terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Celeiro das Rochas

2010 - Capítulo I - O Celeiro das Rochas (EP)
Gênero: Southern Rock / MPB / Blues



Raras exceções encontramos uma banda concisa , cheia de talentos.Músicos de excelente qualidade. Além de te-los como caras "Sangue-bom".Trabalho muito profissional , se não é ?, a intenção é a melhor possível e vem dando o resultado esperado. Fiquei admirado ao escutar uma Les Paul gritar e gemer na mão de Igor , o Baixo cravar as notas graves como bate-estacas sob o comando de Mário e a batera deDaniel que fez sacudir a cabeça sem perceber. Celeiro é isso ,"PureFeeling". (Os Cara Velho sobre O Celeiro das Rochas).

Grupo de Valença, interior do Rio de Janeiro, O Celeiro das Rochas tem como maior foco a música autoral. Os solos estendidos e os arranjos swingados do Southern Rock misturados com a dissonância da MPB, sem esquecer do shuffle marcante do blues, garantem uma assinatura muito pessoal à todas as músicas do Celeiro, até nos covers - de clássicos da MPB, como Elis Regina, Lulu Santos, Roberto Carlos, Erasmo Carlos.

Formado hoje por Igor Almeida (guitarra e voz), Mário Paiva (contrabaixo) e Daniel Barbosa - e ainda com a participação de Rafael Albuquerque na segunda guitarra nos shows - o grupo não abre mão deimprovisação e inovação constante.

Track List

01. Longa Estrada
02. Fim de Jogo
03. Balada Para os Dias de Incerteza
04. Nem por uma hora
05. Quando eu For

Site Oficial: O Celeiro das Rochas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dica de Filme: "Corra Que A Polícia Vem Aí" (1988)


Pela manhã entrei na internet para ler as notícias e me deparei com uma que me deixou muito triste, o falecimento do ator canadense Leslie Nielsen. O ator morreu no último domingo – 28 de Novembro – devido a complicações ligadas à pneumonia, Nielsen tinha 84 anos.

Em mais de 60 anos de carreia no cinema e na televisão, Nielsen fez inúmeros filmes, mais ficou marcado pelos filmes “Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu” e pela série de filmes “Corra que a Policia Vem Aí” onde ficou conhecido por fazer o papel de Frank Drebin, um policial muito atrapalhado. Ambos os filmes produzidos por Jim Abrahams, Jerry Zucker e David Zucker.

Nascido em 11 de Fevereiro de 1926, em Regina, na província de Saskatchewan, filho de um respeitado policial canadense, Nielsen apareceu em mais de cem filmes. Chegou a Hollywood em meados da década de 50, após aparecer em dezenas de dramas para TV em Nova York. Começou a trabalhar como galã em uma variedade de filmes devido a sua altura e sua presença, e entre alguns de seus trabalhos dramáticos mais conhecidos estão “O Planeta Proibido” (1956) e “O Destino de Poseidon” (1972).

Apesar disso não havia como negar o seu talento para a comédia e o primeiro filme de comédia em que atuou foi “Apertem os cintos, o piloto sumiu” (1980), filme de grande sucesso, em seguida fez o papel principal nos filmes “Corra Que a Policia Vem Aí”, também esteve na pele do Drácula, no filme “Drácula – morto, mas feliz” e atuou nos filmes “Todo Mundo em Pânico 3 e 4”.

Enfim uma grande perda para o cinema. Eu particularmente era vidrado nos filmes do Leslie Nielsen, dei muitas risadas e mesmo que passasse mil vezes na TV, fazia questão de assistir tudo.

E para prestar uma homenagem a esse ator que dispensa qualquer tipo de comentários, vou postar o filme “Corra Que A Polícia Vem Aí” (1988), o primeiro da série. O que eu mais gostava nos filmes do Nielsen e que hoje sinto muita falta, é o tipo de comédia que ele fazia, parecia não existir maldades nas cenas, era tudo feito para arrancar gargalhadas do publico. Apesar de fazer inúmeros filmes, Nielsen ficou marcado na pele do policial Frank Drebin, um cara atrapalhado, que estava sempre na hora certa, mais acabava estragando tudo e saindo de fininho.

Recomendo também o excelente “Apertem os cintos, o piloto sumiu”, onde Nielsen interpreta o papel do Dr. Rumack, um médico completamente maluco e que usa métodos nada convencionais a bordo do avião.

No mais é isso, obrigado Leslie Nielsen por nos divertir por tantos anos.

Ficha Técnica:

Título Original: Naked Gun: From the Files of Police Squad!
País de Origem: EUA
Gênero: Comédia
Tempo de Duração: 84 Minutos
Ano de Lançamento: 1988
Estúdio/Distrib.: Buena Vista Pictures
Direção: David Zucker

Elenco:

Leslie Nielsen - (Frank Drebin)
George Kennedy - (Ed Hocken)
Ricardo Montalban - (Vincent Ludwig)
Priscilla Presley - (Jane Spencer)
O.J. Simpson - (Nordberg)
Susan Beaubian - (Sra. Nordberg)
Nancy Marchand - (Major)
Raye Birk - (Pahpshmir)
Ed Williams - (Ted Olsen)

Podcast Perfil - A saga e o estilo do maestro Moacir Santos, um dos maiores mestres da música brasileira !!!



Coisas (Forma), de 1965
The Maestro (Blue Note), de 1972
Saudade (Blue Note), de 1974
Carnival Of the Spirits (Blue Note), de 1975
Opus 3, nº 1 (Discovery), de 1978
Ouro Negro (Adventure Music), de 2001
Choros & Alegria (Biscoito Fino), de 2005

Olá queridos colegas e visitantes do Blog Farofa Moderna! Sejam bem vindos a mais um dos nossos programas da série "Perfil", série de números de podcast, onde tentamos esmiuçar a personalidade musical dos grandes mestres do jazz e da música instrumental brasileira. Neste programa o mestre abordado é ninguem menos que o maestreo Moacir Santos, considerado pelos críticos como um dos principais arranjadores e compositores brasileiros, um verdadeiro renovador e inovador da harmonia e do arranjo da música instrumental brasileira e considerado, também, um grande mestre pelos maiores músicos e cantores da MPB. Em todos os discos abordados no podcast (e relacionados acima), o que se ouve é um estética de música brasileira casada com o funky e a soul músic, numa pegada -- tanto soulful como brazilian -- que só Moacir conseguiu imprimir: nos ingredientes estavam elementos provenientes da bossa nova, do samba, do jazz, do funky, da soul music (ele empregava muito arranjos vocais no estilo de corais a capella), da música nordestina e da world music, todos esses elementos destilados em arranjos modernos, grooves geniais e todo um conjunto de idéias próprias do mestre Maestro Moacir Santos. Ouçam! Abaixo, o link:


sábado, 27 de novembro de 2010

KISS (CD+DVD)


(Eric Singer, Peter Criss, Gene Simmons,Ace Frehley, Paul Stanley e Bruce Kulick)

Quando uma banda de rock se propõe a gravar um álbum acústico, todo cuidado é pouco. Primeiro que não é todo mundo que curte isso, eu mesmo tenho certa resistência, prova disso é que dos álbuns acústicos que tive a chance de ouvir, a maioria não me agradou.

