por aí. Mas isso não aconteceu na matéria da Roadie Crew, que critica veementemente os absurdos do MOA e faz revelações até então inéditas da relação da revista com o Wacken Open Air. Parabéns, mais uma vez, pela forma como publicaram o texto.

Amanhã fará três semanas que o sonho do Metal Open Air virou um pesadelo. Não se esqueça disso. Nunca. Se você foi ao MOA, vá atrás dos seus direitos. Se não foi, o mínimo que você tem que fazer é não dar as caras em shows promovidos tanto pela Negri Concerts quanto pela Lamparina Produções. Ou, se achar melhor, não faça nada e assine embaixo da fama de acomodado que o brasileiro possui. O que você prefere?

Créditos: Collectorsroom

When the Sun Goes Down Vol. 3: That's Chicago's South Side (2002)

Artista: Vários artistas
Título: WTSGD: The Secret ]History of Rock & Roll - That's Chicago's South Side
Gênero: Blues
Ano de Lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony/Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Terceiro álbum da série When the sun goes down: The secret history of Rock & Roll,que mostra a trajetória do Blues desde seu surgimento até os dias atuais.

Como o próprio nome da coletânea diz, a cidade de Chicago foi um dos principais locais onde o Blues se modernizaria. Fenômenos econômicos, sócio-culturais e o advento e fim da 2ª guerra ocasionaria uma grande migração da população do sul dos Eua aos grandes centros.

Sairiam de cena os instrumentos e elementos folclóricos iniciais do Blues para dar lugar ao piano, guitarra elétrica, bateria, contrabaixo. O Blues deixava de ser uma música de raiz, um lamento nas cidades do rio Mississipi para se tornar um meio de diversão nos grandes centros urbanos.

Pete Wheatstraw, um dos pioneiros nessa nova fase, ainda bem apegado ao Delta Blues, tocava seu piano de forma bem peculiar, como se estivesse dedilhando um violão.

Nessa fase podemos notar a quase ausência do violão e o abuso no uso do piano, símbolo da modernização do Blues, assim como o contrabaixo.Também os vocais, que se tornariam menos lamuriosos, passando a ser mais roucos e agressivos, já antevendo o advento do rockabilly. As gravações vão de 1931 a 1942.

Track List

01. That's Chicago's South Side (Burns Campbell Orchestra Sam Theard)
02. Peetie Wheatstraw (Peetie Wheatstraw)
03. Devil's Island Gin Blues (Roosevelt Sykes)
04. Sail On, Little Girl, Sail On (Bumblebee Slim)
05. Black Gal, What Makes Your Head So Hard? (Joe Pullum and R. Cooper)
06. I Lost My Baby (Lil Johnson)
07. Keep Your Hands Off Her (Big Bill Broonzy)
08. When the Sun Goes Down (Leroy Carr)
09. Selling My Pork Chops (Memphis Minnie)
10. Every Day I Have the Blues (Pine Top)
11. Sweet Sixteen (Walter Davis)
12. Honky Tonk Train Blues (Meade Lux Lewis)
13. Trouble In Mind (Richard M. Jones)
14. He Roars Like a Lion (Merline Johnson)
15. Prowling Night Hawk (Robert Lee McCoy)
16. Good Morning School Girl (Sonny Boy Williamson)
17. You Got to Fix It (Speckled Red)
18. Bucket's Got a Hole in It (Washboard Sam)
19. Bottle It Up and Go (Tommy McClennan)
20. Key To the Highway (Bill "Jazz" Gillum)
21. Don't You Lie to Me (Hudson Whittaker)
22. What Is That She Got (Johnny Temple)
23. Going Down Slow (St. Louis Jimmy)
24. Hobo Blues (James "Yank" Rachel)
25. He's a Jelly Roll Baker

Destaques desta terceira coletânea:

Joe Pullum, com "Black gal, what makes you head so hard?", de 1934. Com seu vocal cool e agudo, Joe Pullum se sobressaía no Blues, às vezes acompanhado até de 02 pianistas. A música é de Joe Pullum porém a figura no vídeo é de Blind Lemon Jefferson.



Meade Lux Lewis, com "Hank tank trains Blues, de 1936. Música instrumental, com sua natureza incisiva para o surgimento do rockabilly, muito parecida com o estilo de Jerry Lee Lewis.