E no ano de 1995, o KISS surgiu com essa proposta, de gravar um show acústico. MTV Unplugged é na minha opinião, um álbum muito especial tanto para os integrantes da banda, quanto para os fãs. Foi através desse encontro que o KISS reaproximou a sua formação original. O show foi gravado no dia 09 de Agosto de 1995, nos estúdio da Sony. O KISS começou a apresentação com a formação atual da época: Gene Simmons (baixo/voz), Paul Stanley (guitarra/voz), Eric Singer (bateria) e Bruce Kulick (guitarra). Após tocar algumas músicas Paul Stanley anunciou que havia uma surpresa: os "outros membros da família KISS". Ele estava falando do ex-baterista Peter Criss e do ex-guitarrista Ace Frehley.

No repertório 15 músicas escolhidas a dedo pela banda, a maioria tirada dos álbuns clássicos da banda, entre eles “Plaster Caster”, “Comin’Home”, “Domino”, Do You Love Me”, “I Still Love You”, “Rock Bottom”, “2,000 Man” e vale ressaltar que a cada sequência de músicas a formação da banda era alterada, apenas Gene Simmons e Paul Stanley não foram substituídos durante o show. O ponto alto da apresentação aconteceu quando os seis integrantes da banda subiram no palco e proporcionaram um momento único, duas bateras ao mesmo tempo, três guitarras acústicas e ainda o baixo acústico. Em “Nothin’ to Lose” foi o batera Eric Singer quem começou cantando e no decorrer da música todos os integrantes passaram a entoar o coro, destaque para o genial Peter Criss. Para selar o encontro e fecha-lo com chave de ouro, o KISS tocou o clássico dos clássicos “Rock n Roll All Nite”. Não é preciso dizer que eles deram um show, os seis integrantes cantando, destaque para os dois membros da formação original -Peter e Ace - que cantaram um verso cada um. Perfeito.

MTV Unplugged é sem dúvida o melhor álbum de rock acústico que eu já ouvi. Através desse álbum eu comecei a me identificar e consequentemente ser um fã do KISS. O formato escolhido pela banda, para a realização do show, também chama minha atenção, por que passa a imagem de uma reunião de velhos e bons amigos. Tudo isso faz do MTV Unplugged um baita álbum. Boa Audição !!

1996 - MTV Unplugged
Gênero: Hard Rock



Track List

01. Comin’ Home
02. Plaster Caster
03. Goin’ Blind
04. Do You Love Me
05. Domino
06. Sure Know Something
07. A World Without Heroes
08. Rock Bottom
09. See You Tonight
10. I Still Love You
11. Every Time I Look at You
12. 2,000 Man
13. Beth
14. Nothin’ to Lose
15. Rock n Roll All Nite

KISS DVD



01. Comin' Home
02. Plaster Caster
03. Goin' Blind
04. Do You Love Me
05. Domino
06. Got To Choose
07. Sure Know Something
08. A World Without Heroes
09. Rock Bottom
10. See You Tonight
11. I Still Love You
12. Every Time I Look at You
13. 2,000 Man
14. Beth
15. Nothin' to Lose
16. Rock And Roll All Nite

KISS - "Domino" (MTV Unplugged)



KISS - "Rock n Roll All Nite" (MTV Unplugged)


Site Oficial: Kiss

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Bucky & John Pizzarelli

2007 - Generations
Gênero: Jazz



Quando o assunto é John Pizzarelli, estou sempre correndo atrás de novidades. E foi durante uma pesquisa que me deparei com o excelente álbum “Generations” (2007). Pai e filho tocando juntos um repertório jazzístico de 15 canções, que certamente foram escolhidas a dedo. E não é a primeira vez que esse encontro acontece, para quem não sabe, a Familia Pizzarelli sempre se reúne para tocar, esse laço é tão forte que um acaba participando do trabalho do outro, isso é genial.

O álbum reúne uma coleção que músicas que segundo o próprio John, significam muito para ele e o seu pai. São canções de vários artistas e que ao longo dos anos de alguma forma tiveram a oportunidade de trabalharem juntos. Na gravação do álbum, John e Bucky usaram guitarras elétricas de sete cordas (instrumento que foi introduzido por George Van Eps). Em relação à qualidade dos dois, não é preciso dizer nada, ambos demostram uma afinidade de pai e filho mesmo, um entende o outro, a música flui naturalmente, solos bem estruturados e rápidos – que por sinal é uma das coisas que eu mais admiro no som do Pizzarelli – e o resultado não poderia ser outro, jazz da melhor qualidade. No repertório a excelente “Fred” escrita por Neil Hefti. “Polka Dots and Moon Beams” é um jazz de tirar o fôlego, inclusive o John a regravou no álbum Kisses In The Rain (2000). A swingada “At Sundown” de Walter Donaldson. John Pizzarelli diz que ele ouviu essa música pela primeira vez no álbum Buck & Bud (1976), um duo entre Bud Freeman e Bukcy Pizzarelli. “I'll Remember April” é uma música fascinante, um jazz bem trabalhado e complexo. Já “Avalon” é uma música que ficou conhecida através do clarinetista Benny Goodman. “Graham Avenue Stroll” é uma canção composta por Bukcy e John, escrita em memória dos pais de Bucky. Uma melodia cativante e imprevisível, sem dúvida uma das melhores canções do álbum. Generations ainda reserva outras canções excelentes como, “The Second Movement of Sonatina”, “How Long Has This Been Going On”, “The Way You Look Tonight” e por fim “Variation and Fugue #9 on “La Folia””.

Generations
não é apenas um álbum de recordação familiar, é um excelente álbum de jazz e que irá agradar os fãs da boa música. Boa Audição !

Track List

01. Fred
02. Polka Dots and Moon Beams
03. Rose Room
04. Midnight Sun
05. A Sleepin' Bee
06. At Sundown
07. I'll Remember April
08. The Second Movement of Sonatina
09. Darn That Dream
10. Avalon
11. Early Autumn
12. Graham Avenue Stroll
13. How Long Has This Been Going On
14. The Way You Look Tonight
15. Variation and Fugue #9 on "La Folia"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

KISS

2006 - Live At Udo Festival, Tokyo
Gênero: Hard Rock



São exatos 37 anos de estrada e o KISS ainda mantém a mesma magia e energia quando está nos palcos. E foi assim, que o quarteto formado por Paul Stanley, Gene Simmons, Tommy Thayer e Eric Singer, fizeram um dos melhores shows que eu já vi e ouvi do KISS.

O álbum em questão, na verdade é um bootleg, foi gravado durante o Udo Festival, em Tokyo, no dia 23 de Julho de 2006 e que na ocasião fazia parte da Rising Sun Tour’96. Descobri essa gravação por acaso no Youtube e música após música assisti o show completo. O show foi gravado todo em DVD e o áudio gravado direto da mesa de som.

Quando disse que foi um dos melhores shows do KISS que vi e ouvi, não estou exagerando não, os caras simplesmente detonaram tudo, a banda trouxe para o palco os efeitos pirotécnicos – uma das marcas do KISS – além disso, a banda soube escolher um set list nota mil com músicas que relembraram os bons tempos da banda, entre os anos 1974 e 1977, entre elas, “Christine Sixteen”, “King Of The Night Time World”, “Got To Choose”, “Watchin' You”, “Shout It Out Loud”, “God Of Thunder”, “Let Me Go, Rock 'N Roll” e claro sem deixar os clássicos de lado, “Detroit Rock City”, “Strutter”, “I Was Made For Lovin' You”, “Deuce”, “Black Diamond”, “Rock And Roll All Nite”, entre outras. Ao todo o KISS tocou 22 músicas e vale ressaltar que em nenhum momento a banda perdeu a empolgação, pelo contrário, a cada música parecia que a energia e a vibração da banda só aumentavam.

É por tudo isso e muito mais, que “Live At Udo Festival, Tokyo” não sai mais da minha playlist, um show com a cara e marca do KISS. Fica uma dica: Assista o show na integra do youtube, principalmente para você ter a noção de como foi esse show. É até difícil escolher qual vídeo colocar na postagem (risos).Boa Audição !!!

Track List

01. Intro
02. Detroit Rock City
03. Makin' Love
04. Watchin' You
05. King Of The Night Time World
06. Deuce
07. Christine Sixteen
08. Firehouse
09. Got To Choose
10. Strutter
11. Lick It Up
12. I Love It Loud
13. Love Gun
14. Gene Simmons Bass Solo
15. God Of Thunder
16. Do You Love Me?
17. Shout It Out Loud
18. I Was Made For Lovin' You
19. Paul Stanley Guitar Solo
20. Black Diamond
21. Let Me Go, Rock And Roll
22. God Gave Rock N' Roll To You II
23. Rock And Roll All Nite

KISS - "Detroit Rock City" (Udo Music Festival 2006)


KISS - "Let Me Go, Rock And Roll" (Udo Music Festival 2006)


KISS "Rock And Roll All Nite" (Udo Music Festival 2006)


Site Oficial: KISS

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Fredrika Stahl

2010 - Sweep Me Away
Gênero: Jazz / Pop



O ano de 2010 está sendo marcado pelos excelentes lançamentos do cenário musical. Dentre os músicos que eu curto e que lançaram álbum este ano estão John Pizzarelli, Esperanza Spalding, Ari Borger Quartet, Chiara Civello, Brian Setzer , Airbourne, Iron Maiden e Fredrika Stahl.

Quem acompanha o Blog Jazz e Rock sabe a admiração que tenho por essa jovem cantora. Fredrika nasceu em Estocolmo, Suécia e aos 26 anos possui uma carreira cada vez mais consolidada. A jovem lançou dois excelentes álbuns, o primeiro “A Fraction of You” (2007) e o segundo “Tributaries” (2008), na época em que postei o álbum disse que na Europa ela é conhecida como uma cantora pop, mais a influência jazzística nas suas músicas são claras. Também citei as diferenças entre os dois álbuns, o primeiro traz uma pegada jazzística bem tradicional, já no segundo a cantora explora um pouco mais o pop, mais sempre aliado ao jazz.

O álbum “Sweep Me Away” (2010) acaba de sair do forno, foi lançado semana passada. Desde que foi anunciado, minha expectativa só aumentava. A jovem e talentosa cantora surpreende em partes com o novo álbum, musicalmente falando é diferente dos anteriores, por um simples motivo, a sonoridade voltada mais para o pop, já em relação às canções Fredrika manteve a mesma linha na hora de compor, isso é perceptível. Os arranjos continuam impecáveis, assim como nos álbuns anteriores Fredrika cativa o ouvinte através da sua voz afinada e serena, ela ainda esbanja todo o seu talento no piano. Infelizmente ainda não consegui as informações sobre os músicos que participaram da gravação do álbum.

O álbum inicia com uma intro suave, onde Fredrika surge usando a voz e com o som do piano ao fundo, em seguida a faixa-título “Sweep Me Away”, que tem tudo para ser um dos hits desse álbum. Apesar de o álbum ser considerado pop, inclusive pela própria Fredrika, nota-se que o jazz ainda é um grande aliado nas canções. “Fast Moving Train” é outra canção marcante, onde a jovem aparece muito bem, embalada por um jazz/pop. “Rocket Trip to Mars” com certeza será outro hit do álbum, inclusive foi a música lançada em um single de divulgação, bom até o momento é a minha favorita. “M.O.S.W.” é uma das músicas mais diferentes do álbum, começa de um jeito e muda de repente, creio que essa música demonstra o quanto esse álbum está diferente dos anteriores. O álbum ainda traz uma gravação da já conhecida “So High”, música da Fredrika lançada no último trabalho. Outras músicas que certamente merecem um destaque são “She & I”, “In my Head”, “Song of July” e Fading Away”.

Desde que conheci o seu trabalho, digo que Fredrika tem tudo para despontar no cenário jazzístico e isso vem acontecendo, a jovem chega ao seu terceiro álbum com muita competência e talento. O fato de ela ser considerada uma cantora de jazz ou pop, isso não importa, alias a própria Fredrika fez uma declaração sobre isso: “A questão de saber se eu sou uma cantora pop, ou uma cantora de jazz sempre me choca. Em qual categoria devo ser classificada? Para mim, a arte é uma das poucas coisas que não podem estabelecer limites. Para mim é simplesmente música”.

De início “Sweep Me Away” pode soar um pouco diferente, ainda mais para quem ouviu e está acostumado com os álbuns anteriores da Fredrika, mais isso é questão de tempo, pois a jovem continua mantendo a qualidade, o que é uma das suas marcas. Boa Audição !

Track List

01. Intro
02. Sweep Me Away
03. Fast Moving Train
04. Rocket Trip To Mars
05. Altered Lens
06. M.O.S.W.
07. A Drop In A sea
08. She & I
09. Fling On Boy
10. What If?
11. In My Head
12. Fading Away
13. Song Of July
14. So High [Bonus Track]

Fredrika Stahl - "Rocket Trip To Mars"


** Assista o clip da música "Rocket Trip To Mars" ** Clique Aqui

Site Oficial: Nome do Artista

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Blog Jazz e Rock: 3 Anos !


(Clique nas imagens p/ ampliá-las)

O tempo passa e o Blog Jazz e Rock chega ao seu 3º aniversário. Parece que foi ontem que resolvi cria-lo e assim divulgar a boa música. Em três anos muita coisa mudou, aprendi e aumentei muito o meu conhecimento através do blog e acho que as pessoas que passaram por aqui também adquiriram isso.

Como não costumo deixar passar essa data em branco, queria aproveitar esse post para agradecer a todos os leitores que participam de alguma forma, seja em comentários, sugestões ou na divulgação do blog. E assim como tem sido em três anos, espero que o propósito do blog continue, que é, levar a boa música ao maior numero de pessoas de uma forma simples.

Em relação as charges, creio que são duas verdades. Em três anos aprendi que nem sempre é fácil encontrar assunto para a postagem, como sou um musicólatra, estou sempre em busca de novidades ou um álbum excelente, que de certa forma agrade ao leitor. E a outra é o sonho de todo blogueiro (risos). Bom no mais é isso, Parabéns ao Blog Jazz e Rock !!

Obrigado a todos !

Créditos (Charges): Nadaver

Martin Scorsese Presents: The Blues - A Musical Journey

2003 - Martin Scorsese Presents: The Blues - A Musical Journey
Gênero: Blues



Meses atrás comentei aqui no blog que havia conhecido uma série sobre blues na TV Cultura, na época totalmente por acaso. E como estava acompanhando os capítulos da série, comecei a postar alguns álbuns de blues e a contar um pouco da história dos bluseiros.

Bom quem acompanha o blog a mais tempo vai se lembrar, mas para quem está chegando agora, trata-se da série “The Blues: A Musical Journey” (Blues: Uma Viagem Músical), criada em 2003 pelo diretor de cinema Martir Scorsese. A série era divida em sete capítulos que abordam o blues em diversas maneiras. Para produzir a série, Marin convidou sete diretores apaixonados por blues: Richard Pearce, Wim Wenders, Marc Levin, Clint Eastwood. Mike Figgis e Charles Burnett. Os capítulos são: "Alma de um homem”, “Se aquecendo no fogo do diabo”, “A estrada para Memphis”, “Vermelho, Branco e Blues”, “De volta para casa”, “Padrinhos e afilhados” e “Piano Blues”.