Lonnie Johnson, com "He's a Jelly Roll Baker", de 1942. Uma das figuras mais simpáticas e queridas do Blues, Johnson também usava o piano de forma bem tímida, sobressaindo-se sua boa técnica no violão.

sábado, 5 de maio de 2012

Southern Rock Brasil Collection: Vol 1 e 2 (2012)


O site Southern Rock Brasil , idealizou essa super coletânea, dividida em dois volumes, com o melhor do southern rock internacional e nacional. Agradeço ao Filipi Junio, por autorizar que eu divulgasse a coletânea aqui no Jazz & Rock. Aproveitem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esse gênero fascinante que é o southern rock. Boa Audição. E claro, ouviu e gostou? Não se esqueça de deixar a sua opinião nos comentários.

Por Filipi Junio

O Southern Rock Brasil sempre está a procura de novas coisas e é com orgulho que lançamos "Southern Rock Brasil Collection Volume 1", uma coletânea online gratuita com o melhor do Southern Rock. Essa é mais uma iniciativa que visa divulgar o Southern Rock e as ótimas bandas que fazem parte de estilo. Agradeço aos membros das bandas e managers que me autorizaram a tornar tudo isso realidade.

Track List

01. Blackberry Smoke - Good One Coming On
02. Drive-By Truckers - Used To Be A Cop
03. The Outlaws - Green Grass And High Tides
04. SwampDaWamp - Lady
05. Trailer Trash Tramblers - Rodeo
06. Sam Morrison Band - Whiskey
07. Redwest - Fire Me
08. Dertybird - Edna
09. State Line Mob - Holding You (Next to Me)
10. The 484 South Band - Mississippi
11. Rebel Pride - Survivor

Download - Clique Aqui


Então lhes apresento a Southern Rock Brasil Collection Volume 2 - Brazilian Bands - O melhor do Southern Rock, Southern Metal e Folk brasileiro. Como já diz o título, essa coletânea não é exclusivamente dedicada ao Southern Rock. Nesse segundo volume temos Southern Metal, Hillbilly, Southern Rock e Folk.

Guardei duas surpresas para esse segundo volume: uma faixa do novo álbum da Hogjaw e uma da Fifth On The Floor, ambas deveriam ter entrado no primeiro volume, mas as bandas me responderam depois que eu já tinha publicado a coletânea.

A coletânea é composta por por onze faixas e o uso delas foi autorizado pelas bandas.

Track List

01. The Outside Dog - "Open D Blues" (Alternative Version)
02. Razonator - "Poseidon"
03. O Celeiro das Rochas - "Fim de Jogo"
04. Tallene - "Esse é o preço de ter pelo que lutar"
05. Eric Taylor - "Winter Comes"
06. O Bando do Velho Jack - "Dois Caminhos"
07. Fabulous Bandits - "A Herança"
08. Phillip Long - "Nobody's Happy"
09. Phillip Nutt - "Keepsake"
10. The Outside Dog - "Seven Reasons"
11. Razonator - "Prayer f Road"
12. Eric Taylor - "Black River"

Download - Clique Aqui

Site Oficial: Southern Rock Brasil

quarta-feira, 2 de maio de 2012

James Gang - Bang (1973)


Por Thiago Lucena

O ano é 1973, a banda James Gang perdia mais um guitarrista, Domenic Troiano, entre tantos que passaram pela banda, antes dele o lugar era ocupado por Joe Walsh, que deixou a banda para se juntar ao Eagles. O nome da vez era o prodígio Tommy Bolin, que entre muitos projetos havia formado a Zephyr, que chegou a abrir alguns shows para o Led Zeppelin. E foi por causa desse guitarrista americano que comprei esse disco. Com Bolin, a banda gravou seu sexto álbum, que apesar de não ter sido o mais vendido, é o preferido entre os puristas e admiradores, além de ser o mais eclético da discografia do grupo.

Desde o rock n´roll de Standing in the Rain, das pitadas pop e do belo solo de Ride The Wind e da descompromissada Got no Time for Trouble, passando pela hipnótica Devil Is Singing Our Song até Must be Love, que parece ter sido transportada direto dos anos 50. Alexis é uma bela balada setentista, que prima pela beleza e simplicidade, lendo a letra, arrisco que é uma singela homenagem a uma jovem garota que algum integrante, talvez o nosso Guitar Hero, conheceu durante uma turnê, destaque para o bonito solo de Bolin. A dobradinha Rather Be Alone With You e From Another Time nos presenteia com o melhor momento do álbum, a primeira um soul totalmente à capela desaguando, já na seguinte, em uma desenfreada percussão funk com grooves psicodélicos e um refrão grudento que vai ficar na sua cabeça por um bom tempo, a minha preferida do disco. O álbum encerra com Mystery, uma belíssima canção acústica muito bem acompanhada de um competente arranjo de cordas.