O projeto em si é primoroso e retrata o blues de uma forma jamais vista. O material foi lançado em um box com 7 DVDs (documentário), 5 CDs (trilha sonora) e 12 CDs com diferentes bluesmens. O que estou postando aqui no blog são os 5 álbuns da trilha sonora, que também é uma baita seleção de blues e que resume a história do blues, mostrando um pouco dos vários estilos existentes no blues (sub-gêneros) e uma infinidade de bons músicos.

Recomendo esse Box para quem deseja conhecer mais sobre o blues, vale e muito a pena. Na época eu assisti na TV Cultura, passava todo sábado. Todo caso se você puder adquirir o Box, não pense duas vezes, caso contrário, não deixe de ouvir a trilha sonora. Boa Audição !

CD 1

01. Shortnin' / Henduck - Othar Turner & The Rising Star Fife & Drum Band
02. Long John - Lightning & Group
03. Crazy Blues - Mamie Smith
04. St. Louis Blues - W.C. Handy
05. Muddy Water - Bessie Smith
06. Match Box Blues - Blind Lemon Jefferson
07. Billy Lyons & Stack-O-Lee - Furry Lewis
08. "Ma" Rainey's Black Bottom - "Ma" Rainey
09. Dark Was The Night, Cold Was The Ground - Blind Willie Johnson
10. Savoy Blues - Louis Armstrong
11. Downtown Blues - Frank Stokes
12. Frankie - Mississippi John Hurt
13. Fishing Blues - Henry Thomas
14. How Long How Long Blues - Leroy Carr
15. Canned Heat Blues - Tommy Johnson
16. Statesboro Blues - Blind Willie McTell
17. It's Tight Like That - Tampa Red & Georgia Tom
18. Pine Top's Boogie Woogie - Pine Top Smith
19. Guitar Blues - Lonnie Johnson
20. Pony Blues - Charley Patton
21. Diddie Wah Diddie - Blind Blake
22. K.C. Moan - Memphis Jug Band
23. Standin' On The Corner (Blue Yodel # 9) - Jimmie Rodgers
24. Sittin' On Top Of The World - Mississippi Sheiks
25. Preachin' The Blues - Son House

CD 2

01. Devil Got My Woman - Skip James
02. C.C. Rider - Lead Belly
03. Baby Please Don't Go - Big Joe Williams
04. Dirty Mother For You (Don't You Know) - Roosevelt Sykes
05. Billie's Blues - Billie Holiday
06. Cross Road Blues - Robert Johnson
07. I Good Mornin' Little School Girl - Sonny Boy Williamson
08. Shake 'Em On Down - Bukka White
09. Roll 'Em Pete - Joe Turner & Pete Johnson
10. Catfish Blues - Robert Petway
11. Going To Chicago Blues - Count Basie Orchestra with Jimmy Rushing
12. Key To The Highway - Big Bill Broonzy
13. Me And My Chauffeur Blues - Memphis Minnie
14. Worried Life Blues - Big Maceo Merriweather
15. Cross Cut Saw Blues - Tommy McClennon
16. Evil Gal Blues - Lionel Hampton Sextet with Dinah Washington
17. Strange Things Happening Everyday - Sister Rosetta Tharpe
18. Honeydripper Pt.I - Joe Liggins
19. Drifting Blues - Johnny Moore's Three Blazers featuring Charles Brown
20. Let The Good Times Roll - Louis Jordan
21. That's All Right Mama - Arthur "Big Boy" Crudup
22. Call It Stormy Monday - T-Bone Walker
23. Good Rockin' Tonight - Wynonie Harris
24. Ain't Nobody's Business, Part One - Jimmy Witherspoon
25. Double Crossing Blues - The Johnny Otis Quintette with Little Esther & The Robins

CD 3

01. Mother Earth - Memphis Slim
02. Please Send Me Someone To Love - Percy Mayfield
03. Rocket 88 - Jackie Brenston
04. Dust My Broom - Elmore James
05. No More Doggin' - Rosco Gordon
06. Juke - Little Walter
07. Hound Dog - Big Mama Thornton
08. Reconsider Baby - Lowell Fulson
09. The Things That I Used To Do - Guitar Slim
10. In The Night - Professor Longhair
11. (I'm Your) Hoochie Coochie Man - Muddy Waters
12. Eisenhower Blues - J.B. Lenoir
13. Blue Monday - Fats Domino
14. Hard Times - Ray Charles
15. I Hear You Knockin' - Smiley Lewis
16. Mystery Train - Elvis Presley
17. Don't Start Me To Talkin' - Sonny Boy Williamson II
18. Smokestack Lightnin' - Howlin' Wolf
19. Who Do You Love - Bo Diddley
20. I'm A King Bee - Slim Harpo
21. Johnny B. Goode - Chuck Berry
22. Farther Up The Road - Bobby "Blue" Bland
23. So Many Roads, So Many Trains - Otis Rush
24. First Time I Met The Blues - Buddy Guy

CD 4

01. Hide Away - Freddie King
02. Drivin' Wheel - Junior Parker
03. Boom Boom - John Lee Hooker
04. Frosty - Albert Collins
05. You Can't Lose What You Ain't Never Had - Muddy Waters
06. Killing Floor - Howlin' Wolf
07. Death Letter Blues - Son House
08. You Gotta Move - Mississippi Fred McDowell
09. Highway 61 Revisited - Bob Dylan
10. Hoodoo Man Blues - Junior Wells
11. Wang Dang Doodle - Koko Taylor
12. All Your Love - John Mayall's Bluesbreakers with Eric Clapton
13. I've Got A Mind To Give Up Livin' - Paul Butterfield Blues Band
14. Red House - Jimi Hendrix
15. Born Under The Bad Sign - Albert King
16. Mama Talk To Your Daughter - Magic Sam
17. Tell Mama - Etta James
18. Group Ain't Superstitious - The Jeff Beck
19. She Caught The Katy (And Left Me A Mule To Ride) - Taj Mahal
20. Black Magic Woman - Fleetwood Mac
21. One Good Man - Janis Joplin

CD 5

01. The Thrill Is Gone - B.B. King
02. Dallas - Johnny Winter
03. Have You Ever Loved A Woman - Derek & The Dominos
04. Give Me Back My Wig - Hound Dog Taylor & The Houserockers
05. One Way Out - The Allman Brothers Band
06. Down Home Blues - Z.Z. Hill
07. Pride And Joy - Stevie Ray Vaughan & Double Trouble
08. Smoking Gun - Robert Cray
09. Tuff Enuff - Fabulous Thunderbirds
10. I'm In The Mood - John Lee Hooker & Bonnie Raitt
11. Timbarma - Ali Farka Toure
12. Am I Wrong? - Keb' Mo'
13. Cherry Red Wine - Luther Allison
14. Bill - Peggy Scott-Adams
15. Just Won't Burn - Susan Tedeschi
16. Voodoo Music - Los Lobos
17. Round And Round - Bonnie Raitt
18. Vietnam Blues - Cassandra Wilson
19. I Pity The Fool (Live) - Robert Cray & Shemekia Copeland
20. Sweet Home Chicago - Keb' Mo' & Corey Harris

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Dica de Filme: "Toy Story 3" (2010)

Fim de semana chegando e aproveito para deixar uma super dica de filme para vocês. O lançamento do ano, “Toy Story 3”.

Depois do sucesso dos Toy Story 1 e 2, foram 11 longos anos há espera de uma continuação e ela finalmente chegou as telas em 2010.

Em 11 anos muita coisa mudou, Andy, por exemplo, era apenas uma criança e que encontrava no Woody e no Buzz, dois grandes companheiros de aventuras, mas o tempo passou e agora aos 17 anos, Andy está preste a ir para a faculdade e terá que decidir o que fazer com seus brinquedos: Se irá jogá-los fora ou guardá-los no sótão. Enquanto arruma o seu quarto, Andy decide que irá levar apenas o cowboy Woody para a faculdade e coloca os demais brinquedos em um saco (sem etiqueta) para guardá-los. Porém sua mãe confunde o saco de brinquedos com um saco de lixo e eles acabam indo para o lixo e com muita sorte os brinquedos conseguem se livrar do caminhão do lixo. Woddy explica que Andy irá guardá-los no sótão, mas nenhum dos brinquedos acredita na história. Com isso eles acabam indo parar na creche Sunnyside. Lá os brinquedos descobrem um mundo desconhecido e se enchem de esperança, afinal o desejo deles é que as crianças brinquem com eles. Mais não demora muito para descobrir que o ambiente não era tão amigável quanto parecia. Bom a partir daí “Toy Story 3” é aventura pura, um filme repleto de momentos engraçados e que certamente arrancará boas risadas do telespectador. Quem assistiu os outros filmes da série, certamente vai se amarrar na nova aventura de Woddy e sua turma. “Toy Story 3” é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes de 2010. Então prepare a pipoca e bom filme !!

Ficha Técnica:

Título Original: Toy Story 3
País de Origem: EUA
Gênero: Animação
Tempo de Duração: 1 h e 43 min
Ano de Lançamento: 2010
Estúdio/Distrib.: Buena Vista Pictures
Direção: Lee Unkrich

Elenco: (Versão EUA)

Tom Hanks - Woody (voz)
Tim Allen - Buzz Lightyear (voz)
Joan Cusack - Jessie (voz)
Ned Beatty - Lotso (voz)
Don Rickles - Sr. Cabeça de Batata (voz)
Estelle Harris - Sra. Cabeça de Batata (voz)
John Morris - Andy (voz)
Jodi Benson - Barbie (voz)
Emily Hahn - Bonnie (voz)
Laurie Metcalf - Mãe do Andy (voz)
Blake Clark - Slinky Dog (voz)
Teddy Newton - Chatter Telephone (voz)
Bud Luckey - Chuckles (voz)
Beatrice Miller - Molly (voz)
Javier Fernandez Pena - Spanish Buzz (voz)
Timothy Dalton - Sr. Pricklepants (voz)
Lori Alan - Bonnie's Mom (voz)
Charlie Bright - Andy / Peas-in-a-Pod (voz)
Kristen Schaal - Trixie (voz)
Jeff Garlin - Buttercup (voz)
Bonnie Hunt - Dolly (voz)
John Cygan - Twitch (voz)
Jeff Pidgeon - Aliens (voz)
Whoopi Goldberg - Stretch (voz)
Jack Angel - Chunk (voz)
R. Lee Ermey - Sarge (voz)
Jan Rabson - Sparks (voz)
Richard Kind - Bookworm (voz)
Erik von Detten - Sid (voz)
Amber Kroner - Peas-in-a-Pod (voz)
Brianna Maiwand - Peas-in-a-Pod (voz)
Jack Willis - Frog (voz)

Trailer Oficial "Toy Story 3"


Site Oficial: Toy Story 3

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Entrevista Exclusiva: Nuno Mindelis

Olá a todos...
Recentemente tive o imenso prazer e alegria de entrevistar o grande guitarrista/cantor Nuno Mindelis. Nessa entrevista exclusiva que o musico concedeu ao Blog Jazz e Rock ele conta desde os primeiros contatos com a musica até a consagração como um ícone do Blues no Brasil e no mundo. Sem mais demoras deixo vocês com as palavras de Nuno Mindelis que prova que além de excelente guitarrista é também uma excelente pessoa!.



Nuno, conte-nos como foi o seu inicio na música? Como teve o seu primeiro contato com a guitarra?

Desde que me lembro de mim queria tocar qualquer instrumento, ficava tocando com latas , panelas etc. Durante as aulas, no primário, tocando na carteira e nos estojos de lata dos lápis, usando canetas como baquetas etc. . Construía violões com caixinhas de bombons e fio de pesca (como cordas), tocava raquetes de tenis como se fossem guitarras etc. Não consigo saber porque isso aconteceu, a sensação que tenho é a de que já nasci assim, músico. Da mesma forma que desenho desde que me lembro de mim, uma coisa nata.

Quais foram os seus primeiros heróis da guitarra?

Ouvi o guitarrista dos Shadows quando tinha uns 7 anos, estava acostumado a ouvir instrumentos sinfônicos, (meus pais ouviam bastante música clássica) e de repente ouvi aquela guitarra tipo surf, com tremolo e vibrato tocando "Apache" . Caí de costas. Aos nove ouvi Otis Redding obsessivamente, por indicação de um cara mais velho que percebeu e se interessou pela minha clara obsessão pela música. O guitarrista de Otis era Steve Cropper. (Tive a honra de ser anunciado com ele na Inglaterra, em 2008, no mesmo evento e na imprensa) . Depois ouvi Big Bill Broonzy por volta dos 12 anos. (música "Hush", violão acústico ) . Entretanto já tinha ouvido "Revolution" dos Beatles com aquela guitarra ultra saturada, (até para os dias de hoje) e depois , entre os 12 e os 17 eu ouvi tudo o que tocava no planeta, literalmente. Destaque para influências irremediáveis de Hendrix, Santana, John Fogerty, B.B King, Canned Heat (cujos guitarristas eram Henry Vestine e Harvey Mandel), Mick Grabham (Procol Harum) Rory Gallagher etc.

E hoje quais são as suas principais influências musicais?

Não me sinto influenciado por nada novo, no plano da guitarra. As minhas inflências na guitarra são as que ouvi até uns 20 anos de idade, no máximo. (os últimos foram George Benson e Helio Delmiro, por volta de 1976 ou 1977) . As minhas influências agora são as sonoridades das novas gerações, alguma eletrônica, alguma rítimica rap (diferente de gostar de rap) e melodias . Não curto complicações ou complexidades, neste momento. Gosto de cancões com melodias lindas e simples, coisas improváveis como Put your records on the Corinne Bailey Rae ou Yellow , de Coldplay. Gosto bastante de Foo Fighters, e de bandas novas de rock inglês . Também de cantoras / instrumentistas / compositoras boas, como KT Tunstall, Nora Jones , Joss Stone etc.


Você costuma ouvir blues no seu dia-a-dia ou você é um ouvinte eclético?

Não ouço blues há muito tempo. Ouço muito mais outras coisas . Ouço blues por acaso, se estiver tocando no rádio. E só compro discos de um ou outro artista, quando saem, como Dylan , Booker T. , Dave Mason. Às vezes Van Morrison, Stephen Stills...

Qual foi a sua primeira guitarra ?

Uma Gibson Lespaul Custom, comprei aos 17 anos no Canadá. É de 70 ou de 71. Trabalhei dois ou três meses de faz-tudo , no Canadá, (incluia varrer o chão de uma fábrica gigante) para comprá-la.



Como foi gravar com a Double Trouble?