Tommy Bolin deixaria a James Gang para entrar no Deep Purple e gravar o clássico Come Taste the Band em 1975, falecendo no ano seguinte, consequência de uma overdose, aos 25 anos. Um disco excelente e que prima pela variedade musical, basta uma audição para notar o leque de estilos e ritmos que recheiam essa gema dos anos 70.

Track List

01 Standing In The Rain
02 Devil Is Singing Our Song
03 Must Be Love
04 Alexis
05 Ride The Wind
06 Got No Time For Trouble
07 Rather Be Alone With You (Song For Dale)
08 From Another Time
09 Mystery

James Gang - Devil Is Singing Our Song


James Gang - From Another Time

terça-feira, 1 de maio de 2012

John Pizzarelli "Double Expoure" via Streaming



O guitarrista John Pizzarelli, divulgou no Facebook três músicas do seu novo álbum, que será lançado agora em Maio. As músicas divulgadas são, "I Feel Fine" dos Beatles, "Traffic Jam" do James Taylor e "Walk Between Raindrops", que eu creio ser do Donald Fagen, mais não tenho certeza. As músicas podem ser ouvidas via streaming. Boa Audição.

Site Oficial: John Pizzarelli

When The Sun Goes Down: The Secret History Of Rock & Roll - The Frist Time I Met The Blues (2002)

Artista: Varios Artistas
Título: When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock 'n' Roll - The Frist Time I Met The Blues.
Gênero: Blues
Ano de lançamento: 2002
Selo/gravadora: Sony Bmg (Bluebird Records)

Por Ricardo Seiti

Segundo disco da série When the Sun Goes Down: The Secret History of Rock & Roll, apresentando os grandes músicos do Blues na época pré-2ª guerra mundial. Como o próprio comentário do álbum diz, ao pensarmos em Blues (do início, claro) logo pensamos na imagem do violonista triste e solitário, mas as músicas deste disco mostram como o Blues era muito mais abrangente.


O Blues ensaiava algumas aproximações com o Jazz - a cantora e multi-instrumentista Victoria Spivey tinha em suas gravações vários instrumentos de sopro e músicos vindo do Jazz, assim como Genevieve Davis, Lizzie Miles, Edna Winston e outras. A presença feminina e a ligação do Blues com o Jazz suavizava então o gênero, até então quase que essencialmente masculino e marginal.

À parte também do Blues tradicional, havia as Jug Bands, como a Gus Cannon Jug Stompers e Memphis Jug Band, com suas variedades sonoras e instrumentos como Banjo, Harmônica, Violão, Kazoo e Jug (uma espécie de garrafão que soprado emitia notas graves como um contrabaixo, na época ainda nem usado no Blues).


Já em um estilo mais moderno, predominando o piano, estilo Blues de Chicago, Little Brother Montgomery cantava "The First Time I Met The Blues", que influenciaria Buddy Guy, que por sua vez seria uma das inspirações de John Lee Hooker, que depois inspiraria Eric Clapton. As gravações vão de 1927 a 1936.

Destaques desta segunda coletânea:

Gus Cannon Jug Stompers, com "Viola Lee Blues", com sua variedade sonora e instrumentos folclóricos e o vocal potente de Noah Lewis.



Furry Lewis, com "Judge Harsh Blues".Furry era um guitarrista e vocalista de slide guitar meio limitado, mas com sua técnica simples e eficiente e vocal sofrido teria grande influência no Blues. Ninguém menos que Keith Richards, dos Stones, o redescobriu e virou seu fã, convidando-o a abrir alguns shows dos Rolling Stones na início dos anos 80.



Blind Willie McTell, com "Statesboro Blues".Apenas Bob Dylan uma vez disse: "ninguem nunca cantou o Blues como Blind Willie Mctell".Depois dessa, não há muito o que acrescentar. Quem ouvir a voz rouca de Blind Willie McTell terá a impressão de estar ouvindo Janis Joplin.