Foi uma experiência interessante, gravamos o disco Texas Bound em menos de três dias, (1 dia e meio de gravação e outro tanto de mixagem). Depois gravamos outro álbum, Blues on the Outside , um pouquinho mais de tempo, uma semana.(dois dias de banda e restante para mix e overdubs, backing vocals, metais etc.) . Durante esses períodos sempre demos bastante risada, almoçamos e jantamos junto, ouvi grandes histórias. Eu já era fan de Tommy Shannon de muito antes de SRV e de Double Trouble, da época que ele tocou com Johnny Winter e com Uncle John Turner. (inclusive em Woodstock) . Eu tinha uns 14 anos, 1971 a 73 por aí. Aliás, o Uncle John que eu idolatrava de pequenininho virou um enorme amigo, fiquei muito mal com a sua morte há uns dois ou três anos atrás. Com todos eles fiz turnês, com Double Trouble aqui no Brasil inclusive, extensa, que incluiu encerramento no Credicard Hall. Com Uncle John na Europa , EUA e Brasil. Aprendi mais com ele em alguns anos durante essas turnês do que em 30 anos com outras pessoas. O Chris e o Tommy quiseram produzir um disco meu , insistiram várias vezes. E eu acabei deixando passar. Não me arrependo de nada, mas essa está começando a chegar perto...os convidados poderiam ser do quilate de Dr.John, Doyle Bramhall Jr , e coisas do tipo.

Como foi o processo de gravação do seu novo álbum? Como surgiu a idéia do Free Blues? Qual foi seu critério para fazer o repertorio desse álbum?

Eu andava irrequieto, digamos, há muito tempo. Meio cansado do blues que não muda há mais de quarenta anos. O que Clapton, Jimmy Page, Jeff Beck e enfim , todo o mundo fez nos anos 60/70 já era uma atualização do gênero, pela injeção de rock and Roll, psicodelia e eletricidade em altas doses. E até hoje ficou naquilo, se repararmos. Não mudou. A sonoridade do blues continua a ser sessentista / setentista. Isso me cansou não só do blues como paralelamente de mim mesmo. (eu toco desde aquela época, são quarenta anos!) Tudo isso levou à idéia de Free Blues. Um amigo me perguntou "porquê você não grava um disco com clássicos do Blues com sonoridade contemporânea, para que as gerações de hoje saibam o que é blues com roupa atual" ? Aí eu peguei em temas que fizeram a minha cabeça quando era menino, nos anos 60/70 e usei a mesma fórmula, só que em vez de adicionar somente eletricidade, psicodelia e rock and roll, usei também eletrônica, rap, lounge, house , disco , etc. No álbum "Outros Nunos",de 2005 (que você menciona na próxima pergunta) , eu já tinha começado isso, de certa forma, mas fui pelo lado mais literário, convidados MPB / Rap, Zélia Duncan, Rappin Hood .

Você é um musico que tem o blues como base, mas já “visitou” outros estilos, como no álbum Mindelis apresenta: outros Nunos. Qual é a reação do publico de blues ao receber esse tipo de novidade?

Algum pessoal estranha , mas outros que não te conheciam passam a conhecer e eventualmente gostar bastante dessa nova fase. E recebo muitos inputs de tradicionalistas que confessam ter prestado mais atenção e acabam por compreender e gostar bastante dessas experiências. Agora mesmo um purista elogiou Free Blues e disse algo interessante: "minhas últimas gotas de preconceito foram para esse CD" . Porque , no fundo, é como você disse, o blues é a base de tudo o que eu fizer, e isso não se confunde com o formato final. É o DNA , mesmo que eu faça Samba, é o blues que está fazendo.

Você que já gravou vários álbuns de estúdio não pretende gravar um ao vivo? Um dvd?

Estaria mais interessado num álbum ao vivo, até, do que num DVD. Não sou grande fan de DVDs, gosto de ouvir música e não de dividir o sentido da audição com o da visão. Ouvir música e assistir a um DVD são atividades bem diferentes para mim. É claro que o público não tem nada a ver com isso, mas o fato é que essa percepção provavelmente freia a minha determinação de gravar um DVD. Não é o grande objetivo tecnológico e fonográfico , como para a maioria dos músicos atualmente. Depois tem a grana, isso requer verba e o blues é um gênero pobre. Se alguém , algum selo, enfim, quiser fazer eu não me oponho, faça e venda, ótimo. Mas não corro atrás.



Qual seu equipamento de estúdio e de palco?

No palco geralmente uma Gibson SG 1972 (Kalamazoo) , um pedal Wah Wah antigo e um amp Fender Twin Reverb (Blackface). Às vezes uso um 'Greene" pedal (distorção) que me foi oferecido pelo fabricante, num show na Holanda. Mas só uso esse tipo de pedal quando não encontro um valvulado em condições. De forma geral, a distorção da válvula é suficiente. Mais raramente ainda uso um pre amp valvulado, Pre Sonos , muito bom, especialmente quando te entregam um amp em desacordo, em algum show longínquo onde você não conseguiu levar o seu. Em estúdio, além disto , uso a Lespaul Custom , uma Fender Stratocaster 1958, uma Shecter dos 80s que ganhei da Guitar Player Magazine/EUA (como prêmio em concurso de guitarra) e no Free Blues mais especificamente usei outros efeitos, Delay DL4 da Line Six, Guitar Rig (plugins) .

Como você vê o cenário da música no Brasil atualmente?

Há vários angulos. Um deles, de cunho pessoal , artístico e cultural, é que aparentemente as pessoas começam a tocar para ser famosas e não para aprender. Isto é um fato . Parece que se passou por cima da fase de aprendizado, que geralmente requeria um mínimo de oito horas por dia estudando um instrumento ou estudando canto. É espantoso ver como são lançadas (e aduladas pela crítica??!!) cantoras que não sabem cantar e músicos que não sabem tocar. Já do ponto de vista de produção e/ou mercado , o cenário da música atualmente está muito mais difícil porque a queda das gravadoras (e consequentemente do mercado do disco, lojas e do próprio suporte físico ) representa a paralisação de projetos musicais por falta de verba. Das duas vezes em que gravei com a Double Trouble tive apoio financeiro de gravadoras que por sua vez sabiam que poderiam investir pois recuperariam o investimento em vendas de discos. (viagens, estúdio nos EUA, acomodações , alimentação , enfim, tudo) . Agora ninguém aposta nisso, até porque as novas gerações nem têm mais apego ao disco, já nem sequer baixam discos piratas, na verdade consomem música como se fosse mais uma commoditie, como gás, água encanada, Last FM, Pandora, playlists nos navegadores , etc. e tal.


Você acha que o blues feito no Brasil hoje é um blues que se difere do feito no resto do mundo?

Só existe um tipo de blues: o blues bem feito. Esse não difere em lugar nenhum do mundo.



Nas ultimas entrevistas, inauguramos uma nova coluna no BLOG. É uma cópia descarada (risos) de uma coluna da Cover Guitarra. Indo direto ao ponto:

Pra você qual é o melhor álbum da história?

Não sei porquê sempre me vem Dark Side of The Moon à cabeça...

Qual disco você tem ouvido bastante na última semana?

Cosmic Wheels , de Donovan ( o Donovan Leitch, agora há vários Donovans).

Qual disco você curte, mas tem vergonha de admitir?

Não tenho vergonha de admitir nada do que gosto, mas compreendo o sentido da pergunta e posso dizer que gosto muito de algumas (poucas) músicas do Biafra. À exceção do texto (que é claramente pseudo-poético, piegas enfim) algumas melodias e o timbre de voz são muito bonitos, uma combinação feliz de timbre e melodia, como em Elton John, por exemplo.

Nuno quero agradecer a oportunidade da entrevista , sem dúvida uma oportunidade de conhecer o seu trabalho e um pouco da sua história e trajetória musical. Desejo muito sucesso para você ! Grande Abraço !

Oi Thiago, eu agradeço igualmente pela oportunidade e também desejo o máximo sucesso ! Abraço

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Airbourne

2008 - Runnin Wild
Gênero: Hard Rock



Na postagem sobre a banda The Answer, comentei sobre a carência que o cenário do rock and roll têm de novas bandas com qualidade e contéudo. E na mesma semana que conheci a sonzera do The Answer, conheci também a banda australiana Airbourne.

Airbourne foi formada em 2003 pelos irmãos Joel e Ryam O’Keeffe. Os dois sempre foram ligados à música, Joel teve sua primeira guitarra aos 11 anos e Ryan teve sua primeira batera com 15 anos. Tudo começou, quando Joel (vocal/guitarra solo) conheceu David Roads (guitarra base) enquanto os dois trabalhavam no Warmambool Hotel, em Victoria, Austrália. Já o baixista Justin Street foi encontrado no ano de 2003, durante uma festa do Ryan, na ocasião Ryan tocava bateria e Justin o acompanhava no baixo. E foi a partir daí que a ideia de formar o Airboune surgiu. Todos os integrantes são jovens, porém resolveram fazer um som de gente grande e com isso reviver o bom e velho rock 'n' roll dos anos 70.

As influências dos caras são claras. Logo que ouvi o som pela primeira vez, a primeira banda que me veio à cabeça foi AC/DC. E isso fica muito claro, o característico som cru e pesado, os vocais, os riffs, enfim até as músicas, é tudo muito semelhante ao AC/DC. Mas o Airbourne também traz influências de outras bandas consagradas, entre elas Motörhead e KISS. Em pouco tempo de existência a banda já coleciona uma lista de shows e elogios de outras bandas como, Rolling Stones e Mötley Crüe, além disso o Airbourne já teve a chance de tocar ao lado dessas duas bandas.

A banda já lançou três álbuns. O primeiro foi o EP “Ready to Rock” (2004), depois “Runnin’Wild” (2007) e recentemente “No Guts. No Glory” (2010). Vou postar todos eles no blog, mais vou começar com o álbum que eu ouvi.

O álbum “Runnin’Wild” foi produzido por Bob Marlette, o mesmo que produziu álbuns do Black Sabbath.

O que eu posso dizer sobre ele, é que um álbum que traz boas lembranças aos fãs do rock and roll e hard rock setentista. Os caras mandam muito bem, o som com muita pegada, peso, solos bem estruturados, riffs marcantes, vocal agudo e agressivo (ao melhor estilo AC/DC) e boas músicas. Destaque para “Stand Up For Rock 'N' Roll”, que abre o álbum em grande estilo, a faixa-titulo “Runnin’Wild” e que no clipe traz uma curiosidade, o motorista do caminhão é nada mais nada menos que Lemmy Kilmister, baixista/vocal do Motörhead. E no mais as músicas “Too Much, Too Young, Too Fast”, “Fat City”, “Girls In Black” e “Heartbreaker”, servem como exemplo da qualidade musical do quarteto do Airbourne.

É isso pessoal. Se você estava a procura de uma banda atual com uma sonoridade setentista ou com uma pegada bem hard rock, ai está: Airbourne ! Boa Audição!

Track List

01. Stand Up For Rock 'N' Roll
02. Runnin' Wild
03. Too Much, Too Young, Too Fast
04. Diamond In The Rough
05. Fat City
06. Blackjack
07. What's Eatin' You
08. Girls In Black
09. Cheap Wine & Cheaper Women
10. Heartbreaker
11. Hellfire

Airboune "Runnin' Wild"


Site Oficial: Airbourne

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Iron Maiden: The Final Frontier World Tour 2011 !


Agora é oficial. O Iron Maiden anunciou que está pronto para a Final Frontier World Tour em 2011. A banda irá embarcar no Boegin 757 Ed Force One, que terá como piloto Bruce Dickinson em Fevereiro do ano que vem, tocando em shows e visitando 29 cidades em 26 países.

Será uma das turnês mais longas do Iron Maiden. O primeiro show será dia 11 de Fevereiro em Moscou, de onde o Boeing 757, que contará com novo design para combinar com o novo álbum e turnê, voará com a banda para Cingapura e Indonésia para os primeiros shows do Maiden na região, antes de aterrisar na Austrália para atuar como headline em duas apresentações isoladas e participação em cinco datas do festival Soundwave. O Ed Force One então voltará sua atenção brevemente para o hemisfério norte com um show inicial na Coréia do Sul e dois shows em Tóquio, antes de prosseguir para o Pacífico, uma jornada que (acredite se quiser!) os levará a 6660 milhas para dois shows no México. Então seguirá uma ampla série de shows em estádios por cinco países da América Latina, incluindo a primeira visita à Belém, no Norte do Brasil, e, via Porto Rico, a banda segue para o último show desta parte da turnê em Tampa, na Flórida, EUA, no dia 17 de abril, exatos 66 dias após o início em Moscou!
O Iron Maiden confirmou 6 shows no Brasil, com datas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belém, Recife e Curitiba.

Confira as datas e locais dos shows no Brasil.

26 de Março, Sábado - Morumbi, São Paulo;
27 de Março, Domingo - HSBC Arena, Rio de Janeiro;
30 de Março, Quarta-feira - Nilson Nelson, Brasilia;
01 de Abril, Sexta-feira - Parque de Exposições, Belém;
03 de Abril, Domingo - Parque de Exposições, Recife;
05 de Abril, Terça-feira - Expotrade, Curitiba

Diz Bruce, "Nos surpreendemos pela fantástica reação de todos para com o Ed Force One durante a turnê mundial de 2008/2009. Como viram nossos fãs no filme Flight 666, que documenta todas as dificuldades e atribulações pelo qual passamos para literalmente tirar o projeto do chão, no fim das contas valeu a pena todo o esforço e complexo processo logístico com o qual tivemos de lidar! A banda e equipe se divertiram muito em viajar assim, portanto parece natural que esta etapa da turnê The Final Frontier prossiga da mesma forma de maneira que possamos atingir o máximo possível de fãs ao redor do mundo, mas desta vez estamos ampliando os limites ainda mais e seguindo para lugares onde o Maiden nunca esteve antes! Estamos ansiosos para tocar em Cingapura, Indonésia e na Coréia do Sul pela primeira vez, assim como em visitar novamente nossos fãs dos outros lugares."

"O set list será diferente do da tour deste ano. Claro que tocaremos mais músicas do novo álbum e algum outro material recente, mas iremos incluir uma dose dos velhos clássicos, visto que estaremos tocando para muitas caras novas e que sabemos que irão querer ouvir estas músicas pela primeira vez. Vamos colocar no avião quanto for possível da produção que usamos este ano, incluindo, claro, o Eddie, e esperamos repetir o espetáculo de luz em quantos lugares for possível. No final das contas promete ser uma fantástica viagem para todos! Vemos vocês todos em breve".

Quando Steve Harris, Bruce Dickinson, Janick Gers, Adrian Smith, Nicko McBrain e Dave Murray retornarem ao Brasil em 2011, já terá se passado dois anos desde a última visita da banda, e a ansiedade por mais uma oportunidade de ver a melhor banda de Heavy Metal do planeta é grande entre os fãs brasileiros que esperam ver ao vivo as músicas do mais recente álbum "The Final Frontier".

Confira todas as datas da turnê!

THE FINAL FRONTIER WORLD TOUR - 2011

Feb. 11 - Moscow, Russia - Olympiski
Feb. 15 - Singapore - Singapore Indoor Stadium
Feb. 17 - Jakarta, Indonesia - Stadium Utama Gelaro Bung Karno Senayan
Feb. 20 - Bali, Indonesia - Garuda Wisnu Kencana
Feb. 23 - Melbourne, Australia - Hisense Arena
Feb. 24 - Sydney, Australia - Entertainment Centre
Feb. 26 - Brisbane, Australia - Showgrounds (Soundwave Festival)
Feb. 27 - Sydney, Australia - Eastern Creek Raceway (Soundwave Festival)
Mar. 04 - Melbourne, Australia - Showgrounds (Soundwave Festival)
Mar. 05 - Adelaide, Australia - Bonython Park (Soundwave Festival)
Mar. 07 - Perth, Australia - Steel Blue Oval (Soundwave Festival)
Mar. 10 - Seoul, Korea - Chamsil Gymnasium
Mar. 12 - Tokyo, Japan - Super Arena
Mar. 13 - Tokyo, Japan - Super Arena
Mar. 17 - Monterrey, Mexico - Banamex Theatre
Mar. 18 - Mexico City, Mexico - Foro Sol
Mar. 20 - Bogota, Columbia - CC Sapo
Mar. 23 - Lima, Peru - Estadio San Marcos
Mar. 26 - Sao Paulo, Brazil - Morumbi Stadium
Mar. 27 - Rio De Janeiro, Brazil - HSBC Arena
Mar. 30 - Brasilia, Brazil - Nilson Nelson Parking Lot
Apr. 01 - Belem, Brazil - Parque De Exposições
Apr. 03 - Recife, Brazil - Parque De Exposições
Apr. 05 - Curitiba, Brazil - Expotrade
Apr. 08 - Buenos Aires, Argentina - Velez Sarsfield
Apr. 10 - Santiago, Chile - Estadio Nacional
Apr. 14 - San Juan, Puerto Rico - Coliseo De Puerto Rico
Apr. 16 - Sunrise, Florida - Bank Atlantic Center
Apr. 17 - Tampa, Florida - St Pete Times Forum
Jun. 30 - July 3 - Roskilde, Denmark - Roskilde Festival
Jul. 01 - Gothenburg, Sweden - Ullevi Stadium
Jul. 06 - Oslo, Norway - Telenor
Jul. 08 - Helsinki, Finland - Olympic Stadium
Jul. 10 - St Petersburg, Russia - SKK Peterburgskiy

Fonte (Matéria): Blog Flight 666

Site Oficial: Iron Maiden

Iron Maiden - Satellite 15...The Final Frontier

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Radio Farofa Moderna - Hard Bop & Soul Jazz: blues, gospel, spirituals, swing, funky, soul!

E aê galera, senhoras e senhores! Além do já existente canal do 'jazz contemporâneo', o blog Farofa Moderna tem o prazer de vos apresentar mais um canal da Radio Farofa Moderna, dessa vez especializado nos estilos de jazz conhecidos como hard bop e soul-jazz -- e já quero vos deixar a expectativa de que, no decorrer de um curto prazo, estaremos concluindo outros canais com outros estilos de jazz, procurando abranger os mais variados gostos e exigências dos nossos visitantes e, claro, mantendo nossa visão de autenticidade do jazz, independente da sua abordagem tradicional, moderna ou contemporânea. Este canal, que aqui vos apresento, abrigará mais de 70 sonzeiras dos estilos de jazz conhecidos como hard bop e soul jazz, compreendidos entre meados dos anos 50 até o final dos anos 60. O player é automático e a seleção é aleatória, ou seja, a cada vez que o ouvinte clicar sobre o canal uma nova sequência de faixas será tocada: isso possibilita que o ouvinte conheça novas faixas e novos músicos a cada vez que ele clicar no canal para ouví-lo, além de evitar um certo “cansaço” em caso do mesmo ouvinte querer ouvir a seleção inúmeras vezes.

O estilo chamado hard bop foi desenvolvido por músicos negros em resposta ao cenário dos músicos brancos do estilo cool jazz e do West Coast americano que praticamente passaram a dominar o jazz no início dos anos 50. O hard bop é nada mais do que uma retomada e uma extensão do bebop, linguagem fundada pelo genial saxofonista Charlie Parker e pelo trompetista Dizzy Gillespie em 1945. Porém, no hard bop a “levada”, o “swing”, é quase sempre mais lenta do que no bebop, que já nascera como um estilo muito rápido e que exigia do instrumentista uma capacidade excepcional de tocar uma quantidade absurda de notas abruptas em velocidade. O hard bop, ao contrário do bebop dos anos 40, se formalizou através de andamentos mais lentos e balançantes – até mesmo a ponto de se aproximar muito da dança, do swing, só que numa abordagem mais afro e lenta --, isso porque ele condensou outras influências afro-americanas que foram englobadas no jazz nos anos 50 e que não eram englobadas na primeira versão do bebop nos anos 40: há, portanto, uma maior abordagem das variabilidades harmônicas e melódicas em torno dos “riffs” do blues, gospel e da emergente soul music da época (ou Rhythm'n'blues).



No podcast vocês ouvirão nomes conhecidos que fizeram história a partir do hard bop tais como: Max Roach, Horace Silver, Art Blakey, Miles Davis, John Coltrane, Donald Byrd, Wes Montgomery, Lee Morgan, Lou Donaldson, Hank Mobley, Charles Mingus, dentre outros. Entre os nomes menos tarimbados estão: Lucky Thompson, Gigi Gryce, Eric Dolphy, Oliver Nelson, Booker Little, entre outros. Apesar da preponderância do blues, gospel e soul, também há uma tênue influência afro-latina por meio de rítmos como o calypso, o boogaloo, a salsa e o mambo, haja vista que músicos como Dizzy Gillespie e Art Blakey já vinham adicionando elementos afro-latinos na rítmica tradicional do jazz. Contudo, a maior herança deixada pelo hard bop foi o elemento “funky”, um “beat” (batida) que foi se desenvolvendo e se distanciando do swing tradicional do jazz: dois dos grande pioneiros da "pegada" funky foram o saxofonista Lou Donaldson e o pianista Horace Silver. Nos anos 60, a partir das enérgicas batidas do rock'n'roll (talvez originadas da batida “shuffle” já existente nas levadas das bandas de que englobava variabilidades mais animadas do blues, como o boogie-oogie), da síncopação “funky” já existente no jazz e da espiritualidade do gospel e da soul music (o chamado elemento “spiritual” da música negra americana), o cantor James Brown fundou o gênero conhecido hoje como “Funk”, uma marcação rítmica inicialmente simplificada e marcante que se caracterizou e desenvolveu suas variantes a partir dos anos 70. Já o Soul Jazz é uma versão mais “spiritual” do hard bop, onde o gospel é o que fica mais evidente: os expoentes são os organistas Jimmy Smith, Richard Groove Holmes, o saxofonista Lou Donaldson, o guitarrista Wes Montgomery, entre outros. Essas delimitações – entre bebop, hard bop, soul jazz e funky – foram frutos de anos de desenvolvimento musical, onde vários fatores étnicos, folclóricos e, de um modo geral, culturais, foram protagonistas através dos vários músicos que colaboraram com suas personalidades, inovações e abordagens: portanto é muito difícil, até mesmo para o jazzófilo já “macaco velho”, saber exatamente onde acaba um estilo e se inicia o outro. Mas, apesar de tentarmos, por meio de palavras, definir essas variantes do jazz, o objetivo mesmo é esquecer um pouco dos rótulos e deixar que nossos ouvidos e nossas emoções se encarreguem de definir, pra nós mesmo, o que é o bom e velho jazz. Clique nas imagens para saber mais e/ou acesse, abaixo, nossa sessão de rádio e ouça os outros canais!!!